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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

‘Festival do Caramelo’

Por Ivan Gomes


O final da tarde e início da noite de domingo (10) foi marcado por três ótimos shows que rolaram no D’Villa Drinks, em Várzea Paulista/SP. Rosário, Fistt e Garage Fuzz fizeram a festa de uma galera que compareceu em bom número para o evento organizado pela Time Bomb Wear e Oba! A festividade marcou a volta, em definitivo, da Rosário aos palcos, após alguns anos de hiato.

E a festividade que não possuía um nome próprio o apelidei de “Festival do Caramelo” pois assim que cheguei ao D’Villa, na porta estava um desses simpáticos cães caramelo, mas com um detalhe, este possuía credencial plena para o evento e tinha acesso inclusive aos bastidores, ou seja, o caramelo impõe respeito.

O evento estava marcado para 17h30, exatamente o horário que consegui chegar e logo que me aproximei do bar, foi possível ouvir os primeiros acordes da Rosário que dava o pontapé inicial na festinha. E a banda, que retorna após alguns anos, volta com mudança na formação. Os caras que antes formavam um quarteto, agora se apresentam como quinteto e com a adição de mais uma guitarra, que deixou o hardcore deles ainda com mais peso e abertura para possíveis improvisos antes, talvez, não pensados.

Devido a uma série de fatores na vida pessoal de alguns integrantes, a banda havia dado um tempo. Em agosto deste ano eles se apresentaram no mesmo D’Villa, mas neste fim de ano o show foi diferente, melhor em comparação com o anterior e a mudança na formação mostra que os caras virão com tudo em 2024. Vamos aguardar!

Sobre a apresentação, em pouco mais de meia hora eles entregaram tudo aquilo que se espera do agora quinteto e para quem está acostumado. Agito, riffs, uma excelente interação com o público e muita diversão. Antes de encerrar, houve a participação de Dedo, vocalista da banda Fim da Aurora.

Ao final da primeira apresentação, à noite chegava e o calor aumentava. Isso exigiu uma pausa para hidratação e aquele papo com os camaradas ao lado externo do D’Villa, principalmente em relação aos assuntos de grande relevância, como o futuro do Santos Futebol Clube e o próximo amistoso do Pisa Fofo Futebol Clube. Enquanto isso, ele, o Caramelo, entrava e saía como se realmente fosse o dono do pedaço e “exibia com orgulho” sua credencial plena.

Entre um papo e um sarro e outro, voltamos para o interior do bar para acompanharmos a Fistt, que está há quase três décadas na estrada e tem realizado em muitas cidades a turnê de seu último trabalho, “A arte de perder”. Banda afinada, afiada e os caras despejaram uma pancada de hits, um atrás do outro. O público estava ensandecido, no mais do que bom sentido da palavra, cantou cada música junto ao vocalista Nick. Se não me falha a memória, essa foi a primeira apresentação deles que acompanho Nick de volta ao seu instrumento, o baixo. Outro ponto que acho interessante, é que durante as apresentações em Jundiaí, ou em cidades vizinhas, ao invés de citar o Hangar 110, que está presente na versão de “Ex-underground”, Nick faz referências ao famoso bar do Bilé.

O show foi tão bom que os caras fizeram chover. Enquanto o suor escorria por corpos próximos uns dos outros que não paravam de se mexer embalados pelo punk dos jundiaienses, ao lado de fora uma forte chuva caía. Foi água, suor e punk rock para lavar a alma. A apresentação ainda teve a participação de ex-integrantes que compareceram para prestigiar a banda.

Mas à noite ainda prometia. Assim que a Fistt deixou o palco, houve mais um tempo para hidratação ao lado externo, tudo sendo observado pelo Caramelo, e na sequência viria outra banda clássica do cenário underground nacional, a Garage Fuzz.

Este que vos escreve havia acompanhado outros dois shows dos caras, mas nenhum soou tão redondo quanto o apresentado em Várzea Paulista. A interação entre público e banda foi simplesmente sensacional e serviu para fechar com chave de ouro um domingo de dezembro não tão quente, mas que teve uma temperatura que podemos considerá-la bem alta dentro do D’Villa, pois foi possível acompanhar três ótimos shows.

E como sempre ocorre em eventos desse tipo, ao final, estávamos em muitos não apenas no papo e despedidas dos camaradas, como houve a clássica passada na “banquinha” de camisetas e CDs. É impossível sair sem comprar nada. E antes do retorno para casa, ainda houve tempo para nos despedirmos do “dono” do evento, o cão caramelo.

Para encerrar, peço licença a Daniel ETE, o mestre das caveiras, para escrever aqui uma de suas frases, que resume bem o evento do dia 10: “o mundo do rock é lindo!”

Ivan Gomes, 45 anos, é produtor e apresentador do programa 3 Notas, transmitido semanalmente pela Mutante Rádio e torcedor do Santos Futebol Clube, sua única virtude.

Foto 1: Guilherme Malaquias, vocalista da banda Rosário.

Foto 2: O cão caramelo.

Foto 3: Fabiano Nick, vocalista e baixista da Fistt. 

Todas as imagens captadas por Pedro Henrique, no Instagram: @ph.fotos

sexta-feira, 23 de março de 2018

Uma noite de pastel, chopp e muito rock!

Garotos do The Cavemen fizeram um show avassalador em
Campinas. Fotos: Canibal Vegetariano

Na quinta-feira (22), nós do Canibal Vegetariano percorremos os cerca de 40 quilômetros entre Itatiba e Campinas para acompanharmos três shows que estavam programados para a Casa Rock (antigo Quintal do Gordo). No cardápio, além do chopp e pastel, havia os campineiros do Footesp Surfers, os paulistanos do The Diggers e os neozelandeses do The Cavemen.

Até então, não sabíamos que um dos caras de grande importância para o rock brasileiro havia partido desse mundo, o músico, produtor musical e jornalista Carlos Eduardo Miranda. Soube disso apenas quando voltei para casa. Pois se soubéssemos, diria que ele teria tocado o vocalista do The Cavemen, antes do show, pois segundos antes dos primeiros acordes, o frontman neozelandês fez um ritual, como se algo incorporasse em seu corpo. Foi apenas uma coincidência.

Os responsáveis por abrir a noite insana de rock foram os campineiros da Footesp Surfers. Com nova formação, ao menos para mim, os caras não desperdiçaram tempo e mandaram ver em seus sons e botaram muita gente pra dançar em agradável noite de início de outono. Como ainda era “cedo” e hora da “janta”, mandamos ver naquele tradicional pastel de queijo da casa acompanhado por um chopp bem gelado para início da audição das bandas.

Os paulistanos do The Diggers também fizeram apresentação
impecável e botou a galera pra agitar
Logo após os campineiros, a The Diggers, power trio paulistano com 2 guitarras e uma bateria insana, mostraram toda potência de seu garage rock. Com uma guitarra com som bem limpo, outra bem “suja” e com participação dos três integrantes nos vocais, os caras rapidamente conquistaram a galera e botaram o povo pra agitar com uma apresentação impecável.

O encerramento da noite ficou a cargo do The Cavemen. Banda formada por quatro jovens, os caras acompanharam atentamente as apresentações das bandas anteriores. E quando subiram ao palco, foram um verdadeiro rolo compressor.

Segundos antes do início do show, o vocalista da banda tirou a camiseta, esticou-se ao solo e fez algo que parecia um ritual de incorporação. Quando seus camaradas de banda soltaram os primeiros acordes, a destruição teve início. Punk e garage rock em 220 volts. Performances a lá Iggy Pop e Dead Boys, os jovens do Cavemen não deixaram pedra sobre pedra e fizeram um show simplesmente sensacional, um verdadeiro arrasa quarteirão.

Com a surf music de primeira, os campineiros abriram a
maratona insana de rock
Ao final, como é de praxe, demos aquela passada nas barraquinhas de merchan e voltamos felizes para casa, de alma bem levada. Ao saber da morte de Miranda não deu pra sentir tanta tristeza, afinal, o legado dele está mais vivo do que nunca, novas bandas aparecem e fazem shows matadores e antológicos. Se existe algo além da morte, Miranda esteja em paz e agradecemos por tudo o que você fez, obrigado mestre!

E se você não conseguiu ir ao Cavemen quinta-feira, não tem problema, pois o baile segue e no domingo (25) os caras se apresentam em Atibaia, a partir das 18h, no Black Pub, evento do Raro Zine Fest. Além deles, você poderá conferir Churumi, Peixes Fritos e Crasso Sinestésico, todas bandas do interior de São Paulo, que mandam muito bem no rock, no garage rock, no punk e hardcore.              

domingo, 15 de outubro de 2017

Autoramas invade o Sesc Jundiaí com seu rrrrrrock!

Vários hits foram "despejados" pelo quarteto, além de outras
canções de trabalhos diversos. Fotos: Emerson Henrique
A noite de sexta-feira, 13 de outubro, foi um período de celebração do bom e velho rock no palco do Sesc Jundiaí. Duas bandas, Autoramas e Gasoline Special tomaram de assalto o palco do local e fizeram crianças, adolescentes, jovens, adultos, e até mesmo alguns senhores, bailarem à vontade pelo ginásio do local.

O Autoramas, com 19 de estrada e com a formação em quarteto, foi a responsável por fechar a festa. Sem delongas, a banda capitaneada por Gabriel Thomaz, vocal e guitarra, subiu ao palco e despejou dezenas de hits que fizeram a alegria da galera que compareceu em bom número ao evento, realizado em sexta-feira com feriado prolongado.

A galera do Autoramas passou por toda carreira do grupo, executou canções do último disco lançado, o “Futuro dos Autoramas”, o novo single “Minha namorada aprendeu karatê” além dos clássicos “Você sabe”, “Fala mal de mim”, “Paciência”, além do grande hit da Little Quail and The Mad Birds, “1,2,3,4”, banda de Gabriel no início da década de 90, do século passado e também “I saw you saying”, música composta pelo vocalista e que foi gravada pelos Raimndos, no segundo álbum da banda “Lavô tá novo”, de 1995.

Gasoline Special foi a primeira a subir ao palco do Sesc
ABERTURA

A abertura do bailão rock realizado no Sesc ficou a cargo dos jundiaenses da Gasoline Special, power trio que tem nas guitarras e vocais o “reverendo” André Bode. Com seu som calcado em diversas influências de bandas dos anos 90, o trio “jogou” em casa e com apoio da torcida e equipamento impecável, os caras fizeram grande apresentação e apresentaram o novo baixista Rodrigo “Hilbert”.

Com som “pesado” e entre riffs e solos, a banda mostrou um pouco de sua história e também apresentou uma nova canção que ainda não tem nome definido mas foi possível notar certa influência de Raimundos, da melhor época do quarteto de Brasília.

Após dois ótimos shows, só nos restou “cair” na estrada e ficar na expectativa das novas atrações. O Sesc Jundiaí é um ótimo espaço e acreditamos que irá colaborar em demasia com o fomento de novas bandas naquele município, assim como na região.  

domingo, 10 de setembro de 2017

Nove homens e um grito de independência!

Ao final do show, Leptos faz jams com outros músicos.
Fotos: Ivan Gomes
Nada de tanques, cavalos, roupas a la Napoleão Bonaparte, nada de bandas marciais, nada de 7 de setembro, nada de histórias falsas para engodar o “povo brasileiro”, o verdadeiro grito da independência ocorreu no Estúdio Zarabatana, em Campinas, em um sábado, 9 de setembro, quando Aqueles, Topsyturvy e Leptospirose “incendiaram” o porão com riffs, baterias socadas impiedosamente e baixos com disparos como se fossem canhões.

Três power trios se apresentariam no espaço aconchegante, três bandas de estilos dispares, mas com discos, turnês, indumentárias apostos nas barraquinhas e muitas horas de palco, shows e participações em importantes festivais do underground. Três trios que não ficam no comodismo de simplesmente reproduzir o que foi feito há décadas, para alegria dos jovens que não são mais tão jovens e além da música, primam pela amizade e o prazer de compartilhar com os amigos, companheiras e companheiros, punhados de canções que algumas pessoas insistem em não prestar atenção e também são simpatizantes da bela mistura de água, malte e lúpulo, que refresca os ânimos em tardes e noites quentes.  

E com a bela programação, óbvio que nós do Canibal Vegetariano daríamos em jeito de apreciar esse belo “baile”. Devido as responsabilidades que a vida adulta nos impõe, não conseguimos chegar a tempo para acompanhar a linda banda campineira “Aqueles”. Havíamos acompanhado a banda há cerca de três meses no Auto Rock, mas o show de sábado, segundo fontes, foi mais insano, pois em casas menores parece que o aconchego funciona melhor.

Leptos soltou "os cachorros" no palco
Sem vermos o Aqueles, restou-nos lamentar e curtir nosso suquinho de cevada, como diz o grande escritor Antonio Pedroso Junior, e ficar na expectativa de acompanharmos o trio que vinha de Mogi das Cruzes. Com seu som que passa por várias vertentes do rock e aliadas a brasilidades, a Topsyturvy não deixou nenhum esqueleto parado, todos acompanharam felizes a apresentação, assim como os músicos que interagiam e mostravam que estavam muito a fim de fazer um som para galera. 
Mais uma apresentação em grande estilo, e bote grande nisso, dos jovens mogianos.

E para fechar o sábado com chave de ouro, os bragantinos da Leptospirose tomaram o palco de assalto. Sem delongas, Quique Brown, disparou seus riffs, acompanhado pela “cozinha” mais explosiva do underground nacional, Velhote, no baixo, e Serginho, o Keith Moon brasileiro, atrás dos tambores. Músicas dos mais de 15 anos de carreira foram executadas para lavar a alma daqueles que estavam sedentos por rock puro, sem mistura nem gelo, ou por sequências animalescas de porradas na orelha.

O trio de Mogi fez a galera agitar ao
seu som cheio de misturas
Ao final do show, e ainda com tempo para mais algumas canções, Quique disse que rolaria um “bailinho” para galera. E o que rolou foram ótimas jams, com participação da juventude do Aqueles e do mestre das caveiras, e um dos nomes mais importantes do rock underground nacional, Daniel ETE, que cantou, fez backing vocals e mostrou talento em riffs de guitarra e pegada no baixo.

Com as caixas desligadas, só nos restou, com gostinho de quero mais, pedir a conta e passar a régua, mas não sem antes, passar por aquelas barraquinhas que é a Disneylândia dos jovens adultos, para adquirir indumentárias que chocarão as tiazinhas da padaria e os pseudo-intelectualizados no café da manhã de segunda-feira.

sábado, 13 de maio de 2017

Noite de punk rock para acalentar corações em Jundiaí

A banda Merda mesclou clássicos com músicas do novo
álbum. Fotos: Ivan Gomes
Noite de sexta-feira e o punk rock iria rolar solto no Aldeia Bar em Jundiaí. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo governo golpista há um ano, nós do Canibal Vegetariano não perderíamos essa e fomos conferir as apresentações de Ataque Sonoro, Lomba Raivosa e o do Conjunto de Música Jovem Merda.

Estamos no outono, clima muito agradável, estrada de regular para ruim, pedágio caro, mas fomos até o município vizinho para acompanhar as apresentações. O aquecimento ficou a cargo dos jundiaienses do Ataque Sonoro. A banda foi formada as pressas para substituir uma outra que ficou sem baterista às vésperas da apresentação devido a compromissos profissionais.

Lomba Raivosa em ação
No palco, os jundiaienses fizeram uma rápida apresentação onde rolaram clássicos do punk rock nacional, nada mal para aquecer à noite. Jadi Araújo, vocalista da Perturba, ao melhor estilo Artie Oliveira, foi chamado ao palco para dar uma palhinha. Enquanto os caras se apresentavam, nós do Canibal ouvíamos o Fábio Mozine, do Merda e César Passa Mal e Testa do Lomba Raivosa. Essas entrevistas serão apresentadas na segunda-feira no programa A HORA DO CANIBAL.

Após os jundiaienses, a Lomba Raivosa mostrou toda fúria de seu som e rolou faixas de seus quatro discos, entre elas, do mais recente álbum lançado, que por enquanto pode ser ouvido apenas no formato digital. O power trio mostrou entrosamento espetacular e mesmo com os integrantes que afirmam que a banda é ruim, quem viu o show pode acompanhar o contrário. Banda rápida, precisa e divertida. Show como tem que ser, direto e reto, sem pausas para frescuras.

O encerramento ficou por conta dos capixabas doo Conjunto de Música Jovem Merda. Com o disco “Descarga Adrenérgica” em mãos, os caras iniciam turnê pelo país e após tocarem em seu estado natal, a banda veio para São Paulo e na primeira apresentação do novo álbum em terras paulistas eles mostraram todo peso e fúria do novo disco aliado a canções de outros registros.

Os jundiaienses do Ataque Sonoro
abriram à noite
As músicas do novo disco encaixaram perfeitamente e a banda está inteiraça! Assim como as bandas anteriores, o público agitou e curtiu o encerramento da noite punk. Antes de partir, o Merda ainda tocou dois grandes clássicos que não podem faltar em seus shows: “Maradona” e “Nem todo brasileiro que gosta de futebol, gosta do Neymar”, essa para encerrar a apresentação com chave de ouro.

Ao final, nos restou pagar a conta, passar na barraquinha para adquirir produtos das bandas e voltar para casa com aquele zumbido fantástico nos ouvidos que somente shows do porte que as bandas apresentaram podem ocasionar.

Impressões sobre 'Descarga Adrenérgica'. Novo disco do Merda

Dizer que o power trio formado por Fábio Mozine (guitarra e vocal), Rogério Japa (baixo e vocal) e Alex Vieira (bateria e vocal), lançam bons registros é chover no molhado. Mas, o novo álbum Descarga Adrenérgica vai muito além de ser um bom disco, é o que podemos chamar de puta álbum! 

Bem gravado, bem produzido, arte muito bem feita, mas as músicas estão no mais alto nível. Com críticas sociais, assuntos nonsenses e tiração de sarro com eles mesmos e com o público, o Merda gravou um dos melhores álbuns de sua carreira.

O disco tem 22 canções executadas em pouco mais de 20 minutos. Tem passadas pelo punk e hardcore. Os destaques são muitos, mas deixamos aqui: “Crise dos 40”, “Turbulência”, “Virou coxinha”, “7 a 1”. “Roqueiro reaça” e “Odeio tudo”. Compre o disco, contribua com as bandas independentes e mantenha a chama do rock acesa. O novo álbum do Merda é também uma boa dica de presente para o Dia dos Namorados, para quem tem bom gosto musical.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Autoramas continua com pé embaixo no acelerador

Gabriel Thomaz e Érica Martins durante show da Autoramas
em Jundiaí. Fotos:Ivan Gomes
A banda carioca Autoramas se apresentou durante noite de sexta-feira (2) no Aldeia Bar, em Jundiaí. Além deles, duas bandas jundiaienses foram responsáveis por abrir a festa rock’n’roll que teve presença de bom público. E nós do Canibal Vegetariano estivemos por lá para xeretar e meter nosso dedo mindinho nesse assunto e escrever o que rolou.

A banda Gasoline Special foi a responsável por abrir o festejo. Power trio com vocação para vertente mais pesada do rock, os caras não perderam tempo e soltaram os bichos sobre a galera. Sons mais antigos, músicas que farão parte de novo registro em 2017 e participação de Fabiano Nick, da Fistt, em tributo aos Ramones, marcaram o show dos caras.

Em seguida, outra banda de Jundiaí, essa com quase três décadas de estrada, Burt Reynolds. Quarteto com dois dos fundadores da banda e com uma baixista que chegou recentemente assim como o segundo guitarrista. A mistura dos mais experientes com os mais jovens ficou muito boa e a banda fez uma apresentação rock’n’roll total e botou a galera para cantar, agitar e dançar.

Gasoline Special teve participação de
Fabiano Nick, da Fistt
Com o caminho muito bem pavimentado pelas duas bandas, a Autoramas subiu ao palco com sua recente formação, em quarteto. Ainda não havia visto a banda neste formato, anteriormente apenas como trio.

As mudanças ocorridas na banda não a descaracterizaram. O som ficou mais “pegado” e algumas músicas mais rápidas. Érica Martins, ex-Penélope, manteve os vocais femininos que sempre estiveram presentes e acrescentou segunda guitarra em outras músicas assim como teclados e alguns instrumentos percussivos.

Burt Reynolds em ação. Rock para
espantar os maus espíritos
Gabriel Thomaz continua sendo o principal compositor e grande líder da banda. A performance no palco sempre precisa e neste show estava muito à vontade e contou algumas histórias sobre suas composições.

Durante o show, a banda tocou muitas músicas do disco novo, “O futuro do Autoramas” e de outros discos. Gabriel ainda relembrou sua antiga banda Little Quail and The Mad Birds. Para resumir, show 100% rock e alegria dos fãs ao final da apresentação com muitos gritos, palmas e um pedido de que voltem logo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O baile debutante do Leptospirose!

Leptospirose em show de comemoração de 15 anos da banda.
Fotos: German Martinez
Por German Martinez

Já que era para comemorar, os bragantinos tiveram a chance de ver quatro bandas durante à noite de domingo (17). A primeira já bem afiada era o Drákula, ícone do garage surf de Campinas, que não poderia ficar de fora, não só pela qualidade do show ou pela amizade com o Leptos, e que agora tem o próprio Serginho na bateria.

A brasa fervia dentro do Farol Bar, com o Drákula que trouxe seu lado horror nas canções em faixas como "Cidade assassina", "Gorila perez", davam aquela agitada no público que achava aquilo desconhecido.

O quarteto francês Alarm, trouxe todo seu potencial do post punk, com ar logicamente europeu, aquele de fazer bater o pé conforme a música e dançar mesmo que fosse sozinho. Faixa como "I Wait" deu uma levantada no astral do recinto.

Os caras do Head Ache com anos de estrada no circuito metal, agora estavam de volta, com algumas mudanças de integrantes. Agradaram os headbangers presentes.

E para fechar a noite, os 15 anos de Leptospirose passaram por inúmeras faixas de toda a carreira. A casa estava com uma boa galera para ouvir a banda disparar canções como "O instrumental vai pro I Shot Cyrus',"Prometo não parir pôneis","Exercise".

Os campineiros do Drákula foram os responsáveis pela
abertura da festa
Enquanto Brown explicava o porquê de muitas canções e do espaço aberto ao show, a velocidade “comia” solta, onde até se abriram rodas de pogo. Destaque total ao pessoal de Campinas que compareceu e cantou muitos sons como Artie Oliveira, vocalista da Don Ramon, em “Aqua Mad Max”, e Zazá na batizada "Bar do Zé"!

O público que veio de várias outras cidades ficou até o fim. O show teve espaço para fechar com Mike, do Kollision, que mandou "Ace of spades".

Parabéns ao Leptospirose e que venham mais noites como essa!

German Martinez é editor do portal de música independente Raro Zine

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

‘Vera Rock City’


Por Prude Fabrício/Veranópolis/RS

Sábado, 21 de novembro de 2015. A (banda) Motor City Madness (MCM) subiu a serra para mais uma apresentação insana na Jailhouse, porão no interior de Veranópolis, município da serra gaúcha, que já se firmou como a casa mais legal de shows underground da região. A MCM colhe atualmente frutos dos dois grandes álbuns lançados e da recente viajem para a Austrália patrocinados pela Converse, onde gravaram cinco sons que devem sair em breve. A banda também aproveitou para gravar novo vídeo que em breve será disponibilizado na internet.

Sobre o show propriamente dito, eles estão na ponta dos cascos e com a locomotiva atropelando a 150 por hora sem dó e nem piedade. Ms, Dynamite abriu o atropelamento em grande estilo seguida de (We Are The) Outlaws seguida da insana Schizoid (melhor som na minha humilde e tosca opinião) e daí em diante foi jogo ganho. A idade já não ajuda muito a ir para roda, mas o Sergio tem a manhã de provocar o público para agitar.

Outro destaque da noite é o grande camarada Gordinho que agita para caralho e que foi o personagem principal do vídeo que proporcionou a banda fazer o rolê na Austrália. Conversando com o vocalista Sergio Caldas, ele comentou que o entrosamento decorrente de quase 50 shows no ano faz a diferença em relação ao show na mesma Jailhouse ano passado. Fabian Steinert está destruindo com seus grandes solos ao vivo, Sergio sempre insano. A cozinha sempre destruidora de Rene Mendes (baixo) e Rodrigo Fernandes (bateria) dão o ritmo alucinante ao show.


O underground é mesmo uma maravilha e proporciona bons momentos e amizades, cervejas e outras ‘cocitas’ mais. Mais uma noite insana e nota-se a grande satisfação da banda em ter voltado a tocar em Veranópolis que acolheu eles de braços abertos.

Prude Fabrício é gaúcho, gremista, ouvinte do programa A HORA DO CANIBAL e camarada dos rolês rock’n’roll 

sábado, 2 de maio de 2015

Galinha Preta e Olho Seco ‘arrebentam’ na abertura do ‘Maio Cultural’

Fotos: Canibal Vegetariano
O 1º de Maio, quando se comemora o ‘Dia do Trabalho’, foi de descanso e festa para muitos trabalhadores, menos para algumas pessoas que trabalharam na abertura do “Maio Cultural” em Bragança Paulista ou que foram ao local para fazer a cobertura do evento, como os casos de nosso camarada Will Edu e deste que escreve estas mal traçadas linhas.
Final de tarde de outono, temperatura amena e nós na estrada prontos para ouvir muito rock. Quando chegamos, a primeira banda escalada para tocar, Lesão Corporal, estava no final de sua apresentação e com isso não podemos tecer qualquer comentário a respeito da apresentação dos garotos.
E em eventos deste tipo sempre encontramos os camaradas de show e estrada. Enquanto os jovens bragantinos da banda “Ranho” se apresentavam, aproveitamos para pôr o papo em dia com German Martinez, do Raro Zine, e Diego do DuoFox, além dos camaradas do Merda e do Leptospirose. Com o som dos garotos ao fundo, notamos que a banda é boa e os guris têm jeito para o lance do “rock pesado”. Rodas e pogos foram vistos durante quase toda apresentação. Essa é uma banda que precisamos “ficar de olho”, pois promete.
Após apresentações de bandas locais, chegou a vez dos brasilienses da Galinha Preta. A banda que atualmente é um quinteto subiu e fez valer a espera de muitos por sua apresentação. Riffs de guitarra, bateria sendo espancada na medida certa e Frango, o vocalista, mostrou ótima performance como “band leader”.
Enquanto estiveram no palco os brasilienses fizeram a alegria de muita gente no Ciles dos Lavapés. Do repertório da banda os caras mandaram quase todos os sons e não faltaram as clássicas como “Padre baloeiro”, “Ninguém nesse mundo é porra nenhuma”, “Roubaram meu rim” e “Música de trabalho”, uma singela homenagem à maioria dos “engravatados” de Brasília que finge que trabalha. Show nota 10 e como tudo que é bom dura pouco, ficamos insatisfeitos, no bom sentido, pois queríamos mais sons da Galinha.
Mesmo com o final do show do quinteto, a quase fria noite de outono ainda prometia mais, afinal, uma das bandas mais clássicas do Brasil e da história do punk se apresentaria pela primeira vez em terras bragantinas, Olho Seco, com seus 35 anos de história.
No palco, o quarteto paulistano liderado por Fabião, como é mais conhecido, matou a sede de punk rock de garotos e pessoas de meia idade que cresceram ao som da banda. Com o público ensandecido, Fabião deu uma aula de carisma e a todo momento abaixava-se para deixar as pessoas participarem do show e cantarem com ele grandes clássicos como “Botas, fuzis, capacetes”, “Nada”, “Sinto”, “Olho de gato”, “Que vergonha” e o som que todos pediam a todo momento: “Isto é Olho Seco”.
Após uma avalanche de clássicos, restou-nos apenas pegar um registro com Frango, vocalista da banda Galinha Preta, que além de entrevista para o programa A Hora do Canibal, doou três CDs para a galera do Canibal Vegetariano. Ao final de tudo, estrada e um longo caminho até Itatiba, que cada dia mais parece uma ilha, pois em nossa cidade não temos eventos como este “Maio Cultural” que teve apenas seu primeiro dia. Até dia 31, Bragança Paulista terá shows, oficinas, workshops, debates, palestras, tudo em busca de fortalecimento de parcerias para que cada vez mais sejam valorizados os coletivos e grupos culturais daquele município.
Ainda sobre o primeiro dia de evento, é importante frisar que em um show como este é a qualidade de som, luzes e estrutura para realização dos shows foram impecáveis. O público compareceu em bom número e o evento foi muito organizado, tudo estava encerrado antes das 22h e não houve atrasos para apresentações. E o mais importante, todos se divertiram e não houve qualquer incidente. Que este festival sirva de exemplo para outros municípios.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Quintal do Gordo a ‘mil graus’

Canibal Vegetariano
O Quintal do Gordo e o selo Equivokke Records realizaram o 3º Ato do “Equivokke Fest” em Campinas, no domingo 18 de janeiro. Para este festival, quatro bandas estavam programadas: Bad Taste (Campinas), Crânula (São Paulo), Hutt (São Paulo) e Periferia S/A (São Paulo). O “quintal” que fervilha a cada dia de evento, na data citada chegou a “mil graus”, além do clima seco e quente, as bandas fizeram com que o público agitasse e curtisse um excelente final de tarde e noite de domingo.
Mesmo com todo calor, 35º C mas com sensação de ao menos 40º C, saímos de Itatiba e chegamos ao Quintal no horário previsto para início das apresentações, 17h. Logo na chegada, reencontro de parceiros de estrada e amigos de bandas que estão sempre no trabalho de um novo álbum, EP e tudo mais. Final de tarde mesmo com calor sempre dá fome e como houve um pouco de atraso, conseguimos nos alimentar e hidratarmo-nos antes do rock!

Canibal Vegetariano
A primeira banda a tocar foi a Bad Taste. Com seu hardcore furioso, a banda foi responsável por elevar ainda mais a temperatura do quintal e rodas de pogo foram abertas. Entre músicas antigas e do novo álbum, os caras ganharam o público que ainda cantou várias canções. Artie Oliveira, vocalista da Don Rámon estava presente e deu uma canja com o pessoal da Bad Taste.
Com o público bem empolgado, os paulistanos do Crânula foram a segunda atração da noite. A banda é um power trio com algo demasiadamente curioso, mesmo sendo três na formação, eles não têm baixista. O som fica a cargo de guitarra e bateria e um vocalista que interage com o público e faz com que a maioria entre na roda. Com seu grindcore, a banda fez uma apresentação rápida, mas muito eficiente e “caiu” no gosto da galera.

Canibal Vegetariano
A terceira seria a Hutt. Problemas com o equipamento de baixo fez com que a apresentação tivesse início com mais de meia hora de atraso. O calor seguia e isso não foi motivo para esfriar o público que aproveitou para deixar o papo em dia. Com tudo resolvido, o massacre aos ouvidos mais sensíveis teve início mas como no local muitos estão acostumados, a alegria retornou e as rodas foram abertas com mais pessoas. O destaque da banda, que tem muita competência, fica para o baterista que exibiu técnica invejável, principalmente em relação a velocidade como executa as canções.

Canibal Vegetariano
Passava-se das 22h e o clima estava mais quente do que o normal para o verão brasileiro e a banda Periferia S/A assumiu o palco para sua apresentação. Jovens, crianças, adultos e pessoas de meia idade estavam presentes para conferir a formação original da banda Ratos de Porão. O show foi um “arrasa quarteirão”, no bom sentido da palavra, e o público ensandecido curtiu até o final e cantou junto durante todo show.
A apresentação deu uma passada geral na carreira do grupo com músicas do início do Ratos, canções dos discos da Periferia S/A, do primeiro e também do mais recente “Fé + Fé = fezes”. O encerramento foi realizado com o clássico “Periferia” que fez pessoas que acompanhavam a apresentação assumir os microfones e cantarem a plenos pulmões. Após uma aula de “punk rock”, só nos restava a estrada e o desejo de um banho.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Veranópolis Rock City

Prude Fabrício
A noite de 20 de dezembro marcou dois grandes momentos para Veranópolis/RS: o primeiro show da Bikini Hunters pós gravação de seu primeiro disco que será lançado em janeiro e a primeira passagem da Motor City Madness com seu punk’n’roll sujo e psicopata pela cidade.
Após vários anos de existência, a Bikini Hunters subiu ao palco da Jailhouse para mostrar os sons do seu primeiro, e ótimo, álbum e sua já conhecida competência ao vivo abrindo com Prazer e Mais Nada e Voando Alto. Na sequência um belo cover de Tush (ZZ Top) versão bublegum mongoloide seguida pela já clássica "Hey Ho Let’s
 Go"  dos Ramones.
Agora com o disco gravado, eles limaram quase todos os covers e se focaram mais nos sons próprios, adicionando um cover do Nirvana, pois é a principal influência do Leno (baixista).
Vale notar que essa formação (apenas o vocalista Pirocca está desde o início da banda) está cada vez mais coesa. Aproveitando a presença do batera original eles tocaram "Eu não quero mais estudar" e "Eu te odeio" que fazem parte de uma demo dos primórdios da banda e que hoje destoam totalmente do restante do repertório.
No geral o show foi excelente e com o decorrer das apresentações, com certeza o entrosamento aumentara e eles vão dar muito oque falar no próximo ano.

Divulgação
MOTOR

Uma breve pausa e sobe ao tradicional palco pela primeira vez a Motor City Madness. Com um disco muito bem comentado no underground nacional eles iniciaram o atropelamento com a grande "Ms Dynamite" seguida de "Broke Again" e para mim o melhor som deles na sequência "Rope A Dope". Aí foi jogo ganho e dai em diante a banda estava tocando com uma energia e empolgação que poucas vezes vi em uma banda e prontamente correspondida pelo público presente.
Com certeza eles saíram com uma grande impressão de Veranópolis. Quem conhecia  a banda ficou ainda mais fã, mas o maior mérito deles foi com quem não conhecia os conhecia, pois foi impossível ficar indiferente a tanta energia e presença de palco da banda.  O baterista Rodrigo Fernandes estava possuído pelo "Capiroto" e espancava sem dó o kit de bateria. Uma noite inesquecível e pode-se dizer que pode marcar uma retomada no público roqueiro da cidade que foi maioria na década de 90.

Por Prude Fabrício, correspondente em Veranópolis/RS

domingo, 27 de julho de 2014

Ira! volta aos palcos em show com clássicos e lados B

Canibal Vegetariano
A banda paulistana Ira!, com 34 anos de carreira, sete anos parada por brigas internas, voltou há alguns meses aos palcos, com nova formação, mas com a mesma pegada rock de tempos atrás. A turnê de retorno da banda passou por Itatiba no sábado (26 de julho) e os caras não economizaram em hits e também lados B.
Um bom público esteve presente ao Itatiba e a expectativa para rever os paulistanos, que há 10 anos havia se apresentado na cidade, era grande. Quando a banda subiu ao palco foi ovacionada pelo público e após algumas palavras de Nasi, os caras mandaram ver no som. A abertura do show, se não me falha a memória, foi com "Longe de tudo".
Após a primeira música, foi um "desfile" de hits de uma das bandas mais importantes do rock brasileiro. Os caras tocaram "Tarde vazia", "Flores em você", "Envelheço na cidade", "Núcleo base", "Mudança de comportamento", "15 anos", "É assim que me querem", "Tolices". Também executaram músicas que ficaram muito conhecidas quando gravadas no álbum "Acústico MTV", como "Girassol" e "Quero Sempre Mais".
Entre os muitos hits de uma carreira de mais de três décadas, os caras fizeram questão de executar duas músicas de um dos álbuns mais clássicos da banda que ainda é obscuro para muitos, o "Psicoacústica", de 1988. Desse disco, que influenciou muita gente da década de 90, a banda apresentou "Manhãs de domingo" e "Rubro zorro".

Canibal Vegetariano

Também houve espaço para músicas que são consideradas lados B, mas que mesmo assim quem acompanha a banda soube cantar com tranquilidade e ao mesmo tempo ficou espantada pela lembrança, como "Prisão das ruas", "O bom e velho rock'n'roll". Eles também relembraram a ótima versão que fizeram para "Bebendo vinho", grande clássico do gaúcho Wander Wildner.
O show da banda nem parecia de músicos veteranos e consagrados, foi uma apresentação contagiante e também uma viagem no tempo. Os novos músicos e o fato da banda ser um quinteto em nada alterou a proposta sincera das músicas. O destaque negativo foi o princípio de confusão que por alguns segundos interrompeu a apresentação. Nasi aproveitou a deixa, "deu bronca" e pediu para que o produtor da banda ajudasse os seguranças a retirarem os que tentaram, em vão, atrapalhar uma noite de rock'n'roll.

domingo, 22 de junho de 2014

Peso, distorção e melodias em noite de muito rock

Canibal Vegetariano
 Guitarras suingadas, com peso, distorção e riffs cortantes marcaram a última noite de outono durante apresentação das bandas Doctor Mars, de Indaiatuba, e Topsyturvy, Mogi das Cruzes, no Bar do Zé, em Campinas.
Era a última noite de outono mas o vento costumeiro das noites de inverno deixou a noite convidativa para que a equipe do Canibal Vegetariano fosse até Campinas para curtir muito rock'n'roll, fazer contatos e claro, fotografar e escrever sobre uma das bandas mais incríveis do underground nacional, a Topsyturvy.
Em nossa chegada, fomos bem recebidos com o som de Fugazi que exalava das caixas de som, a noite seria especial, pois toda a discotecagem seria somente com esta banda incrível, do genial Ian MacKaey. Enquanto ouvíamos a seleção de muito gosto, aproveitamos para por o papo em dia e até fazer alguns acertos para próxima edição do Fanzine Canibal Vegetariano.

Canibal Vegetariano

Depois de tudo que rola antes de um show fomos para pista e a primeira a se apresentar foi Doctor Mars. Power trio insano de Indaiatuba que fez o bom público presente agitar, dançar pela pista do BDZ. Com guitarra distorcida, mas com peso e suingue não muito comum, a banda mostrou orignilidade no som que deixou os presentes felizes. A banda fez uma apresentação impecável e rápida, foi um verdadeiro "arrasa quarteirão".
A apresentação da galera de Indaiatuba deixaria qualquer banda preocupada em se apresentar depois, mas a Topsyturvy é uma das bandas mais interessantes e competentes do cenário independente nacional. Quando os caras subiram ao palco mostraram todo o poder de sua música e em segundos conquistou o público. Foi uma apresentação rápida, mas muito técnica e a banda está cada vez mais introsada. Eles fizeram o final perfeito de uma noite perfeita. Após as apresentações, só nos restou comer o lanche da madrugada e "cair" na estrada, com a certeza de que o rock tem um vindouro futuro.

domingo, 8 de junho de 2014

Barco Bêbado retorna em show psicodélico no Bar do Celso

Canibal Vegetariano
A banda Barco Bêbado fez retorno em grande estilo em show apresentado no Bar do Celso, no sábado, 6 de junho. A banda que estava inativa há algum tempo, voltou com força máxima e fez muito marmanjo ficar com os pelos arrepiados devido a sonoridade apresentada e a força das canções.
Sempre é bom tocar em qualquer local, mas o Bar do Celso tem algo diferente, não há uma explicação lógica, é diferente, apenas isso. E os caras da Barco Bêbado mostraram isso. Com suas canções que mesclam o rock'n'roll sessentista com psicodelia e outras influências, os caras quase botaram o bar abaixo. Matheus Machado, o vocalista, além de uma performance extremamente inspirada, tocou seu violino e em algumas músicas agregou cítara na sonoridade do grupo, que deixou o clima ainda mais fantástico.

Canibal Vegetariano

Felizmente uma das bandas mais legais a surgirem em Itatiba retornou e eles ainda conseguiram que André Fujiwara, outro nome importante do rock da cidade, registrasse toda a performance em vídeo, quem sabe em breve a banda lança um DVD "Psicodelias no Bar do Celso", com certeza seria muito bem vindo e serviria como uma aula de rock'n'roll.
Outra banda a se apresentar neste dia foi a Fake Vuklgarys, também de Itatiba, e que tem chamado atenção principalmente de blogs do exterior, devido ao lançamento do EP "A man who says". Neste show os caras apresentaram algumas das músicas do EP. Elas funcionam muito bem ao vivo, principalmente minha favorita "Sin City". O som dos caras é padrão de banda gringa.

Sandra Hungaro

O quarteto fez uma apresentação muito competente, talvez tenham exagerado um pouco nas versões de outras bandas, mas o importante é que eles estão entrosados como músicos e isso na hora de compor facilita muito e em breve, com mais canções próprias no set list, com certeza farão muitos shows Brasil afora e também exterior.
Quem também fez apresentação foi a banda KiBosta, que depois de dois ensaios apresentou o que os caras chamam de "podreragem". Apresentação curta, mas como quem escreve estava na banda, é melhor não tecer comentários. Para isso uso o que Caio Guttnerr, baixista da Fake Vulgarys, declarou: "a banda [KiBosta] chamou atenção de maneira positiva". Matheus Machado, vocalista da banda Barco Bêbado também opinou sobre a "podreragem". "Ficou muito massa, bem louco, uma mistura interessante de hardcore com rock'n'roll". E assim foi mais uma tarde de rock'n'roll no Bar do Celso.

domingo, 4 de maio de 2014

A noite em que Bragança Paulista tremeu

Canibal Vegetariano
A terra da nossa querida Bragança Paulista, conhecida como a terra da linguiça, não sofreu nenhum abalo sísmico mas o chão tremeu por mais de meia hora enquanto a banda Conquest for Death, formada por estadunidenses e um japonês, esteve no palco do Ciles do Lavapés.

Com energia mais do que contagiante, presença de palco insana e músicas com pouco mais de um minuto, a Conquest for Death agitou todos que foram ao local para ouvir o hardcore feito pelo quinteto. Assim que subiram ao palco, os cinco passaram a pular e soltar riffs precisos, rápidos, acompanhados de fortes "pancadas" na bateria.

Canibal Vegetariano

Rapidamente rodas de pogo foram abertas e outra parte do público, a galera do cabelo comprido, ficou em frente ao palco e soltou a cabeleira ao léu. O vocalista Dev não parava um minuto no palco, com pulos e exposição do microfone para galera cantar junto. Em alguns momentos, ele deixava o palco e saia para agitar com a galera e mesmo assim mandava muito bem nos vocais. Dev ainda deixou o palco para subir em uma mureta às margens de um rio para cantar para galera que acompanhava a apresentação da rua.

Enquanto Dev corria para todos os lados, os outros integrantes detonavam seus instrumentos no palco. No final da apresentação, parte do público não resistiu e muitos subiram para compartilhar o momento contagiante com a banda e seus integrantes. Alguns moshs foram vistos em meio à galera. Ao final do show, agradecimentos, compra de discos e afins e os comentários que não poderiam faltar: "que show foda, destruidor, coisa linda", eram as palavras mais ouvidas entre o público.

Canibal Vegetariano

Antes da apresentação da Conquest, houve o show da banda Kollision, banda com muita influência de thrash metal que agitou e esquentou o público antes do show da banda principal. Os moleques mostraram som competente e prometeram que em breve terão disco apenas com músicas próprias. Que esta gravação seja bem vinda, a galera das camisetas pretas agradece.

  

domingo, 27 de abril de 2014

O hardcore que aquece a alma

Canibal Vegetariano
  Após pouco mais de um mês que teve início o outono brasileiro 2014, pela primeira vez no Estado de São Paulo tivemos uma noite agradável desta estação. Com um clima para lá de convidativo para um rolê noturno, a equipe do Canibal Vegetariano deslocou-se até Campinas, mais especificamente para o Bar do Zé, onde rolaria a apresentação da banda paulistana Gritando HC, que há 20 anos está no mercado independente.
Com um pacote de zines impressos em baixo dos braços fomos alimentar e aquecer nossas almas com o bom hardcore produzido pela banda. Devido a um erro de comunicação, chegamos mais cedo do que o costumeiro e o que nos restou foi organizar uma disputa de bilhar. Enquanto o jogo rolava, aproveitamos para alimentar o esqueleto também, afinal, como dizia minha avó: "saco vazio não para em pé". O bom de ir a um bar como este, é que o rango tem trilha sonora com muito punk e hardcore que vibrava nas caixas de som.

Canibal Vegetariano

Devidamente alimentados, antes da apresentação, nós conversamos com a vocalista da banda, Lee, que muito gentilmente concedeu uma entrevista muito sincera sobre a banda e todo este tempo que estão na estrada, em breve o papo estará disponível aos leitores. Podemos adiantar que a conversa foi franca e durou um tempo considerável, afinal, a banda tem duas décadas de discos, shows e outros rolês.


Com a conversa em dia, Lee foi para o palco, pois estava na hora da banda mostrar o que é hardcore. Com muita competência e experiência, a banda fez a galera agitar e rapidamente as rodas de "pogo" foram abertas. No palco, os músicos apresentaram um entrosamento fantástico e as "cavalgadas" de baixo de Ritchie casou bem com a batera de Tony, que não economizou pancadas em seu kit.

Canibal Vegetariano

Em relação ao set list, a banda apresentou vários clássicos de duas décadas de carreira e o coro do público ecoou forte pela madrugada. Antes de apresentar as duas últimas músicas, Lee agradeceu a todos os presentes e também a galera do Canibal Vegetariano. E a noite foi encerrada com "Dinheiro sujo" e o classicaço "Velho punk". Com a alma devidamente aquecida, só nos restou voltar para casa pois o esqueleto sentiu um pouco o vento da madrugada.



  

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Rock’n’roll e surf music na ‘selva de pedra’

Canibal Vegetariano
O rock’n’roll e a surf music “tomaram” de assalto o Quintal do Gordo, em Campinas, no dia 23 de fevereiro. Três bandas estavam programadas para se apresentarem e nós do Canibal Vegetariano não poderíamos ficar de fora. Mesmo com ameaça de chuva, algo raríssimo neste verão paulista, encaramos os pouco mais de 80 quilômetros, ida e volta, para acompanhar as apresentações.
A primeira banda programada era a Máquina Voadora. Com ex-integrantes de bandas como Astromato, Radiare e Muzzarelas, a banda apresentou um power pop da melhor qualidade onde era nítida a influência de bandas como Teenage FanClub, Ride e até My Bloodie Valentine. O quarteto fez uma apresentação impecável e mostrou que quando a banda é boa, sempre tem local para se apresentar.

Canibal Vegetariano

Depois da Máquina, foi a vez da F.U.B.E. [Flávio Urbano e os Brasílios do Espaço] se apresentar. Com Flávio, guitarrista da lendária Muzzarelas, o power trio mandou uma sequência de músicas com o mais puro rock’n’roll. Riffs, baixo marcante e bateria no tempo certo, eles tiraram muitos aplausos do público presente.
A tarde de rock seria encerrada pela banda FootStep Surfers. Mesmo não tendo praia, os campineiros agitaram muito ao som da banda que mesclou canções próprias com várias versões, não apenas da surf music mas como de outros estilos, como grunge, punk, e até thrash metal. Além do trio, vários amigos que estavam no público participaram do show.

Canibal Vegetariano

O sucesso entre o público foi tanto que Carlão, baixista da The Violentures, e Artie Oliveira, vocalista da banda Don Ramón, deram suas palhinhas na apresentação que deixou o show ainda mais quente. Após encerramento, restou a galera do Canibal “cair” na estrada, mas antes deixamos um camarada próximo à sua casa, pois afinal, ele precisou carregar alguns equipamentos.


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Uma hora a mais de rock’n’roll

Canibal Vegetariano

O sábado 15 de fevereiro será uma daquelas datas que vamos demorar muito a esquecer, se é que vamos conseguir, pois não é todo dia que chega ao fim o deprimente horário de verão e três bandas de rock independente com muita qualidade dividem o mesmo palco.
E a divisão ocorreu no Woodstock Bar em Campinas, onde Desenmascarado, projeto do mestre das caveiras Daniel ETE, Simon Chaisaw, australiano que há alguns anos mora no Brasil e Leptospirose, apresentariam muitos watts de rock’n’roll. E com uma programação desta, coube a equipe do Canibal Vegetariano acompanhar.
A ida foi tranquila, depois de muito tempo com temperaturas acima do normal, a noite estava agradável e com uma garoa espetacular. Em nossa chegada ao bar, parada no balcão para comer amendoim e tomar aquela gelada. Enquanto colocávamos o papo em dia e apreciávamos a comida e bebida, encontramos Daniel ETE que disse que seu novo projeto fazia um som “de tiozinho”. Conhecíamos apenas uma música da nova banda, mas não tinha na a ver com som “calminho”.

Canibal Vegetariano

E a primeira banda a subir ao palco foi a Desenmascarado. E assim que o som começou sentimos que ETE havia brincado conosco, pois as músicas não tem nada de “tiozinho”. E para quem não conhece, ETE é o cara responsável pelo baixo da banda Muzzarelas há mais de 20 anos e também toca instrumento na banda Drákula. Neste novo projeto, as canções têm aquela mistura que adoramos, punk rock e garage rock, preciso escrever algo mais? Com duas guitarras, baixo e Lobisomem na bateria, o quarteto abriu muito bem a noite e animou a galera que ocupou quase toda dependência do bar e deixou o povo quente para as próximas atrações.


Em seguida veio o australiano Simon Chaisaw que tinha como guitarrista em sua banda, Joe Klener, da argentina Corazones Muertos. Com uma mistura dessa era óbvio que rolaria muito som de boa qualidade e isso foi realmente o que ocorreu. Com pegada punk e do bom e velho rock’n’roll, o australiano mostrou que melhorou sua performance de quando o vimos há alguns anos e fez a galera agitar, com show de muita competência.

Canibal Vegetariano

Assim que o australiano deixou o palco, os bragantinos da Leptospirose assumiram o palco e aí o lance ficou mais agressivo, pois Leptos é hardcore e os caras fariam seu primeiro show em Campinas após o lançamento de “Tatuagem de Coqueiro”, quarto álbum do power trio. E assim que “invadiram” o palco, Serginho [bateria], Velhote [baixo] e Quique Brown [guitarra e vocal], mandaram todo o peso e fúria que se pode esperar de uma banda como essa e a galera, óbvio, abriu rodas em frente ao palco e a diversão invadiu de vez o local. O show em Campinas foi menor em comparação ao qual acompanhamos em janeiro, em Bragança Paulista, mas foi intenso em termos de rock. Os caras ainda fizeram uma versão hardcore de “Communication Breakdown”, dos ingleses do Led Zeppelin. Para fechar, rolou canja com membros da Desenmascarado e também do Simon Chaisaw, para encerrar com “chave de ouro”.

Canibal Vegetariano

Após algumas horas de muito rock, restou a nossa trupe passar na barraquinha de “merchan”, para adquirir o vinil de Tatuagem de Coqueiro. Ainda sobrou tempo para pararmos em uma rede de fast food e comer algo para repor as energias ou apenas aquele sorvete para amenizar o calor. Mas resquícios do show ainda são sentidos, pois escrevo este texto na parte da tarde e meus ouvidos ainda estão zumbindo.