terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Rarozine lança coletânea ‘Banidos’

German Martinez, editor do Raro Zine e
responsável pelas coletâneas. Foto:
Acervo Pessoal
Inspirado em uma canção da banda estadunidense Bad Brains, o zine/selo Raro Zine lançou na última semana a coletânea dupla “Banidos”. “A compilação tem como ideal trazer à tona bandas que passaram pelo Raro Zine Fest no decorrer deste ano, quando conseguimos nos aventurar pela organização de eventos, mesmo que seja de pequeno porte e isso nos trouxe muita satisfação”, revelou o editor do zine e responsável pelo projeto, German Martinez.

Martinez comentou que no início sua ideia era lançar a segunda edição do “Bragança Resiste”, mas devido à falta de material para preencher todo o disco, lembrou-se dos festivais que organizou. “Por este motivo se consolidou a ideia de registrar esse momento que passamos com bandas que possuímos apreço. Durante oito eventos pudemos compartilhar de ideias e momentos”, comentou.

Com participação de mais de 25 bandas através dos fests onde bandas de várias localidades se apresentaram como Jundiaí, Taubaté, São José dos Campos, Portugal, Rio de Janeiro, São Paulo, além de bandas gringas e das cidades onde foram realizados os festivais.  

As faixas que compõem o disco partem desde viagens psicodélicas até o grindcore político, com passagem pelo sludge, ou mesmo hardcore melódico, até chegar em garage rock. “As bandas são das mais distintas pois o objetivo principal do Rarozine é mesclar influências em seus shows e ocasionar uma união talvez inesperada”, apontou Martinez.

A coletânea é constituída em 2 volumes com 25 canções de todas as bandas que se apresentaram nos dois locais que cederam espaço para realização dos eventos (Casa Auá e Casa das Mangueiras). “As coletâneas são completamente gratuitas para download em nosso bandcamp. Ano que vem terá edição física [dupla] em CDR com três faixas bônus”, explicou.

A arte disco ficou por sob responsabilidade de Fernando Bueno (Bacantes), em uma tradução gráfica que dispôs de alienígenas na capa. “Tudo que fizemos para esta coletânea, entre eles o nome escolhido retrata a forma de expressão de todas as bandas e do próprio zine, remar contra a maré, contra aquilo que é estereotipado sobre nós, nós manifestando como ‘contracultura’, em eventos articulados por nós mesmos, sem apoio financeiros ou culturais. Acreditamos que desta forma podemos transmitir nossos verdadeiros objetivos com união de música e arte”, afirmou o editor.

LEPTOSPIROSE

E além do lançamento da “Banidos” em cd duplo ano que vem, Martinez falou também sobre o projeto que iniciou os trabalhos há pouco tempo. Segundo o editor do Raro Zine, a ideia é lançar tributo aos bragantinos da Leptospirose, banda que comemorará 15 anos de estrada em 2016. “Serão 15 bandas que gravarão versões das músicas do Leptos. Entre as bandas participantes estarão: Drákula, Muzzarelas, Os Estudantes, Renegades of Punk, Sujeito a Lixo, Camarones Orquestra Guitarrística, entre outras. É um projeto a longo prazo mas espero que seja lançado em breve”.

Para encerrar, Martinez lembrou que o zine virou selo virtual e para o próximo ano, além do tributo ao Leptospirose, trabalhará em outros lançamentos. “Vamos lançar novas bandas, entre elas Framboesas Radioativas, La Burca e Duo”, encerrou.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Feliz aniversário Jesus: Biggs e Drákula de presente

Se o aniversário de Jesus é realmente no final do mês não podemos afirmar, nem se ele realmente é o Cristo, isso é questão de fé! Mas que um homem chamado Jesus nasceu há mais de 2 mil anos isso é fato e aproveitamos o momento para parabenizá-lo. Mas a poucos dias do aniversário, quem ganhou presente foram os fãs de rock, com apresentações de Drákula e The Biggs no Quintal do Gordo, em Campinas.

O sábado estava quente, muito quente. O início da festa estava prevista para 18h. Cerca de 40 quilômetros separam a sede do Canibal Vegetariano do quintal. Quando saímos de Itatiba, forte chuva despencava. O caminho foi todo com chuva e quando chegamos ao local do evento, a tormenta persistia.

Conseguimos entrar no quintal após 19h30, com menos chuva. Aos poucos ela diminuiu e o público chegava com guarda chuva ou mesmo de táxi. Quando a chuva virou garoa, a The Biggs estava no palco e passou a soltar os primeiros riffs.

Conheço o som da banda há anos, mas sempre que pretendia vê-los ao vivo algo ocorria e dava errado. Mas no dia 19 de dezembro consegui acompanhar a apresentação. Agressividade, peso, melodias, vocais gritados, um baterista insano, no mais que bom sentido da palavra, e um público que mesmo com toda chuva, estava sedento de rock!

Sem frescuras, sem paradas para gracinhas, a Biggs fez um show simplesmente fantástico no Quintal do Gordo, o power trio mostrou porque muitos falam bem da banda e de seus integrantes. Sacamos que ali o rock corre nas veias de seus integrantes que simplesmente fizeram uma apresentação demolidora!

DRÁKULA

A garoa não deu trégua e assim que a Biggs deixou o palco foi a vez dos donos da casa, os campineiros do Drákula, com estreia do bragantino Serginho atrás dos tambores. Pela primeira vez vi o quarteto sem máscaras. De cara limpa e com estreia do novo batera, os caras colocaram o quintal abaixo.

Um som na sequência do outro, sem pausas, e com mais velocidade do que de costume, talvez devido a presença do “Keith Moon brasileiro”, Serginho, os caras tocaram músicas de todos os seus registros, com os riffs mais rápidos e cortantes, botaram a galera para agitar sob a fina chuva que caía.

Ao final do show, só nos restou agradecer a oportunidade de ver dois shows como Biggs e Drákula apresentaram, estreia de Serginho e os campineiros sem máscara. Sem dúvida o 19 de dezembro de 2015 foi um sábado para entrar para história! Quem viu, viu, quem não... fica para uma próxima!

BAR DO ZÉ

Assim que nos despedimos do quintal em 2015, fomos informados que no Bar do Zé haveria apresentações de outras bandas muito “foderosas”, com Hellbenders e Water Rats. Mesmo com roupas molhadas e os tênis mais encharcados que as ruas campineiras, resolvemos dar uma conferida nas bandas.

De Goiânia, a Hellbenders foi a primeira a subir ao palco e logo nos primeiros acordes fez a galera agitar. O som dos caras mostra uma banda muito boa em disco mas ainda melhor no palco. Riffs certeiros e com melodias que misturaram o garage rock com stoner, os caras fizeram a alegria de muitos devotos do rock.

Os goianos deixaram o palco e em menos de dez minutos os curitibanos do Water Rats subiram ao palco e acabaram com o resto da energia da galera e a sede de rock! A mistura entre punk e garage rock é incendiária e os caras fizeram um show que mostra como a cena rock no Brasil está riquíssima.

Após 4 shows, difícil escolher o melhor, encerramos esta temporada com chave de ouro e a certeza de que podemos ficar tranquilos, pois sob nossos pés, nos porões, garagens ou estúdios caseiros, há muita gente humilde e com qualidade que compõe ótimas músicas e alimentam a máquina rock com muito riff, muita bateria “espancada” que nos proporciona ótimos discos e excelentes shows! 2016, estamos em seu aguardo.