domingo, 28 de junho de 2015

Luxo no heavy metal

Fotos: Divulgação
Há alguns meses a banda itatibense Eyes of Gaia lançou seu primeiro álbum “The power of existence”. Disco gravado de maneira totalmente independente, os caras botaram a “bolachinha” no mundo e por onde passam chamam atenção dos apreciadores do estilo. Para saber mais sobre o trabalho dos caras, conversamos com o guitarrista Bruno Tourino. A entrevista na íntegra você confere abaixo. 

Canibal Vegetariano: Como a banda foi formada, desde quando estão na estrada? Houve alguma mudança na formação? Aproveitem e apresentem-se com nomes e instrumentos de cada integrante.
Bruno Tourino: A banda foi formada em 2008 pelo Mário Kohn (vocalista), Rodolfo Liberato (Baixista) e Flávio Sallin (ex-tecladista). Nessa época a banda lançou o EP “Final Tears” e também tocou com alguns nomes importantes como Dragonforce, Glenn Hughes e Almah. Em 2011 houve mudança na formação com a minha entrada e a do Paulo Virtuoso nas guitarras e a entrada do Betto Cardoso na bateria. Neste ano houve outra mudança na formação com a entrada do André Moura na bateria, substituindo Betto. A formação atual do Eyes Of Gaia é: Mário Kohn (vocal), Bruno Tourino (guitarra), Paulo Virtuoso (guitarra), Rodolfo Liberato (baixo) e André Moura (bateria).

CV: Como rolou o processo de gravação do álbum? Houve alguma ajuda financeira ou vocês bancaram tudo?
BT: Começamos a compor no início de 2012 e no meio desse mesmo ano começamos a pré-produção do álbum. Gravamos em espaços de tempo muito longos devido a vários contratempos. Basicamente bancamos tudo, tivemos alguns apoios, mas essencialmente sem nenhum patrocínio maior. Por conta de ser tudo independente acabou atrasando para ser lançado, só saiu em janeiro deste ano.

CV: A produção do álbum é de Edu Falaschi. Por que vocês optaram por ele como responsável por este trabalho?
BT: Já conhecíamos o trabalho do Edu como produtor e achamos que seria a melhor opção naquele momento. Ele tem bastante experiência e acabou passando muita coisa legal para gente. Aprendemos bastante com ele e gostamos do resultado final do trabalho.

CV: Como está a procura pelo CD e o processo de divulgação?
BT: O CD está tendo uma boa procura guardadas as devidas proporções do mercado atual e do nicho do heavy metal. Ele [CD] está sendo vendido diretamente com a banda e também na loja Die Hard, na Galeria do Rock, em São Paulo. Divulgamos o CD basicamente pela Internet através das nossas mídias sociais e sites parceiros que fazem resenhas. Os shows também tem sido uma ótima forma de divulgação. A procura por CD e camiseta nos shows tem sido boa.

CV: Como as pessoas tem recebido o trabalho?
BT: O feedback tem sido muito positivo! Superando todas as nossas expectativas. Tivemos uma resenha com nota 9 na revista Roadie Crew, a maior revista especializada do Brasil. Posteriormente rolou uma entrevista bem legal na Roadie Crew também, feita pelo Ricardo Batalha, um nome bem respeitado no meio. Diversos sites especializados também têm feito resenhas bem legais falando bem do álbum. Sem contar as pessoas que tem vindo elogiar o álbum diretamente para nós através do Facebook. Outro fato muito importante na carreira da banda foi a entrevista no programa do Andreas Kisser, na 89 A Rádio Rock. A audiência do programa é muito grande e fez com quem pessoas de todo o Brasil conhecessem nosso trabalho!

CV: Quais os planos da banda para o segundo semestre?
BT: No segundo semestre queremos continuar fazendo shows para divulgar o álbum que é bem recente. Temos algumas datas marcadas em Itapetininga/SP, com a banda King Of Bones, Pouso Alegre/MG, no festival Tonelada, Itatiba/SP (nossa cidade) com a banda Project46. E estamos negociando shows em mais cidades.

CV: Atualmente, quem é o público que ouve sons da banda? E os espaços para shows, como estão?
BT: O público do Eyes Of Gaia é o público do Heavy Metal, na sua maioria a galera entre 15 e 30 anos. É um nicho pequeno, bem segmentado porém exigente. Existem bares e casas de shows que abrem espaço para bandas de heavy, além de festivais e shows em eventos públicos. É importante a união das bandas para que o público sempre se multiplique nos shows e as bandas aumentem seus seguidores.

CV: Grato pelo papo, deixo espaço para considerações finais.
BT: Muito obrigado pelo convite, pela oportunidade para contar sobre nosso trabalho e parabéns pelo seu excelente trabalho que é importantíssimo para as bandas independentes e para a cultura do país de uma maneira geral. Quem quiser conhecer mais sobre o Eyes Of Gaia acessem nossas mídias sociais:
www.facebook.com/eyesofgaiaofficial
www.youtube.com/eyesofgaiaofficial
www.eyesofgaiaofficial.com
Muito obrigado! Paz e amor!

Impressões sobre ‘The power of existence’

O heavy metal é um dos estilos que mais exige de seus músicos e talento é o que não falta na banda Eyes of Gaia. O primeiro registro dos caras “The power of existence” mostra toda capacidade individual dos músicos e também o trabalho que conseguem desenvolver em equipe.
Com dez faixas e produção de Edu e Tito Falaschi, a banda mostra tudo aquilo que os fãs do estilo adoram. Guitarras altas, solos, bends, vocais afinados, baixo encorpado e bateria alucinante. 
Esse é um álbum que os amantes da música “pesada” precisam ter em sua discoteca, afinal, não é sempre que uma banda lança um disco com tanta música boa e de maneira totalmente independente. Se você ainda não tem o seu, corra para adquiri-lo.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A partilha

Reprodução internet
Por André Fiori

A separação de um casal sempre vem acompanhada de muitos aborrecimentos. Um deles éa divisão dos discos. Aqueles CDs que vocês compraram juntos, ouviram juntos e que agora se tornam motivo de discórdia.

Na música “Trocando em miúdos”, Chico Buarque diz para a ex: - eu fico com o disco do Pixinguinha, o resto é seu. Na música “A Rita”, ele reclama que a mulher foi embora e além de seu coração, levou também o disco que mais gostava.

Não há uma receita infalível para uma partilha de CDs. Você com certeza terá que comprar vários deles novamente. Em compensação, dá para passar para frente os que ela (e) te deu e você não gostava, mas ficava sem jeito de falar.

A pessoa também pode sentir vontade de vender todos os discos que a fazem lembrar da (o) ex, mas aqui vai uma sugestão: espere um pouco. Depois que a raiva passar, você pode se arrepender. Terminou um namoro? Brigaram feio? E aqueles CDs que ficaram na casa dela (e)?
Namorados, namorados, negócios à parte. Esqueça os pudores e vá até lá buscar, mesmo que você tenha sido canalha. Afinal, buscar os discos na casa do (a) ex pode ser um ótimo motivo para quem quer reconciliação.

André Fiori é dono da maravilhosa loja Velvet CDs, na rua 24 de Maio, Centro de São Paulo. Há pouco mais de 10 anos, Fiori escrevia coluna que denominada "Atrás do Balcão", na revista Zero, uma das melhores a aparecer no mercado editorial nacional.


domingo, 7 de junho de 2015

Vencedores da promoção ‘Em maio todo janta pipoca na minha cidade’ recebem prêmios

Fotos: Canibal Vegetariano
Marcos José Ferraz, mais conhecido como Zé, e Alê Castro, foram os vencedores da promoção “Em maio todo janta pipoca na minha cidade”, realizada pelo programa A HORA DO CANIBAL em parceria com o zine/blog Canibal Vegetariano e Rádio Click Web. 
Para vencer a promoção, os jovens enviaram frases toscas. Zé escreveu: "Escravos Anões! Porque o trabalho engrandece”, e "Comi pipoca alucinógena, e vi o Picolo, no pico do Macaco Nikito", por Alex Leco, foram as duas mais toscas e escolhidas por nosso camarada Délcio Padovani Junior, como as piores e em nosso programa, as piores são as que vencem.

No primeiro dia de junho, Alê Castro recebeu seus prêmios das mãos do camarada César Bernucci, dono da Papelaria 29, parceiro da Rádio Click Web. No sábado (6) foi a vez de Zé receber os brindes. Cada jovem levou para casa CDs das bandas: Regredidos do Macaco, Perturba, Eyes of Gaya, Labataria e Bikini Hunters, esta última banda ainda concedeu duas camisetas para sorteio.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Qual é a música?

Arquivo Pessoal
Por André Fiori

É ruim quando você está atrás de alguma música ou disco que não sabe qual é. Aquela canção que ouvimos tocar em algum lugar e não sabemos o nome e nem quem canta. Pode ser um filme, em uma casa noturna, na rua ou no rádio, sei lá. Aqui na loja, inúmeras vezes nos deparamos com essa situação. Às vezes é preciso partir do nada. A pessoa começa cantarolar um trecho: “Olha, a música é assim: lá-ra-lá-lá-ri-lá...”. Nem sempre é possível acertar. Um procedimento muito comum é o cliente trazer uma fita K7 com a música em questão. Acho muito legal isso. Dá para sentir como no antigo programa do Silvio Santos: “Maestro Zezinho, duas notas, qual é a música?”. Na maioria das vezes consegue-se descobrir.
Uma vez uma moça com uma criança de colo vibrou ao saber que o que ela procurava era Pixies, “Here comes your man”. Levou dois segundos. Ela quis saber: “nossa, o cara nem cantou ainda, como adivinhou?”. Bom, essa foi fácil. O frustrante é quando, apesar dos esforços, não conseguimos descobrir o que é. Uma vez contei seis pessoas ouvindo uma fita (outros clientes também ajudaram) e não chegamos a conclusão alguma. Cada um falava uma coisa:
- Ah, isso aí é anos 80.
- Só pode ser banda inglesa e etc.
A cada pessoa que entrava na loja, eu perguntava: “Ei, amigo, por acaso você sabe o que é isso aqui?”. E rolava a fita novamente. Mesmo assim nada. Quando o cliente foi embora, ainda pedi: “Olha, quando você conseguir descobrir o que é, liga para gente e diz, ok?”.
E quando sei o que é, mas não consigo lembrar? Teve uma vez em que achei que não conseguiria dormir naquela noite caso não lembrasse o nome da bendita música. O clipe também ajuda bastante: “Olha, estou atrás de uma música. No clipe, o cara está andando na rua e esbarra em todo mundo”. Essa é moleza: “Bittersweet symphony”, do The Verve. Um comercial de TV também, às vezes, pode esclarecer o mistério. Lembra-se de quando “Fake plastic trees”, do Radiohead, tocava num comercial, onde aparecia um menino deficiente chamado Carlinhos? No começo, muita gente achava que era U2, outros, Suede. O Radiohead aumentou bastante sua popularidade devido àquela propaganda. Uma vez uma senhora entrou na loja e disparou: “Moço, o senhor tem a música do Carlinhos:”. E eu, distraído: “Que Carlinhos, Carlinhos Brown?”.


André Fiori é dono da maravilhosa loja Velvet CDs, na rua 24 de Maio, Centro de São Paulo. Há pouco mais de 10 anos, Fiori escrevia coluna que denominada "Atrás do Balcão", na revista Zero, uma das melhores a aparecer no mercado editorial nacional. 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Hutt: grindcore em ‘estado bruto’

Fotos: Canibal Vegetariano
Há mais de dez anos na estrada, a banda paulistana de grindcore Hutt se apresentou em Campinas no mês de fevereiro. Nós do Canibal Vegetariano acompanhamos a apresentação que foi um “arrasa quarteirão”. Dias após entramos em contato com o vocalista Marcelo Appezzato para fazermos a entrevista que você lerá a seguir. Além de Apezzato, a banda ainda tem Leandro na guitarra, André no baixo e Diego (baterista monstruoso) em sua formação. Durante o papo, falamos da história do quarteto, política e próximos lançamentos. 

Canibal Vegetariano: Desde o início em 2002, houve alguma mudança na formação? Em caso positivo quais foram e por quê?
Marcelo Appezzato: Começamos o Hutt como um trio, eu, o Leandro e o Choukri (ex-Presto) na bateria. Sem baixo. Em 2006 o Choukri saiu e a gente colocou o Diego e o André. Gravamos o Monstruário com essa formação. Em 2010 ou 2011 o Choukri voltou pra banda e o Diego saiu. Em 2013 o Choukri saiu de novo e o Diego voltou. Ou seja, uma confusão dos infernos.

CV: Quais as principais influências de vocês?
MA: Cara, vou falar por mim, pois cada um escuta suas coisas. Eu sempre curti punk/hardcore, crossover, death e thrash metal, pelo menos no que diz respeito as minhas influências como vocalista. Mas como fã de música escuto um monte de outras coisas, nem queira saber o quê (risos).

CV: Como é ter uma banda de grindcore no Brasil? Há espaços para shows, divulgação e venda de discos?
MA: Deve ser a mesma coisa que ter uma banda grind em qualquer lugar do mundo, cerveja morna como cachê, shows nem sempre lotados, poucas mulheres e muita roupa preta. A cena é pequena mas forte, e é tocada por algumas pessoas que fazem a diferença, seja tendo banda, promovendo shows ou principalmente: comparecendo em shows e comprando o material das bandas.

CV: Vocês estão na estrada há 13 anos. O que mudou de 2002 para cá? As mudanças foram positivas?
MA: Acho que a principal mudança foi na comunicação, por causa da internet. O público aumentou um pouco também e está mais diversificado. De resto não vejo muita coisa diferente. Pra gente, como banda, tá melhor.

CV: O que vocês planejam para o futuro?
MA: Tocar por aí de vez em quando, gravar mais uns discos, conhecer um monte de lugares e pessoas legais, experimentar uns aditivos diferentes e, principalmente, não chegar aos 3 maços de cigarro por dia.

CV: Quem é o público que acompanha o Hutt, é possível descrevê-lo?
MA: Como eu disse antes, o publico é mais variado atualmente, mas no geral são pessoas de cabeça aberta, que escutam variados estilos de música e que usam bermuda numa boa.

CV: Vocês tiveram alguns registros lançados fora do Brasil. Como rolou esse esquema e ele contribuiu para que vocês ficassem conhecidos no exterior?
MA: Contribui sim. Mas eu não lembro direito como foram feitos os contatos. Acho que os caras que lançaram escutaram, curtiram e quiseram lançar.


CV: Quem acompanha a banda saca que o som de vocês é rápido e com muito peso. Qual o estímulo após tantos anos de banda para seguir compondo música?
MA: Estimulantes poderosos (risos). Cara, acho que a vontade de fazer música juntos impera.

CV: Desses 13 anos, qual a maior furada que a banda se envolveu e também qual o ponto de maior orgulho. Tocar com algumas bandas gringas ajudam para crescimento profissional?
MA: A única coisa que tocar com bandas gringas me ensinou é que nem todos os seus heróis são legais. A gente já entrou em um monte de roubada, ainda entramos, mas hoje rola menos. Impossível lembrar de uma em especial.

CV: Qual a opinião de vocês sobre a atual situação política no Brasil? Isso interfere na música de vocês?
MA: A situação política no Brasil é uma merda desde que eu me lembro por gente. Tenho 35 anos mano. Duvido que algo vá mudar, pelo menos a tempo da gente ver. Espero que eu esteja errado. Claro que isso influencia, mas na maioria das vezes inconscientemente.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para considerações finais e “merchan”.
MA: Valeu pelo espaço mano. Logo mais lançamos o disco novo e um compacto Split com o Facada. Novidades na pagina do HUTT no Facebook https://www.facebook.com/huttgrind?fref=ts

GRIND ABRAÇO.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Garrafa Vazia esbanja 'litros' de punk rock

Fotos: Arquivo pessoal
A banda Garrafa Vazia é de Rio Claro, interior do Estado de São Paulo. Com muitos anos de estrada, a banda lançou recentemente o álbum "Back to Bacana". Devido a este fato, conversamos com os caras para saber mais sobre o trabalho e também como eles veem a atual cena, tanto no interior como no Brasil em geral. O papo na íntegra você confere abaixo.

Canibal Vegetariano: Vamos começar pela apresentação da banda: nomes, instrumentos, há quanto tempo estão juntos e houve alguma mudança na formação?
Hebert: O embrião do que viria a ser o Garrafa Vazia começou em 98, com o Mário Mariones (baixo e voz) e uns camaradas. A banda surgiu definitivamente em 2009, e em 2011 adotou a formação atual, comigo (Hebert) na guitarra e vocais e o Vadio comandando o batuque dos infernos.

CV: Quais são as principais influências da banda?
H: O punk rock 77 dá a tônica ao som da banda, mas cada um curte uma porrada de sons distintos, de Gories a Guilherme Arantes, e essa distinção nas influências acabam trazendo um gostinho de quero mais ao nosso som.

CV: Como rola o processo de composição das músicas e também das letras?
H: Rola de uma forma bem democrática. Geralmente o Mariones chega com as letras e melodias, aí nos os ensaios colocamos a “magia” de cada um, viradinhas malucas, solinhos propositalmente nas coxas e afins.

CV: Comentem sobre a cena de Rio Claro e cidades da região. Como está o atual momento para shows?
Mário Mariones: A cena de Rio Claro é fértil e 100% chapação. A cidade tem bandas fodas de punk rock, hardcore, metal, rock and roll. Posso destacar aqui algumas como Dezakato, Mordeth, Sacristia, Hal 9000, Marsh Gas. Do pessoal mais recente o Interceptor, Anguere, Funeral Sex, Carniceiro, Craniana, Coaggula, Head Bones, Delunes, Reagan, Foca Alada, o pessoal que toca em bandas de outras cercanias, como o Netão do Mullet Monster Mafia e o Matheus Campos do Krokodil. A cena é densa e prolífica, e o maior festival de Rio Claro é o Equinócio. Realizado anualmente, ele chega agora em sua décima quarta edição trazendo o Olho Seco e será uma grande honra para nós mais uma vez fazer parte do festival.
Já passaram por aqui Korzus, Ratos de Porão (em 2013, tocamos nesse dia, foi demais), Genocídio, Krisiun, só pra citar algumas. É um festival de caráter solidário, filantrópico que atrai uma legião de pessoas – e neste ano a entrada novamente será um litro de leite que será encaminhado ao Fundo Social de Solidariedade. A Antiga Estação Ferroviária vai tremer dia 9 de maio a partir da uma da tarde. Outro festival bacana é o Rock Feminino, que em sua última edição trouxe o Girlschool, com apresentação única e exclusiva no Brasil por aqui.
As cidades do interior de SP estão pegando fogo. Sabe aquela coisa de buteco, praça, farmácia e vizinhança na calçada, velhos amigos trocando ideia, tomando uma, curtindo um som? E é foda não citar São Carlos como um dos grandes centros catalisadores de toda essa usina - particularmente para nós do Garrafa. Ponto de encontro de amigos e bandas fudidaças. Inclusive é lá que estamos gravando nossos últimos trampos, com os irmãos da Pé de Macaco S/A, uma produtora audiovisual fodida, que faz a diferença.


CV: Como vocês veem o surgimento de várias bandas, de diversas vertentes do rock, principalmente no interior. Isso pode contribuir para aumento do público e também de locais para shows?
MM: Sem dúvida. Muitas bandas do barulho estão surgindo. É o velho ciclo de gerações em contínua formação e transformação. Quase sempre de forma solidária e criativa. Como diria o Hugo Brito, do Hippies not Dead: “o underground é construção”.

CV: Qual a principal “enrascada” que vocês entraram e qual o momento mais positivo de vocês como banda?
MM: Vixi, rolaram várias. No quesito bad trip: tocamos algumas vezes em São Paulo e no ABC nesses anos, e numa delas foi um pouco tenso, com o pessoal falando que uma gangue ia jogar bomba no local do evento, então o ambiente estava realmente contendo uma apreensão extra (risos). Em outras praias já rolou de sermos boicotados em festivais, geralmente pelo pessoal da mesa de som, que dá aquela tesourada no volume, sei lá porque, mas tudo isso é legal, faz parte.  Outra ocasião engraçada foi de um sujeito que viu a gente tocar num festival bacana e logo depois a todo custo insistiu que queria “empresariar” a banda e tal, cheio de conversa que “tinha um escritório e vários contatos”, daí a gente virou e disse “opa, firmeza”.
Momentos positivos foram alguns, bem agradáveis! Tocar com o Cólera e o Biohazard no Araraquara Rock em 2010 (conversámos na época com o Rédson sobre a possibilidade dele produzir um CD do Garrafa, e as conversações estavam adiantadas), tocar no extinto Porão em São Paulo com os punks cantando junto e pogando sem parar – ANIMAL - tocar em Santa Gertrudes no Revolution Pub, num festival organizado pela gente com uma puta galera e o lendário Excomungados tocando na sequência, tocar em Minas Gerais num festival muito massa (World Trash, grande festival!) junto com o Hippies not Dead, dividir o palco com o GBH em Americana, as sonzeras insanas em São Carlos, um bailão alucinante em São José dos Campos, outro em Avaré (no aniversário de 20 anos dos brothers do Ratazana) um rolê mágico em Rio Claro na casa de uns amigos, ao lado do mestres do Retaliatory de Belém fechando a noite, tocar ao lado dos irmãos destruidores do Shitfun de Petrolina, Pernambuco... são muitos momentos que a gente guarda com a maior alegria e satisfação. A gente é sem frescura, tranquilão, o que vale é a intensidade e a broderagem, o chão é nossa casa.


CV: Quem é o público que os ouve?
MM: Do ouvinte “macro” ao “micro”, e “para todas as idades”. Penso que é a galera que curte aquele som toscão, divertidão, mas é difícil rotular: talvez seja o pessoal que ouça rock and roll em geral (ou não), metal, punk rock, aquele rock cachaça torto, ou que ouve um som mais cru e sem firula. E tem os doideira lá da gringolândia também.

CV: Quais as metas da banda para os próximos meses?
MM: Vamos gravar um trampo novo agora em junho. E vamos soltar mais um split de inéditas ao lado do lendário Hippies not Dead, banda fodida de São Carlos, irmãos atuantes no underground desde 1995.

CV: Grato pelo papo e deixo espaço para “merchan”, críticas e o que quiserem falar.
MM e H: Nós que agradecemos, brigadão pelo espaço! Sempre escutamos o Canibal Vegetariano, queria inclusive aqui deixar um abraço ao Vareta Baqueta do Ação Tóxica, que foi quem me apresentou (Mariones) esse grande programa radiofônico que faz a alegria da galera nas noites de segunda. O blog é bem bacana também, mesclando sonzera com cultura em geral, jornalismo de prima. E no mais é isso aí capetada: valeu pela força! Ouçam nosso novo disco, “Back to Bacana”, e aumentem o som que o pogo é o fogo, união e fuleragem sempre! Abração!
Facebook: https://www.facebook.com/pages/GARRAFA-VAZIA/206708446038506?fref=ts 

domingo, 3 de maio de 2015

‘Se o rock não rola tanto é por culpa do público que não valoriza as bandas desconhecidas’, critica Pirocca

Fotos: Divulgação
Não é zoeira, a afirmação acima é do jovem Pirocca, de prenome Arthur, guitarrista e vocalista da banda Bikini Hunters, de Veranópolis, cidade que fica na serra gaúcha. Além dele, fazem parte do time o baixista Lenon Peruzzo e o baterista Davi de Lima. Recentemente o power trio lançou seu primeiro registro e desde então tem chamado atenção das pessoas que gostam de ouvir bom rock e música honesta. Para saber mais sobre o trabalho dessa gurizada, conversamos com Arthur, escrever Pirocca pegaria mal, que deu uma geral na história da banda.

Canibal Vegetariano: Algo que chama atenção na banda é o nome. Ele tem algum significado?
Arthur Pirocca: Acho que ele fala por si só. Bikini Hunters, um nome descontraído e que mostra um pouco o nosso lado brega cafajeste. O nome surgiu quando ainda nem tínhamos ensaiado juntos, veio das nossas influências da surf music e do bubblegum, mesmo sendo bem difícil ver garotas de biquíni aqui na serra gaúcha, devido às temperaturas negativas e tudo mais (risos).

CV: Há quanto tempo estão na estrada? Já passaram por alguma mudança na formação?
AP: Bicho, quando fazem essa pergunta eu até fico meio tenso, porque já estamos com nove anos de banda. Temos uma demo bem tosca (mas que temos muito carinho por ela e a galera ainda pede para tocarmos nos shows) gravada em 2006! Claro que paramos várias vezes, voltamos e até então nunca tínhamos levado a sério. Posso dizer que a Bikini Hunters começou a existir de verdade no ano passado, quando decidimos que ou fazíamos algo (um disco, saíamos tocando por aí e tudo mais) ou nem valia mais a pena ficar tocando só por tocar. Essa é a terceira formação. Só resta eu da primeira (devo ser chato afú!). Todo mundo virou gente séria e eu continuo nessa maldição que é o rock. O primeiro a sair foi o Vini (baterista) que decidiu se tornou aviador e deu lugar ao Davi. Algum tempo depois o Lenon entrou na banda no lugar do Gordo, que decidiu deixar a banda para casar, adotar 28 gatos e estudar engenharia. Coisas da vida. As influências mudaram mas o baile segue.


CV: Vamos falar sobre o disco de vocês. Como rolou o processo de gravação?
AP: A coisa foi extremamente rápida e divertida. Nosso mestre, Davi Pacote, chegou a comentar que no ritmo que estávamos indo era um possível recorde do estúdio. Em um sábado gravamos todas baterias e baixos. No domingo estávamos de ressaca, chegamos tarde ao Hill Valley Studios mas gravamos todas guitarras, com algumas participações fundamentais, como a do próprio Pacote e do Akiro (um grande amigo nosso). No outro fim de semana estávamos gravando as vozes e aí surgiu o Sérgio (Caldas) da Motor City Madness. O cara toca em uma das melhores bandas do Brasil e nem por isso deixou de ser humilde ao extremo. Chegou lá e cantou, deu pitaco, tomou umas quantas geladas e passou o dia inteiro lá com a gente. Fizemos uma baita parceria e até tocamos juntos no final do ano passado. Foram três dias de total diversão e que deixou gostinho de quero mais, fazer um novo álbum para logo!

CV: Quais as influências para composição das músicas e como surgem os temas para letras?
AP: As influências musicais são diversas. O Lenon gosta de sujeira, Motorhead e Nirvana, por exemplo. O Davi gosta de uns hardcores podreiras, tipo Ratos de Porão, Mukeka di Rato, mas também é bastante ligado ao rockabilly. E eu sou bem eclético, mas sempre acabo deixando tudo soar com uma pitadinha de Ramones. Então, a coisa é “bemmm” diversificada sonoramente. Sobre as letras, chegamos em uma fase muito foda da banda que estamos fazendo muita coisa juntos. Alguém lança uma ideia ou alguma coisa que aconteceu entre nós e as coisas vão sendo escritas por nós três (sempre com algumas biritas na cabeça, mas isso é detalhe). Ainda acontece de um ou outro levar alguma canção quase pronta, mas no final a gente sempre conclui em conjunto as canções, sem muito apego para xingar a música do outro ou elogiar.

CV: Como está sendo o trabalho de divulgação deste trabalho?
AP: Acho que isso foi surpreendentemente animador para nós. Entramos em contato com alguns blogs depois que lançamos o disco e a coisa foi se tornando uma bola de neve, um blogueiro via o disco no blog do outro e divulgava e assim sucessivamente, tanto que o disco já saiu há algum tempo e ainda tem gente falando dele quase toda semana. No soundcloud são aproximadamente mil plays por mês e querendo ou não, isso anima demais banda. A internet proporciona essas coisas, faz rádios de lugares onde nem dá para imaginar tocarem o nosso som, faz pessoas totalmente desconhecidas virem nos conhecer para bater um papo e dizer que gostam das músicas. Enfim, acho que só depois do disco estar pronto conseguimos entender uma das coisas mais legais do rock, que é conhecer muita gente bacana e que gosta de som igual nós.

CV: Aproveitem e comentem como está a atual cena rock não somente no município de vocês, Veranópolis, mas também no Rio Grande do Sul.
AP: No nosso município o pessoal é chorão e preguiçoso. Uns reclamam que não têm chance mas nunca gravaram nada realmente relevante, outros vivem naquela maldita onda de fazer covers para poderem tocar por aí. Acho que ao mesmo tempo que tem várias portas abertas e é só correr atrás, o pessoal está um pouco acomodado; nós somos um exemplo disso! Olha quanto tempo ficamos praticamente “parados”, mas quando começamos a nos mexer as coisas começaram a acontecer. Bandas boas têm por todo canto aqui no RS, a citada anteriormente, Motor City Madness, é uma pedrada e estão rolando pelo Brasil todo, a Flanders 72 voltou de turnê na Europa não faz muito tempo, algumas bandas focam mais em tocar aqui no sul mesmo (Os Horácios, Júlio Igrejas, Os Torto), e vejo que tem várias bandas legais pra caramba que também estão gravando e correndo atrás, a Estive Raivoso é um exemplo delas. Enfim, acho que tem muita banda acontecendo e fazendo um som honesto aqui no Sul (e isso é o mais importante). Mas “eu também vou reclamar” e dizer que se o rock não rola tanto por aí, é por culpa do público que não valoriza as bandas “desconhecidas” ou de som autoral; preferem ver um cover, ou pagar ingressos caros para ver bandas “consagradas” antigamente e que hoje já não lançam mais nada de legal e fazem shows bem sem energia.

CV: Quais as próximas metas de vocês?
AP: Cara, deixa a “ceva” gelando que logo, logo estamos por aí um barulho (risos). Esse papo de nos largarmos por aí fazendo som é uma constante nos ensaios, deixamos o show redondinho e agora o foco é tocar. O disco foi uma grata surpresa e nos animou muito. Aquele medinho ou comodismo de não sair por aí para tocar por ser uma puta função (e acreditem, é!), não está mais rolando com a gente. Só queremos tocar em todo canto, finalmente percebemos que funcionamos assim, na pressão, marcando e fazendo as coisas e depois pensando nas consequências. Nunca botamos muita fé no nosso próprio som e acho que esse foi um grande erro, o que descreve bem isso, foi um dia que um de nós da Bikini, não lembro quem, estava com um disco físico nosso (sonho realizado) na mão e disse: “bichosss... se essa banda não fosse nossa, eu ouviria ela com certeza!”. Gostamos realmente do que fizemos, estamos felizes por estarmos tocando com bandas que curtimos para caramba e continuamos compondo sem parar. Achamos que os novos sons que estão surgindo estão ainda mais divertidos, têm um jeitão todo nosso (no disco que lançamos ainda dá pra perceber algumas coisas bem “ramônicas”). Então, queremos tocar sem parar até o fim do ano, para chegarmos lá e podermos gravar coisas novas e ainda mais legais.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para “merchan” e considerações finais.
AP: Nós é que agradecemos o apoio de sempre, é um enorme prestígio a Bikini Hunters ser curtida por um cara que entende tanto de som quanto tu. Então, vamoooosss ao business:
O Facebook é legal porque a galera dá umas risadas com as nossas asneiras, anda vindo um pessoal bater papo com a gente (e isso é foda demais!), têm bandas querendo marcar uns rolês juntos, galera comprando discos e camisetas, enfim, dá um “like” na “page” que coisa toda acontece lá: www.facebook.com/bikinihunters
E óbvio, aumenta todo o volume do teu som e ouçam a Bikini Hunters: soundcloud.com/bikinihunters
VAMOOOOSSSSSS NÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓSSSSSSSS!!!!

Impressões sobre o disco 'Bikini Hunters' 

São nove canções em 25 minutos, uma mistura de power pop com punk rock, assim pode ser definido o som do trio da serra gaúcha Bikini Hunters. Em seu primeiro álbum, a banda mostra várias influências ao longo das faixas que foram gravadas nos estúdios Hill Valley.

Das faixas que compõem o disco, o destaque vai para “Bárbara”, que tem os elementos citados acima e a letra é muito boa, os caras falam sobre uma garota argentina fã de Ramones. Outra que se destaca é “Hot rod king”, com participação do vocalista e guitarrista da Motor City Madness, Sérgio Caldas. Ele ainda participa das faixas “Não tive tempo” e “Tudo o que eu queria”. Além do responsável pela voz do Motor City, Akirão e Pacote também participam do disco com guitarras e teclado.

Como todo bom registro musical precisa de arte e boa gravação. A qualidade do trabalho é muito boa assim como a arte da capa mostra um pouco do perfil da banda, música para diversão. O encarte vem com todas informações e as letras para que o fã acompanhe junto com a banda as belas canções ali registradas. Para o primeiro registro feito de maneira independente, os caras merecem todos os parabéns e nosso respeito. 

sábado, 2 de maio de 2015

Galinha Preta e Olho Seco ‘arrebentam’ na abertura do ‘Maio Cultural’

Fotos: Canibal Vegetariano
O 1º de Maio, quando se comemora o ‘Dia do Trabalho’, foi de descanso e festa para muitos trabalhadores, menos para algumas pessoas que trabalharam na abertura do “Maio Cultural” em Bragança Paulista ou que foram ao local para fazer a cobertura do evento, como os casos de nosso camarada Will Edu e deste que escreve estas mal traçadas linhas.
Final de tarde de outono, temperatura amena e nós na estrada prontos para ouvir muito rock. Quando chegamos, a primeira banda escalada para tocar, Lesão Corporal, estava no final de sua apresentação e com isso não podemos tecer qualquer comentário a respeito da apresentação dos garotos.
E em eventos deste tipo sempre encontramos os camaradas de show e estrada. Enquanto os jovens bragantinos da banda “Ranho” se apresentavam, aproveitamos para pôr o papo em dia com German Martinez, do Raro Zine, e Diego do DuoFox, além dos camaradas do Merda e do Leptospirose. Com o som dos garotos ao fundo, notamos que a banda é boa e os guris têm jeito para o lance do “rock pesado”. Rodas e pogos foram vistos durante quase toda apresentação. Essa é uma banda que precisamos “ficar de olho”, pois promete.
Após apresentações de bandas locais, chegou a vez dos brasilienses da Galinha Preta. A banda que atualmente é um quinteto subiu e fez valer a espera de muitos por sua apresentação. Riffs de guitarra, bateria sendo espancada na medida certa e Frango, o vocalista, mostrou ótima performance como “band leader”.
Enquanto estiveram no palco os brasilienses fizeram a alegria de muita gente no Ciles dos Lavapés. Do repertório da banda os caras mandaram quase todos os sons e não faltaram as clássicas como “Padre baloeiro”, “Ninguém nesse mundo é porra nenhuma”, “Roubaram meu rim” e “Música de trabalho”, uma singela homenagem à maioria dos “engravatados” de Brasília que finge que trabalha. Show nota 10 e como tudo que é bom dura pouco, ficamos insatisfeitos, no bom sentido, pois queríamos mais sons da Galinha.
Mesmo com o final do show do quinteto, a quase fria noite de outono ainda prometia mais, afinal, uma das bandas mais clássicas do Brasil e da história do punk se apresentaria pela primeira vez em terras bragantinas, Olho Seco, com seus 35 anos de história.
No palco, o quarteto paulistano liderado por Fabião, como é mais conhecido, matou a sede de punk rock de garotos e pessoas de meia idade que cresceram ao som da banda. Com o público ensandecido, Fabião deu uma aula de carisma e a todo momento abaixava-se para deixar as pessoas participarem do show e cantarem com ele grandes clássicos como “Botas, fuzis, capacetes”, “Nada”, “Sinto”, “Olho de gato”, “Que vergonha” e o som que todos pediam a todo momento: “Isto é Olho Seco”.
Após uma avalanche de clássicos, restou-nos apenas pegar um registro com Frango, vocalista da banda Galinha Preta, que além de entrevista para o programa A Hora do Canibal, doou três CDs para a galera do Canibal Vegetariano. Ao final de tudo, estrada e um longo caminho até Itatiba, que cada dia mais parece uma ilha, pois em nossa cidade não temos eventos como este “Maio Cultural” que teve apenas seu primeiro dia. Até dia 31, Bragança Paulista terá shows, oficinas, workshops, debates, palestras, tudo em busca de fortalecimento de parcerias para que cada vez mais sejam valorizados os coletivos e grupos culturais daquele município.
Ainda sobre o primeiro dia de evento, é importante frisar que em um show como este é a qualidade de som, luzes e estrutura para realização dos shows foram impecáveis. O público compareceu em bom número e o evento foi muito organizado, tudo estava encerrado antes das 22h e não houve atrasos para apresentações. E o mais importante, todos se divertiram e não houve qualquer incidente. Que este festival sirva de exemplo para outros municípios.

domingo, 26 de abril de 2015

‘Presente de Natal’ aos apreciadores de rock e música instrumental

Fotos: Canibal Vegetariano
Nossa última visita ao Quintal do Gordo, em Campinas, rendeu ótimos frutos. Além de ouvirmos boa música, entrevistamos duas ótimas bandas que estavam de passagem pelo Estado de São Paulo. Além da Motor City Madness, conversamos também com Foca, guitarrista e tecladista da Camarones Orquestra Guitarrística que recentemente lançou o novo álbum “Rytmus Alucynantis”. Além do novo disco, falamos sobre turnês e divulgação do novo trabalho. Nas duas entrevistas tivemos o apoio do nosso sócio Will Edu.

Canibal Vegetariano: Cara, como rolou o processo de gravação do álbum “Rytmus alucynantis” e como está a divulgação deste trabalho?
Foca: Estamos no início da turnê, fizemos alguns shows de aquecimento em janeiro antes do lançamento do disco. Em fevereiro, no final do mês, lançamos o álbum e agora estamos em uma turnê pelo Sudeste. Além destes shows teremos mais 50 datas e vamos para o Norte, Centro Oeste e Europa. Somos uma banda de rock instrumental mas brinco que somos mais rock do que instrumental devido aos elementos que misturamos em nosso som e pelo lado festivo de nossa música.

CV: Como vocês veem a cena do interior paulista?
F: Hoje deve ser a região de mais fácil circulação durante a semana. Quando viajamos para cá tocamos todos os dias, segunda, terça quarta... tem grandes cidades próximas e isso facilita o trabalho e acredito que atualmente é um dos circuitos mais legais para tocar.

CV: Fale um pouco sobre a turnê que farão pela Europa.
F: Será nossa segunda viagem, em maio do ano passado fizemos 15 shows e este ano triplicou.  Desta vez faremos em duas etapas. Entre maio e junho vamos tocar em vários países mais dois shows, em Liverpool e Barcelona, são os que mais destacam-se. As datas estão bem legais e recebemos convites aleatórios para as apresentações. Na segunda parte, em setembro, faremos Alemanha, França, Suíça e Áustria. Para esta parte da turnê o convite partiu de nosso selo de Berlim.

CV: Há algum tempo percebemos que as bandas instrumentais estão em alta no país e vocês são uma prova. Como encara isso?
F: A vantagem de ser instrumental fora é que não teremos a barreira da língua. Quem canta em português às vezes não consegue espaço fora e quem toca aqui e canta em inglês às vezes não tem tanto espaço. Mas ser instrumental também pode ser limitado. Mas fazemos rock e nos últimos anos o Brasil apresentou inúmeras bandas instrumentais que não saíram do jazz do erudito e isso contribui com a popularização do som.


Impressões sobre “Rytmus alucynantis”

Pense em um disco que te faça rir, chorar, dançar, agitar e até mesmo filosofar. Agora, pense que você faz tudo isso sem ouvir uma palavra? Conseguiu? Se não, é porque ainda não ouviu a pérola que a banda potiguar Camarones Orquestra Guitarrística lançou em fevereiro deste ano, denominado ““Rytmus alucynantis”.
Com 11 faixas, o quarteto dá uma aula de rock’n’roll em pouco mais de meia hora de música que vai desde um rock direto e cru até mesmo a ska com leves pitadas de eletrônica tiradas de um teclado muito doido utilizado por Foca, que também é um dos guitarristas da banda. No novo álbum, os músicos mostram bom entrosamento assim como ocorre nos shows e a pegada em estúdio é muito boa e faz com que eles consigam reproduzi-la muito bem ao vivo. Dentre as canções, “Silêncio, barulho a vista”, “Apocalypso”, “Rytmus alucynantis” e “Down the ball” estão entre os destaques.
Assim como todo álbum de banda independente, na atualidade a qualidade sonora não deve em nada para bandas que sejam de gravadoras. A arte também é espetacular mas o mais importante de tudo são as canções e elas são simplesmente sensacionais. Se você ainda não tem, o que está a fazer que não adquiriu? 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O rock insano que vem dos pampas

Fotos: Canibal Vegetariano
 Depois de um hiato de dois anos, a banda gaúcha Motor City Madness lança seu segundo álbum, intitulado “Dead City Riot”. Lançado no início deste mês, a banda logo na primeira semana fez shows de divulgação do novo trabalho em shows pelo Estado de São Paulo. Acompanhamos apresentação da banda em Campinas e antes do show conversamos com o vocalista e guitarrista Sérgio Caldas que falou sobre o disco e outros assuntos referentes a banda.

Canibal Vegetariano: Fale sobre o lançamento do novo álbum?
Sérgio Caldas: Foi lançado em 6 de abril com 11 músicas. Depois de dois anos sem nenhum lançamento, trocamos de formação. Com isso resolvemos gravar o disco e “cair” na estrada, pois não há final de semana em Porto Alegre. Gravamos tudo em 12 horas e o disco está uma “pedrada”. É Motorhead na cabeça!

CV: Ao citar Motorhead, podemos dizer que é a principal influência?
SC: Cara, cada um curte um lance diferente na banda, um é metaleiro, outro curte stoner, eu curto muito punk rock, para caralho, trash velho... Mas temos algumas coisas de MC5, vocais podres, gritos, mas neste novo disco tem algo de Radio Birdman entre outras bandas. Ao todo o novo álbum dura 23 minutos com 11 músicas.

CV: O disco será lançado em CD?
SC: Depois do ensaio conversávamos sobre isso e fomos para minha casa onde rolam as promoções. Durante o papo, vimos que rolava promoção de passagem aérea e marcamos os shows no interior de são Paulo. Depois disso gravamos e mandamos ideia para o (Daniel) ETE fazer a capa e de repente lançamos em formato virtual e temos o físico também. Quando decidimos fazer o disco tínhamos nove músicas prontas. E o mais louco é que marcamos o lançamento antes de gravá-lo.

CV: Por que escolheram lançar o disco no interior do Estado de São Paulo?
SC: Cara, temos experiências anteriores e aqui tem uma parada legal e nos sentimos em casa. Tocamos em Sumaré e parecia que estávamos em casa. Em Sorocaba rolou em um bar com churrasco e agora o Quintal do Gordo (Campinas). O lance é tocar o máximo possível longe de casa pois sentimos que a galera tá meio carente desse “rock pau duro”, em que a banda chega vomita e vai embora, meia de show e já era. Essa é a parada e temos divulgação na internet e deixamos claro que se alguém colocar 50 pessoas, junta os amigos, eles pagam a viagem. Além de tocar, conseguimos divulgar o disco e mantemos a banda.

CV: Como está a cena no Rio Grande do Sul?
SC: Cara, tá uma bosta! Teve uma época bem boa de Porto Alegre, em que foi chamada “terra do rock”. Atualmente temos umas bandas legais como Bikini Hunters, Phanton Powers, Big Flamingos que fazem a gira direto conosco. Mas tem muito cover, essa punheta que deixa nego acomodado e se não for isso o cara pensa que não dá público. Tocamos direto, mas não tem tanta gente que faz o “corre” como antes. A cada cinco anos o público muda. Temos as mídias, temos que divulgar para a molecada, não para meus amigos bancários, administradores. Mesmo assim levamos as bandas, tentamos o Drákula, quem sabe eles irão.

CV: Agradecemos o papo e vida longa ao Motor City...
SC: Cara, agradeço mais uma vez o espaço no blog e no programa, sempre é bom voltar a Campinas, onde temos muitos amigos. Aproveito a oportunidade para dizer aos caras que continuem com o trampo... vai dar merda, vai gastar dinheiro, vai brigar com a mulher, a mãe vai xingar, mas se a parada for verdadeira dará certo. Tu não irás ficar milionário mas terá muita experiência de vida. Ouça as bandas que tocam no programa e comprem nosso novo disco.

Impressões sobre ‘Dead City Riot’

Em entrevista ao blog e ao programa A Hora do Canibal, Sérgio Caldas, vocalista e guitarrista da Motor City Madness definiu de maneira bem interessante o som que sua banda faz: “rock pau duro”. Se isso quiser dizer bateria sendo espancada, ótimos riffs de guitarra, baixo preciso e com “peso”, ele tem toda razão. Afinal, em pouco mais de 20 minutos os caras botam para quebrar em 11 faixas.
Dois anos depois do lançamento do primeiro álbum e com Fabian Steinert como novo guitarrista, os caras apresentam maturidade e fúria ao mesmo tempo. A maturidade pode ser explicada pois não há nada solto no novo disco, ele é o que chamávamos há alguns anos de “disco conceitual”. Se tu quiseres saber o que é, não vamos entregar o jogo, terás que ouvir cada faixa, cada riff, cada passagem de baixo e virada de bateria. Entre as faixas, difícil citar uma que seja destaque, não há, todas te deixam sem fôlego com dores no pescoço.
Sobre a parte técnica é dizer que tudo está em seu lugar, o álbum foi muito gravado e este disco passa sentimento, causa impressão que foi gravado ao vivo, qualidade para ninguém reclamar e não dever nada para qualquer banda ou gravação estrangeira. Outro ponto positivo é a arte. Outro ótimo trabalho do “mestre das caveiras” Daniel ETE, com andarilhos, mortos-vivos e todo belo caos que sua arte retrata. Por isso, não perca mais tempo e adquira já o seu antes que acabe! 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Promoção ‘monstro’ no programa A HORA DO CANIBAL

 Galero, em maio o programa A HORA DO CANIBAL, em parceria com o blog Canibal Vegetariano e Rádio Click Web, entregará prêmios aos ouvintes e leitores.
Duas pessoas com sorte serão presenteadas por meio da promoção “Em maio todo mundo janta pipoca na minha cidade”. Para participar basta enviar e-mail para zinecanibal@hotmail.com com uma frase bem tosca, foto, vídeo, montagem ou qualquer outra parada. Para receber o prêmio a pessoa terá que ser criativa em relação ao quesito pipoca. Envie quantos e-mails quiser, não há limite para o absurdo.

Na última segunda-feira de maio, 25, serão conhecidos os vencedores. Ressaltamos que para ganhar em nossa promoção vale originalidade e tosqueira. Veja o que poderá receber: 1 camiseta e 1 CD da banda Bikini Hunters de Veranópolis/RS; 1 CD da banda Regredidos do Macaco, 1 da banda Perturba, ambas de Várzea Paulista/SP, 1 CD da Labataria de Campinas/SP e 1 da banda Eyes of Gaya, Itatiba/SP.
Caso você não more em Itatiba, receberá os brindes sensacionais no conforto de seu lar totalmente grátis. Envie já seus e-mails amiguinhos.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Mozine fala sobre novo disco da Mukeka di Rato

Fotos: Canibal Vegetariano
Fábio Mozine, baixista da banda capixaba Mukeka di Rato e dono da querida Laja Records, atendeu pedido do fanzine/blog Canibal Vegetariano e respondeu algumas perguntas sobre o novo trabalho de sua banda, "Hitler's dog Stalin rats". Ao final do papo você pode conferir resenha do novo álbum do quarteto.

Canibal Vegetariano: Moz, nos explique como surgiu este tema para o novo álbum de vocês. Por que “Hitler’s dog Stalin rats”?
Fábio Mozine: Desde sempre, desde 1995, o crust foi um estilo muito presente na vida dos integrantes do Mukeka di Rato, tanto que o nome da gravadora é Laja, com trema, etc.  Sempre fizemos mais músicas nessa pegada em todos os nossos discos, mas sempre com as outras influências do Mukeka presentes, algumas mais distante como tipo “uns Nirvana”, que a gente escutava. Também escutava bandas como Operation Ivy, por isso tentava fazer uns skazinhos, etc. Quando decidimos fazer um disco focando mais no grind, no crust, eu andava lendo muito sobre segunda guerra mundial, tava cheio de livros, aí emprestei alguns para o Sandro (vocalista), incluindo um que faz um breve resumo da segunda guerra e um que fala especificamente sobre a polícia secreta de Hitler e também um sobre Stalin.  Depois daí apareceu a letra do Sandro, e atualmente, nessa guerrinha nojenta de classes que temos vivido em nosso país, acho que coube com uma luva.

CV: Das 8 faixas, a maioria é em inglês. Algum motivo especial?
FM: Nenhum motivo. Não queremos vender mais lá fora, inclusive penso que gravadoras lá de fora até preferem as bandas que cantam em português, não vamos fazer tour lá fora, porque não temos tempo nem tanta disposição... ou seja, foi apenas por vontade própria mesmo, para testar, tentar, ver como ia soar, etc. 

CV: Como rolou o processo de gravação desse disco? Em comparação com os outros ele é mais “rápido” e “pesado”.
FM: Esse lance do rápido e do pesado não foi definido no processo de gravaçãoo e sim no processo de criação e concepção do disco.  Na gravação apenas colocamos em prática nossa ideia, que foi extremamente bem captada e aceita pelos irmãos Fernando e Daniel Ganjaman.  Tivemos que abrir mão de alguns avanços tecnológicos, alguns conceitos de gravação, de timbragem, usamos alguns microfones que não são usados, tudo isso pra chegar exatamente aonde a gente queria, inclusive, utilizando som de linha numa guitarra, e por aí vai...

CV: A versão que fizeram para “Guerra desumana” do Ratos de Porão ficou muito boa. Como rolou essa escolha? E a participação de João Gordo em “Full metal jacket”?
FM: O Gordo está em constante contato conosco, mas principalmente comigo pelo fato de trabalharmos muito com o RDP (Ratos de Porão) e Laja.  Então o contato com ele para fazer a “Full metal jacket” foi bem fácil.  Em relação ao cover caiu como uma luva também. Haviam sete músicas e eu achava pouco, então buscamos um cover, sempre foi vontade gravar Ratos e essa música também seria usada para tributo ao RDP volume 2, então juntou tudo.

CV: Como está sendo o trabalho de divulgação? Haverá turnês deste novo trabalho? Viagens ao exterior?
FM: Não fazemos mais viagens ao exterior com o Mukeka di Rato, acho muito improvável que haja novamente uma tour do Mukeka fora do Brasil.  Também não fazemos mais tours no país, o que vai acontecer são shows nas capitais, principalmente aos sábados.  Já temos convite para tocar em praticamente todos os locais e em breve vamos começar a marcar as datas.


CV: Quais os próximos projetos da Mukeka di Rato?
FM: No meio desse ano vamos gravar um split 7” com a banda Tropiezo, de Porto Rico.  Esse 7”  será lançado apenas nos EUA (Estados Unidos), mas óbvio, vai ter cópias por aqui para distro.  Já temos também parte da concepção do nosso novo disco que vai se chamar “40 carnavais em uma noite” mas não tenho nem ideia do que pode sair daí, nem quando. Alguns amigos que acompanham a banda há muito tempo gostaram muito desse disco novo, afirmam ser o melhor, porém, alguns fãs do Mukeka não gostaram muito, ou não entenderam, ou não conhecem essas referências ou simplesmente não gostaram mesmo do “Hitlers”.  Bom, tenho medo do que essas pessoas vão achar do 40 carnavais...



Impressões sobre ‘Hitler’s dog Stálin rats’
Läjä Records

Um Mukeka di Rato mais rápido e agressivo, assim pode ser definido o novo disco do quarteto capixaba, denominado “Hitler’s dog Stalin Rats”. Ao todo são oito faixas em pouco mais de 14 minutos.
A faixa de abertura do disco que dá nome ao álbum é uma “porrada na orelha”, como diz Gastão Moreira, a música é uma das mais lindas já compostas pela banda. Peso, fúria e agressividade na medida certa que ao vivo deve fazer com que a galera abra enormes rodas de pogo.
E assim segue o álbum, com guitarras distorcidas e com uma “sujeira” que não é comum ouvir em gravações atuais. Os vocais de Sandro seguem a linha mais “porradaria brutal” e apresenta uma fúria jamais imaginada. As letras, a maioria está em inglês mas há músicas em português espanhol e italiano. Outros pontos positivos são a participação de João Gordo, vocalista do Ratos, na faixa “Full metal jacket” e a versão do Mukeka para “Guerra desunama”, do RDP.
Sobre a gravação e o trabalho no estúdio basta dizer que tudo está muito nítido e um instrumento não encobre o outro como pode ocorrer. Gravação de primeira qualidade. A arte da capa é algo obscuro e tem tudo a ver com a proposta musical apresentada pela banda. Se você ainda não tem esse disco, corra para loja mais próxima de sua casa ou faça o pedido direto com a Läjä Rekords pelo e-mail: lajarex@uol.com.br 


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Manifestação roqueira no Quintal do Gordo

Fotos: Canibal Vegetariano
Enquanto muita gente saiu às ruas no domingo (12) para pedir a saída de Dilma Rousseff (PT) do governo, nós do Canibal Vegetariano deixamos essa pseudomanifestação de lado e fomos ao Quintal do Gordo, em Campinas, onde haveria apresentação de três ótimas bandas do cenário independente nacional: Drákula (Campinas), Camarones Orquestra Guitarrística (Natal) e Motor City Madness (Porto Alegre).

Antes que alguém escreva bobagens ou ofensas contra nós, deixaremos bem claro que não aprovamos o governo de Dilma mas acreditamos que a saída dela ao invés de melhorar pode piorar ainda mais pois não sabemos as reais intenções de quem está por trás desse manifesto.

Deixemos isso de lado e vamos ao que interessa. Noite de outono muito agradável em Campinas e antes das apresentações da banda, falamos com Sérgio Caldas, vocalista e guitarrista da Motor City Madness, Foca, guitarrista e tecladista da Camarones e com o anfitrião Felipe Gonzales, dono do Quintal do Gordo.

Após entrevistas marotas que rolarão no programa A HORA DO CANIBAL e também neste blog, fomos conferir o rock’n’roll. A primeira banda a se apresentar foi a gaúcha Motor City Madness. Há uma semana os caras lançaram o segundo álbum denominado “Dead city riot”. E o que esperávamos ocorreu. Os caras mandaram em pouco mais de meia hora uma seleção absurda de rocks do novo disco e também da “bolachinha” de estreia. Com muitos riffs, baixo preciso e bateria sendo espancada, os gaúchos foram ainda melhores do que a primeira vez que se apresentaram em Campinas há dois anos.


Depois de uma aula de rock, a segunda banda foi a Camarones. Vimos a apresentação dos potiguares em setembro do ano passado em Bragança, durante o Cardápio Underground, e no domingo o que havia nos surpreendido de maneira positiva desta vez foi ainda mais. O clima no Quintal estava muito quente e o quarteto com seu rock instrumental não deixou a galera parada e mostrou porque os gringos estão de olho neles e passarão muito tempo em turnês pela Europa ainda este ano. Rock com alma e competência, esta é a marca da banda que fez uma apresentação ainda melhor do que vimos há alguns meses.

Após dois shows que nos deixaram de “queixos caídos”, a banda encarregada de encerrar a excelente noite de rock foi a campineira Drákula. Em casa e com torcida/plateia a favor, os campineiros fizeram um show certeiro, com pegada mais punk do que o normal e desfilaram vários sons conhecidos e a música “Massacre a meia noite” que estará no novo álbum que está prestes a ser lançado. Com o flerte entre punk, surf e garage rock, o Drákula é uma das melhores bandas nacionais em ação com a volta de “Lobisomem” atrás dos tambores, o quarteto mascarado, no bom sentido, ficou com um tom nostálgico e ao mesmo tempo um frescor de que o rock dos campineiros tem muitos frutos para dar.

Com três ótimos shows, nosso camarada Eduardo Wish, da banda Regredidos do Macaco, fez um comentário muito feliz ao final das apresentações: “com tanta banda boa que temos, ainda somos obrigados a ouvir que o rock morreu”. Ele tem razão, uma declaração como esta só pode vir de pessoas não acompanham as bandas independentes, pois música boa temos, basta a pessoa ter um pouco de vontade e ir atrás de informações. Ao final, só nos restou voltar para casa e pensar nos próximos shows que virão. 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Rock do Nordeste ao Sul do Brasil: Quintal do Gordo é a parada


Diego Marcel
Unidos pelo rock, três bandas de diferentes regiões do país se apresentam neste domingo (12) em Campinas. Os anfitriões da cidade, Drakula, recebem o Camarones Orquestra Guitarrística de Natal/RN e Motor City Madness de Porto Alegre/RS. 
Os visitantes voltam a Campinas para o lançamento de seus novos discos, os potiguares seguem em turnê do trabalho “Rytmus Alucynantis” lançado fisicamente na América Latina e Europa, já os gaúchos do Motor City Madness promovem o álbum “Dead City Riot” lançado virtualmente esta semana na internet.

Além da apresentação das três bandas haverá discotecagem com discos de vinil e venda de material independente.

Serviço:

Data: 12/04/2015(domingo) 
Horário: a partir das 16h
Ingressos: R$ 13 (somente no local)
Local: Quintal do Gordo
Endereço: Rua 7 de setembro,553 Vila Industrial, Campinas/SP Evento no Facebook: http://goo.gl/ZsX42B

Marino Pietro                                                                                                                                                                        Doni Maciel

Caso ainda não conheça o som das bandas, acesse o link para ouvir o programa 227 d'A HORA DO CANIBAL onde rolou músicas e comentários sobre este evento. http://ahoradocanibal.podomatic.com/entry/2015-04-06T20_48_19-07_00