terça-feira, 25 de agosto de 2009

O verdadeiro grito da independência

Está marcado para 13 de setembro o 2º Grito Urbano que será realizado no salão do Campo dos Operários em Itatiba. O 2º Grito não será apenas mais um festival de bandas no município, e sim um verdadeiro grito da independência. Sete bandas estarão se apresentando, todas com material próprio, sendo cinco da região e duas de Itatiba. Quem ainda não lançou um álbum oficial, ao menos gravou demos e tem músicas disponíveis no Myspace.

Itatiba será representada pelas bandas Mão de Vaca e The Beber's Operários. A Mão de Vaca é a caçula, em pouco mais de um ano na cena, os caras já fizeram shows em alguns bares da cidade e aprontaram um EP demo com 7 faixas, onde tocam punk, hardcore, em resumo, tocam rock em volume bem alto. O Beber's é uma banda mais voltada para o punk, precisamente para o street-punk, como diz Piera, guitarrista da banda. Nas letras, o predomínio é falar da vida do trabalhador, principalmente daquele que passa horas dentro de uma fábrica, produzindo grande parte da riqueza que o País exporta.
Uma outra banda que tem a veia voltada para o punk, são os bragantinos/paulistanos do Racha Cuca. A banda, que se apresentou em Itatiba em 2008 no 1º Grito Urbano, retorna para a cidade devido ao enorme sucesso do show realizado por aqui. Com suas letras que falam de bebidas, mulheres e fracassos, o Racha com certeza vai fazer a galera pogar novamente, principalmente na faixa "Odeio Rodeio", que sempre é executada nos programas da Nova Rádio Web.
Campinas, que tem bandas muito legais no cenário independentem, será representada pela banda Drákula, um projeto paralelo do baixista e vocalista do Mussarelas, Daniel ETE, que recentemente lançou o primeiro álbum, intitulado Comando Fantasma. Quem ainda não viu ou ouviu, terá a chance de conhecer uma excelente banda, que mistura punk-rock com surf-music, fazendo com que a galera não pare de agitar um instante, sem contar a presença de palco, onde os caras costumam se apresentar com máscaras de lutadores. Outra banda de Campinas que se apresentará é a Lunettes, que tem um álbum lançado e conta um repertório em que mistura pós-punk, new wave e rock'n'roll, conseguindo fazer um som bastante original. E o destaque fica para as garotas, pois mais da metade do grupo é formada por mulheres, que mostram que o público feminino tem muito rock nas veias.
E outra cidade que terá dois representantes será São Paulo, que contará com a participação da banda Monaural, banda influenciada diretamente pela cena dos anos 90, principalmente Nirvana. Os caras no ano passado lançaram o ótimo disco Expurgo, com 9 canções próprias e prometem fazer um show de arrebentar, com seu rock sujo e visceral, como costuma dizer o guitarrista e vocalista Ayuso. A segunda representante paulistana será a banda Sprint 77 que mistura rock, punk, e principalmente sons dos anos 60. As letras que tratam de garotas e lambretas é um dos destaques, resultando, o som produzido pelo power trio, em músicas que não deixa ninguém parado.

INGRESSOS

O que está escrito acima talvez não mostre nem 0,01% do que promete ser o festival, por isso corram para adquirir seus ingressos, pois são limitados. Eles estão sendo vendidos em Itatiba no escritório Cunha e Lima, localizado na Avenida Marechal Deodoro, 405 sala 10 Galeria Carbonari, Centro e na escola de música Sol Maior na Alameda Dom Pedro II 100, Bairro da Santa Cruz. Para quem não está em Itatiba e está a fim de conferir a tarde/noite de rock independente que acontecerá por aqui, pode entrar em contato pelos telefones NOVA RÁDIO WEB FABINHO (11) 9602-2647 e zine Canibal Vegetariano (11) 7161-3327. Em Louveira, os ingressos estão disponíveis na NEXTPA - SOLUÇÕES EM REDES INDUSTRIAIS, na RUA ARMANDO STECK, 390 - SALA 27 - CENTRO. O preço das entrada é somente R$ 5.

Além das bandas, o local contará com completo serviço de bar e lanchonete, com preços módicos, sem contar, que também haverá barracas montadas pelas bandas para venda de camisetas, CD's e outros souvenirs. O salão fica próximo ao Cemitério Municipal.
Quem gosta de rock não pode deixar de prestigiar as bandas que estão batalhando no cenário independente, pois somente as bandas de trabalho autoral é que farão com que a cultura rock não morra, e a cena está crescendo a cada dia em nossa região, e o que é melhor, com bandas de qualidade que não ficam devendo nada para bandas gringas que parte da grande mídia fica "babando ovo". E das sete bandas que estarão no 2º GRITO URBANO, nenhuma é igual a outra, por isso não deixe de conferir este verdadeiro "GRITO DA INDEPENDÊNCIA".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Stomachal Corrosion: o grindcore que faz o Brasil estremecer

Há 18 anos na estrada, os mineiros do Stomachal Corrosion nunca abriram mão de sua independência e liberdade para fazer o som que estão a fim, talvez este seja o segredo para a banda com quase duas décadas continuar até hoje e cada dia mais forte no concorrido mercado independente nacional que não para de crescer. Logo abaixo, você confere uma entrevista exclusiva com o guitarrista e líder da banda, Charlie Curcio.

Canibal Vegetariano: Para começarmos, quando a banda foi formada, quais as principais influências e faça uma breve história desses anos de batalha na cena underground.
Charlie Curcio: A Stomachal Corrosion iniciou suas atividades em janeiro de 1991, lançamos algum material em todos os formatos possíveis tanto no Brasil quanto no mundo, e realizamos alguns shows em várias cidades. Nunca tocamos fora do Brasil.

CV: Minas é conhecido como um grande celeiro de bandas de metal. Isso ajuda vocês ou aumenta a responsabilidade?
CC: Digo sempre que o caminho que cada um segue é independente do que acontece ao redor nesse meio. Não sinto maior ou menor responsabilidade por estarmos em Minas Gerais. Aqui também tem muita banda ruim, alguns eventos ruins, e por aí vai. Isso é geral. E nosso trabalho não espera por ninguém e nem nos limitamos à uma bandeira, como algumas pessoas fazem.


CV: Duas bandas fodassas de Minas são Sepultura e Sarcófago. Vocês têm, ou já tiveram, contato com alguma delas? Em caso positivo, o que isso acrescentou ao som de vocês? E elas têm alguma importância na história do Stomachal?
CC: Eu estive com o pessoal do Sepultura em algumas ocasiões, mas nada demais. O Sarcófago eu nem gosto e nunca tive o menor interesse de estar com ninguém ali. Se ocorrer alguma aproximação será por acaso. Quanto à influenciar no trabalho do SC, cara, o Sepultura é uma influência para todo mundo aqui no Brasil e em vários lugares do mundo. São referência sempre. Não há como fugir disso.

CV: Vi um show de vocês no final de 2008 e a banda estava muito entrosada. Há quanto tempo vocês estão com essa formação e quais são os planos para o futuro?
CC: Estamos com o núcleo atual desde 2004. Mudamos só o baixista. E realizamos muitos shows e ensaiamos com certa freqüência.

CV: Como vocês definem o estilo de som que vocês tocam atualmente, se é que isso é possível.
CC: Somos Grind Core. Esse é um estilo sem muita limitação, mas com uma roupagem característica.

CV: Quantos álbuns, demos, EP's, entre outros trabalhos a banda já lançou e quais foram os shows mais importantes? Já rolou uma turnê pelo exterior?
CC: Cara, somando tudo que já lançamos e participamos dá uns 40 a 42 itens com o logo da banda. E, como falei acima, nunca tocamos fora dos limites brasileiros.

CV: Depois de quase 20 anos de estrada, o que melhorou e piorou neste tempo, não só para vocês mas em toda a cena underground?
CC: Hoje em dia temos melhores equipamentos e melhores condições de compra. Por outro lado temos mecanismos como a Internet que ajuda a divulgar e tudo mais, mas parece que as bandas são apenas virtuais, que não existem de verdade. Antigamente a gente ralava pra conseguir os LP's e aí a gente via que a banda era real. Hoje é só baixar o som, tem vezes que nem sabemos como são os caras da banda. E o mundo da Internet está acabando com o mundo em que crescemos com lojas, LP's, CD's, Posters, Shows, rodas de bate papo nas praças. Tá tudo frio e digital.

Charlie Curcio e sua flying V durante apresentação do Stomachal Corrosion. A banda chega aos 18 anos com mais peso a atitude

CV: Até alguns anos, muitas bandas se mudavam para o Rio de Janeiro ou São Paulo para conseguir exposição. Vocês acreditam que atualmente isso é necessário?
CC: Não mesmo. Um exemplo é a banda Thuatha di Danann. Que nunca saiu de Varginha como base e conquistou o mundo. O lance é trabalhar certinho e com afinco. E São Paulo e Rio de Janeiro todo mundo fala que estão decadentes. O público é frio. E todas bandas tem priorizado turnês pelo Norte/Nordeste e demais cidades do interior. Hoje temos muitos mecanismos de expansão barata e de fácil manuseio.

CV: Como é o esquema para shows na região do sul de Minas? E como está atualmente a cena local? Muitas bandas, quais os estilos?
CC: Temos um dos maiores festivais do Brasil que é o Roça ‘N’ Roll, em Varginha. E tem um monte de banda por aqui sim. Os estilos tem pra todo gosto, mau gosto e desgosto.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para os comentários de vocês. Agradecimentos, merchandising, entre outros assuntos.
CC: Eu que agradeço, camarada! Valeu pelo espaço no zine e força total aí.
Contatos:
Charlie Curcio
Rua Capitão Soares, 438
Cambuí/MG
37600-000
MSN: charlie.sc@hotmail.com
E-mail: charliefcurcio@gmail.com
www.myspace.com/charliecurcio
www.youtube.com/charliecurcio
www.fotolog.com.br/charlie_sxcx1991
www.twitter.com/charliecurcio