terça-feira, 31 de março de 2009

De Caruaru para o mundo: Alkymenia

Formada em 2003 pelos irmãos Lalo, baixo e vocal e Sandro Silva, guitarra, junto com o baterista Dennis Kreimer, a banda pernambucana de thrash/death metal, Alkymenia, que batalha seu espaço no cenário independente há alguns anos, está lançando o primeiro EP "They Don´t Deserve Respect". Com este lançamento, a banda pretende crescer cada vez mais e partir para turnê nacional e internacional. Com influências de bandas como Pantera, Death, Motorhead, Morbid Angel, Slayer, além do EP, eles tem duas músicas inéditas na coletânea "Terra Batida" . A seguir, você confere uma entrevista exclusiva que o guitarrista Sandro Silva, cedeu para o Zine/Blog Canibal Vegetariano.

Canibal Vegetariano: Como vocês chegaram a sonoridade do thrash/death metal e como é o público na cidade de vocês? Existem espaços para apresentações de bandas com material próprio?
Sandro Silva: Desde o início da banda que curtimos bandas clássicas de thrash e death metal e fomos moldando aos poucos nosso som e descobrindo uma sonoridade própria e única para o Alkymenia. O público aqui em Caruaru não é muito grande, mas sempre comparece aos shows e apóia a cena, mas ainda tem muito o que melhorar, dá mais valor as bandas de Caruaru e região, comprar material e etc. Aqui o espaço para as bandas com material próprio não existe! A cidade é conhecida como a "Capital do Forró", e nós temos que organizar nossos próprios eventos para tocar na cidade e vender nossos CD´s.

CV: Quais as metas para o futuro? Vocês pretendem continuar independentes, ou há uma esperança de assinar com alguma gravadora?
SS: Então.. temos em mente lançar nosso debut álbum por algum selo/gravadora para ser bem distribuído e em seguida colocar o pé na estrada e sair em tour pelo Brasil.

CV: Como foi o processo de gravação do EP? Houve patrocínio, incentivo público? Ou foi tudo na raça mesmo?
SS: Tínhamos algumas músicas compostas e precisávamos gravar algum registro para divulgar nosso som e fazer shows. Daí juntamos uma grana e mandamos ver! Tudo com a cara e a coragem, sem incentivo algum, nem patrocínios.

CV: Como é a cena metal no Nordeste do País, mais especificamente em Pernambuco?
SS: A cena metal no Nordeste é muito forte e cada ano tem crescido mais! Com várias bandas nacionais fazendo tour por todo o Nordeste e shows internacionais de bandas como: Scorpions, Deep Purple, Symphone X, Morbid Angel, Motorhead, Iron Maiden e etc..

Divulgação
Da esquerda para a direita, o batera Dennis Kreimer, o baixista e vocalista Lalo e o guitarrista Sandro Silva. O power trio faz um thrash/death metal que não deve nada para as bandas mais consagradas do estilo

CV: Vocês já tocaram em festivais? E com outras bandas do estilo?
SS: Sim! Já tocamos em festivais como “PE no Rock” que teve seletivas em Garanhuns, Recife e Petrolina e já dividimos o palco com bandas do cenário nacional como: Tumulto, Malefactor, Suprema, Predator, Nervochaos, Torture Squad, Scud e etc.

CV: Quais são as dificuldades de uma banda de metal, principalmente com material próprio?
SS: Uma das maiores dificuldades é a divulgação e distribuição dos CD´s... claro que hoje em dia tem vários meios de divulgação: Orkut, Blogs, Sites e etc..

CV: Deixamos o espaço aberto para vocês, onde o pessoal pode adquirir o CD, datas de shows e etc.
SS: Quero primeiramente agradecer ao Zine/Blog "Canibal Vegetariano" pela força ao Alkymenia e ao metal pernambucano! Nosso EP "They Don´t Deserve Respect" pode ser adquirido via correio. Interessados em conhecer o trabalho do Alkymenia entrem em contato comigo pelo e-mail: sandro.silva0@hotmail.com , www.myspace.com/alkymenia ou pelo fone: (81) 9175-7065. Abração a todos os Camisas Pretas!

terça-feira, 17 de março de 2009

Um rock ácido e emergente...

O power trio faz um rock simples e direto com grande influência do grunge

O power trio Monaural foi formado em 2003 em São Paulo, e desde então a banda não para, sempre fazendo shows, gravando singles, EP's e álbuns. O último, Expurgo, foi lançado em 2008. Com seis anos na estrada, atualmente o grupo está conseguindo bancar suas despesas, e nunca desistindo, ou abrindo mão, do controle e criação de sua obra. Abaixo você confere uma entrevista exclusiva que o vocalista e guitarrista Ayuso, concedeu ao blog do zine Canibal Vegetariano.

Canibal Vegetariano: Quando, e como foi formada a banda, qual o significado de Monaural e quem são os integrantes?
Ayuso: Tudo começou em meados de 2003 quando Herik e eu resolvemos montar uma banda para tocar algumas músicas de dois projetos que tive na década de 90, Bionic Shoes e Estéreo.
Monaural significa um só canal de áudio, ou seja a mesma coisa que mono, a gente costuma usar o termo “tudo por um só canal”.
Os integrantes são eu(Ayuso): Vocal e Guitarra, Herik Soares: Bateria e Guilherme Maia novo integrante: Baixo e Vocal.


CV: Com tantas formas e estilos diversos de rock atualmente, tem como rotular o som da banda? Eu ouvi as músicas e percebi um lance do grunge. Quais são as principais influências da banda?
A: Se tem como rotular eu não sei, mas certamente alguém irá fazer isso facilmente num futuro não muito distante, acredito eu, mas isso não chega ser uma preocupação. Nossas principais influências estão enraizadas no rock da década de 90 e também em quase tudo que veio a ter uma ligação com o movimento .Nossas principais influências são Black Sabbath, Beatles, Nirvana, TAD, Melvins, Mudhoney, Helmet, Faith no More, Sonic Youth, Fugazi, Jawbox, Foo Fighters, Queens of the Stone Age, Killing Chainsaw, Patif Band e por ae vai.

CV: Como você vê atualmente o cenário rock no Brasil, e como está a divulgação das bandas independentes. Qual a importância da internet, dos zines e rádios web para o futuro do rock?
A: Vejo o cenário rock brasileiro crescendo cada vez mais em “quantidade”, chegando até ser moda hoje em dia você ter sua banda e produzir sua própria música! Isso resulta no que a gente vem ouvindo e vendo por ae, um monte de banda pré-fabricada fazendo um som vazio, sem mensagem nenhuma para passar.
A internet é a ferramenta fundamental para divulgação hoje em dia, não tem como você nega-la, ela já faz parte da nossa cultura e a importância desses novos meios de comunicação ao meu ver são essenciais, vejo todo dia novas webrádios e programas surgindo, E-zines, blogs, etc...sempre divulgando novas bandas, abrindo espaço para novos artistas e passando informação.
Você não precisa mais esperar um zine chegar na sua casa por correio, você apenas liga seu computador na sua casa e digita sobre o que você quer ler no Google, é comodo, é prático e o custo-benefício para a produção dessas novas mídias são praticamente Zero.

CV: São Paulo é considerada uma das capitais do rock brasileiro. Como é a cena atual da cidade? Há espaço suficiente para as bandas que estão começando?
A: Não sei bem se existe uma cena pois as bandas daqui não são 100% unidas de verdade, a coisa aqui parte muito mais do individual e isso para mim é um dos grandes males da cena paulistana.
Hoje existe diversos bares e casas de shows espalhados em todos os cantos da capital, existe bastante espaço comparado a uma década atrás, mas também existe uma desvalorização das bandas perante aos donos das tais casas, talvez por existir banda demais surgindo e se sujeitando a tocar de graça ou até mesmo a vender ingressos para participar de certos eventos.
Falta um pouco de clareza e respeito com as bandas e certamente também falta postura e atitude das bandas ao se colocar com as casas.

CV: Voltando ao Monaural, a banda está no segundo disco. Quais são os planos para o futuro, e como está a agenda de shows?
A: Só corrigindo estamos no terceiro disco, sendo esse ultimo (expurgo) nosso primeiro long play. Os planos para o futuro é continuar gravando e tocando sempre que possível! Estamos no meio de uma tour de divulgação de expurgo que tem como previsão de término o mês de maio. Depois disso pretendemos entrar em estúdio e registrar alguns sons novos, estamos vendo um possível Split com a banda Megadrivers de Porto Alegre e até o final do ano queremos lançar um EP com 8 faixas inédita.

CV: Como funciona o lado criativo da banda? De onde vem as idéias para as letras da banda. É inspirada em outros grupos? Ou tem influências de livros, filmes e etc...?
A: A parte criativa do Monaural é bem simples, eu escrevo as letras e componho a maioria dos riffs, chego nos ensaios com alguns esboços e deixo que o resto da banda faça sua parte. O Herik é um baterista bastante criativo e eu já conheço o estilo dele e vice-e-versa, sei como funciona seu raciocínio musical, então as vezes eu nem preciso comentar a minha idéia, ele simplesmente entende o que eu faço e mata de primeira, temos um ótimo entrosamento. O Guilherme entrou a pouco tempo, mas tem demonstrado ser um cara criativo também, estamos nos dando bem nessa parte.. As letras em si, é uma parte bem pessoal minha. Escrevo sobre mim, sobre minha vida, minhas experiências ou sobre alguma visão que tive de algo. Hoje em dia eu tento transcender mais, liricamente falando, minha intenção é conseguir escrever algo que as pessoas possam sentir ou irão sentir uma vez em determinado momento de sua vida. Minhas influências estão em algumas bandas e escritores, mas posso destacar três deles que gosto bastante: Augusto dos Anjos, Bukowski e Kurt Cobain.

CV: Existe ainda bandas com o desejo de assinar com alguma grande gravadora? O que você pensa sobre isso?
A: Bem hoje em dia isso já virou meio que lenda, mas no fundo acredito que ainda exista alguns artistas que tenham esse sonho, mas eu sou muito mais a favor de ter a liberdade e o controle em cima da minha arte acima de qualquer coisa. Ser independente não é tão cool como dizem por ae, mas mesmo com as dificuldades que enfrentamos, me sinto orgulhoso de fazer por mim próprio e do meu jeito tudo o que tenho feito. O que vier depois disso é apenas mera conseqüência.

CV: Vocês vivem da banda atualmente, ou tem outras ocupações. Caso tenha, vocês podem citá-las?
A: Viver da banda eu não posso dizer, mas vivemos para a banda. Depois de quase 6 anos de estrada, estamos começando a nos custear, a banda hoje paga seus ensaios, paga camisetas e adesivos com grana de shows e isso já um grande começo para gente. Eu to desempregado mas trampo como designer, o Herik trabalha numa corretora de seguros e o Guilherme está começando um trampo em um estúdio.

CV: Deixo o espaço para as considerações finais, e agradeço pela entrevista.
A: Eu que agradeço ao Canibal pelo convite e todo seu empenho em incentivar o que a gente chama de cena underground aqui no Brasil. Que nós possamos continuar fazendo o que a gente acredita, hoje em dia o que eu mais tenho buscado é dignidade, coisa que nossa sociedade não nos dá em nenhum momento e na música eu me sinto útil e digno do que faço.
Deixo um grande abraço para todos, questionem tudo o que a TV e as rádios te empurram, procure algo novo e sincero para fazer, sejam felizes.

Todas as fotos são de arquivo pessoal.

domingo, 1 de março de 2009

Entrevista HELL BULLET

O quarteto lançou no final de 2008 o primeiro EP demo "Kill for Beer"

Há pouco mais de dois anos na estrada, os paranaenses do Hell Bullet, lançaram no final de 2008 o primeiro EP demo intitulado "Kill for Beer", com quatro músicas próprias, e que na opinião do Canibal Vegetariano, é um EP muito bom. Agora você acompanha a entrevista exclusiva que eles concederam ao blog do zine.


Canibal Vegetariano: Para começar se apresentem. Quem são os integrantes, ano de fundação da banda, principais influências, quantos cd's lançados e etc.
Hell Bullet: Bom, o Hell Bullet já está na ativa há dois anos, desde o seu início com a mesma formação, Jeca (vocal e baixo), Chuck (guitarra), Tonho (guitarra) e Rodrigo (batera). Nossa proposta foi sempre tocar Thrash Metal, que é o que sempre gostamos. As influências são inúmeras, não só dentro do Thrash, mas os principais são Sepultura, Kreator, Exodus, Slayer, Vio-Lence etc...Em setembro de 2008 lançamos nossa primeira demo, intitulada de "Kill For Beer" com quatro sons próprios.

CV: Como vocês chegaram na sonoridade do trash metal e como é o público na cidade de vocês? Existem espaços para apresentações de bandas com material próprio?
HB: A decisão do que iríamos tocar, e como iríamos tocar tal estilo não foi nada "armado" ou planejado. Esse som é o que os quatro membros curtem e então foi natural. Quando marcamos o primeiro ensaio parecia que já estava tudo decidio, mas rolou tudo naturalmente. Sempre foi nossa proposta tocar thrash, e logo nos focar em composições próprias. Aqui na nossa região o público de tal estilo cresceu muito nos últimos tempos. Surgiram mais bandas, mais shows, etc...A gente tem um espaço sim. E não rola preconceito em tocar som próprio não. Conseguimos fazer uma boa média de shows por aqui.

CV: Quais são as metas para o futuro? Vocês pentrendem continuar independentes, ou há uma esperança de assinar com alguma gravadora?
HB: Este ano estamos marcando vários shows pelo Brasil. Nossa intenção é ir tocando pra divulgar o material, e ir compondo material novo. Já estamos com algumas músicas novas, e esperamos que até dezembro a gente entre em estúdio novamente para o ano que vem lançar o EP oficial. A princípio não temos nada fechado com gravadora alguma. Já temos sim contatos com selos aqui do Brasil e de fora, para o lançamento do EP.

CV: Como foi o processo de gravação do EP? Houve patrocínio? Incentivo público? Ou foi tudo na raça mesmo?
HB: Gravamos na cidade de Cascavel, que fica aqui pertinho, no estúdio MegaVoice. Foi um lance bem profissional mesmo. Levamos em torno de estúdio contando gravações, mixagem e masterização. Não contamos com nenhum patrocínio não. Foi tudo conseguido por nosso esforço e também de nossos amigos que também tiveram uma participação significativa.

CV: Como é a cena metal no sul do País, não somente no Paraná.
HB: Temos uma ótima cena com bandas de destaque nacional. A cena de death metal é bem grande aqui. Não só no metal, mas também no rock 'n roll, punk...ótimas bandas estão surgindo!

Os caras do Hell Bullet detonando ao vivo

CV: Vocês já tocaram em festivais ou com outras bandas do estilo?
HB: Isso é o que mais rola. Tem as bandas de nossos camaradas aqui da região, O Hate Your Fate, Alcoholic Mosh, Headthrashers, Opressor, Carnivore Mind que sempre estamos tocando juntos, e se vamos pra fora sempre, damos um jeito de levar uma banda junto! Também tocamos com bandas de fora, Violator, Guillotine, Sentencial, Atomic Curse...

CV: Quais são as dificuldades de uma banda de metal, principalmente com material próprio.
HB: Dificuldades são quase a mesma para uma banda de metal, rock 'n roll, hard ou punk...É a falta de grana, um apoio maior de pessoas que poderiam ajudar, até um certo preconceito. Sobre ter rmaterial próprio não vejo tanta dificuldade. Hoje em dia até vejo muito lugares com preferência de bandas com material próprio, pelo menos no meio do metal. Dificuldade todo mundo tem, o negócio é não desistir!

CV: Deixamos o espaço aberto para vocês, onde o pessoal pode adquirir o cd, datas de shows e etc.
HB: Bom, queria agradecer ao pessoal do Canibal por esse apoio que estão dando pra gente, agora no blog e também na rádio. Agradecer você que leu tudo isso até o final. As pessoas que vem nos apoiando e ajudando a divulgar o material. Keep fast..and Kill For Beer!

myspace.com/hellbullethrash
hell_bullet@hotmail.com