German Martinez, editor do Raro Zine e responsável pelas coletâneas. Foto: Acervo Pessoal
Inspirado em uma canção da banda estadunidense Bad Brains, o
zine/selo Raro Zine lançou na última semana a coletânea dupla “Banidos”. “A
compilação tem como ideal trazer à tona bandas que passaram pelo Raro Zine Fest
no decorrer deste ano, quando conseguimos nos aventurar pela organização de
eventos, mesmo que seja de pequeno porte e isso nos trouxe muita satisfação”, revelou
o editor do zine e responsável pelo projeto, German Martinez.
Martinez comentou que no início sua ideia era lançar a
segunda edição do “Bragança Resiste”, mas devido à falta de material para preencher
todo o disco, lembrou-se dos festivais que organizou. “Por este motivo se consolidou
a ideia de registrar esse momento que passamos com bandas que possuímos apreço.
Durante oito eventos pudemos compartilhar de ideias e momentos”, comentou.
Com participação de mais de 25 bandas através dos fests onde
bandas de várias localidades se apresentaram como Jundiaí, Taubaté, São José
dos Campos, Portugal, Rio de Janeiro, São Paulo, além de bandas gringas e das
cidades onde foram realizados os festivais.
As faixas que compõem o disco partem desde viagens
psicodélicas até o grindcore político, com passagem pelo sludge, ou mesmo hardcore
melódico, até chegar em garage rock. “As bandas são das mais distintas pois o
objetivo principal do Rarozine é mesclar influências em seus shows e ocasionar
uma união talvez inesperada”, apontou Martinez.
A coletânea é constituída em 2 volumes com 25 canções de
todas as bandas que se apresentaram nos dois locais que cederam espaço para
realização dos eventos (Casa Auá e Casa das Mangueiras). “As coletâneas são
completamente gratuitas para download em nosso bandcamp. Ano que vem terá
edição física [dupla] em CDR com três faixas bônus”, explicou.
A arte disco ficou por sob responsabilidade de Fernando
Bueno (Bacantes), em uma tradução gráfica que dispôs de alienígenas na capa. “Tudo
que fizemos para esta coletânea, entre eles o nome escolhido retrata a forma de
expressão de todas as bandas e do próprio zine, remar contra a maré, contra
aquilo que é estereotipado sobre nós, nós manifestando como ‘contracultura’, em
eventos articulados por nós mesmos, sem apoio financeiros ou culturais. Acreditamos
que desta forma podemos transmitir nossos verdadeiros objetivos com união de
música e arte”, afirmou o editor.
LEPTOSPIROSE
E além do lançamento da “Banidos” em cd duplo ano que vem,
Martinez falou também sobre o projeto que iniciou os trabalhos há pouco tempo.
Segundo o editor do Raro Zine, a ideia é lançar tributo aos bragantinos da
Leptospirose, banda que comemorará 15 anos de estrada em 2016. “Serão 15 bandas
que gravarão versões das músicas do Leptos. Entre as bandas participantes
estarão: Drákula, Muzzarelas, Os Estudantes, Renegades of Punk, Sujeito a Lixo,
Camarones Orquestra Guitarrística, entre outras. É um projeto a longo prazo mas
espero que seja lançado em breve”.
Para encerrar, Martinez lembrou que o zine virou selo
virtual e para o próximo ano, além do tributo ao Leptospirose, trabalhará em
outros lançamentos. “Vamos lançar novas bandas, entre elas Framboesas Radioativas,
La Burca e Duo”, encerrou.
Se o aniversário de Jesus é realmente no final do mês não
podemos afirmar, nem se ele realmente é o Cristo, isso é questão de fé! Mas que
um homem chamado Jesus nasceu há mais de 2 mil anos isso é fato e aproveitamos
o momento para parabenizá-lo. Mas a poucos dias do aniversário, quem ganhou
presente foram os fãs de rock, com apresentações de Drákula e The Biggs no
Quintal do Gordo, em Campinas.
O sábado estava quente, muito quente. O início da festa
estava prevista para 18h. Cerca de 40 quilômetros separam a sede do Canibal
Vegetariano do quintal. Quando saímos de Itatiba, forte chuva despencava. O
caminho foi todo com chuva e quando chegamos ao local do evento, a tormenta
persistia.
Conseguimos entrar no quintal após 19h30, com menos chuva.
Aos poucos ela diminuiu e o público chegava com guarda chuva ou mesmo de táxi.
Quando a chuva virou garoa, a The Biggs estava no palco e passou a soltar os
primeiros riffs.
Conheço o som da banda há anos, mas sempre que pretendia
vê-los ao vivo algo ocorria e dava errado. Mas no dia 19 de dezembro consegui
acompanhar a apresentação. Agressividade, peso, melodias, vocais gritados, um baterista
insano, no mais que bom sentido da palavra, e um público que mesmo com toda
chuva, estava sedento de rock!
Sem frescuras, sem paradas para gracinhas, a Biggs fez um
show simplesmente fantástico no Quintal do Gordo, o power trio mostrou porque
muitos falam bem da banda e de seus integrantes. Sacamos que ali o rock corre
nas veias de seus integrantes que simplesmente fizeram uma apresentação
demolidora!
DRÁKULA
A garoa não deu trégua e assim que a Biggs deixou o palco
foi a vez dos donos da casa, os campineiros do Drákula, com estreia do
bragantino Serginho atrás dos tambores. Pela primeira vez vi o quarteto sem
máscaras. De cara limpa e com estreia do novo batera, os caras colocaram o
quintal abaixo.
Um som na sequência do outro, sem pausas, e com mais
velocidade do que de costume, talvez devido a presença do “Keith Moon
brasileiro”, Serginho, os caras tocaram músicas de todos os seus registros, com
os riffs mais rápidos e cortantes, botaram a galera para agitar sob a fina
chuva que caía.
Ao final do show, só nos restou agradecer a oportunidade de
ver dois shows como Biggs e Drákula apresentaram, estreia de Serginho e os
campineiros sem máscara. Sem dúvida o 19 de dezembro de 2015 foi um sábado para
entrar para história! Quem viu, viu, quem não... fica para uma próxima!
BAR DO ZÉ
Assim que nos despedimos do quintal em 2015, fomos
informados que no Bar do Zé haveria apresentações de outras bandas muito “foderosas”,
com Hellbenders e Water Rats. Mesmo com roupas molhadas e os tênis mais
encharcados que as ruas campineiras, resolvemos dar uma conferida nas bandas.
De Goiânia, a Hellbenders foi a primeira a subir ao palco e
logo nos primeiros acordes fez a galera agitar. O som dos caras mostra uma
banda muito boa em disco mas ainda melhor no palco. Riffs certeiros e com
melodias que misturaram o garage rock com stoner, os caras fizeram a alegria de
muitos devotos do rock.
Os goianos deixaram o palco e em menos de dez minutos os
curitibanos do Water Rats subiram ao palco e acabaram com o resto da energia da
galera e a sede de rock! A mistura entre punk e garage rock é incendiária e os
caras fizeram um show que mostra como a cena rock no Brasil está riquíssima.
Após 4 shows, difícil escolher o melhor, encerramos esta
temporada com chave de ouro e a certeza de que podemos ficar tranquilos, pois
sob nossos pés, nos porões, garagens ou estúdios caseiros, há muita gente
humilde e com qualidade que compõe ótimas músicas e alimentam a máquina rock
com muito riff, muita bateria “espancada” que nos proporciona ótimos discos e
excelentes shows! 2016, estamos em seu aguardo.
O programa A HORA DO CANIBAL, em parceria com a Rádio Click
Web, não te deixará na mão neste fim de ano, pois teremos a promoção "Natal Sangrento".
Para comemorar a data mais capitalista
e falsa do ano, vamos sortear CDs, zines, adesivos e 1 quilo de carne moída
para um único felizardo. Para ganhar lindos prêmios, como CDs das bandas
Labataria, Perturba, Box 47, a carne e outros apetrechos, você deve enviar
e-mail para: zinecanibal@hotmail.com.
Para participar, a pessoa deve encaminhar frases toscas, com
alto teor de absurdos, ou fotos, colagens, vídeos, gravações de áudio. Caso o vencedor
não seja da cidade de Itatiba/SP, a carne não será entregue e sim depositaremos um
valor para compra da iguaria em seu açougue mais detestável.
O vencedor desta linda promoção será conhecido no programa
de 21 de dezembro, caso chegarmos vivos, e os ouvintes opinarão sobre quem deve
receber os prêmios. Por isso, não perca tempo e envie quantos e-mails quiser.
A promoção tem apoio da Lanchonete do Renato, Motim Records, Raro Zine, Fanzine Canibal Vegetariano e Rádio Click Web.
Sábado, 21 de novembro de 2015. A (banda) Motor City Madness
(MCM) subiu a serra para mais uma apresentação insana na Jailhouse, porão no
interior de Veranópolis, município da serra gaúcha, que já se firmou como a
casa mais legal de shows underground da região. A MCM colhe atualmente frutos
dos dois grandes álbuns lançados e da recente viajem para a Austrália
patrocinados pela Converse, onde gravaram cinco sons que devem sair em breve. A
banda também aproveitou para gravar novo vídeo que em breve será
disponibilizado na internet.
Sobre o show propriamente dito, eles estão na ponta dos
cascos e com a locomotiva atropelando a 150 por hora sem dó e nem piedade. Ms,
Dynamite abriu o atropelamento em grande estilo seguida de (We Are The) Outlaws
seguida da insana Schizoid (melhor som na minha humilde e tosca opinião) e daí
em diante foi jogo ganho. A idade já não ajuda muito a ir para roda, mas o
Sergio tem a manhã de provocar o público para agitar.
Outro destaque da noite é o grande camarada Gordinho que
agita para caralho e que foi o personagem principal do vídeo que proporcionou a
banda fazer o rolê na Austrália. Conversando com o vocalista Sergio Caldas, ele
comentou que o entrosamento decorrente de quase 50 shows no ano faz a diferença
em relação ao show na mesma Jailhouse ano passado. Fabian Steinert está
destruindo com seus grandes solos ao vivo, Sergio sempre insano. A cozinha
sempre destruidora de Rene Mendes (baixo) e Rodrigo Fernandes (bateria) dão o
ritmo alucinante ao show.
O underground é mesmo uma maravilha e proporciona bons
momentos e amizades, cervejas e outras ‘cocitas’ mais. Mais uma noite insana e
nota-se a grande satisfação da banda em ter voltado a tocar em Veranópolis que
acolheu eles de braços abertos.
Prude Fabrício é gaúcho,
gremista, ouvinte do programa A HORA DO CANIBAL e camarada dos rolês rock’n’roll
De Londrina/PR, a banda Brazilian Cajuns Southern Rebels, participou ao vivo do programa em meados de 2010. Fotos: Acervo Canibal Vegetariano
Nós gostamos de rock! Simples assim, essa é a definição para
os 7 anos do programa A HORA DO CANIBAL. Não estamos preocupados com dinheiro,
com fama, com nada. Nossa preocupação é apenas mostrar aos interessados em
música, que ainda há muita banda boa a serviço do rock, seja ele punk,
hardcore, metal, pop, entre outras vertentes.
Foi com esse intuito que Vinicius França e Ivan Gomes
começaram com o programa. E o objetivo segue sendo este. Atualmente temos
bandas em todas as cidades que produzem material. Lógico que música é questão
de gosto. Às vezes gostamos mais de uma do que outra banda, mas a vida é assim.
Por isso, aos críticos de plantão, se não gosta de nosso programa, não o ouça,
faça um e role som para outras pessoas que também não gostam de nós, simples
assim.
Nós adotamos uma linha ao programa A HORA DO CANIBAL e
enquanto ele existir será assim. A música é o objeto mais importante. A
criatividade dos músicos está acima de tudo para nós. E seguiremos neste
sentido. Atualmente, o programa tem um colaborador que contribui uma vez ao
mês, o camarada Délcio Padovani Junior. Ele só está no time pois sabe que a
música é tudo para nós, é o combustível que nos move.
Chegamos aos sete anos e descobrimos que ainda temos um longo
caminho a percorrer. E neste momento, vamos ao “momento Maguila”. Ninguém neste
mundo faz nada sozinho. Agradecemos ao Boss (Fabinho Oliveira), que abriu
espaço de sua rádio, Nova Rádio Web, em 10 de novembro de 2008, para “dois
loucos apaixonados por rock”. Vinicius França, que começou toda essa loucura
comigo. A advogada Andrea de Lima, que nos dá todo apoio jurídico quando
exageramos nas “merdas” que falamos.
Foto de 10 novembro de 2008. Data em que o primeiro programa foi ao ar. Na foto: Vinicius França, Ivan Gomes e Fabinho Oliveira, o Boss
Agradecemos a Tatiana Petti, que gravou as primeiras
vinhetas. A banda Drákula que cedeu a música “Zombie birdman” para ser nossa
trilha. Aos diretores das rádios Central Rock e Itatikids que nos receberam
muito bem. Aos diretores da Rádio Click Web, nossos companheiros de trabalho desde
maio de 2013, que permitem que toda segunda utilizemos do espaço para fazer
nossa loucura.
Claro que não esquecemos de nossos ouvintes, em especial ao
Prude Fabrício, gremista, que é um dos mais antigos ouvintes e que trouxe uma
galera para acompanhar o programa. Todos são muito bem-vindos e eles que fazem
tudo ocorrer. As bandas que são parceiras, que enviam material, que se dispõem
em ser entrevistadas, algumas que viajam muitos quilômetros. Valeu a todos. A
roda da vida segue seu caminho e nós seguiremos com o rock.
Se você tem uma banda, produz seu próprio material e quer
ajuda na divulgação, envie e-mail para: zinecanibal@hotmail.com.
Ouviremos todos os sons e aquele que nos agradar será divulgado. Se pretende ouvir
nosso programa, acesse o site: www.radioclickweb.com.
Toda segunda, às 22h30, estamos por lá.
German Martinez solta voz em show da banda Molho Negro, em Bragança Paulista. Foto: Canibal Vegetariano
O Raro Zine é um site, ou portal, sobre rock independente. À
frente deste importante projeto está o nosso camarada German Martinez. Depois
de lançar a coletânea “Bragança Resiste”, agora o editor do site resolveu
relembrar o som de ótimas bandas que se apresentaram na Casa 30, local onde
rolaram shows históricos da cena underground do interior Paulista. Para saber
mais, conversamos com Matinez, para que ele explique este novo projeto.
Canibal Vegetariano: Que parada é essa da
coletânea?
German Martinez: Casa 30 foi um projeto cultural que se denominou ‘Casa 30’
por se localizar à Rua José Domingues, 30 – Centro de Bragança Paulista. Era um
grupo que se reuniu para mostrar o lado artístico que a cidade tinha abraçando música
e artes.
CV: Todas as bandas
tocaram na Casa 30?
GM: Em dois anos de atividades foram recebidos inúmeros artistas
de todos os cantos do mundo como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Argentina, além
de bandas dos estados como Rio Grande do Norte, Paraíba, São Paulo, Rio de
Janeiro, entre outros... Todas as bandas da coletânea fizeram shows memoráveis.
A compilação inclui 26 bandas que tocaram nesse período.
CV: Algumas bandas
clássicas, como Leptospirose, ficaram de fora. Haverá segundo volume?
GM: O Leptospirose entrou na coletânea local ‘Bragança Resiste’,
que terá o segundo volume. Neste lançamento, a proposta era dar preferência às
bandas de fora e no caso o Leptospirose ficou para a primeiracoletânea.
CV: A divulgação deste
trabalho será somente em download ou haverá prensagem de CD ou vinil?
GM: Haverá uma tiragem pequena em CD que será comercializada em
shows do Rarozine por um preço colaborativo para a edição da próxima compilação.
CV: Qual o preço e qual
será a próxima compilação? Você pode nos adiantar?
GM: Claro, o preço do CD será R$ 5 e a verba arrecada será para
compilação do segundo volume do “Bragança Resiste”.
CV: Valeu mestre, deixo espaço
para considerações finais.
GM: Agradeço a divulgação cedida pelo Canibal Vegetariano que
sempre nos apoia. E esperamos a presença no show de sábado 17/10 do CHCL e em novembro
com o Besta, de Portugal.
Impressões sobre compilação ‘Casa 30’
Dizer que o rock está vivo, e muito vivo, nos dias atuais é
como “chover no molhado”. Só reclama quem está totalmente por fora do que rola
ou acompanha as notícias apenas nas consideradas “grandes mídias” que mais
ditam o que você deve fazer do que te apresentam opções.
Por isso que este lançamento do Raro Zine é algo que merece
destaque, afinal, ali estão compiladas 26 canções de bandas que se apresentaram
em Bragança Paulista no período de 2 anos. Como disse na entrevista acima,
German Martinez selecionou apenas de fora do município e algumas bandas
gringas.
As bandas apresentadas nesta compilação são de todos os
estilos de rock, do metal até o rock de garagem mais descompromissado. O
trabalho feito pelo editor do Raro Zine ficou de muito bom gosto e serve como
ótima oportunidade para quem está desatualizado em relação ao que rola neste
estilo musical que transbordou o cenário e tornou-se filosofia de vida de
muitas pessoas. Nota 10.
Se ficou em saber quais são as bandas que estão neste CD,
não falamos intencionalmente, pois você terá que fazer download para descobrir.
http://rarozinerecords1.bandcamp.com/album/tributo-casa-30
A banda gaúcha Motor City Madness soltou recentemente na
internet o segundo clipe do novo álbum Death City Riot, lançado no início do
ano. No final de agosto, a cantora Paula Cavalciuk também disponibilizou o
vídeo de sua canção, Maria Invisível. No blog Canibal Vegetariano, você confere
os dois lançamentos.
Nova promessa da música nacional, a artista Paula Cavalciuk
lançou em 29 de agosto o clipe da música “Maria Invisível”, faixa que estará em
seu disco de estreia ainda sem nome e com previsão de lançamento para outubro.
O vídeo tem direção de arte de Daniel Bruson e foi gravado em Sorocaba-SP,
cidade em que a banda reside atualmente.
O disco de estreia é resultado das primeiras investidas
autorais apresentadas no show intitulado "Rígido" e terá coprodução
de Gustavo Ruiz (Tulipa Ruiz/Vanessa da Mata) e Bruno Buarque (Karina
Buhr/Anelis Assumpção/Céu). Além da cantora (que nos shows também toca gaita,
violão, percussão e kazoo). A banda é formada por Vinícius Lima
(vocal/violão/viola caipira/guitarra), Fabrício Masutti (baixo) e Ítalo Ribeiro
(vocal/percuteria).
Em 2014, Cavalciuk foi finalista do Prêmio Sorocaba de
Música com “Maria Invisível” e, neste ano, sagrou-se campeã do mesmo festival
com a faixa “Colecionador de Opiniões”. Nos shows, a artista também distribui
fanzines feitos manualmente no esquema "pague quanto puder”. O formato
resulta em interessantes sonoridades que dialogam com a mensagem da cantora,
que usa a música para comunicar o que ela define como "realidade
individualmente coletiva".
Do rock visceral ao mais singelo sertanejo raiz, de uma
linha que se aproxima do estilo de Karina Buhr, Tulipa Ruiz e Céu, a artista
promete ser mais uma grata surpresa do cenário nacional.
MOTOR CITY MADNESS
Os gaúchos da Motor City Madness, banda que já entrevistamos
e sempre informamos sobre eles aqui, lançaram novo videoclipe, da música
"Strong as a Rat", faixa que faz parte do CD, lançado no início deste
ano intitulado "Dead City Riot". Punk 'n' roll trasheira na pegada do
coisa ruim”, como a própria banda define.
O novo vídeo da banda tem direção de Sergio Caldas, Rodrigo
Fernandes, Rene Mendes, Fabian Steinert. Eles ainda agradecem os companheiros
Andre Caldas, Doni Maciel, Alvaro de Bem. A produção pertence a Subverse Film
Crew.
A banda Lo-Fi de São José dos Campos-SP está pela segunda vez
em tour pelos Estados Unidos, desta vez com shows pela costa leste da América.
O grupo, que além de incessantemente tocar por todo Brasil, tem diversos
lançamentos gravados e agora sai em divulgação dos últimos dois lançamentos,
“Long Hair Cold Drink” e o irreverente e sujo “Love Songs Vol 1”.
Com sete anos de vida, a banda tem distribuição e lançamento
de seus discos pela Laja Records, comandada por Fábio Mozine, que participa
intensamente das atividades da banda.
O objetivo máximo da banda é nunca parar de compor, gravar e
lançar sua obra e deixa claro que estão abertos a convites de qualquer lugar do
mundo para shows. Como diz Rogério, baixista. “A banda trabalha duro e
incansavelmente, pois tocar é o objetivo principal de vida dos músicos da
banda”, afirma.
A banda campineira Drákula ataca novamente com o novo EP 7
polegadas, em vinil, denominado “Death Surf”. Podemos dizer que as quatro
canções que compõem o novo rebento do quarteto seria a trilha sonora perfeita
para surfar nos rios poluídos de qualquer cidade brasileira.
A mistura surf music, punk e garage rock soa cada vez mais
suja, no mais que bom sentido da palavra, e pesada. As guitarras soam
cortantes, com ótimas linhas de baixo e bateria precisa, simples, mas com muita
pegada. Atrás dos tambores a banda tem novamente o comando de Lobisomem que
retorna após período sabático.
E o retorno de Lobisomem deu nova energia para banda. Os
shows estão diferentes e no estúdio a pegada também soa com ares nostálgicos
mas totalmente vibrante. A primeira faixa do lado A, como é bom escrever dessa
maneira, “Death surf”, é uma mistura de tudo que dissemos e mostra do que os
caras estão a fim, rock, punk, surf, sujeira e diversão.
A segunda faixa deste lado, “Massacre a meia-noite”, que
havia sido lançada ano passado na coletânea virtual da Motim Records, em vinil
soa ainda mais sinistra e roqueira. O peso também é outro. No lado B tem “Shake
me your bones” que não deixa o esqueleto parado e faz o ouvinte sair se mexendo
freneticamente. E ainda neste lado, como diz Daniel ETE, tem o clássico de
Barão Geraldo, “de quando Barão Geraldo era Barão Geraldo”, a faixa “Lado de
fora”, clássico da banda Grease, para fechar o EP com chave de diamante.
Além das músicas, é preciso destacar o lindo trabalho de ETE
na capa e contra do EP e também a gravação. Instrumentos totalmente audíveis,
esqueça aqueles registros onde um instrumento cobre o outro, aqui o fã ouve
tudo de maneira como deve ser um disco de rock como o Drákula se propõe a
fazer. Nota 10.
Gritando HC será a banda responsável pelo encerramento do evento. Foto: Canibal Vegetariano
Gritando HC, Fistt e Chuva Negra são algumas das atrações da festa
deste sábado
No sábado (29), Jundiaí recebe mais uma edição da Oba! Fest,
que traz as bandas Gritando HC, Fistt, Chuva Negra, Sallys Home, Amnésia e The
Guantanameros, além da discotecagem do DJ Chello. A festa que será realizada no
Aldeia Bar tem início às 20h.
A Guantanameros, primeira banda a subir ao palco, tem
vocalista argentino e com seus amigos brasileiros apresentam clássicos do punk
rock em versões latinas bem animadas! Em seguida, a jundiaiense Sallys Home toca
o álbum Melody Station e a Amnésia, de Cascavel (PR), toca músicas autorais de
hardcore.
A festa fica completa com Chuva Negra, que apesar de ter
membros de bandas conhecidas da cena paulistana, é uma das grandes revelações
do hardcore nacional atual. Já os encerramentos são comemorativos! A banda
jundiaiense Fistt traz sucessos dos 21 anos de carreira completados em agosto e
a Gritando HC, que ganhou fama com a música “Velho Punk”, sobe ao palco para
marcar os 15 anos do lançamento do álbum “Ande de Skate e Destrua”.
O evento ainda terá promoções especiais de bebidas com
realização da Oba! Records e Oba!Shop. Há também apoio de Pride Skate, TheRocks
Xstorex, Metal No Pombal Produções Espetaculares e Rock Jundiaí.
Serviço:
Atrações: Gritando HC, Fistt, Chuva Negra, Sallys Home,
Amnésia e The Guantanameros, DJ Chello
Quando: sábado, 29 de agosto, às 20h.
Onde: Aldeia Bar – rua do Retiro, 279
Quanto: R$ 15 até 22h, após R$20
Censura: Menores de 18 anos apenas acompanhados pelos
responsáveis.
Drákula, apresentação enérgica no lançamento do novo EP. Fotos: Canibal Vegetariano
O Auto Rock Campinas 2015 chegou ao final na tarde/noite de
domingo (23) na Estação Cultura. Em meio à “linha do trem”, uma grande estrutura
foi armada para o fechamento de mais uma edição de um dos maiores festivais
independentes do Brasil.
A primeira atração do último dia foi a banda F3. Os caras
fizeram som no próprio chão, ao lado do palco principal. Esta foi uma grande
sacada da organização, pois não houve intervalo entre as bandas, assim que
encerrava-se uma apresentação, vinha outra logo em seguida. Os campineiros
mandaram bem em sua apresentação e atraiu bom público para acompanhá-los.
Logo em seguida foi a vez da Bad Taste. No “palco principal”,
os caras mandaram muito bem seu hardcore e mostrou todas suas músicas próprias
que cativaram os presentes. Os caras ainda fizeram algumas homenagens ao Ratos
de Porão.
Fim do show da Bad Taste, voltamos atenção para o “não palco”.
E a banda Porrada Solicitada foi a bola da vez e com uma mistura de punk com
hardcore, fez a galera abrir rodas e ainda muitos fãs cantarem junto com seu
vocalista.
Fábio Mozine, vocalista e guitarrista do Merda
De volta ao palco, os caras do Statues on Fire foram os
responsáveis pelo agito da galera. Não conseguimos acompanhar esta apresentação
devido à necessidade de comer, beber e visitar a feira de vinil e outras
barraquinhas que ofereciam diversos produtos. Este foi outro ponto positivo da
atração.
Fim do show, fim do rolê e a banda RND se apresentou no solo
mas não conseguimos acompanhar devido ao encontro com antigos companheiros de
som e precisamos conversar na tentativa de pôr os assuntos em dia. Mas pelo que
notamos, a banda fez grande sucesso entre os presentes.
O tempo passou e quem subiu ao palco foram os capixabas do
Conjunto de Música Rock Merda, ou simplesmente Merda. Mozine, Japa e Alex assim
que liberados mandaram ver no hardcore e levou o público ao êxtase, ainda mais
com os clássicos “Maradona”, “Nem todo brasileiro que gosta de futebol gosta do
Neymar”, “Efedrina”, duas novas que estão no Split lançado recentemente com Os
Estudantes, “A fonte da Coca Cola” e “Vou cagar em cima de você”, que
funcionaram muito bem ao vivo.
Mas o ápice da apresentação foi mesmo “Punk crente”, cantada
em coro pelo público e muitos que acompanhavam o show, subiam ao palco para dar
mosh. Dos shows que já acompanhei do Merda, todos foram bons, mas este no Auto
Rock foi melhor que os demais e os caras demonstraram que estavam a fim de se
divertirem e divertirem o público.
Bad Taste, foi a segunda banda a se apresentar
Após uma apresentação sensacional do Merda, a vez era do Drákula
que se apresentaria no chão. Este seria o primeiro show após o lançamento do
Vinil 7’ Death Surf. E os caras simplesmente arrasaram. Acompanhamos o Drákula
há anos e nunca havia visto tanta energia concentrada para uma apresentação. Os
caras estavam realmente com “fome de rock” e simplesmente detonaram.
Além de novas músicas, versão do Grease, os caras mandaram
vários clássicos da banda como “Cidade Assassina”, “Gorila Perez”, “Comando
fantasma”, “Medo de psiquiatra”, entre outras belas canções, mas com pegada
diferente e mais aceleradas do que o costumeiro. O show mostrou também que
Lobisomem na bateria está em forma e o quarteto fez uma apresentação nota 10,
com direto a idas para galera e espumas de carnaval.
A noite seria encerrada com Garage Fuzz, mas como precisamos
“cair” na estrada, não foi possível acompanhá-los. Mas o público estava muito a
fim de vê-los. Infelizmente não conseguimos acompanhar outros shows do Auto
Rock, mas pelo seu encerramento, acreditamos que foi uma edição histórica. Que venham
os próximos, nós agradecemos!
O power trio insano capixaba, conhecido carinhosamente como
Conjunto de Música Rock Merda, lançou recentemente mais um Split em vinil 7
polegadas, desta vez em parceria com os cariocas d’Os Estudantes.
O vinil tem três sons do Merda do lado vermelho e do lado
amarelo da força o ouvinte terá cinco petardos do quarteto carioca. Cada banda
gravou em um estúdio mas isto não interfere na qualidade das gravações. Bandas
com muito de tempo de estrada e com vários discos lançados conhecem o caminho
das pedras.
Sobre o Merda, o trio formado por Mozine (vocais e
guitarra), Japa (vocais e baixo) e Alex (vocais e bateria), apresenta três
“porradas” simples e direta. A faixa de abertura chama-se “A fonte da Coca-Cola”.
Nesta letra os caras ironizam a própria banda por alguém aparecer na MTV com
uma camiseta e dizem que devido a este fato são mainstream e por isso o uso da
fonte.
A segunda faixa “Eu vou cagar em cima de você” tem vocais
alternados entre Mozine e Japa e a “tiração” de sarro continua, como sempre
ocorre nos sons do trio. A terceira e derradeira música que fecha o lado Merda
do disco “Quem nunca?” é um relato de uma noite em que um sujeito sai sem rumo
e deixa tudo rolar. O legal desta faixa é o vocal totalmente “rasgado” de
Mozine onde o ouvinte para entender o que é cantado precisa ler a capa.
ESTUDANTES
O quarteto carioca, formado por Vitão (vocais), Diogo
(bateria), Manfrini (guitarra) e Dony (baixo), gravou cinco faixas e todas no
melhor estilo hardcore. Letras e músicas diretas com algumas críticas em meio a
algumas letras que beiram ao absurdo. A faixa de abertura é a “Menino peixe I”,
que tem refrãos “grudentos” como: “mas ele vai cair, um dia vai sumir”.
A segunda faixa é a continuação de “Menino peixe”, agora com
sua segunda parte onde Vitão, vocalista, nos chama para “aplaudir e zombar” o
“menino peixe”. E a pancadaria, no mais que bom sentido da palavra segue nas
três faixas seguintes, como Luz, onde a banda fala sobre uma possível luz no
fim do túnel, que para eles nada mais é do que um trem em direção contrária. O
lado amarelo dos cariocas encerra-se com “Olhos azuis” e “Alívio da dor” duas
ótimas faixas que também trazem conteúdo crítico, principalmente ao ser humano.
Além das boas músicas, o que chama atenção neste lançamento
das bandas são as capas que não existem. Uma é somente um pano com os nomes e a
outra é o que conhecemos como encarte, onde estão as letras e ficha técnica.
Mas como Merda e Os Estudantes são geniais, o que vale mesmo é a música, sempre
de altíssima qualidade. Compre seu Split e ouça no volume máximo! Se o som
estiver alto, é porque você está ficando velho.
A pedido dos amigos do zine/blog Canibal Vegetariano, fui
cobrir o Festival de Inverno em Bragança Paulista, no sábado (18). A ocasião
era vertente metal, celebrando quatro bandas representativas no círculo. Em
pouco tempo, o local (Ciles do Lavapés), foi tomado pelo público headbanger. O Ciles para quem não conhece abriga praticamente todos os
eventos relacionados ao rock na gestão de Luis Henrique Duarte, o Quique Brown,
e desta vez não seria diferente para que a plateia comparecesse.
Na abertura vieram os "velhos" conhecidos da nova
geração da cidade, o Kollision, após dividir palco com muitas bandas da região
e também gringas, foram convocados para esta ocasião. O intuito era tocar
canções do seu álbum recém lançado "The stage of death", as
composições influenciadas por videogames e etc, mostram um pouco da identidade
da banda.
A segunda banda foi o quinteto do Sardonic Impious, o black
metal prevalecia nesse momento no Ciles, acompanhados de vários fãs e amigos, o
Sardonic entoou satanismo aos presentes. Com uma banda afiadíssima, agradou a
todos que admiram o som pesado.
O quarteto carioca do Confronto trouxe a Bragança sua viagem
pelo metalcore, hardcore, ou mesmo death metal. Eles são uma banda que faz
disso um caldeirão de influências, entre riffs e bateria agressiva, o vocalista
Felipe Ribeiro girava o palco atrás de agitar o público que até então, estava
atônito, mas depois da metade do show, causou mais empolgação. Chamaram
Bragança para o “circle pit” e entusiasmaram os espectadores.
KRISIUN
A chave de ouro era entregue ao Krisiun, o que dizer do
Krisiun, nada, seria medíocre da nossa parte declarar algo sobre a insanidade
provocada por uma banda que está no mais alto escalão do Death Mundial.
O setlist privilegiou muitas fases do trio gaúcho, o som
estava alinhado e ora ensurdecedor para o tremendo peso que eles provocam ao
vivo. Escolheram duas músicas do novo álbum para tocar. Talvez "Conquerors
of armagedom" tenha feito falta, mas houve death metal para todos os
gostos, fazendo qualquer um ficar de queixo caído com a banda. Enfim encerraram
com Motorhead "No Class'. Simplesmente uma aula!
Três projetos receberão
ajuda financeira e técnica para sair do papel
No sábado (4), durante a terceira edição da "Feira de Ideias, o Instituto
Entrando em Cena" entregou, mais uma vez, o "Prêmio Entrando em Cena no Mundo" aos projetos desenvolvidos por
jovens que participaram de oficinas de empreendedorismo sociocultural. Foram
sete projetos inscritos, seis apresentados ao público e três premiados, que
receberão ajuda financeira e técnica para sair do papel.
Durante quatro meses, esses jovens
participaram das oficinas do Entrando em
Cena no Mundo, projeto que tem como objetivo formar agentes multiplicadores
capazes de se tornarem protagonistas de ações culturais e/ou sociais
transformadoras. Para isso os participantes foram estimulados a identificar
seus potenciais através das próprias histórias de vida, identificar e avaliar
criticamente as insatisfações sociais e criar projetos capazes de promover
transformações nas comunidades em que vivem, além de serem instrumentalizados
para desenvolver e gerir tais projetos, buscando alternativas para uma vida
plena de cidadania cultural em uma sociedade democrática de fato.
A avaliação foi feita por uma
comissão julgadora convidada, formada por 21 pessoas, representantes das áreas
social, cultural, educacional, artes cênicas, artes plásticas, arte de rua,
literatura, produção cultural, comunicação, arte-educação, direito e meio
ambiente. O juri votou nos quesitos “redação dos projetos”, “potencial de
transformação”, “criatividade da iniciativa”, “capacidade de realização” e
“planejamento financeiro”. O público presente teve a oportunidade votar no quesito “apresentação”. No total foram 130
votos computados durante a Feira de Ideias.
Confira o resultado final da
terceira edição do Prêmio Entrando em
Cena no Mundo:
1º Lugar: "Memórias na Rede", de Nahida Almeida
Ghattas e Alberto Aleixo Maciel, propõe
a promover a interação entre dois grupos diferentes da sociedade, jovens de 12 a 18 anos e idosos moradores de
um asilo. O fruto desse encontro serão textos que serão publicados em um blog
na internet.
2º Lugar: "DiRaiZ Hip Hop", Elvis da Silva Fonseca
e Welton Aparecido Resende Souto, visa realizar oficinas
de rap e grafite para 30 adolescentes da escola estadual Marcos Guimarães, de
Bragança Paulista, utilizando o hip hop como ferramenta de inclusão
sociocultural e empoderamento do jovem.
3º Lugar: "Café no Bullyng", de Gabriel Henrique do
Nascimento, visa
discutir, em escolas de rede pública, por meio de intervenções de
conscientização, esquetes e debate com especialistas o que é de fato o bullying
e quais são suas consequências negativas para quem sofre com isso.
4º Lugar: "Projetando Passado, Revendo Futuro", de
César Augusto Ramalho de Souza, visa promover o incentivo ao
ensino superior através de uma feira, com objetivo de explanar sobre diversos
assuntos voltados ao tema e criar uma plataforma na internet onde as pessoas
possam encontrar informações sobre o assunto.
5º Lugar: "Se eu fosse você, seria você", de Ana
Carolina dos Santos Franco, visa proporcionar
às pessoas uma maneira de aceitar as diferenças, ajudando os dois lados do problema do
bullyng, quem sofre e quem pratica, por meio de vídeos gravados com vítimas.
6º Lugar: "Das Salas ao Palco", de Júlio César
Rocha Santos, tem o intuito de dar a oportunidade para jovens da
escolas de ensino médio de terem contato com as artes cênicas por meio de
oficinas e apresentações, contribuindo, assim, para a formação de público para
esse tipo de espetáculo.
Há alguns meses a banda itatibense Eyes of Gaia lançou seu
primeiro álbum “The power of existence”. Disco gravado de maneira totalmente
independente, os caras botaram a “bolachinha” no mundo e por onde passam chamam
atenção dos apreciadores do estilo. Para saber mais sobre o trabalho dos caras,
conversamos com o guitarrista Bruno Tourino. A entrevista na íntegra você
confere abaixo.
Canibal Vegetariano: Como a banda foi formada, desde quando
estão na estrada? Houve alguma mudança na formação? Aproveitem e apresentem-se
com nomes e instrumentos de cada integrante.
Bruno Tourino: A banda foi formada em 2008 pelo Mário Kohn
(vocalista), Rodolfo Liberato (Baixista) e Flávio Sallin (ex-tecladista). Nessa
época a banda lançou o EP “Final Tears” e também tocou com alguns nomes
importantes como Dragonforce, Glenn Hughes e Almah. Em 2011 houve mudança na
formação com a minha entrada e a do Paulo Virtuoso nas guitarras e a entrada do
Betto Cardoso na bateria. Neste ano houve outra mudança na formação com a
entrada do André Moura na bateria, substituindo Betto. A formação atual do Eyes
Of Gaia é: Mário Kohn (vocal), Bruno Tourino (guitarra), Paulo Virtuoso
(guitarra), Rodolfo Liberato (baixo) e André Moura (bateria).
CV: Como rolou o processo de gravação do álbum? Houve alguma
ajuda financeira ou vocês bancaram tudo?
BT: Começamos a compor no início de 2012 e no meio desse
mesmo ano começamos a pré-produção do álbum. Gravamos em espaços de tempo muito
longos devido a vários contratempos. Basicamente bancamos tudo, tivemos alguns
apoios, mas essencialmente sem nenhum patrocínio maior. Por conta de ser tudo
independente acabou atrasando para ser lançado, só saiu em janeiro deste ano.
CV: A produção do álbum é de Edu Falaschi. Por que vocês
optaram por ele como responsável por este trabalho?
BT: Já conhecíamos o trabalho do Edu como produtor e achamos
que seria a melhor opção naquele momento. Ele tem bastante experiência e acabou
passando muita coisa legal para gente. Aprendemos bastante com ele e gostamos
do resultado final do trabalho.
CV: Como está a procura pelo CD e o processo de divulgação?
BT: O CD está tendo uma boa procura guardadas as devidas
proporções do mercado atual e do nicho do heavy metal. Ele [CD] está sendo
vendido diretamente com a banda e também na loja Die Hard, na Galeria do Rock,
em São Paulo. Divulgamos o CD basicamente pela Internet através das nossas
mídias sociais e sites parceiros que fazem resenhas. Os shows também tem sido uma
ótima forma de divulgação. A procura por CD e camiseta nos shows tem sido boa.
CV: Como as pessoas tem recebido o trabalho?
BT: O feedback tem sido muito positivo! Superando todas as
nossas expectativas. Tivemos uma resenha com nota 9 na revista Roadie Crew, a
maior revista especializada do Brasil. Posteriormente rolou uma entrevista bem
legal na Roadie Crew também, feita pelo Ricardo Batalha, um nome bem respeitado
no meio. Diversos sites especializados também têm feito resenhas bem legais
falando bem do álbum. Sem contar as pessoas que tem vindo elogiar o álbum diretamente
para nós através do Facebook. Outro fato muito importante na carreira da banda
foi a entrevista no programa do Andreas Kisser, na 89 A Rádio Rock. A audiência
do programa é muito grande e fez com quem pessoas de todo o Brasil conhecessem
nosso trabalho!
CV: Quais os planos da banda para o segundo semestre?
BT: No segundo semestre queremos continuar fazendo shows para
divulgar o álbum que é bem recente. Temos algumas datas marcadas em Itapetininga/SP,
com a banda King Of Bones, Pouso Alegre/MG, no festival Tonelada, Itatiba/SP
(nossa cidade) com a banda Project46. E estamos negociando shows em mais
cidades.
CV: Atualmente, quem é o público que ouve sons da banda? E
os espaços para shows, como estão?
BT: O público do Eyes Of Gaia é o público do Heavy Metal, na
sua maioria a galera entre 15 e 30 anos. É um nicho pequeno, bem segmentado
porém exigente. Existem bares e casas de shows que abrem espaço para bandas de
heavy, além de festivais e shows em eventos públicos. É importante a união das
bandas para que o público sempre se multiplique nos shows e as bandas aumentem
seus seguidores.
CV: Grato pelo papo, deixo espaço para considerações finais.
BT: Muito obrigado pelo convite, pela oportunidade para
contar sobre nosso trabalho e parabéns pelo seu excelente trabalho que é
importantíssimo para as bandas independentes e para a cultura do país de uma
maneira geral. Quem quiser conhecer mais sobre o Eyes Of Gaia acessem nossas
mídias sociais:
www.facebook.com/eyesofgaiaofficial
www.youtube.com/eyesofgaiaofficial
www.eyesofgaiaofficial.com
Muito obrigado! Paz e amor!
Impressões sobre ‘The power of existence’
O heavy metal é um dos estilos que mais exige de seus
músicos e talento é o que não falta na banda Eyes of Gaia. O primeiro registro
dos caras “The power of existence” mostra toda capacidade individual dos
músicos e também o trabalho que conseguem desenvolver em equipe.
Com dez faixas e produção de Edu e Tito Falaschi, a banda
mostra tudo aquilo que os fãs do estilo adoram. Guitarras altas, solos, bends,
vocais afinados, baixo encorpado e bateria alucinante.
Esse é um álbum que os
amantes da música “pesada” precisam ter em sua discoteca, afinal, não é sempre
que uma banda lança um disco com tanta música boa e de maneira totalmente
independente. Se você ainda não tem o seu, corra para adquiri-lo.
A separação de um casal sempre vem acompanhada de muitos
aborrecimentos. Um deles éa divisão dos discos. Aqueles CDs que vocês compraram
juntos, ouviram juntos e que agora se tornam motivo de discórdia.
Na música “Trocando em miúdos”, Chico Buarque diz para a ex:
- eu fico com o disco do Pixinguinha, o resto é seu. Na música “A Rita”, ele
reclama que a mulher foi embora e além de seu coração, levou também o disco que
mais gostava.
Não há uma receita infalível para uma partilha de CDs. Você
com certeza terá que comprar vários deles novamente. Em compensação, dá para
passar para frente os que ela (e) te deu e você não gostava, mas ficava sem
jeito de falar.
A pessoa também pode sentir vontade de vender todos os
discos que a fazem lembrar da (o) ex, mas aqui vai uma sugestão: espere um
pouco. Depois que a raiva passar, você pode se arrepender. Terminou um namoro?
Brigaram feio? E aqueles CDs que ficaram na casa dela (e)?
Namorados, namorados, negócios à parte. Esqueça os pudores e
vá até lá buscar, mesmo que você tenha sido canalha. Afinal, buscar os discos
na casa do (a) ex pode ser um ótimo motivo para quem quer reconciliação.
André Fiori é dono da maravilhosa loja Velvet CDs, na rua 24
de Maio, Centro de São Paulo. Há pouco mais de 10 anos, Fiori escrevia coluna
que denominada "Atrás do Balcão", na revista Zero, uma das melhores a
aparecer no mercado editorial nacional.
Marcos José Ferraz, mais conhecido como Zé, e Alê Castro,
foram os vencedores da promoção “Em maio todo janta pipoca na minha cidade”,
realizada pelo programa A HORA DO CANIBAL em parceria com o zine/blog Canibal
Vegetariano e Rádio Click Web.
Para vencer a promoção, os jovens enviaram frases toscas. Zé
escreveu: "Escravos
Anões! Porque o trabalho engrandece”, e "Comi pipoca alucinógena, e vi o
Picolo, no pico do Macaco Nikito", por Alex Leco, foram as duas mais
toscas e escolhidas por nosso camarada Délcio Padovani Junior, como as piores e
em nosso programa, as piores são as que vencem.
No
primeiro dia de junho, Alê Castro recebeu seus prêmios das mãos do camarada
César Bernucci, dono da Papelaria 29, parceiro da Rádio Click Web. No sábado
(6) foi a vez de Zé receber os brindes. Cada jovem levou para casa CDs das
bandas: Regredidos do Macaco, Perturba, Eyes of Gaya, Labataria e Bikini
Hunters, esta última banda ainda concedeu duas camisetas para sorteio.
É ruim quando você está atrás de alguma música ou disco que
não sabe qual é. Aquela canção que ouvimos tocar em algum lugar e não sabemos o
nome e nem quem canta. Pode ser um filme, em uma casa noturna, na rua ou no rádio,
sei lá. Aqui na loja, inúmeras vezes nos deparamos com essa situação. Às vezes
é preciso partir do nada. A pessoa começa cantarolar um trecho: “Olha, a música
é assim: lá-ra-lá-lá-ri-lá...”. Nem sempre é possível acertar. Um procedimento
muito comum é o cliente trazer uma fita K7 com a música em questão. Acho muito
legal isso. Dá para sentir como no antigo programa do Silvio Santos: “Maestro
Zezinho, duas notas, qual é a música?”. Na maioria das vezes consegue-se
descobrir.
Uma vez uma moça com uma criança de colo vibrou ao saber que
o que ela procurava era Pixies, “Here comes your man”. Levou dois segundos. Ela
quis saber: “nossa, o cara nem cantou ainda, como adivinhou?”. Bom, essa foi
fácil. O frustrante é quando, apesar dos esforços, não conseguimos descobrir o
que é. Uma vez contei seis pessoas ouvindo uma fita (outros clientes também
ajudaram) e não chegamos a conclusão alguma. Cada um falava uma coisa:
- Ah, isso aí é anos 80.
- Só pode ser banda inglesa e etc.
A cada pessoa que entrava na loja, eu perguntava: “Ei,
amigo, por acaso você sabe o que é isso aqui?”. E rolava a fita novamente.
Mesmo assim nada. Quando o cliente foi embora, ainda pedi: “Olha, quando você
conseguir descobrir o que é, liga para gente e diz, ok?”.
E quando sei o que é, mas não consigo lembrar? Teve uma vez
em que achei que não conseguiria dormir naquela noite caso não lembrasse o nome
da bendita música. O clipe também ajuda bastante: “Olha, estou atrás de uma
música. No clipe, o cara está andando na rua e esbarra em todo mundo”. Essa é
moleza: “Bittersweet symphony”, do The Verve. Um comercial de TV também, às
vezes, pode esclarecer o mistério. Lembra-se de quando “Fake plastic trees”, do
Radiohead, tocava num comercial, onde aparecia um menino deficiente chamado
Carlinhos? No começo, muita gente achava que era U2, outros, Suede. O Radiohead
aumentou bastante sua popularidade devido àquela propaganda. Uma vez uma
senhora entrou na loja e disparou: “Moço, o senhor tem a música do Carlinhos:”.
E eu, distraído: “Que Carlinhos, Carlinhos Brown?”.
André Fiori é dono da maravilhosa loja Velvet CDs, na rua 24 de Maio, Centro de São Paulo. Há pouco mais de 10 anos, Fiori escrevia coluna que denominada "Atrás do Balcão", na revista Zero, uma das melhores a aparecer no mercado editorial nacional.
Há mais de dez anos na estrada, a banda paulistana de
grindcore Hutt se apresentou em Campinas no mês de fevereiro. Nós do Canibal
Vegetariano acompanhamos a apresentação que foi um “arrasa quarteirão”. Dias
após entramos em contato com o vocalista Marcelo Appezzato para fazermos a
entrevista que você lerá a seguir. Além de Apezzato, a banda ainda tem Leandro
na guitarra, André no baixo e Diego (baterista monstruoso) em sua formação.
Durante o papo, falamos da história do quarteto, política e próximos
lançamentos.
Canibal Vegetariano: Desde o início em 2002, houve alguma
mudança na formação? Em caso positivo quais foram e por quê?
Marcelo Appezzato: Começamos o Hutt como um trio, eu, o
Leandro e o Choukri (ex-Presto) na bateria. Sem baixo. Em 2006 o Choukri saiu e
a gente colocou o Diego e o André. Gravamos o Monstruário com essa formação. Em
2010 ou 2011 o Choukri voltou pra banda e o Diego saiu. Em 2013 o Choukri saiu
de novo e o Diego voltou. Ou seja, uma confusão dos infernos.
CV: Quais as principais influências de vocês?
MA: Cara, vou falar por mim, pois cada um escuta suas
coisas. Eu sempre curti punk/hardcore, crossover, death e thrash metal, pelo
menos no que diz respeito as minhas influências como vocalista. Mas como fã de
música escuto um monte de outras coisas, nem queira saber o quê (risos).
CV: Como é ter uma banda de grindcore no Brasil? Há espaços
para shows, divulgação e venda de discos?
MA: Deve ser a mesma coisa que ter uma banda grind em
qualquer lugar do mundo, cerveja morna como cachê, shows nem sempre lotados,
poucas mulheres e muita roupa preta. A cena é pequena mas forte, e é tocada por
algumas pessoas que fazem a diferença, seja tendo banda, promovendo shows ou
principalmente: comparecendo em shows e comprando o material das bandas.
CV: Vocês estão na estrada há 13 anos. O que mudou de 2002
para cá? As mudanças foram positivas?
MA: Acho que a principal mudança foi na comunicação, por
causa da internet. O público aumentou um pouco também e está mais
diversificado. De resto não vejo muita coisa diferente. Pra gente, como banda,
tá melhor.
CV: O que vocês planejam para o futuro?
MA: Tocar por aí de vez em quando, gravar mais uns
discos, conhecer um monte de lugares e pessoas legais, experimentar uns
aditivos diferentes e, principalmente, não chegar aos 3 maços de cigarro por
dia.
CV: Quem é o público que acompanha o Hutt, é possível
descrevê-lo?
MA: Como eu disse antes, o publico é mais variado
atualmente, mas no geral são pessoas de cabeça aberta, que escutam variados
estilos de música e que usam bermuda numa boa.
CV: Vocês tiveram alguns registros lançados fora do Brasil.
Como rolou esse esquema e ele contribuiu para que vocês ficassem conhecidos no
exterior?
MA: Contribui sim. Mas eu não lembro direito como foram
feitos os contatos. Acho que os caras que lançaram escutaram, curtiram e
quiseram lançar.
CV: Quem acompanha a banda saca que o som de vocês é rápido
e com muito peso. Qual o estímulo após tantos anos de banda para seguir
compondo música?
MA: Estimulantes poderosos (risos). Cara, acho que a vontade
de fazer música juntos impera.
CV: Desses 13 anos, qual a maior furada que a banda se
envolveu e também qual o ponto de maior orgulho. Tocar com algumas bandas
gringas ajudam para crescimento profissional?
MA: A única coisa que tocar com bandas gringas me ensinou é
que nem todos os seus heróis são legais. A gente já entrou em um monte de
roubada, ainda entramos, mas hoje rola menos. Impossível lembrar de uma em
especial.
CV: Qual a opinião de vocês sobre a atual situação política
no Brasil? Isso interfere na música de vocês?
MA: A situação política no Brasil é uma merda desde que eu
me lembro por gente. Tenho 35 anos mano. Duvido que algo vá mudar, pelo menos a
tempo da gente ver. Espero que eu esteja errado. Claro que isso influencia, mas
na maioria das vezes inconscientemente.
CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para considerações
finais e “merchan”.
MA: Valeu pelo espaço mano. Logo mais lançamos o disco novo
e um compacto Split com o Facada. Novidades na pagina do HUTT no Facebook https://www.facebook.com/huttgrind?fref=ts
A banda Garrafa Vazia é de Rio Claro, interior do Estado de São Paulo. Com muitos anos de estrada, a banda lançou recentemente o álbum "Back to Bacana". Devido a este fato, conversamos com os caras para saber mais sobre o trabalho e também como eles veem a atual cena, tanto no interior como no Brasil em geral. O papo na íntegra você confere abaixo.
Canibal Vegetariano: Vamos
começar pela apresentação da banda: nomes, instrumentos, há quanto tempo estão
juntos e houve alguma mudança na formação?
Hebert: O embrião do que viria a ser o Garrafa Vazia começou
em 98, com o Mário Mariones (baixo e voz) e uns camaradas. A banda surgiu
definitivamente em 2009, e em 2011 adotou a formação atual, comigo (Hebert) na
guitarra e vocais e o Vadio comandando o batuque dos infernos.
CV: Quais são as
principais influências da banda?
H: O punk rock 77 dá a tônica ao som da banda, mas cada um
curte uma porrada de sons distintos, de Gories a Guilherme Arantes, e essa
distinção nas influências acabam trazendo um gostinho de quero mais ao nosso
som.
CV: Como rola o
processo de composição das músicas e também das letras?
H: Rola de uma forma bem democrática. Geralmente o Mariones chega
com as letras e melodias, aí nos os ensaios colocamos a “magia” de cada um,
viradinhas malucas, solinhos propositalmente nas coxas e afins.
CV: Comentem sobre a
cena de Rio Claro e cidades da região. Como está o atual momento para shows?
Mário Mariones: A cena de Rio Claro é fértil e 100% chapação.
A cidade tem bandas fodas de punk rock, hardcore, metal, rock and roll. Posso
destacar aqui algumas como Dezakato, Mordeth, Sacristia, Hal 9000, Marsh Gas.
Do pessoal mais recente o Interceptor, Anguere, Funeral Sex, Carniceiro,
Craniana, Coaggula, Head Bones, Delunes, Reagan, Foca Alada, o pessoal que toca
em bandas de outras cercanias, como o Netão do Mullet Monster Mafia e o Matheus
Campos do Krokodil. A cena é densa e prolífica, e o maior festival de Rio Claro
é o Equinócio. Realizado anualmente, ele chega agora em sua décima quarta
edição trazendo o Olho Seco e será uma grande honra para nós mais uma vez fazer
parte do festival.
Já passaram por aqui Korzus, Ratos de Porão (em 2013,
tocamos nesse dia, foi demais), Genocídio, Krisiun, só pra citar algumas. É um
festival de caráter solidário, filantrópico que atrai uma legião de pessoas – e
neste ano a entrada novamente será um litro de leite que será encaminhado ao
Fundo Social de Solidariedade. A Antiga Estação Ferroviária vai tremer dia 9 de
maio a partir da uma da tarde. Outro festival bacana é o Rock Feminino, que em
sua última edição trouxe o Girlschool, com apresentação única e exclusiva no Brasil
por aqui.
As cidades do interior de SP estão pegando fogo. Sabe aquela
coisa de buteco, praça, farmácia e vizinhança na calçada, velhos amigos
trocando ideia, tomando uma, curtindo um som? E é foda não citar São Carlos
como um dos grandes centros catalisadores de toda essa usina - particularmente
para nós do Garrafa. Ponto de encontro de amigos e bandas fudidaças. Inclusive
é lá que estamos gravando nossos últimos trampos, com os irmãos da Pé de Macaco
S/A, uma produtora audiovisual fodida, que faz a diferença.
CV: Como vocês veem o
surgimento de várias bandas, de diversas vertentes do rock, principalmente no
interior. Isso pode contribuir para aumento do público e também de locais para
shows?
MM: Sem dúvida. Muitas bandas do barulho estão surgindo. É o
velho ciclo de gerações em contínua formação e transformação. Quase sempre de
forma solidária e criativa. Como diria o Hugo Brito, do Hippies not Dead: “o
underground é construção”.
CV: Qual a principal
“enrascada” que vocês entraram e qual o momento mais positivo de vocês como
banda?
MM: Vixi, rolaram várias. No quesito bad trip: tocamos
algumas vezes em São Paulo e no ABC nesses anos, e numa delas foi um pouco
tenso, com o pessoal falando que uma gangue ia jogar bomba no local do evento,
então o ambiente estava realmente contendo uma apreensão extra (risos). Em
outras praias já rolou de sermos boicotados em festivais, geralmente pelo
pessoal da mesa de som, que dá aquela tesourada no volume, sei lá porque, mas
tudo isso é legal, faz parte. Outra
ocasião engraçada foi de um sujeito que viu a gente tocar num festival bacana e
logo depois a todo custo insistiu que queria “empresariar” a banda e tal, cheio
de conversa que “tinha um escritório e vários contatos”, daí a gente virou e
disse “opa, firmeza”.
Momentos positivos foram alguns, bem agradáveis! Tocar com o
Cólera e o Biohazard no Araraquara Rock em 2010 (conversámos na época com o
Rédson sobre a possibilidade dele produzir um CD do Garrafa, e as conversações
estavam adiantadas), tocar no extinto Porão em São Paulo com os punks cantando
junto e pogando sem parar – ANIMAL - tocar em Santa Gertrudes no Revolution
Pub, num festival organizado pela gente com uma puta galera e o lendário
Excomungados tocando na sequência, tocar em Minas Gerais num festival muito
massa (World Trash, grande festival!) junto com o Hippies not Dead, dividir o
palco com o GBH em Americana, as sonzeras insanas em São Carlos, um bailão
alucinante em São José dos Campos, outro em Avaré (no aniversário de 20 anos
dos brothers do Ratazana) um rolê mágico em Rio Claro na casa de uns amigos, ao
lado do mestres do Retaliatory de Belém fechando a noite, tocar ao lado dos
irmãos destruidores do Shitfun de Petrolina, Pernambuco... são muitos momentos
que a gente guarda com a maior alegria e satisfação. A gente é sem frescura,
tranquilão, o que vale é a intensidade e a broderagem, o chão é nossa casa.
CV: Quem é o público
que os ouve?
MM: Do ouvinte “macro” ao “micro”, e “para todas as idades”.
Penso que é a galera que curte aquele som toscão, divertidão, mas é difícil
rotular: talvez seja o pessoal que ouça rock and roll em geral (ou não), metal,
punk rock, aquele rock cachaça torto, ou que ouve um som mais cru e sem firula.
E tem os doideira lá da gringolândia também.
CV: Quais as metas da
banda para os próximos meses?
MM: Vamos gravar um trampo novo agora em junho. E vamos
soltar mais um split de inéditas ao lado do lendário Hippies not Dead, banda fodida
de São Carlos, irmãos atuantes no underground desde 1995.
CV: Grato pelo papo e
deixo espaço para “merchan”, críticas e o que quiserem falar.
MM e H: Nós que agradecemos, brigadão pelo espaço! Sempre
escutamos o Canibal Vegetariano, queria inclusive aqui deixar um abraço ao
Vareta Baqueta do Ação Tóxica, que foi quem me apresentou (Mariones) esse
grande programa radiofônico que faz a alegria da galera nas noites de segunda. O
blog é bem bacana também, mesclando sonzera com cultura em geral, jornalismo de
prima. E no mais é isso aí capetada: valeu pela força! Ouçam nosso novo disco, “Back
to Bacana”, e aumentem o som que o pogo é o fogo, união e fuleragem sempre!
Abração!