terça-feira, 26 de outubro de 2010

Entrevista feita pelo zine Canibal Vegetariano é matéria de capa em revista dos Estados Unidos

A entrevista que o Fanzine Canibal Vegetariano realizou no início deste ano com a banda Os Estudantes, foi matéria de capa da revista Maximum Rock'N'Roll, com sede em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos. Em mais de 30 anos de publicação, pela primeira vez uma banda brasileira foi matéria de capa, com entrevista realizada por nós, do ZINE CANIBAL VEGETARIANO, o que nos deixa muito orgulhosos. Abaixo você confere as fotos da revista e a entrevista original em português.

Capa da edição de agosto de 2010 com Os Estudantes na capa. Primeira uma banda brasileiro consegue este feito

Na matéria rock'n'roll estes Estudantes são dez!

Eles se consideram anti-profissionais, mas ano passado fizeram dois grandes shows, um em Campinas, no Festival Auto Rock e outro em Bragança Paulista, no Festival Cardápio Underground. Em dez anos de carreira lançaram um split CD, com uma banda de Curitiba, e lançaram em vinil o 1º álbum. A seguir, você confere a entrevista que a banda carioca Estudantes, concedeu ao blog/zine Canibal Vegetariano.

Canibal Vegetariano: Para começar peço que façam uma apresentação da banda, integrantes, instrumentos e influências.
Vitão:
Eu faço os vocais. Escuto basicamente som parecido com o que a gente faz, punk e hardcore velho. Consigo escutar algo de outros estilos também, pode ser jazz, blues, rap, pop, funk, surfmusic, metal... desde que seja boa música, tô ouvindo...
Manfrini: Eu toco guitarra, e adoro punk/harcore do início dos anos 80!
Diogo: Bateria, meio o que o Vitão citou, predominando sub-gêneros do punk até aproximadamente 2003, de lá pra cá não ouvi muita coisa nova, exceto os discos novos de bandas antigas e discos antigos que eu não conhecia. Ao criar as baterias dos Estudantes, sofri acidentalmente uma certa influência do Iron Maiden, mas com os tempos descaralhados e com bem menos peças no kit.
Dony: Eu toco baixo, com distorção. Estou na banda a pouco mais de 1 ano, eu era fãnzinho dos estudantes hehe, até a hora que me ligaram perguntando se eu estaria afim de entrar pra banda, me amarrei na idéia e topei!  Gosto de ouvir as coisas quase que de sempre, Black Flag , Flipper, Bad Brains, Kennedys, Cramps, The Sonics, The Seeds, Link Wray, Ventures, Sabbath, Mc5,  Stooges, Melvins e sei lá, mais um monte de coisas.

CV: Como é tocar rock pauleira, hardcore, em uma cidade como o Rio de Janeiro? Como é a cena rock local? Há vários espaços para shows?
Dony:
É como comer gengibre com banana e mijar no ralo.
Manfrini: É aquela coisa, a gente sempre reclama, mas também se diverte...se não, não estaríamos nessa há tanto tempo.
Vitão: Um pouco complicado. Tem alguns lugares legais como a Audio Rebel, Planet Music... às vezes rola em algumas boates do “rock” também.
Diogo: Nossos shows aqui ficaram meio falidos depois que boa parte dos nossos amigos desistiram de ir. Os que rolam no subúrbio são sempre bons! Um fato curioso: aqui rola um sol bizarro durante dias seguidos, mas quando tem show dos Estudantes, quase sempre chove!

Créditos devidamente dados ao FANZINE CANIBAL VEGETARIANO

CV: Duas apresentações de vocês no interior de São Paulo, em 2009, chamaram muito a atenção da galera rock, devido a energia e fúria que vocês demonstram no palco. De onde vem toda a raiva e ao mesmo tempo tesão pela música?
Dony:
Bem, shows fora de casa, é sempre outra coisa, até porque aqui no Rio é uma merda, 97,9 % dos shows que fazemos por ano aqui, é no mesmo lugar, aí fode, dá no saco tá ligado?! Aí é natural, quando vamos tocar em outro estado, bate aquela adrenalina, aí a coisa fica quente.
E de onde tiramos tanta raiva? Pode ter certeza que é do calor infernal que faz aqui no "Hell de Janeiro", já passou um dia de verão aqui no Rio? “Cumpadi”, é sinistro, 42 graus na mente, e sensação térmica de 60 graus, parece que nossas mentes estão derretendo. Ainda mais eu, que sou o único suburbano da banda, onde não tem mar nem porra nenhuma. Mar aqui, só se for de sangue, bagulho doido!
Vitão: Eu moro em Botafogo, colado no cemitério, pelo menos bate uma brisa dos defuntos. Bom, como a gente não é banda profissional, tem show que é bom e tem show que é uma merda. Tem show que a platéia se amarra mas a gente acha um lixo e vice-versa. Quanto ao ódio, é isso, a gente é roqueiro e mora no Rio, isso já basta como explicação. Mas respeito com a nossa cidade, só nós podemos falar mal dela (risos)...
Diogo: O Manfrini pode falar melhor sobre a raiva, tem até música nova sobre isso. No meu caso vem de ter que trabalhar muito pra pagar as contas, viver em um país zoado, de usar o transporte público e de não querer ter um carro para não acabar preso no trânsito sem lugar pra estacionar. Podiam anunciar de fato a data certa do fim do mundo para poder largar tudo e seguir tocando rock até o juízo final, como disse o Manfra em uma noite alcoólica. O tesão vem de berço, é algo que se descobre e, em alguns casos, se perde. Felizmente, no meu caso ele aumenta. A vida de adulto costuma fazer as pessoas buscarem sentimentos bons que fluíam enquanto você era mais jovem, a vida era uma festa e você entregava sua alma em tudo que fazia. Tocar é bom pra caralho e você se lembra disso cada vez que faz. Ponto.
Manfrini: Acho que procuramos dar o máximo de nós nos shows, se não for assim, não faz sentido… E dar aqui, não é algo artificial, representado… música é uma forma de arte, de expressão humana, e no palco é a hora de soltar todo essa energia, todos os sentimentos, bons e ruins. A raiva, no sentido de gana, vontade, paixão, é o que nos faz, seres humanos, seguirmos vivos.

É o zine levando o rock independente nacional para o exterior

CV: Vocês estão juntos desde o ano 2000. Em 2001 vocês lançaram um split CD com a Evil Idols, e depois houve uma espera longa para o lançamento do primeiro album de vocês. Qual o motivo, vamos dizer assim, da demora?
Vitão:
Somos lerdos e anti profissionais. E tivemos vários baixistas mais anti profissionais que a gente.
Manfrini: Bom, acho que não houve um motivo, mas sim motivos…
Primeiro, trocamos de baixista um monte de vezes. Depois, todos nós estudávamos, ou trabalhávamos, e preferíamos gastar nosso tempo livre fazendo outras coisas… sei lá, tomando cerveja por exemplo (risos). Levamos a banda como um hobby eventual….Fazíamos 5 shows e 3 músicas por ano... Até que chegou uma hora em que estávamos com um monte de músicas prontas sem registro, e com uma formação estável, o que deixava o som bem redondo… Estava muito legal pra não ter registro…
Diogo: Eu estou sempre enrolado com projetos e já perdi muito tempo com noitadas, mulheres e bebida, aquela confusão. Risos.
Vitão: Hobby nada! Isso pra mim é sério (risos)!!!

 "Acho que procuramos dar o máximo de nós nos shows, se não for assim, não faz sentido…" Manfrini (guitarrista)

 É o zine de Itatiba, interior de São Paulo, para o mundo

CV: Este álbum foi lançado em vinil. De quem foi a ideia e quantos foram lançados? As vendas atingiram a expectativa da banda?
Vitão:
Foram 100 prensados. Eu e Manfrini decidimos lançar em vinil, mas o dinheiro tava curto, só deu para fazer 100. Acabou rapidinho. Até superaram as expectativas. Depois a Laja lançou em CD, mas CD ninguém quer saber...
Manfrini: Como o Vitão falou, a ideia de lançar em vinil foi minha e dele. Muita gente falou que estávamos viajando, que deveríamos lançar em CD e tal. Mas nós batemos o pé, gastamos uma grana do nosso bolso e fizemos a bolacha. Agora, nosso bolso era pequeno, e, infelizmente só deu pra fazer 100 cópias. Que saíram bem rápido… Mas o lance legal, não foram as vendas em si, mas a capacidade do disco em divulgar nosso som. Para uma banda que não lançava nada há 7 anos, sendo que a única coisa lançada tinha sido aquele split capenga (da nossa parte) com a Evil Idols, a receptividade foi muito boa. Fiquei feliz, porque as pessoas que curtem o som que eu gosto de ouvir e fazer gostaram do disco.
Diogo: Toda hora me pedem uma cópia, mas estou guardando uma extra para vender no e-bay se alguém da banda bater as botas antes de mim.

CV: Como vocês veem o mercado musical atualmente. O CD ninguém liga, atualmente encontra-se tudo na Internet e grátis. Agora, com o vinil, que até há algum tempo era considerado obsoleto, existe uma grande procura.
Manfrini:
Na verdade, o que importa, é uma forma de divulgar o som que nós fazemos, é fazer com que as pessoas que gostam da nossa música possam ouví-la. Particularmente, eu gosto muito de comprar vinil, acho, hoje, a forma mais legal de se ouvir música. Não é uma coisa descartável como o CD, ou mp3, rola todo um ritual de colocar o disco na vitrola, a capa é grande..entende?
Mas a Internet e o mp3 possuem um viés interessante também, pela facilidade de acesso a uma gama de bandas legais desconhecidas de todo o mundo...
Vitão: Atualmente eu compro só vinil. No máximo disco de banda nacional que só saiu em CD. O único problema que eu acho de pessoal baixar e só ouvir no computador é que geralmente elas ouvem em caixinhas vagabundas que deixam o som um lixo... Você gasta uma fortuna no estúdio pra deixar o som decente pra nada...
Diogo: O nosso som é meio feio e combina com o formato vinil, se o seu equipamento é antigo, como o meu, os ruídos completam o caos. O CD ganha disparado do mp3, com um bom equipamento e caixas potentes, mas não dura e não tem apelo visual. Não faço a mínima idéia de como anda o mercado real para quem vive disso, mas fico feliz de pessoas como Mozine (Laja) e Boka (Pecúlio) estarem na ativa, são tipo heróis.

Três páginas de entrevista com Os Estudantes na revista gringa

CV: O que melhorou e o que piorou na cena independente nacional desde que vocês começaram a banda?
Dony:
O que melhorou é que a cena está cada vez pior, e isso é ótimo, daqui a dez anos não existirá mais nenhuma banda boa, será o fim!
Vitão: Hummm... o acesso pela Internet facilitou muito o trabalho de divulgação do som e principalmente em fazer contatos no exterior. O pior são as bandas de visual ridículo e som idem.
Manfrini: Os fotógrafos! De resto continua ruim como sempre foi. Talvez um pouco diferente, mas ainda ruim... Até porque, se fosse boa não teria graça. Não ia dar para reclamar de tudo, e ficar imaginando como na gringa seria bem melhor isto, ou aquilo... (risos)
Diogo: O novo “hardcore sertanejo” não é legal, definitivamente. A Internet é bacana e a maior presença feminina no público de rock foi a maior conquista das últimas duas décadas.

"Somos lerdos e anti-profissionais. E tivemos vários baixistas mais anti-profissionais que a gente" Vitão

CV: Quais os planos dos Estudantes para 2010?
Vitão:
Bom, já estamos gravando sons novos. Daqui a pouco estaremos com dois lançamentos inéditos. Cinco músicas num split CD e outras cinco em vinil que vai sair pelo selo americano “todo destruído”.
Dony: De repente um filme pornô dos Estudantes, nós 4 em um super clima transado. E quem sabe, contratar um sanfoneiro para dar um tiquinho de brasilidade para o som da banda.
Manfrini: Ano passado, falei que nos planos de 2009 estava, entre outros, uma tour na Europa. Bom, não rolou…Então, sem planos ousados para 2010 (risos)... Estamos esperando nosso novo 7" vir dos EUA, o split de cinco bandas que vai sair aqui no Brasil mesmo. E pretendemos tocar o máximo possível por ai...
Diogo: Eu espero arranjar algum tempo para editar algum material videográfico da banda.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo o espaço para divulgação de venda de material, ou que vocês considerarem mais importante.
Dony:
É nóis! Uhu!
Vitão: Para entrar em contato, escutar som, foto, etc... checa o nosso myspace. Abraço!
Diogo: Nos convide para tocar em sua cidade, nós gostamos de conhecer novos lugares. Só estamos meio velhos pra dormir no sofá de neguinho, esquema patrão, por favor! Abraços!
Manfrini: Sintam raiva, faz bem à saúde! Ah, e não sejam passivos, desconfiem de tudo que tentarem lhe enfiar goela abaixo!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Promoção 2 Anos do programa A HORA DO CANIBAL

 

O programa A HORA DO CANIBAL que é transmitido semanalmente pelas rádios Central Rock FM, de São Bernardo do Campo, e Itatweb, Itatiba, completa dois anos no próximo 10 de novembro e para comemorar esta importante data vamos sortear cinco CDs para os ouvintes.
Para concorrer, os ouvintes devem enviar e-mail para nkrock@hotmail.com até 15 de novembro informando qual CD quer receber em sua casa com nome completo e endereço. Também é válida a participação com algum texto ou frase bem tosca, dependendo do absurdo, a pessoa pode ganhar o CD imediatamente sem sorteio. Mas é preciso escolher o disco antes. Caso haja mais de um texto ridículo, para o mesmo CD, a entrega do prêmio será através de sorteio
Serão entregues cinco CDs:

Rock'n'Watts: banda itatibense de rock independente com influências de rock "clássico" que lançou um EP com quatro músicas próprias no final de 2009.
Lunettes: banda campineira formada por quatro garotas e um rapaz que está em férias atualmente devido a maternidade da vocalista Valkiria. A banda tem influências de punk, rock e new wave e tem disco com material próprio lançado em 2008.
Espasmos do Braço Mecânico: banda de São Bernardo do Campo, lançou este ano o primeiro registro com sete canções próprias intitulado de Volume 1. Faz um som bem particular com influências de bandas indies dos anos 90 (século XX) comm grunge.
Drákula: banda de Campinas que ano passado lançou o primeiro CD "Comando Fantasma". A banda faz um som que mistura punk rock, garage e surf music. A banda é a responsável pela faixa de abertura e fundos do programa A HORA DO CANIBAL.
Crash Course: Coletânea com seis bandas de vários pontos do planeta, sempre artistas independentes que tem influências de punk rock e rock'n'roll em geral.  


Qualquer pessoa, de qualquer canto do planeta pode participar, até animais de estimação, caso consigam enviar e-mail. Mesmo os donos e funcionários das rádios nas quais o programa é transmitido podem enviar seus e-mails para concorrer, assim como bandas que participam do programa. Boss e Canibal não participam pois já tem esses CDs, caso contrário seria permitido a entrega dos discos aos caras.   

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Surfistas? Punks? Roqueiros? Talvez sejam de tudo um pouco...Conheça The Barfly Surfers

Formada há dois anos, a The Barfly Surfers é uma banda que mistura punk rock, surf music e faz um som instrumental daqueles que deixa qualquer roqueiro alucinado e em shows faz a galera agitar e abrir rodas de pogo. Batalhando seu espaço no mercado independente, Japa e Gustavo bateram um papo com o editor do zine/blog Canibal Vegetariano sobre o som que produzem, cena brasileira entre outro assuntos, confira.

 Arquivo Pessoal
 Los três amigos que se reuniram para curtir rock e fazem um som instrumental muito massa

Canibal Vegetariano: Como surgiu a The Barfly Surfers? Por que este nome? E faça uma apresentação do pessoal.
Japa:
Em 2008 mudei para São Paulo, tinha umas bases perdidas, então chamei o Gustavo para fazer um som. Começamos nós dois, depois de um tempo sentimos que faltava alguma coisa, chamamos o Matel, que já era um velho conhecido. Estava formado o Barfly Surfers. O Gustavo toca bateria, o Matel guitarra e eu toco baixo e faço algumas vozes. O nome teve uma influência de um filme baseado no Bukowski. Mas na real mesmo é uma junção e BAR + FLY, que é uma gíria capixaba, usada para dizer que vamos dar uma volta fumando um cigarrinho do capeta.
Gustavo: Eu sou Gustavo, FYP, gostava de rock pauleira e hoje em dia vivo pelo reggae (risos).
Bicho, a ideia do nome é meio doida. Quando era só Japa eu, sempre comentávamos "deixa que o nome surge em alguma hora, do nada" e o tempo foi passando, Matel entrou na onda conosco e fomos sempre seguindo nessa ideia. Ja estávamos quase desistindo do "surgir do nada" que acabou rolando. Num rock, tomando uma cervejinha, rolou.

CV: Como vocês fazem para ensaiar e compor material, afinal, cada integrante é de uma cidade e de Estados diferentes. Isso rola de boa?
G:
Infelizmente, todos vivem na mesma cidade hoje em dia! (risos)
J: Atualmente moro em São Bernardo do Campo. Na verdade somos de cidades diferentes (Vila Velha/ES, Araraquara/SP, São Paulo), mas atualmente todos moramos em Sampa. Mesmo assim não é uma tarefa tão fácil ensaiar sempre.

CV: Por que vocês decidiram seguir a linha surf music instrumental?
G:
Pô, eu  passei a ouvir muitos outros tipos de música, Japa sempre curtiu várias linhas também e Matel nem se fala, sempre estudou, foi atrás de coisa nova, coisa doida. Creio que decidimos fazer algo um pouco diferente do que estávamos acostumados, mas sem deixar a pegada rock que todos gostamos.
J: As coisas acontecem muito por acaso no Barfly Surfers. E já nem sei se ainda somos surf music, ou se um dia fomos isso. Tudo que a gente fizer, de um jeito ou de outro sai punk rock. Na verdade somos instrumental por preguiça de ter que fazer letra. E não foi por causa dessa onda de bandas instrumentais. Só foi assim que resolvemos pensar o som que queríamos fazer. Gostamos de pensar, se não tem nada para falar, é melhor calar a boca!

Arquivo Pessoal
The Barfly Surfers ao vivo em Bragança Paulista no festival Cardápio Underground

CV: Rogério, como é tocar em uma banda como a Merda, no Morto pela Escola e na The Barfly Surfers? Há muita diferença para você?
J:
No Morto Pela Escola não toco mais. Mas não vejo uma grande diferença. Na verdade é tudo rock. É tudo punk rock. O legal de tocar em vários projetos diferentes é tocar com várias pessoas diferentes.

CV: Espaço para rock no Brasil sempre foi ruim e agora é pior. Como vocês vêem a cena de rock independente na atualidade?
G:
Rapaz, sei lá viu, estranha, se não fosse a união de quem realmente se move por algo, estaríamos todos fodidos.
J: Já tivemos tempos piores para o rock independente. Sem lugar, aparelhagem... Atualmente algumas coisas melhoraram, outras nem tanto. Os idiotas sempre estarão por aí. Foda-se!!

CV: Como funciona para vocês o lance de CD? Vocês já lançaram algum, ainda pretendem fazer algo? E pensam em soltar algum registro em vinil?
J:
Nosso primeiro foi só lançado virtualmente pelo Chiveta NOT Records, que na verdade é um blog mas topou entrar nessa de lançar a gente no mundo virtual. E tivemos uma boa resposta mesmo não tendo saído em formato físico. Estamos pensando em lançar o próximo em CD, mesmo sendo uma mídia já meio falida, mas ainda tem seu espaço. E lançar em vinil é um sonho ainda, mas vamos atrás disso.
Gustavo: Vinil, por mim, lançava só vinil.

CV: Citem os cinco discos mais importantes para cada integrante.
G:
FYP - Dance My Dunce; Bob Marley - Catch a Fire; Planet Hemp - Usuário; Tim Maia - 1971; Pannonia Allstars Ska Orchestra - Budapest Ska Mood
J: Vou fazer de bandas: Dead Kenndys; Misfits; Ratos de Porão; Black Sabbath; AC/DC.

Arquivo Pessoal
Capa do primeiro disco da banda que foi lançado apenas na Internet

CV: Atualmente vocês conseguem viver somente de música ou trabalham em outras funções?
J:
Não! Todos temos trabalhos chatos e “normais”.
G: Todos trabalhamos e isso chega a dar uma segurada na banda, mas graças a Jah, sempre que da, conseguimos nos reunir para fazer um sonzinho e ficar a vontade.

CV: Se isso ainda não ocorre com vocês, mesmo assim acreditam que um dia poderão viver somente da música de vocês?
G:
Eu não acredito nisso não. Se fosse para viver de música antes eu deveria fazer um curso de empreendedorismo para conseguir mandar bem no mundo de negociatas, jabás e afins.
J: Não, eu não acredito em milagres!!!

CV: Qual a importância dos meios alternativos de informações para a cena rock brasileira na atualidade?
G:
Sem vocês, a gente não anda.
J: A situação seria muito mais complicada. Tem uma galera fazendo umas coisas bem legais. É lógico que existe muita merda. Isso faz parte.

CV: Deixo o espaço para vocês, falem, escrevam, xinguem...
G:
Obrigado pelo espaço, valeu mesmo e lembrem-se, LEGALIZAR É A SOLUÇÃO!
J: Valeu !!!