sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O baile debutante do Leptospirose!

Leptospirose em show de comemoração de 15 anos da banda.
Fotos: German Martinez
Por German Martinez

Já que era para comemorar, os bragantinos tiveram a chance de ver quatro bandas durante à noite de domingo (17). A primeira já bem afiada era o Drákula, ícone do garage surf de Campinas, que não poderia ficar de fora, não só pela qualidade do show ou pela amizade com o Leptos, e que agora tem o próprio Serginho na bateria.

A brasa fervia dentro do Farol Bar, com o Drákula que trouxe seu lado horror nas canções em faixas como "Cidade assassina", "Gorila perez", davam aquela agitada no público que achava aquilo desconhecido.

O quarteto francês Alarm, trouxe todo seu potencial do post punk, com ar logicamente europeu, aquele de fazer bater o pé conforme a música e dançar mesmo que fosse sozinho. Faixa como "I Wait" deu uma levantada no astral do recinto.

Os caras do Head Ache com anos de estrada no circuito metal, agora estavam de volta, com algumas mudanças de integrantes. Agradaram os headbangers presentes.

E para fechar a noite, os 15 anos de Leptospirose passaram por inúmeras faixas de toda a carreira. A casa estava com uma boa galera para ouvir a banda disparar canções como "O instrumental vai pro I Shot Cyrus',"Prometo não parir pôneis","Exercise".

Os campineiros do Drákula foram os responsáveis pela
abertura da festa
Enquanto Brown explicava o porquê de muitas canções e do espaço aberto ao show, a velocidade “comia” solta, onde até se abriram rodas de pogo. Destaque total ao pessoal de Campinas que compareceu e cantou muitos sons como Artie Oliveira, vocalista da Don Ramon, em “Aqua Mad Max”, e Zazá na batizada "Bar do Zé"!

O público que veio de várias outras cidades ficou até o fim. O show teve espaço para fechar com Mike, do Kollision, que mandou "Ace of spades".

Parabéns ao Leptospirose e que venham mais noites como essa!

German Martinez é editor do portal de música independente Raro Zine

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Comece 2016 com Merda no som!

Começamos 2016 mas precisamos falar sobre 2015, afinal, foi no final do ano que findou-se há pouco que os capixabas do Merda lançaram mais um Split, desta vez com os estadunidenses do F.O.D. (Flag of Democracy), em vinil 7 polegadas. O que recebi é lindo, vem na cor marrom, que faz jus ao nome da banda brasileira.

Sobre o som, a “bolachinha” traz tudo aquilo que estamos acostumados e gostamos de ouvir. O Merda apresenta cinco músicas, todas daquele jeitão, guitarras e bateria rápidas, baixo marcante e muitos vocais de Rogério Japa e algumas das canções com referências à música japonesa.

Apesar do lançamento ter ocorrido somente em 2015, o Merda fez as gravações das canções em 2013 no Costella Stúdio e com trabalhado capitaneado por Chuck Hipolitho. A capa, de acordo com Mozine, guitarra e vocal do Merda, o desenho foi feito por sua mãe, em algum ano da década de 1970, sem qualquer efeito de drogas.

FOD/ O lado do vinil que pertence aos estadunidenses do F.O.D. tem quatro canções e todas remetem muito ao hardcore que era feito nos Estados Unidos no início dos anos 1980, afinal, a Flag é uma banda com mais de 30 anos de carreira. São músicas curtas, diretas e que com certeza anima qualquer tarde entediante ou festinha com amigos. O lançamento do vinil em sete polegadas é uma parceria entre Läjä Records e SRA Records.   

INOCENTES/ Outro disco adquirido no final de 2015 foi o relançamento do clássico “Miséria e Fome”, dos paulistanos do Inocentes também em vinil 7 polegadas, mas o deles na cor cinza. Com fotos e encarte o disco é um belo relançamento.

O lado A do vinil traz somente a música “Apenas conto o que eu vi (o que senti). Fúria punk em poucos acordes, com apenas a guitarra de Clemente e os vocais de uma grande lenda do punk brasileiro Ariel.

O lado B é diferente e tem três canções. A abertura fica a cargo de “Morte nuclear”. Em seguida vem “Aprendi a odiar”, com flerte dos punks com o hardcore e o disco termina com a maravilhosa “Calado”. Em três faixas rápidas, o ouvinte tem ideia do que era o punk feito nas periferias de São Paulo.

GAROTOS PODRES/ Lançamento de destaque do ano passado foi o CD “Saúde e Trabalho”, da banda Garotos Podres. Sem Mao nos vocais, a banda tem à frente Gildo Constantino. Com voz parecida com a do ex-vocalista, Gildo manda muito bem e o novo trabalho está à altura do que os caras faziam. Além de Gildo, outra novidade na banda é o guitarrista St. Denis Piuí.

Os novos integrantes trouxeram ar jovial à banda e isso é sentido logo nos primeiros segundos da música “Impropriedades”, que abre o disco. O vocal de Gildo é marcante e os backings vocals nas faixas seguintes encaixam-se muito bem com o novo frontman.

Todas as faixas são muito boas, bem gravadas, mas sempre há destaques. Neste álbum a faixa de abertura, citada anteriormente, “Peso nos culhões” e “Saúde e trabalho”, que dá nome ao disco, são obrigatórias. A última faixa, que encerra a “bolachinha”, é regravação de “Rock de subúrbio”, mas no meu disco veio com o nome de “Subúrbio operário”. Isso foi irrelevante perante a qualidade do registro.