quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Veranópolis Rock City

Prude Fabrício
A noite de 20 de dezembro marcou dois grandes momentos para Veranópolis/RS: o primeiro show da Bikini Hunters pós gravação de seu primeiro disco que será lançado em janeiro e a primeira passagem da Motor City Madness com seu punk’n’roll sujo e psicopata pela cidade.
Após vários anos de existência, a Bikini Hunters subiu ao palco da Jailhouse para mostrar os sons do seu primeiro, e ótimo, álbum e sua já conhecida competência ao vivo abrindo com Prazer e Mais Nada e Voando Alto. Na sequência um belo cover de Tush (ZZ Top) versão bublegum mongoloide seguida pela já clássica "Hey Ho Let’s
 Go"  dos Ramones.
Agora com o disco gravado, eles limaram quase todos os covers e se focaram mais nos sons próprios, adicionando um cover do Nirvana, pois é a principal influência do Leno (baixista).
Vale notar que essa formação (apenas o vocalista Pirocca está desde o início da banda) está cada vez mais coesa. Aproveitando a presença do batera original eles tocaram "Eu não quero mais estudar" e "Eu te odeio" que fazem parte de uma demo dos primórdios da banda e que hoje destoam totalmente do restante do repertório.
No geral o show foi excelente e com o decorrer das apresentações, com certeza o entrosamento aumentara e eles vão dar muito oque falar no próximo ano.

Divulgação
MOTOR

Uma breve pausa e sobe ao tradicional palco pela primeira vez a Motor City Madness. Com um disco muito bem comentado no underground nacional eles iniciaram o atropelamento com a grande "Ms Dynamite" seguida de "Broke Again" e para mim o melhor som deles na sequência "Rope A Dope". Aí foi jogo ganho e dai em diante a banda estava tocando com uma energia e empolgação que poucas vezes vi em uma banda e prontamente correspondida pelo público presente.
Com certeza eles saíram com uma grande impressão de Veranópolis. Quem conhecia  a banda ficou ainda mais fã, mas o maior mérito deles foi com quem não conhecia os conhecia, pois foi impossível ficar indiferente a tanta energia e presença de palco da banda.  O baterista Rodrigo Fernandes estava possuído pelo "Capiroto" e espancava sem dó o kit de bateria. Uma noite inesquecível e pode-se dizer que pode marcar uma retomada no público roqueiro da cidade que foi maioria na década de 90.

Por Prude Fabrício, correspondente em Veranópolis/RS

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Música é paixão em ‘Mesmo se nada der certo’

A música e a paixão são os temas principais deste novo filme dirigido por John Carney, que também foi responsável pela direção da ótima película “Apenas uma vez”. Em “Mesmo se nada der certo”, o diretor vai mais a fundo nos temas citados e quando tudo está prestes a desmoronar, a música assume a direção da vida das pessoas e as levam para caminhos jamais imaginados.
O novo longa de Carney mostra a vida de um produtor, sócio em uma gravadora, que está em “queda livre”. O excesso de álcool, a separação da mulher e filha pesam, seu sócio o põe para correr e quando a impressão de que ele vai suicidar-se, uma música, em um bar noturno faz com que o caminho do produtor, muito bem interpretado por Mark Ruffalo, encontre Gretta, interpretada por Keira Knightley.
Enquanto a “cantora” exibia-se no melhor estilo folk, somente voz e violão, a personagem de Ruffalo ouvia bateria, violinos, guitarra, entre outros instrumentos e sentiu o cheiro do sucesso. Mas o longa não mostra somente o lado bom, exibe também os conflitos humanos, demasiado humano, entre outras questões. A convivência da filha com o pai que é um fracasso, um casamento desmoronado, uma namorada que é trocada por outra mulher entre outras obras do acaso.



A relação de pessoas ditas “perdedoras” se entrelaça pelo amor e dedicação a música. Quando tudo parece que dará errado, o inexplicável ocorre e a música salva as pessoas e dão a elas mais uma oportunidade para tentarem dias melhores. “Mesmo se nada der certo” tem músicas que vão do folk ao pop sem ser clichê e está muito longe de um longa banal.
Com ótimas canções, o filme nos faz refletir sobre nós mesmos e a maneira como lidamos com os problemas, mas o mais importante, segundo a mensagem do filme é: “Mesmo se nada der certo”, há sempre uma nova chance. Filme altamente recomendável, principalmente para quem ama boas canções.  

domingo, 7 de dezembro de 2014

Discos que você precisa ouvir antes do ano morrer

Uma vez garoto, sempre garoto!

O Satânico dr. Mao e os Espiões Secretos - Contra os coxinhas renegados inmigos do povo - Independente

O primeiro registro de Mao, após sua saída da lendária banda punk Garotos Podres, mostra que o vocalista continuará sempre sendo um "garoto podre", independente do nome da banda na qual esteja.
O primeiro registro após saída de sua banda, Mao ressurge com o quarteto "O Satânico dr. Mao e os Espiões Secretos", com 11 faixas que lembram muito os Garotos Podres, e ainda há uma faixa multimídia que pode ser vista no computador, com clipe da música "Repressão policial", que é a faixa de abertura do novo disco.
A sonoridade é a mesma que estávamos acostumados a ouvir com o Mao e as letras também mantém o padrão de críticas sociais e nonsense. Entre os destaques estão a faixa que abre a "bolachinha", "Repressão policial", "Avante camarada", "Guantanamera" e a versão de "Hospícios", da clássica banda Excomungados.
Disco gravado sem pressa, com ótima qualidade sonora, boas músicas, críticas, gozações e participações especiais de João Gordo (Ratos de Porão), Zé Márcio (Filhos do Zé) e  as digníssimas, como cita Mao nos créditos do disco, autoridades eclesiásticas da Igreja Punk do Fim de Semana (Excomungados).
Se você estava sem opção de presente para seu filho (a) ou sobrinhos (as), o novo trabalho de Mao é mais do que recomendado, com certeza fará as pessoas pensarem em muitas questões que passam desapercebidas na histeria do dia a dia.

Harry - Eletric Fairy Tales - Independente

A banda Harry comemora 30 anos de carreira no vindouro ano de 2015 e às vésperas de soprar 30 velinhas, referentes a três décadas de rock, a banda regravou as faixas de seu primeiro álbum "Fairy Tales".
A banda que antes tinha grande influência do punk e de seu eterno lema "faça você mesmo", lançou o primeiro registro em meados da décado de 80 do século 20 e na segunda década deste século (21), os caras regravaram seu primeiro disco e resolveram deixar a eletrônica de lado e mostraram as faixas com todo seu potencial rock'n'roll.
O resultado deste trabalho pode ser conferido na bolacha lançada recentemente e que além das faixas do primeiro álbum, traz músicas de outros regitros lançados na década de 80, além de uma faixa de 1979, "Lucky Guys" e "Shes Mad" (2011).
A banda oriunda de Santos mostra os passos de uma carreira construída no underground nacional, que àquela época, era muito mais difícil do que os tempos atuais. Mesmo assim, os caras subiram a serra e destacaram-se na cena paulistana e se apresentaram nas principais casas de shows. Além de conquistas sampa e o Brasil, os caras ficaram conhecidos na Europa e Estados Unidos.
Harry pode ser considerada uma banda veterana, mas a sonoridade é muito atemporal e o álbum elétrico mostra toda munição que seus músicos têm para criar boas canções de rock que agradaram muito as pessoas que gostam de garimpar novidades. Destaques para faixas como "Sky Will Be Grey", "Lycanthropia", "Death" e "Shes Mad".


Pastel de Miolos - Novas ideias, velhos ideais - Brecho Discos, Big Bross, Panela Rock

Pastel de Miolos é uma banda que em 2015 completa 20 anos de carreira mas neste ano os caras lançaram novo álbum intitulado "Novas ideias, velhos ideais". O disco dos baianos é puro punk rock, como eles gostam de dizer "punk rock como antigamente".
Para ser sincero, se o leitor busca algo novo, fique longe deste novo trabalho dos caras, mas se você gosta do bom e velho punk, que rejuvenesce a cada novo registro feito com dignidade e sinceridade, você não conseguirá ouvir o "play" somente uma vez, ele dificilmente sairá de seu toca CD.
Disco com músicas simples, diretas, sinceras, daquele jeito que gostamos, sem frescuras, sem rodeios, com bons riffs de guitarra, baixo preciso e bateria sendo "socada" sem piedade, como sempre deve ser.
Mesmo com praticamente 20 anos de carreira, a banda mostra que para música, o tempo não é importante e sim a maneira como você o sente e o encara. Os caras do Pastel souberam envelhecer, mas não perderam a "pegada" punk rock e isso você sente em todo o trabalho. Apontar alguns destaques é complicado, mas se ainda não conhece e está em dúvida em adquirir este álbum espetacular, dê uma conferida em "NIVI", "Desobediência civil" e "É essa porcaria que me faz feliz". Será o suficiente para você se arrepender em não ter adquirido este disco antes.


Tributo a Pastel de Miolos - Eu não quero ser o que você quer - Brechó Discos

Ao citar o novo trabalho da Pastel de Miolos não poderíamos deixar de ladoo ótimo tributo lançado em homenagem ao power trio. "Eu não quero ser o que você quer" tem participação de várias bandas, entre ´clássicas do punk rock como Lotomia a bandas ainda desconhecidas do grande público.
Um álbum com 34 faixas fica difícil citar algumas, mas há bandas conhecidas como Vivendo do Ócio que fez ótima versão para "Tapa na Cara". Os classudos do Lobotomia regravaram "Sete Sete". Tem também a ótima junção entre Musa Junkie e Zefirina Bomba, com "Vivendo na Cidade" e não poderia falta uma das bandas mais fodas do nosso hardcore, Leptospirose. Os bragantinos fizeram versão para "Ted, Sk8, hardcore", do jeito que eles são mestres, muito barulho e hardcore insano no talo. Corra pedir essas pérolas para seu "Papai Noel".

domingo, 23 de novembro de 2014

A 'independência' da literatura

Arquivo Pessoal
Assim como as bandas de rock, os escritores também podem trilhar o caminho da independência e com ajuda de pessoas que "respiram" literatura e porquê não dizer toda a cultura pop. Geralmente os amantes da música trilham os caminhos dos livros, cinema e moda. Para saber mais sobre uma nova maneira de fazer e consumir cultura, conversamos com o jornalista Thiago Blumenthal, que junto com os amigos João Varella e Cecilia Arbolave, abriu a banca/editora Lote 42. Para saber mais sobre o trabalho do trio, confira entrevista abaixo:

Canibal Vegetariano: Como surgiu a ideia de criar a editora Lote 42? Qual o motivo deste nome?
Thiago Blumenthal: A Lote 42 surgiu a partir de conversas sobre mercado editorial, futuro dos livros e, de como poderíamos nos inserir aí com uma proposta nova, de maneira independente e enfrentando a lógica já um pouco paralisada [e anacrônica] da produção de livros no Brasil. O nome vem, em especial, da mística do número 42: é a grande resposta para todos os segredos do universo, de acordo com o Guia dos Mochileiros das Galáxias.

CV: Como vocês escolhem as pessoas que terão obras lançadas pela editora?
TB: Uma das principais bases de trabalho da Lote 42 é a de lançar obras que tenham bom diálogo com a internet, com artistas que já estão presentes na rede, cujas obras merecem o devido tratamento no livro impresso. Hoje em dia, com a autopublicação, blogs, sites, tumblrs e afins, o artista/autor já sabe se lançar sozinho na internet. Depois é com a gente.

CV: É possível afirmar que existe perfil de consumidor da editora?
TB: Na medida em que estamos ligados em tudo o que acontece na internet e em trabalhos de qualidade ali veiculados, este é um dos pontos que mais se destacam em termos de perfil. No entanto a Lote 42 também publica obras que não saíram da internet, mas que nasceram já como formato livro. Temos um trânsito de via de mão dupla, tentando buscar esse equilíbro entre o livro impresso e a realidade virtual.

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CV: Como vocês avaliam o atual momento da literatura nacional? Tanto qualidade de obras como o mercado.
TB: Em termos de qualidade, há, como para tudo, desníveis entre obras grandiosas e outras de menos qualidade. Quase tudo se publica hoje, por diversas razões, que se explicam tanto por queda de qualidade do público-leitor como por motivos de mercado. Em 2013 o Brasil teve um boom de publicações que atingiram reconhecimento internacional, graças a um bom incentivo; em 2014 isso caiu consideravelmente. Na literatura, e na publicação da mesma, é preciso lidar com essas montanhas-russas repentinas.

CV: Comente sobre a banca que abriram recentemente na área central da cidade de São Paulo.
TB: A banca Tatuí [rua Barão de Tatuí, 275] é uma iniciativa que se propõe a reunir publicações independentes que tem pouco espaço em livrarias tradicionais. Nos últimos, nas feiras de editoras independentes em diferentes cidades brasileiras [como a Feira Plana, Tijuana, Parada Gráfica e Pão de Forma] ficou evidente como existe uma produção enorme e muito rica de novos autores, artistas e editoras. Na Tatuí, esses trabalhos encontram um espaço permanente. E também é uma forma de facilitar o acesso do público para esse tipo de publicação.

Arquivo Pessoal

CV: Em recente matéria  publicada na Folha de São Paulo, vocês afirmaram que ofereceriam música ao vivo. Isso já rola? Como é feita a escolha dos artistas?
TB: A banca Tatuí ainda é um projeto recém-concebido. Estamos já abertos e funcionando mas todas esses “extras” virão gradualmente, muito em breve. Daremos sempre updates de como isso funcionará em nossas fanpages no Facebook: facebook.com/lote42 e facebook.com/bancatatui

CV: Vocês são conhecidos por promoções inusitadas que fazem. Quais os próximos passos que pretendem dar com a editora e também com a banca?
TB: Manter o nível das publicações com mais espaço para a veiculação dos mesmos, não só em ambientes tradicionais como os das grandes livrarias. Recentemente a Lote 42 encabeçou a Feira Miolo(s) na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro [São Paulo]. Foi um sucesso, com um encontro com grandes editoras independentes de livros, zines e afins. Foi também um marco histórico pois pela primeira vez na história a biblioteca terá em seu acervo obras independentes para retiradas dos cidadãos paulistanos.

CV: Grato pela entrevista, deixo espaço para considerações finais. 
TB: Obrigado a vocês pelo espaço! Thiago Blumenthal, João Varella e Cecilia Arbolave

domingo, 16 de novembro de 2014

Promoção 'Natal de saco cheio II: a missão!'


O programa A HORA DO CANIBAL completou seis anos em novembro e durante as comemorações desta importante data e com a proximidade do Natal, quem ganha brindes são os ouvintes e também leitores do fanzine/blog Canibal Vegetariano.
Para participar de nossas promoções, os interessados devem enviar frases toscas para o e-mail: zinecanibal@hotmail.com. Também valem vídeos, fotos, montagens e o que o ouvinte/leitor considerar absurdo, pois os mais criativos e toscos serão os vencedores. A quantidade de e-mail é conforme a capacidade do candidato em produzir besteiras.
Ao enviar o e-mail, o interessado em ganhar os brindes deve escrever nome completo, endereço e o combo pelo qual quer concorrer. Caso algum vencedor não seja de Itatiba, receberá o prêmio no conforto de seu lar, com tudo pago. Serão 4 combos aos interessados. Os vencedores serão conhecidos no programa de 29 de dezembro. Até o início do programa, às 22h30, é permitido o envio de e-mail para participação.
Pedimos que deixem de lado ofensas. Outras duas promoções foram canceladas devido ao forte teor de ofensas contra a presidente e outros vencedores das eleições. Críticas são bem aceitas, ofensas não!

Combo 1: 1 CD da banda Meivorts (hardcore de Valinhos) e 1 CD da banda Luta Civil (punk rock de São Paulo), 1 CD da banda Perturba (punk rock de Várzea Paulista) e 1 DVD da banda Lomba Raivosa (hardcore do ABC Paulista), 1 CD da banda Dirijo (punk hardcore Campinas),1 CD da banda Bad Taste (hardcore Campinas) e 1 CD da banda Regredidos do Macaco (rock psicodélico, setentista de Várzea Paulista)











Combo 3: 2 CDs da banda Rosa de Saron (Horizonte Azul ao vivo - O agora e o eterno), 1 CD da banda Teatro Mágico (demo), 1 DVD Teatro Mágico (Segundo ato) e 1 DVD da banda Lomba Raivosa (hardcore do ABC Paulista).







Combo 4: 2 CDs da banda Rosa de Saron (Horizonte Azul ao vivo - O agora e o eterno), 3 CDs da banda Teatro Mágico (Demo, Sociedade do Espetáculo e Segundo ato) e 1 DVD da banda Lomba Raivosa (hardcore do ABC Paulista).

A acidez viajante dos Regredidos do Macaco

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A banda de Várzea Paulista Regredidos do Macaco faz uma mistura de rock brasileiro dos anos 70 com pitadas de psicodelia. E desta fusão, sai um som original que chama atenção nas quatro músicas que os caras lançaram recentemente em um EP. Para saber mais falamos com o quinteto. O papo você confere abaixo.

Canibal Vegetariano: Por que Regredidos do Macaco e quem são os integrantes?
Regredidos do Macaco: O porquê do nome Regredidos do Macaco é uma alusão aos seres humanos que acham que estão evoluindo enquanto na nossa visão eles estão apenas regredindo, por isso somos todos regredidos do macaco e não o contrário. E também porque sabemos que se um daqueles chimpanzés ou macacos pregos empunharem instrumentos musicais, com toda certeza sairá um som melhor do que o nosso. Atualmente somos em cinco integrantes, Bitchô no contra-baixo e béck, Çimido na guitarra, Sidão nos teclados e guitarra, Overlost nos vocais e nosso novo baterista Jamil Pocastrancas.

CV: Como, quando e onde a banda foi formada? Vocês já mudaram de formação alguma vez, por quê?
RM: A banda começou da ideia de dois birutas [Bitchô e Belote] no eucalipal da Promeca, um bairro daqui de Várzea Paulista, enquanto faziam uso da terapia intensiva de canabismo. Logo acharam o terceiro bêbado [Çimido] e mergulharam na Caverna do Bin com a mais linda das intenções, ser a pior banda do mundo, fato alcançado por um tempo até que o Sidão entrou na banda e começou a adestrar os outros três macacos ensinando eles a usarem com destreza seus instrumentos. Não podemos dizer que ele obteve sucesso nessa empreitada, mas melhorou um pouquinho. Quando a banda começou ao certo não lembramos, mas deve ter sido por volta de 2011.
Conforme o jogo vai seguindo sempre mudamos a formação de acordo com o ponto fraco dos nossos adversário, já usamos o 4-4-2, o 5-3-2, o 1-6-9 e até a fatídica 1-7-1. Mas o fato é que durante esse tempo já tivemos algumas mudanças drásticas, a primeira foi quando o Sidão saiu da banda, fazendo com que voltássemos a ser a pior banda do mundo novamente por um tempo. Depois trocamos de baterista, saiu o Belote e entrou o Léli para dar um gás na banda. Nesse meio tempo a saudade falou mais alto e o Sidão retornou para nossos braços, continuamos um bom tempo nessa formação até decidirmos que teríamos que ter um vocalista, pois o Çimido já não estava conseguindo dar conta do recado, foi então que entrou nosso grande amigo [que infelizmente faleceu no início desse ano!] Kunhaque, ele ficou menos de um mês na banda, porém nesse meio tempo fizemos uma mini-tour em São Tomé das Letras, em Minas Gerais. Logo no começo do ano o Overlost assumiu os vocais e agora, logo depois de finalizarmos nosso EP que foi gravado com essa formação, tivemos uma baixa com o Léli saindo e dando lugar ao nosso novo baterista Jamil Pocastrancas.



CV: Vocês lançaram recentemente um EP com quatro músicas. Como foi a produção deste disco?
RM: Estávamos empenhados em fazer a coisa no velho esquema 'faça você mesmo', mas percebemos que não éramos muito bons nesse negócio de gravar e tal, então fomos fazendo uma pré-produção entre a gente, a produção foi sendo produzida, ou seja, produzimos mesmo. Enquanto produzíamos, o Chapola apareceu por indicação dos caras do Perturba e rolou, pois fica fácil uma combinação dessas: Ótimo estúdio, ótimo produtor e tudo bem regado a gorós não podia dar errado. Há quem diga que gravamos todas as ideias e depois pagamos para uma banda profissional tocar de um jeito que os ruídos virassem música, mas isso é uma tremenda inverdade, visto que quase não tínhamos dinheiro nem para pagar o trampo do Chapola.

CV: Como vocês escolheram as músicas para serem registradas?
RM: Foi no jogo da garrafa.

CV: Com o lançamento deste EP, como está a agenda da banda?
RM: A agenda da banda está cheia de datas a serem preenchidas. A princípios temos um show marcado no dia 16 de novembro de 2014 no Aldeia em Jundiaí, esse show será o lançamento do nosso EP e o lançamento do CD do Perturba, além de ser também o lançamento oficial do nosso selo, o Barata Discos, que estamos fazendo em parceria com o Gustavo do Metalnopombal Produções Espetaculares e os caras do Perturba.
Portanto, para quem quiser animar desde velório até espantar almas penadas de casas mal assombradas, estamos aí, é só entrar em contato conosco pelos canais disponibilizados no fim da entrevista.


CV: Onde vocês tem se apresentado e como avaliam a cena independente nacional?
RM: O Bitchô completou 18 anos e se apresentou a junta militar, o Overlost bateu a nave e teve que se apresentar ao décimo DP, enquanto a gente espera no bar do outro lado da rua. A banda tem a fama (magia?) de fechar bares por aí, onde a gente se apresenta, fecha. Os únicos lugares que estão sobrevivendo a essa sina são os que a gente tem se apresentado mais frequentemente, ou seja, Taverna Snookerbar em Várzea Paulista e no Aldeia em Jundiaí. E temos nos apresentado onde falam que a gente vai tocar, um desses lugares foi no Tendal da Lapa, projeto bacana do Rodrigo Romani e foi onde conhecemos O Livro Ata, uma puta banda de psicodelia total. Para levar a gente para tocar temos uma regra, chamou nós vamos.
A cena independente nacional está nota 7.75, logo atrás da Estação Primeira de Mangueira que está com nota 9.5 no quesito organização. Está tendo oportunidade para todos, desde que a banda corra atrás e faça sua parte, não adianta falar que a cena está ruim se quando a banda do amiguinho toca você não dá as caras, daí quando sua banda estiver tocando não adianta reclamar que ninguém aparece nos teus shows. Temos que nos fortalecer, na nossa parte como banda fornecendo músicas de qualidade para o público e o público ajudando no que der, comparecendo a shows, comprando merchs, compartilhando e chamando os amigos para os eventos, é um trabalho de formiguinha, mas é assim que estamos ajudando a cena se manter viva.

CV: Quais os planos da Regredidos para o final deste ano e para o início de 2015?
RM: Fumar muito, foder muito, beber muita 'vódega' barata, fazer um som de qualidade, divulgar nosso EP, encontrar o tesouro escondido do Pirata Barba Negra, conseguir mais de 5 fãs e já dissemos fumar? Estamos planejando fazer um intercâmbio com bandas de fora para podermos organizar algumas mini-turnês por aí novamente, provavelmente terá mais uma passando por São Tomé das Letras na virada do ano. Com o miojo de cogumelos, lógico.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações finais.
Pocastrancas: Um beijo pro meu Pai, pra minha Mãe e um especialmente pra você.
Sidão: Considero vocês pacas!
Overlost: Valeu macaquito!
Çimido: Valeu por ter aberto seu espaço para nós e sempre que quiser estaremos por aí enchendo seus sacos!
Bitchô: Um salve para Deus por ter feito a erva!

sábado, 8 de novembro de 2014

O ‘Príncipe da Maçonaria’ será encenado no teatro Ralino Zambotto

Depois do sucesso da peça “A Noiva do Defunto”, o grupo de teatro Mensageiros da Arte criou nova história com o título “O Príncipe da Maçonaria” e apresentará aos itatibenses neste fim de semana, sábado (8) e domingo (9), no teatro Ralino Zambotto. “Esta é nossa segunda montagem de circo teatro, desta vez com o título ‘O Príncipe da Maçonaria’. Nossa peça anterior fez muito sucesso em Itatiba com mais de oito sessões lotadas”, disse Ciça Cyrino, diretora da peça.
Ela também falou sobre o título e o tempo de ensaio para a apresentação. “O nome é de tradição circense, já vinha do circo. Quanto ao tempo, nos preparamos desde janeiro. E logo após a estreia em Itatiba, queremos nos apresentar pela região e Bragança deve rolar em dezembro e outras datas devem ser agendadas para 2015”, declarou.
Ciça falou ainda sobre a expectativa para estreia. “Estamos ansiosos e esperamos que o trabalho agrade o público. Mas esta é uma comédia bem diferente da primeira. A expectativa é boa e acredito que vamos estrear com casa cheia no sábado. Penso que precisamos divulgar mais esse tipo de arte também”, afirmou.
A primeira peça do grupo foi “A Noiva do Defunto”. Assim como na montagem anterior, esta nova peça também terá participação de músicos no palco. “Teremos músicos ao vivo com participação do sanfoneiro Adolf e do João La Fúria que faz sua estreia, com seu violão, no teatro”, declarou.
A peça será encenada no teatro Ralino Zambotto. Os ingressos custam R$ 20, sendo R$ 10 para crianças até 12 anos, estudante com carteirinha e idoso. Eles podem ser adquiridos na escola Instituto Cultural IberoAmericano. Mais informações pelos telefones: 4534-2518 ou 98964-3792.

Serviço
“O Príncipe da Maçonaria”
Apresentação: hoje e amanhã, às 20h
Local: teatro Ralino Zambotto
Direção: Ciça Cyrino
Assistente de direação: Rogério Lopes Rodrigues
Produção: Ciça e Rogério
Preço: R$ 20; R$10 crianças de 12 anos, meia estudante com carteirinha e idosos também
Ponto de Venda: Instituto Cultural Iberoamericano; rua Benjamin Constant, 974 – Centro


domingo, 2 de novembro de 2014

Mao retorna ao punk rock com nova banda

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Dois anos após o “racha” da banda Garotos Podres, Mao, vocalista e compositor das principais letras, retorna ao punk rock com novo projeto “O Satânico dr. Mao e os Espiões Secretos”. Em entrevista ao zine/blog Canibal Vegetariano, o eterno “garota podre” falou sobre a separação da banda e do novo projeto que tem disco no mercado.
Para Mao, o novo projeto é decorrente da separação de sua antiga banda. “Houve o racha em 2012 mas não lançávamos nada desde 2003. Nosso último registro havia sido o Garotozil de Podrezepam. Isso demonstrava que as coisas não iam bem com a banda. Houve o lançamento de um Split com Albert Fish, mas sem nada inédito”, comentou Mao.
Sobre a separação, Mao não entrou em detalhes mas disse que ainda rola alguns processos na Justiça. “Houve ameaça e ao invés de seguir com o nome antigo, preferi entrar com pedido de registro, sou o fundador da banda. Mas para evitar mais problemas criei o dr. Mao como se fosse um projeto paralelo enquanto o processo referente ao Garotos está na Justiça”, destacou o vocalista. “Por enquanto seguiremos com este nome mas poderemos voltar a usar o anterior”.

SOM



Em relação ao novo projeto, Mao afirma que ele é praticamente a continuação dos Garotos Podres. “Faço o mesmo tipo de som com as mesmas temáticas nas letras. Nessa oportunidade não fizemos shows. Após início do projeto apenas ensaiamos as músicas novas. Com tudo bem ensaiado, fomos para o estúdio e gravamos tudo com muita calma. Não podemos ter pressa, temos que fazer tudo passo a passo”, explicou.
O primeiro álbum da banda O Satânico dr. Mao foi lançado em 1º de outubro e de acordo com o vocalista, tem sido muito bem recebido pelo público. “Lançamos na data de comemoração da Revolução Chinesa. São dez músicas inéditas e um vídeo para computador. O vídeo teve repercussão muito bacana nas redes. Sobre o CD, acredito que ficou muito bom, tem tido muita procura e isso é animador, afinal, muitos jovens não sabem o que é comprar CD, eles nasceram com tudo para baixar e mesmo assim pedem o disco”, revelou Mao.

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Os shows da banda devem ocorrer somente em dezembro. “Devemos fazer os primeiros shows onde tocaremos todas as novas músicas e vamos misturar clássicos dos Garotos. Há um ano e meio o público vem sendo esclarecido sobre o que houve com a separação da banda e a maioria entendeu que somos a continuação enquanto escorraça o outro grupo que usa o nome antigo”, finalizou o vocalista.
  

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Perturba: o limite entre o rock e o punk

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A banda Perturba lançou recentemente seu primeiro álbum, intitulado "Veja bem, caralho!". De Várzea, cidade natal do quarteto, formado por Jadilson (voz), Dulino (guitarra), Fabio (bateria) e Xuxu (baixo). Por causa deste lançamento, conversamos com Dulino Perturba, guitarrista, que falou sobre como tudo começou e as metas da banda e claro, do lançamento do primeiro registro. A entrevista na íntegra você confere abaixo.

Canibal Vegetariano: Como surgiu a banda Perturba? Há quanto tempo estão na estrada?
Dulino Perturba: A banda surgiu em 2009, de uma insistência alucinada do nosso ex-vocalista, o Wagão. Toda vez que nos via ele falava: "Cara, vamos montar uma banda, tenho umas letras e preciso tirá-las da cabeça" (risos). Nos venceu pelo cansaço, montamos a banda com o nome de Perturbadores de Silêncio, gravamos com ele a demo "Queima Ele Até Torrá" de 2009, depois  o EP "As Fumaçãs Do Wagão", demos esse nome porque o Wagão havia deixado a banda no ano passado, e as músicas desse EP eram as últimas com a voz dele, daí o nome. Já havíamos chamado o Xuxu pro baixo, então o Jadi assumiu os vocais, e estamos na luta há quase seis anos.

CV: Como vocês definem o som da banda e quais as principais influências?
DP: Não gostamos muito de definir, mas costumamos dizer que é um simples punk rock  básico, três acordes, biruta, até a última dose, com influências de bandas que crescemos ouvindo, como todo mundo, eu acho, tipo Ramones, Nofx, Bad Religion, Toy Dolls, Ratos De Porão, Mukeka Di Rato, Inezita Barroso (risos).

CV: Vocês lançaram recentemente o disco "Veja bem, caralho!". Qual o motivo deste título?
DP: Quando começamos, os primeiros ensaios foram na casa do Jadi, e o pai dele, já falecido, usava muito isso, a cada três palavras que falava tinha um "Eita, Veja Bem Caralho", e nos ensaios ele interagia conosco, dava risada junto, tomávamos umas e surgiu esse refrão nessa época. Só agora decidimos finalizar esse som que acabou dando nome ao disco.

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CV: Como foi a produção deste álbum e como está sendo a divulgação?
DP: Nós trabalhamos nele há bastante tempo, tem músicas que tocamos desde o começo da banda, outras que fizemos há alguns meses, tem um som da minha primeira banda, o Pânkreas de 1992, tem um som do Aerolitos, extinta banda do Jadi e do Xeca, tem um som do Ratos De Porão, que gravamos pra um Tributo ao SUB, que vai sair em breve, mas decidimos incluir também, colocamos a música "Cataratas Num Barril" como bônus , que já havia saído como single e depois como clipe. E estamos na correria de sempre, agora mais do que nunca para divulgar esse trabalho.

CV: Quem é o público da banda Perturba?
DP: Acho que é o pessoal que gosta de rock em geral, punk rock, hardcore, boa parte da galera do metal aparece nos shows também. Fazemos umas misturas loucas que acaba segurando aquele cara ali na frente.

CV: Quais os planos da banda para este final de ano e também para 2015?
DP: Daqui pra frente é divulgar, tocar no maior número de lugares possível, estamos dando andamento no nosso selo, Barata Discos em parceria com o Regredidos Do Macaco e o Gus do Metal No Pombal. A festa de lançamento acontece dia 16 de novembro em Jundiaí, no Aldeia, um domingão, grátis, para todo mundo ir divulgar seu trabalho, trocar CD, fazer contato. A correria começa de verdade a partir de agora e 'tamo' aí.

CV: Qual a avaliação que vocês fazem do cenário independente na região de Várzea Paulista?
DP: Aqui na região a cena independente tá acontecendo, tem bastante gente se mexendo, tem lugares bem legais com estrutura boa, como o Aldeia em Jundiaí. Lá tem a 'Sexta Autoral', organizada pelo Metal No Pombal, e temos o Taverna Snooker Bar, na Várzea, que abre espaço pra quem quiser. As bandas que estiverem realmente afim de tocar, gravar, divulgar seu som, tá bem servido.

CV: Grato pela entrevista e deixo espaço para considerações finais. Abraço.
DP: Eu que agradeço a vocês pelo espaço e apoio, abraço.                                                                                                                                    
Impressões sobre 'Veja bem caralho!'


O primeiro registro da banda Perturba chama atenção pelo capricho que os caras tiveram em fazer um disco bem gravado e com boa arte. A qualidade da gravação é excelente e não deve nada a qualquer grupo que ainda esteja em uma gravadora.
Outro ponto positivo é o trabalho gráfico. O encarte da bolachinha vem todas as letras, informações, agradecimento e informações adicionais sobre as gravações, ou seja, tudo aquilo que um fã de rock gosta quando compra um disco original.
Sobre o som da banda, eles misturam o bom e velho punk com muitas pitadas de rock. Um ponto positivo para banda é que os caras conseguem deixar muito claro a separação destes estilos. As letras são em português e relatam assuntos sobre o cotidiano e também algumas canções de protesto.
"Veja bem caralho!", é um disco que chama atenção e um dos melhores lançamentos deste 2014. A banda Perturba promete e se você ainda não tem essa bolachinha corra para adquirir a sua, a minha está garantida!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A HORA DO CANIBAL completa 6 anos e quem ganha presente é você!


 Em 10 de novembro o programa A HORA DO CANIBAL completa seis anos e durante as comemorações desta importante data, quem ganha brindes são os ouvintes e também leitores do fanzine/blog Canibal Vegetariano.
Para participar de nossas promoções, os interessados devem enviar frases toscas para o e-mail: zinecanibal@hotmail.com. Também valem vídeos, fotos, montagens e o que o ouvinte/leitor considerar absurdo, pois os mais criativos e toscos são os vencedores. A quantidade de e-mail é conforme a capacidade do candidato em produzir besteiras. 
Ao enviar o e-mail, o interessado em ganhar os brindes deve escrever nome completo, endereço e o combo pelo qual quer concorrer. Caso algum vencedor não seja de Itatiba, receberá o prêmio no conforto de seu lar, com tudo pago. Serão 4 combos aos interessados.

Combo 1: 1 CD da banda Meivorts (hardcore de Valinhos) e 1 CD da banda Luta Civil (punk rock de São Paulo).







Combo 2: 1 CD da banda Meivorts (hardcore de Valinhos), 1 CD da banda Luta Civil (punk rock de São Paulo) e 1 CD da banda Bad Taste (hardcore de Campinas).










Combo 3: 2 CDs da banda Rosa de Saron (Horizonte Azul ao vivo - O agora e o eterno), 1 CD da banda Teatro Mágico (demo) e um DVD Teatro Mágico (Segundo ato).










Combo 4: 2 CDs da banda Rosa de Saron (Horizonte Azul ao vivo - O agora e o eterno) e 3 CDs da banda Teatro Mágico (Demo, Sociedade do Espetáculo e Segundo ato).

terça-feira, 7 de outubro de 2014

6 anos de muito rock e informação

Canibal Vegetariano
Foi em um dia de outubro de 2008, não lembramos exatamente qual, apenas que foi próximo ao quinto dia útil, que lançamos a primeira edição impressa do Fanzine Canibal Vegetariano. No primeiro número trouxemos entrevistas com Kid Vinil e com a banda Ecos Falsos, além de cobertura de shows, dicas de CDs e textos sobre a cena independente.
O dia que foi lançado era o que menos importava, o que realmente nos deixava felizes àquele momento era a possibilidade de vê-lo impresso e muitas pessoas que solicitavam recebê-lo. Rapidamente foi-se os exemplares e em seguida Vinicius França, camarada de muita labuta neste período, criou o blog.

Canibal Vegetariano
Ainda não tínhamos Facebook ou Twitter, somente o MSN e Orkut. Mas a informação pegou e o zine viajou para todo país e também alguns países. Em plena era da informação digital ainda tínhamos material impresso que cruzava fronteiras e oceanos. E desde então, entre crises econômicas, de criatividade, das dificuldades para cobrir a cena que rola, pois é preciso “cair” na estrada, o zine não deixou de circular e o blog sempre foi atualizado.
Em mais de meia década entrevistamos bandas, músicos em carreira solo, escritores, artistas plásticos entre outros profissionais que militam na independência, pessoas que fazem da arte, se não o meio de vida, a sua maneira de viver. Há seis anos o zine e o blog são ferramentas de divulgação para artistas que se propõem ao “faça você mesmo”, pois esperar alguém ou algo para ser reconhecido é impossível.

Canibal Vegetariano

Neste tempo que acompanhamos as bandas, vimos muitas aparecerem e muitas terminarem, vimos ótimas casas de shows e picos que não seriam imaginados, mas havia alguém com coragem suficiente para desbravar novo espaço para que o rock chegasse às pessoas. Nós cobrimos uma pequena parte, mas mostramos nossa maneira de fazer e apresentamos algumas bandas a nossos leitores. Tivemos momentos de muita alegria e também de muita tristeza, mas a vida é assim, cheia de seus altos e baixos. Mas o mais importante nessa história é que a música nunca parou e nem vai parar.  

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Os Vulcânicos: erupções roqueiras em acordes de guitarra

Arquivo Pessoal

Nos dias atuais, quando o tempo parece escorrer pelas mãos, sorte termos pessoas que nos ajudam. O parceiro German, do Raro Zine, no final de agosto fez uma entrevista genial com a banda Os Vulcânicos, do Rio de Janeiro, onde passou a limpo a história dos caras. Como somos fãs do grupo, pedimos licença e com devida autorização do zineiro, apresentamos a vocês, o papo que ele levou com Dony, guitarrista da banda.

Raro Zine: Quando formaram a banda?
Dony Escobar: Formamos a banda em 2009 como um projeto para tocar em bares e tirar algum trocado. No repertório basicamente Stooges, Mc5, Kinks, Who. Tocávamos alto demais e tínhamos contantes problemas com os donos dos bares e com a polícia (risos). No meio de toda essa confusão resolvemos experimentar no meio do set algumas músicas autorais. A coisa funcionou e de lá para cá começamos a gravar nossos “eps” com músicas autorais.

RZ: Como escolheram o nome da banda?
DE: Tínhamos um nome provisório “meia boca” que era inspirado em uma música do Stray Cats, “The Runnaway boys”, mas não pegou. Depois surgiu o nome atual, que tem haver com a intensidade e a energia dos shows. De alguma maneira exprimia melhor o sentimento da banda e do público.

RZ: Como surgiu a ideia de gravar Nelson Cavaquinho?
DE: Nos anos 60 era comum que bandas surf-rock gravassem versões instrumentais de clássicos da música popular de outros estilo musicais que não o rock. No Brasil, o “The Pops” era uma banda que fazia isso muito bem. Mas a ideia em si surgiu de nosso guitarrista em um dos ensaios e nós todos gostamos muito. É um clássico da música brasileira que quebra fronteiras musicais e é fenomenal poder tocar essa figura que tem uma visceralidade em suas composições, músicas que vão direto na veia, sem frescuras e meias palavras. Nesse sentido, Nelson Cavaquinho é um dos caras mais rock'n'roll que existem na música brasileira.



RZ: Como foi a produção do primeiro EP?
DE: Foi uma produção rápida, gravada “na tora”, em um único dia, praticamente ao vivo. Gravamos no “Estúdio 82” em 2012. Foi um momento importante para começarmos a lapidar o trabalho, ouvir, se escutar, ver a repercussão do público do material gravado. Para nós que sempre fomos uma banda “das ruas”, que tocava somente ao vivo, era uma nova etapa se configurando. Temos muito carinho por esse álbum, o nosso “álbum amarelo”.



RZ: O segundo EP soa um pouco mais pesado e rebelde. Qual a diferença entre os dois?
DE: Creio que o “El Truco” é um álbum mais maduro e que já tem um conceito musical e estético mais bem fechado. Já tínhamos mais bem lapidado um caminho a seguir, uma cara mais bem desenhada, um estilo Vulcânicos de tocar e compor, uma linha geral para as músicas e letras. O primeiro ainda era aposta, uma experiência, uma possibilidade. Acho que ambos têm em comum a influência do surf rock dos [anos] 60, mas o segundo está com uma pegada cada vez mais “garageira”, mais sujo, mais pesado e com as guitarras mais “nervosas”.


RZ: Os dois álbuns foram gravados no estúdio Superfuzz. Qual a intenção para o próximo trabalho?
DE: Na verdade o primeiro foi gravado no “Estúdio 82”, na Lapa, um estúdio de uma rapaziada muito bacana onde circulava uma nova geração do rock'n'roll carioca muito promissora, como Beach Combers, Enio Berlota e a Noia, entre outros. O segundo Ep , “El Truco” foi gravado no Superfuzz, estúdio especializado em gravação, onde muita gente “do rock” tem gravado lá: Autoramas, Bnegão, etc. Temos dois projetos em mente, um seria o lançamento em breve de um “single virtual” com uma canção nova, muito provavelmente no mesmo espaço onde era o estúdio 82, atual “coletivo machina”. Um pouco mais para frente pretendemos lançar nosso primeiro material mais longo, saindo do formato EP, algo com cerca de dez ou mais canções.

RZ: Como é o circuito carioca que vocês tocam?
DE: Tocamos nos mais variados lugares e eventos. Já tocamos desde inferninhos ultra underground até palco de grandes festivais como o Aldeia Rock Festival e o Mola, no Circo Voador. Desde abertura do show do Ira!, até festa de final de ano de empresa de hidrometeorologia [risos]. Durante dois anos produzimos em um bar na Lapa os nosso próprios eventos semanalmente. Chamávamos outras bandas, Djs, fazíamos projeções de vídeos, chamávamos artistas plásticos, etc. No Rio, diferente de São Paulo, em que o público geralmente é mais voltado para um único segmento, aqui a coisa é mais variada. Não existe um público grande aqui que seja especifico do “garage” e do surf-rock. Se você fosse em um show nosso no Tico e Taco [o bar que nós tocávamos], ia ver todo tipo de gente: rockabillies, punks, poetas de rua, universitário “cult-bacaninha”, galera de banda “famosinha”, militantes de esquerda, metaleiro e até atriz da Globo [risos].


RZ: Quem foram os responsáveis das capas do disco?
DE: O primeiro quem fez foi o Victor Stephan, vocalista da banda “Os Estudantes”, o segundo foi feito pelo Marcelo Angú, que toca no “Homem elefante”.

RZ: Quais as influências para composição da banda?
DE: Rock de garagem em geral, com uma pitada de surf rock e com uma intensidade de tocar próxima do punk. Tudo que gostamos nos influencia um pouco: Cramps, Los Saicos, Mc5, Stooges, Troggs, etc...

RZ: O que vem pela frente?
DE: Além do “single virtual” e do álbum “longo””, a ideia é viajar para fora do Rio de Janeiro divulgando nosso trabalho. Temos shows marcados em setembro em São Paulo e Campinas. Enfim, meter o pé na estrada e tocar rock alto.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Dez dias de muito rock em Campinas


O festival de música independente AutoRock chega a sua 8° edição e anuncia sua programação entre os dias 11 e 21 de Setembro. A abertura do festival ocorreu na quinta-feira (11). O evento é realizado desde 2003 na cidade de Campinas.

O festival AutoRock, considerado como um dos maiores festivais dedicados à música independente do Brasil, chega a sua 8° edição e apresenta uma programação com apresentações de 51 bandas e a mostra “AutoTrash” com 22 curtas/filmes sob a curadoria do diretor Petter Baiestorf.
Este ano o festival será realizado entre os dias 11 e 21 de Setembro na cidade de Campinas, interior de São Paulo, e como nos últimos anos ocorre em diversas casas de shows, praças e espaços públicos. Ao todo serão 17 eventos distribuídos nos dez dias de festival. Pela quinta vez o festival traz uma atração internacional, nesta edição a convidada é a banda espanhola Belgrado. Desde a sua primeira edição o AutoRock conta com bandas locais, do estado e de outras regiões do Brasil, os destaques desta edição são Dead Fish (ES), Camarones Orquestra Guitarrística (RN), Evil Idols (PR), Os Vulcânicos (RJ), Chuck Violence (SC), Seek Terror, Periferia S.A de São Paulo capital e as locais Muzzarelas e Lisabi.
Confira a programação completa e detalhada do Festival Autorock 2014 e programe-se!
PROGRAMAÇÃO FESTIVAL AUTOROCK 2014 - SHOWS Dia 11/9 — 19h: Abertura da Exposição Autorock, com show com a banda Twinpines Onde: DisORder (Rua General Osório, 1.565, Cambuí, fone: 19 3381-0309) Quanto: Entrada franca — 21h: Show com as bandas The Violentures, Footstep Surf Band e Modulares Onde: Sebastian Bar (Rua Dona Maria Umbelina Couto, 79, Guanabara, fone: 19 3212-1508) Quanto: R$ 12
Dia 12/9 — 21h: Festa SKAndalosa com as bandas Ba Boom e El Kabong Onde: Casa São Jorge (Av. Santa Izabel, 655, Barão Geraldo, fone: 19 3249-1588) Quanto: R$ 20 — 22h: Show com as bandas Beyond the Grave, Violent Ilussion, Cicatrizes do Ódio e Metalizer Onde: Woods Music Bar (Rua Erasmo Braga, 6, Bonfim, fone: 19 3243-5297) Quanto: R$ 15
Dia 13/9 — 16h: Show com as bandas Camarones Orquestra Guitarristica (RN), Evil Idols (PR), Labataria, Os Pontas e Malvo Local: Praça Rui Barbosa (atrás da Catedral, no Centro). Quanto: Entrada franca — 22h: Show com as bandas Ema Stoned e A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante Onde: Bar do Zé (Av. Albino J.B. de Oliveira, 1.325, Barão Geraldo, fone: 19 3289-3159) Quanto: R$ 12 — 22h: Show com as bandas Desenmascarado e Belgrado (Espanha) Onde: Echos (Rua Agostinho Pattaro, 54, Barão Geraldo, fone: 19 3201-8900) Quanto: R$ 15.
Dia 14/9 — 16h: Show com as bandas Seek Terror, Horace Green e Gagged Local: Quintal do Gordo (Rua Sete de Setembro, 553, Vila Industrial) Quanto: R$ 10 Dia 18/9 — 21h: Show com as bandas Topsyturvy e Cheesehead Onde: Barril da Mafia (Rua Dom Pedro I, 390, Guanabara, fone: 19 3241-0982) Quanto: R$ 15 — 22h: Show com as bandas Instrumentalia e Sr. Macaco Onde: Rudá (Av. Santa Izabel, 490, Barão Geraldo, fone: 19 3249-3087) Quanto: R$ 10 (até as 22h) e R$ 15 (após as 22h)

Dia 19/9 — 21h: Show com as bandas F.U.B.E e Fantástica Maddame + Riva Rock nos vinis (Tributo a Jimi Hendrix) Onde: Brazuca (Av. Santa Izabel, 800, Barão Geraldo, fone: 19 3291-9121) Quanto: R$ 15 — 22h: Show com as bandas Kosmica, Hellgrass e Vermoon Onde: Memphis (Av. Andrade Neves, 2.042, Castelo, fone: 3243-8290) Quanto: R$ 10 (até as 22h) e R$ 15 (após as 22h) Dia 20/9 — 15h: Show com as bandas Bad Taste, Atitude!, RND, Cerkelétrika, Drakula e Porrada Solicitada Onde: Praça Integração (Av. João Paulo II, s/n°, Padre Anchieta) Quanto: Entrada franca — 21h: Show com as bandas Os Vulcanicos (RJ) e Chuck Violence (SC) Local: Kabana Bar (Av. Dr. Romeu Tortima, 485 - Barão Geraldo, fone: 19 3201-8216) Quanto: R$ 12 (homem) e R$ 8 (mulher) — 22h: Show com as bandas: Periferia S.A, D.E.R, Filhos Bastardos e VxOxSx Local: Woods Music Bar (Rua Erasmo Braga, 6, Bonfim, fone: 3243-5297) Quanto: R$ 15.
Dia 21/9 — 15h: Show de enceramento com as bandas Dead Fish (ES), Muzzarelas, Lisabi, AQUëLES!, Don Ramón, Iodo, Slag, Dona HxCélia. Onde: Concha Acústica do Parque Portugal - Lagoa do Taquaral (Av. Dr. Heitor Penteado, Portão 2, Taquaral) Quanto: Entrada franca.
PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA DE CINEMA AUTOTTRASH Dia 15/9, 19h: — Horário Nobre ou Banquete Para Urubus (Dimitri Kozma, 2012, 20 min.) — Confinópolis (Raphael Genuíno, 2011, 15 min.) — Mal Passado (Júlio Wong, 2013, 20 min.) — O Terno do Zé (Fabiano Soares, 2013, 21 min.) — Matadouro (Carlos Júnior, 2012, 70 min.)
Dia 16/9, 19h: — Gemini (Leandro Lopes, 2013, 5 min.) — Ia Dizer Que Voltei (Matheus Frazão, 2013, 30 min.) — Vamos La Camarada, Aperte a Mão do Coleguinha (Angelo Souza, 2013, 30 min.) — É Campeão (Lud Lower, 2014, 5 min.) — Entrei em Pânico 2 (Felipe M. Guerra, 2011, 82 min.)
Dia 17/9, 19h: — Trailer de Cléopatra 2 (Filmaralho, 2014, 5 min.) — Pressa de te Amar (Gurcius Gewdner, 2014, 3 min.) — AM-SP Punk Rock (Matheus Souza, 2012, 5 min.) — Sede (Cleiner Micceno, 2013, 15 min.) — Hard Rock Zombies (Krishna Shah, 1985, 98 min.)

Dia 18/9, 19h: — Trailer de Zombio 2:Chimarrão Zombies (Petter Baiestorf, 2013, 2 min.) — O Boitatá (Helvécio Parente, 2013, 13 min.) — Freelance Ninjas - Primeira Classe (Mike Klafke, 2013, 30 min.) — O Colírio de Corman (Dick Magoon, 2014, 20 min.) — Pink Narcissus (James Bidgood, 1971, 64 min.) Dia 19/9, 19h: — Six She's And A He (Richard S. Flink, 1963, 47 min.) — La Nave de los Monstruos (Rogelio A. González, 1960, 81 min.) Onde: Museu de Imagem e Som de Campinas - MIS (Rua Regente Feijó, 859, Centro, fone: 19 3733-8800) Quanto: Entrada franca

domingo, 7 de setembro de 2014

De Itatiba para o mundo

Canibal Vegetariano
A banda itatibense Fake Vulgarys lançou recentemente seu primeiro EP "A man who says". Com cinco músicas e gravado de maneira totalmente independente, as músicas do quarteto ganhou projeção internacional e blogs especializados em músicas comentaram muito sobre o EP. Para saber mais sobre esse trabalho, o zine/blog Canibal Vegetariano bateu um papo com os caras para saber mais sobre a banda e também sobre o EP.

Canibal Vegetariano: Por favor, apresentem-se aos nossos leitores: nomes, instrumentos e etc.
Fake Vulgarys: Composto por Rafael Cataldo (Vocal e Guitarra solo), Diego Machado (Guitarra base), Caio Guttner (Baixo) e Eduardo Limas (Bateria). A banda Fake Vulgarys surgiu em meados de 2012, com diversos músicos passando pelo baixo e bateria. Em 2013, Caio assumiu o baixo e a banda começou a gravação do primeiro EP. Durante o processo o baterista Eduardo juntou-se a nós fazendo desta a formação mais longa da banda.

CV: Como surgiu o nome Fake Vulgarys? Tem algum significado ou crítica a algo?
FV: A ideia do nome surgiu a partir de um disco do Queens of The Stone Age, chamado “Era Vulgarys”. A palavra “Vulgarys” gera muita confusão por ter diferentes sentidos. Vulgar significa ordinário, comum e como não nos consideramos parte deste meio, procuramos uma palavra que viesse a contrariar esta ideia. Daí surgiu a palavra “Fake”, termo bem comum na internet nos dias de hoje. Resumindo, o significado por trás do nome “Fake Vulgarys” é o de que todo mundo deve ter senso crítico e não deve seguir cegamente pré-conceitos, que são martelados por inúmeros veículos de comunicação. Apesar de sermos obrigados a viver segundo as regras estipuladas pela sociedade, tentamos na medida do possível, fazer aquilo em que acreditamos através da música.

CV: O som de vocês remete a bandas inglesas e estadunidenses. Quais são as principais influências da banda?
FV: Os integrantes tem influências distintas e que começam lá atrás pelos Beatles & Stones passando por Led Zeppelin, Queen, Sabbath, U2, Red Hot, Nirvana, Oasis, Foo Fighters e Queens of The Stone Age. Não dá para citar todas as bandas pois cada membro tem um gosto bem distinto. O Caio curte mais metal, o Dú e o Diego curtem mais Grunge e o Rafael Brit-Rock e Stoner Rock. As composições acabam por refletir uma mistura de vários elementos dentre estes gêneros com maior influência do rock presente nos anos 90.

CV: Como vocês compõem? 
FV: O processo de composição não segue nenhuma regra. Das 5 músicas do EP, em três o Rafael e o Diego compuseram juntos seja um trazendo um riff e o outro criando as partes dos vocais, seja ajudando na harmonia, etc. Por exemplo, a música “In Any Life with Her” começou com o Diego mostrando uma melodia no teclado e daí o Rafael criou a melodia/ letra, depois o Caio ajudou a criar a parte da ponte, etc.  Como as músicas são em inglês, o Rafael é o responsável pelas letras, mas em alguns sons como Sin City, Diego o ajudou com algumas ideias. Às vezes as músicas já vem com a sua estrutura pronta como “A Man Who Says” e “Fight For Another Day”, que o Rafael trouxe prontas. Nos arranjos criados na pré-produção todos os membros tem a liberdade de opinar e assim vamos acrescentando elementos na música.

Canibal Vegetariano

CV: Falem sobre a gravação do EP. Como ele surgiu, como foi o processo no estúdio?
FV: Montamos um Home Studio e o EP foi concebido totalmente de forma independente onde somente os membros da banda participaram das etapas de produção, gravação, mixagem e masterização. Trabalhamos com muito afinco para encontrar a melhor maneira de obter um bom resultado sem grandes investimentos.  

CV: O EP de vocês têm sido muito bem comentado fora do Brasil. Como vocês avaliam essa informação?
FV: Para ser sincero, esta notícia nos pegou de surpresa. Trabalhamos muito ao longo de 2013 para gravar um EP de qualidade. Sabíamos do potencial das músicas, mas mesmo assim não esperávamos um retorno tão rápido, principalmente, de fora do país, onde conseguimos maior retorno do público. Uma matéria americana nos destacou como uma dentre 7 bandas independentes estrangeiras que você deveria ouvir. Um motivo de muito orgulho foi que éramos a única banda latino-americana a ser citada.

CV: Quais os planos de vocês para o restante deste ano?
FV: Agora estamos nos concentrando em finalizar as músicas para o nosso primeiro CD e estamos fazendo shows para divulgar o nosso EP.

CV: Uma pergunta específica ao Caio. Você sempre tocou em bandas voltadas ao metal. O que te fez mudar e tocar um som mais alternativo?
CG: Minhas principais influências são, com toda a certeza, oriundas do Metal e por um bom tempo só escutava e tocava esse tipo de som. Com o tempo fui conhecendo outros estilos e mudando um pouco minha forma de tocar. Hoje já passei por bandas de Blues, Classic Rock, Punk, Progressivo e Pop Rock. Entrei no Fake, principalmente, por acreditar nas músicas em si e também por ser um desafio a mim como músico, pois nunca havia tocado e composto para esse estilo. Além de também agregar minha experiência a banda pois, notavelmente, ela ficou um pouco mais pesada com a minha entrada.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações finais.
FV: Agradecemos a equipe do Canibal Vegetariano pelo espaço e apoio concedidos para divulgação do nosso trabalho. Para todo mundo que quiser ouvir e acompanhar o nosso trabalho é só entrar em www.fakevulgarys.com que as músicas estão disponíveis via streaming. Quem quiser um EP físico é só entrar em contato com a banda pelo site ou pelo facebook em www.facebook.com/fakevulgarys.

Impressões sobre 'A man who says'


O primeiro EP da banda itatibense Fake Vulgarys chamou muita atenção de blogs gringos devido a qualidade musical apresentada. O disco que os caras gravaram tem cinco músicas e digo que a faixa número 2, "Sin City", é a melhor da "bolachinha". Rock com melodias, boas linhas de guitarra e um baixo com marcação precisa e ainda com "enfeites" que chamam muito atenção, principalmente de quem gosta de ouvir rock executado por bons músicos.
As outras músicas seguem uma mistura do que o pessoal convencionou chamar de "rock clássico" com pegadas de bandas "indies", principalmente dos anos 90, do século passado. As letras são todas em inglês e encaixam perfeitamente às melodias. Além das boas composições, o disco destaca-se pela qualidade de gravação. O ouvinte consegue prestar atenção a cada nota e não há instrumento que encobre outro. Para um primeiro registro, a banda começou muito bem e promete voos maiores.  

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Jornalistas lançam biografia sobre Ronnie Von

Divulgação
Cantor, conhecido como príncipe, que ameaçou o ‘reinado’ de Roberto Carlos na época da Jovem Guarda, tem sua história relatada em livro
Há duas semanas os jornalistas Antônio Guerreiro e Luiz César Pimentel, lançaram a biografia do cantor e hoje apresentador Ronnie Von, “O príncipe que podia ser rei” (Editora Planeta). Devido ao lançamento, o zine/blog Canibal Vegetariano entrevistou Pimentel para falar mais sobre o livro e como foi relatar a vida de um dos maiores nomes da música brasileira.

Canibal Vegetariano: Como surgiu a ideia de escrever a biografia sobre Ronnie Von?
Luiz César Pimentel: Estranho é que ninguém até hoje, com a história que ele tem, tenha convencido-o a ter a biografia publicada. Na prática, o Guerreiro, que escreveu comigo e trabalhamos juntos, veio há uns três anos me perguntar: “de quem você gostaria de escrever uma biografia?”. Respondi duas. Uma delas, do Ronnie. Ele falou: “então vamos começar a dele, pois era a minha e eu o convenci”.

CV: Qual importância tem o cantor em sua vida?
LCP: Ronnie Von sempre foi presente na minha vida, por meio da música [até os 80, mais ou menos], depois na TV. E minha mãe sempre falava dele, gostava muito dele. Tanto que no final do livro tem um texto bem pessoal sobre essa relação que tenho com o Ronnie por meio da minha mãe. Leia e saberá.

Divulgação

CV: Você acompanhou a carreira do cantor? E você como roqueiro, como avalia a fase psicodélica de Ronnie?
LCP: Não acompanhei de fato. Pois, quando eu comecei a ouvir música para valer ele estava na fase mais romântica, de “Cachoeira”. Então a [re]descoberta dele veio posteriormente para mim, quando comecei a ouvir os primeiros trabalhos. Os três psicodélicos são inacreditáveis. Sem dúvida estão no Top 10 dos melhores discos brasileiros de todos os tempos, encabeçados pelo meu favorito, “A Máquina Voadora”.

CV: Biografias sempre rendem certa polêmica. Como você avalia esse tipo de publicação e peço que comente sobre ações que alguns escritores sofrem quando alguém não tem a intenção de ter sua vida, ou parte dela, narrada em livro.
LCP: Se o cara fez carreira na música, TV, cinema, uma fama pública, é completamente absurdo que não aceite que sua vida seja exposta em público. Foi o “contrato” que você assinou. Todos têm livre arbítrio para seguir o caminho que quiserem. Mas, ficarem reclamando posteriormente do ônus [no caso, ter a vida contada não considero nem ônus, mas bônus, enfim] é injusto.

CV: Dizem que brasileiro não gosta de ler. Como você analisa esse conceito e como tem sido a procura pelo livro?
LCP: A procura tem sido absurda. Claro que está apenas no começo. O livro está sendo distribuído esta semana, de fato. Mas a tirar pela Fnac, no lançamento... Segundo os organizadores de evento da Fnac foi o maior evento em 15 anos de loja. Isso me leva a entender que foi maior que o Restart, que fez muita gente “xingar muito no twitter” naquela “puta falta de sacanagem”, lembra? #chupaRestart

Divulgação

CV: A bienal que está prestes a começar em São Paulo, ajuda na captação de novos leitores?
LCP: Espero que sim. Estamos marcados para lançar o livro lá, no dia 31, um domingo à tarde. Aproveito e convido os novos leitores por aqui a irem lá.

CV: Haverá outros eventos para o lançamento do livro como ocorreu na capital paulista?
LCP: Marcado, temos esse da Bienal. Acho que deve rolar em outros Estados. Mas ainda não sei.

CV: Deixo espaço para considerações finais.
LCP: Obrigado pelo interesse. Faço questão de falar sempre que pedem sobre o livro, pois é muito elogioso ter o interesse de alguém pelo seu trabalho. Espero que tenhamos feito justiça ao cara que é o Ronnie Von nesta biografia, pois ele foi um tremendo cavalheiro, não tentou dificultar em nada o trabalho, nem nos momentos em que tocamos nas coisas e situações mais delicadas de sua vida. Tanto que ele só leu o livro publicado. Não precisa falar mais nada, né?

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Raro Zine apresenta: 'Bragança Resiste'

Arquivo Pessoal
German, uruguauio, mora em Atibaia, fã de rock e está sempre nos principais eventos underground de sua cidade e Bragança Paulista. Ele também é responsável pelo Raro Zine, que diariamente traz novidades sobre a cena independente, com indicação de shows e principalmente entrevistas com bandas de todos os pontos do Brasil. Há alguns dias, ele lançou a coletânea "Bragança Resiste", apenas com bandas que compõem material próprio e são da "terra da linguiça". Para saber mais sobre este lançamento, nós do Canibal Vegetariano trocamos uma ideia com esse camarada de batalha.

Canibal Vegetariano: Como rolou a ideia de fazer uma coletânea com bandas bragantinas?
German: Bom ,a ideia nasceu de não ficar limitado a uma página e sim também poder mostrar a um público maior, o que é feito em Bragança. Isso tomou forma para que pudesse divulgar de modo mais amplo as bandas e que isso alcançasse público de outras localidades que tenham interesse nessas bandas. Hoje com o poder da tecnologia podemos distribuir desse modo,a coletânea "Bragança resiste" remete aos 80, com influências daquelas compilações como o Sub, Ataque Sonoro, Grito Suburbano, tomada as devidas proporções e épocas, no consenso final um registro sonoro de quase uma década de história.

CV: Como foi a escolha de quem entraria nesse disco?
G: A escolha surgiu da admiração e amizade com grande parte das bandas e a presença em shows e carreira de algumas delas, me fez estar mais presente na trajetória delas... Então naturalmente os contatos e convites foram surgindo. Paralelamente as matérias e entrevistas no Rarozine foi baseado em bandas que possuíam material pronto e sem a preocupação de estilos ou algo do tipo, Bragança sempre foi bem alternativa, sendo cada banda com sua identidade sonora sem soar repetitiva.

CV: O que Bragança Paulista representa no cenário musical atual não só do rock como da música independente?
G:Talvez muitos não saibam, mas a cidade é há muitos anos parte do circuito nacional...isso em termos de shows, artes e etc. Grande parte das bandas (uma boa parte) diria já teve sua passagem por aqui. Inúmeras bandas estrangeiras já passaram por aqui, as gerações foram mudando, mas grande parte das pessoas que hoje colabora para esse crescimento musical são as mesmas de anos atrás, que estava com intuito de realmente realizar algo na cidade. Isso também proporcionou muitas voltas destas bandas que já haviam tocado aqui.


CV: Quais os próximos lançamentos do Raro Zine?
G: A princípio a proposta é a sequência com o volume 2, só que agora contando com bandas de Atibaia (onde moro) do cenário metal. Estou finalizando materiais dessas bandas e aguardando algumas para um possível lançamento antes do fim de agosto. Para outubro/novembro uma terceira coletânea agora sem ser regional,contando com bandas que se tornaram amigas do zine e que se prestaram rapidamente a ideia de participar da compilação. Já estamos em andamento com um projeto sobre memórias fotográficas de shows, tanto de Bragança como alguns de Atibaia que contará um pouco da parte visual dessa época, retratado em fotos de alguns profissionais e nós mesmos que estávamos presentes neles (e que vai ter colaboração do próprio Canibal vegetariano) que também poderá ter uma edição virtual, para que todos tenham acesso ao material. E muitas entrevistas que virão, posso adiantar: Cólera, Invasores de Cérebros, Catarro, O inimigo, Periferia S/A e muito mais... algumas entrevistas com bandas que estarão no festival Autorock(Campinas) e estarei cobrindo pela primeira vez como Rarozine, o Cardápio Underground(Bragança Paulista) que logo divulgará sua programação.

CV: Ultimamente muita banda boa tem aparecido em seu zine. Como rola esses contatos?
G: Primeiramente obrigado pelo elogio, fico contente quando as pessoas comentam ou até mesmo divulgam o trabalho; grande porcentagem das bandas que já estiveram no zine são de contatos com os próprios integrantes anteriormente em shows. A partir daí ficou tudo mais viável nas entrevistas e matérias, mas quando não possuo contato, tento me comunicar com a banda, ouvir mais, conhecer mais a banda... a qualidade vem de que atualmente as bandas possuem um compromisso total com a música, por isso tantas bandas boas na ativa...

CV: Que análise você faz das bandas atuais. Muita gente diz que 'o rock morreu', você concorda?
G: "O rock morreu???". Do meu ponto de vista nunca, o que vejo é que há muitos querendo matar ele, mas sinceramente ele está aí para quem quiser apreciar, seja ele instrumental, punk, hardcore, metal, indie, etc.

CV: E temos uma cena em nossa região?
G: Não sei se existe uma cena concreta, unida e que apoie tudo, mas asseguro que na medida do possível as pessoas, as bandas se mobilizam para um contexto final. O público em si é diferenciado e enxergo também tons de insatisfação, de pessoas que somente criticam, mas não ajudam em nada, para um tal fortalecimento da cena, mas as coisas mudaram muito, mas as cidades possuem suas bandas interessantes mesmo com a predominante veia das bandas "covers", cidades como Jundiaí, Campinas, Americana, Sorocaba, Bragança Paulista, Atibaia tem seus nomes relevantes... mas ainda há gente que acredita num propósito da música underground...

CV: German, agradeço pela entrevista e deixo espaço para suas considerações finais.
G: Ao público em si, vejam com bons olhos para música feita no Brasil, o país é um dos maiores celeiros musicais no mundo, basta só procurar... vá em shows, tire fotos, monte uma banda, organize shows, divulgue, essa é a verdadeira proposta de uma cena... um conjunto de pessoas que buscam um só ideal. Quero agradecer todas as bandas que estão na coletânea e principalmente a vocês do Canibal Vegetariano pelo interesse e apoio! Grande abraço.

Impressões sobre 'Bragança Resiste'

Uma coletânea de bandas novas e outras que estão na estrada há algum tempo. O lançamento do Raro Zine traz ao ouvintes ótimas novidades sonoras, pois passa a limpo um pouco do cenário dessa cidade, Bragança Paulista, que há anos é uma das mais ativas no cenário underground e de vanguarda.
Em termos de rock há um pouco de tudo, indie, rock, folk, punk, metal, hardcore, música instrumental. Tem material para todo o gosto e mostra todo ecletismo de uma cidade que respira música, basta ver a quantidade de eventos que são realizados durante o ano. Entre as bandas de destaque desta coletânea temos: Leptospirose, Cheesehead, Framboesas Radioativas, Sonora Scotch e Druques.
Para ouvir ou baixar a coletânea acesse: http://rarozinerecords1.bandcamp.com/releases
Para ler as novidades do Raro Zine: https://m.facebook.com/rarozine

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

FISTT comemora 20 anos com shows especiais

Marina Filippe
O FISTT, que surgiu em Jundiaí (SP) como uma reunião de garotos que queriam tocar Ramones em 1994, agora comemora suas vinte primaveras em um final de semana especial. Isso porque a banda leva um show exclusivo ao Aldeia Bar - em sua cidade natal - no sábado (16), e repete a dose no Hangar 110 no domingo (17). Os eventos terão participações de ex-integrantes e músicas de todos os álbuns, que relembram formações, apresentações marcantes e, claro, histórias boas para contar.
Quem conferir o show ao vivo no Aldeia Bar ou no Hangar 110 poderá curtir de perto os clássicos “Minduim”, “Vinteum” e “Menininha”, além de outras músicas de um setlist que pretende agradar os novos e antigos fãs, que terão uma banda cheia de energia, como o FISTT sempre fez. “Todos esses anos tocamos em inúmeras cidades e nos divertimos muito! Vamos reunir essas melhores lembranças em shows especiais. Afinal, não é sempre que se comemora 20 anos de banda”, diz o vocalista Nick.
No sábado, o evento terá também a banda Pense, que lança o disco Além Daquilo que te Cega, e promoções especiais. Enquanto no domingo participam também as bandas Monday Sucks e The Fingerprints.
Pablo Zanella
Serviço Sábado:16 de agosto, às 22h.
Local: Aldeia Bar – Rua do Retiro, 279 – Jundiaí
Entrada: R$15 com confirmação no evento do facebook e R$20 na porta.
Censura da casa: 18 anos. Menores somente acompanhados pelos pais ou responsáveis
Serviço Domingo: 17 de agosto, às 18h.
Local: Hangar 110 – Rua Rodolfo Miranda, 110 – São Paulo
Entrada: R$15 antecipado e R$ 25 na porta
Censura da casa: 14 anos
Na segunda-feira (18), os caras serão entrevistados no programa mais tosco da web, A HORA DO CANIBAL, a partir das 22h30. Para ouvir acesse: http://www.radioclickweb.com/

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Promoção ‘Grito da Independência’

Galero, o programa A HORA DO CANIBAL em parceria com o fanzine/blog Canibal Vegetariano e a Rádio Click Web traz para você ouvinte/leitor, mais uma promoção tosca, daquelas que dão medo. 
Agora o lance é o “Grito da Independência”. Dois ouvintes/leitores ganharão presentes. Para participar basta o interessado nos prêmios enviar foto, vídeo, frase para zinecanibal@hotmail.com, com algo referente a independência, seja para qualquer tipo de independência. E como sempre, os piores serão os melhores e levarão os brindes.
O primeiro combo tem DVD da banda Teatro Mágico: “Segundo Ato”, CD demo da banda, além de CDs das bandas Meivorts, de Valinhos, e Rosa de Saron, sendo dois; “o agora e o eterno” e também “horizonte distante, ao vivo”.

Combo 1
O segundo combo vai recheado com seis CDs, sendo: 3 do Teatro Mágico: “Segundo Ato”, “A Sociedade do Espetáculo” e “Demo”. Também terá o EP Autocontrole da banda Meivorts e da Rosa de Saron “o agora e o eterno” e também “horizonte distante, ao vivo”.

Combo 2
Então é isso, os interessados podem enviar quantos e-mails quiser e a promoção é válida até 8 de setembro, às 22h, quando os vencedores serão conhecidos no programa A HORA DO CANIBAL, transmitido toda segunda-feira pela Rádio Click Web. Para ouvir acesse: http://radioclickweb.com/