terça-feira, 17 de maio de 2016

Rock simples e direto, sem misturas nem ‘gelo’: conheça Impatients

Quatro veteranos do rock se reuniram para fazer um som e a partir daí surgiu a banda Impatients. Com mistura de rock com punk, os caras fazem um som direto, sem espaço para frivolidade. Recentemente, lançaram o primeiro álbum e com isso aproveitamos a deixa para bater um papo com Rodrigo Federman, o Abreu (guitarra e voz), que com Bernardo (guitarra e voz), Dumbo (baixo) e Marcelinho (bateria), soltaram um bom disco de rock, para todos os momentos. Abaixo, segue entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Como foi a ideia de montar a Impatients e o nome tem alguma influência de Impatient Youth?
Rodrigo Ferdeman: Bicho, particularmente gosto muito de [Impatient] Youth, mas não teve qualquer relação. Na verdade, discutíamos diariamente e nunca chegávamos em um consenso sobre o nome da banda, saca? Até que um dia a gente levantou as principais características de cada um... curiosamente, todos colocaram ‘impacientes, ranzinzas, chatos e reclamões’. Aí, achamos engraçado e muito a ver com a gente. Apenas demos umas ‘estrangeirizada’, por mais que não seja de fácil e simples assimilação fonética hehehe.

CV: Com a citação de Impatient Youth, quais bandas que influenciaram este novo trabalho?
RF: Legal que todos temos gostos parecidos, mas cada um dos quatro com uma particularidade. Uns gostam de metal, outros de pop rock, hard rock, folk, punk rock mais cru. Cito algumas que influenciam bastante o que fazemos: Ramones [sempre], Screeching Weasel, Masked Intruder, Teenage Bottlerocket, Green Day, Face to Face, e por aí vai.

CV: Como foi o processo de gravação do primeiro disco?
RF: Gravamos tudo aqui em Vitória e a mix e master com o Gabriel Zander lá no Rio de Janeiro. Como não estávamos com a banda completa até então, o Bernardo também gravou os baixos do disco. Ao todo, se não fosse a nossa própria enrolação, teria saído ainda mais rápido do que foi. Mas nada a reclamar, pois em uns sete ou oito ensaios chegamos com nove das 11 músicas prontas. As duas que faltaram foi na raça, no olhar e na sede de gravar logo mesmo. Tanto que foi preciso refazê-las um dia depois (risos).

CV: As letras têm muito conteúdo de relacionamentos entre casais. Elas são apenas ficção ou rolou algum problema com quem escreveu?
RF: As letras são pessoais, mas não necessariamente relacionadas a algo que aconteceu especificamente com um de nós, saca? Na verdade, são situações que geralmente todo mundo passa uma vez na vida. Ou seja, tem coisas que aconteceram e um pouco de ficção sim. Até porque, hoje na banda são três casados e um divorciado. Dois têm filhos... isso sem contar que estamos beirando lá os 40 anos [pelo menos dois de nós]... isso é experiências de vida e já foram muitas. Algumas vão para o papel. Outras, não.

CV: Como vocês definem a temática?
RF: A temática é ser livre. Falamos de amor, amizades, de quando éramos mais jovens, das diferenças daquela época para a atual, de complicações na vida e decisões que estão relacionadas a elas e tal. Enfim, todos na banda tem liberdade para colocar o que quiser no papel, desde que, é claro, não tenha qualquer teor preconceituoso [credo, raça, religião, opção sexual, etc.]

CV: E quais os planos para divulgação do disco?
RF: Então, lançamos no início desse ano em todas as mídias e lojas virtuais, seja para download, compras ou streaming. Tocamos duas vezes ao vivo e estamos buscando novas praças e shows. Queremos tocar. É o que fazemos há anos [com nossas outras bandas] e o que gostamos. Portanto, ouçam nosso som, comprem nossos materiais e nos chamem para tocar [risos].

CV: Espaço destinado para vocês citarem algo que consideram importante e não foi perguntado.
RF: Ivan, valeu mesmo por toda a força que está nos dando. Muito legal e importante. Somos gratos e esperamos que todos que leram esse nosso bate papo se interessem em conhecer o Impatients.
Só acessar nosso FB [facebook.com/impatientsoficial] que lá tem informações, fotos, novidades e os links para compras e downloads do nosso disco em todas as plataformas possíveis.
Grato pelo papo.
Obrigado, bicho!!! 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Drákula e Motor City Madness: duas aulas de rock’n’roll

Os gaúchos iniciaram os trabalhos em Bom Jesus.
Fotos: Canibal Vegetariano
Durante a noite de sexta-feira (6), a equipe do Canibal Vegetariano deslocou-se até Bom Jesus dos Perdões para acompanhar o Raro Zine Fest, que nesta edição apresentaria as bandas: Drákula (Campinas) e Motor City Madness (Porto Alegre), muito conhecidas das pessoas que acompanham os ‘textículos’ que expomos no blog.

A noite de outono brasileiro estava agradável para ver novamente duas das melhores bandas do underground nacional em ação. A primeira a se apresentar no espaço aberto pela lanchonete Zebra Lanches, foi a Motor City Madness.

O quarteto gaúcho fez aquilo que esperávamos: em pouco menos de uma hora apresentaram várias canções de seus dois discos e algumas novidades que em breve serão lançadas em vinil 7 polegadas. Com riffs cortantes e bateria sendo socada impiedosamente, no mais que bom sentido da palavra, os gaúchos deram uma aula de como fazer aquele rock garageiro com tudo que o rock’n’roll pode oferecer. Foi uma apresentação que não deixou pedra sobre pedra.

Durante apresentação da Drákula, teve até levitação
Nem tivemos tempo de nos recuperar da Motor, os campineiros da Drákula iniciaram a segunda aula da noite. A mistura punk rock, garage e surf music do quarteto ficou ainda mais insana com a entrada do baterista Serginho, que também toca na Leptospirose. Os caras passaram pelo repertório de seus dois discos e dois EPs, além de uma versão genial para “Pantanal”, da banda bragantina onde toca Serginho, que em breve será lançada em tributo ao power trio da terra da linguiça.

Depois de duas aulas de como fazer esse tal de rock’n’roll, que para nós é mais do que um estilo musical e sim um estilo de vida, só nos restou passar nas banquinhas das bandas, dar aquela garimpada e voltar para casa com sorriso de orelha a orelha, afinal, não é todo dia que temos o privilégio de acompanhar bandas deste tipo e rever os amigos da estrada.