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sábado, 13 de maio de 2017

Noite de punk rock para acalentar corações em Jundiaí

A banda Merda mesclou clássicos com músicas do novo
álbum. Fotos: Ivan Gomes
Noite de sexta-feira e o punk rock iria rolar solto no Aldeia Bar em Jundiaí. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo governo golpista há um ano, nós do Canibal Vegetariano não perderíamos essa e fomos conferir as apresentações de Ataque Sonoro, Lomba Raivosa e o do Conjunto de Música Jovem Merda.

Estamos no outono, clima muito agradável, estrada de regular para ruim, pedágio caro, mas fomos até o município vizinho para acompanhar as apresentações. O aquecimento ficou a cargo dos jundiaienses do Ataque Sonoro. A banda foi formada as pressas para substituir uma outra que ficou sem baterista às vésperas da apresentação devido a compromissos profissionais.

Lomba Raivosa em ação
No palco, os jundiaienses fizeram uma rápida apresentação onde rolaram clássicos do punk rock nacional, nada mal para aquecer à noite. Jadi Araújo, vocalista da Perturba, ao melhor estilo Artie Oliveira, foi chamado ao palco para dar uma palhinha. Enquanto os caras se apresentavam, nós do Canibal ouvíamos o Fábio Mozine, do Merda e César Passa Mal e Testa do Lomba Raivosa. Essas entrevistas serão apresentadas na segunda-feira no programa A HORA DO CANIBAL.

Após os jundiaienses, a Lomba Raivosa mostrou toda fúria de seu som e rolou faixas de seus quatro discos, entre elas, do mais recente álbum lançado, que por enquanto pode ser ouvido apenas no formato digital. O power trio mostrou entrosamento espetacular e mesmo com os integrantes que afirmam que a banda é ruim, quem viu o show pode acompanhar o contrário. Banda rápida, precisa e divertida. Show como tem que ser, direto e reto, sem pausas para frescuras.

O encerramento ficou por conta dos capixabas doo Conjunto de Música Jovem Merda. Com o disco “Descarga Adrenérgica” em mãos, os caras iniciam turnê pelo país e após tocarem em seu estado natal, a banda veio para São Paulo e na primeira apresentação do novo álbum em terras paulistas eles mostraram todo peso e fúria do novo disco aliado a canções de outros registros.

Os jundiaienses do Ataque Sonoro
abriram à noite
As músicas do novo disco encaixaram perfeitamente e a banda está inteiraça! Assim como as bandas anteriores, o público agitou e curtiu o encerramento da noite punk. Antes de partir, o Merda ainda tocou dois grandes clássicos que não podem faltar em seus shows: “Maradona” e “Nem todo brasileiro que gosta de futebol, gosta do Neymar”, essa para encerrar a apresentação com chave de ouro.

Ao final, nos restou pagar a conta, passar na barraquinha para adquirir produtos das bandas e voltar para casa com aquele zumbido fantástico nos ouvidos que somente shows do porte que as bandas apresentaram podem ocasionar.

Impressões sobre 'Descarga Adrenérgica'. Novo disco do Merda

Dizer que o power trio formado por Fábio Mozine (guitarra e vocal), Rogério Japa (baixo e vocal) e Alex Vieira (bateria e vocal), lançam bons registros é chover no molhado. Mas, o novo álbum Descarga Adrenérgica vai muito além de ser um bom disco, é o que podemos chamar de puta álbum! 

Bem gravado, bem produzido, arte muito bem feita, mas as músicas estão no mais alto nível. Com críticas sociais, assuntos nonsenses e tiração de sarro com eles mesmos e com o público, o Merda gravou um dos melhores álbuns de sua carreira.

O disco tem 22 canções executadas em pouco mais de 20 minutos. Tem passadas pelo punk e hardcore. Os destaques são muitos, mas deixamos aqui: “Crise dos 40”, “Turbulência”, “Virou coxinha”, “7 a 1”. “Roqueiro reaça” e “Odeio tudo”. Compre o disco, contribua com as bandas independentes e mantenha a chama do rock acesa. O novo álbum do Merda é também uma boa dica de presente para o Dia dos Namorados, para quem tem bom gosto musical.

domingo, 24 de abril de 2016

Simplesmente um colosso!

Finalmente o quarteto campineiro Don Ramón lançou seu segundo álbum “21st Century Reckoning Day”, ainda virtual mas em breve no formato físico, com 14 faixas maravilhosas. E o que dizer deste novo trabalho da banda que traz hardcore com boas pitadas de metal que deixa o disco com ar totalmente crossover? Para isso usamos uma palavra muito proferida pelo vocalista Artie Oliveira: “colosso”!

Esta é a melhor definição para este novo álbum que traz a banda com mais maturidade e com seus músicos ainda mais íntimos de seus instrumentos. Ótimos riffs, bateria sendo maltratada e o baixo parece galopada tresloucada, no mais que bom sentido. Se tudo isso é ótimo, precisam ouvir os vocais de Artie, simplesmente insanos, entre o vocal cristalino aos berros mais doidos que alguém tem capacidade de produzir.

E claro que não podemos deixar de citar a qualidade da gravação. Mesmo com toda sujeira proposta pela banda, o ouvinte consegue ouvir todos os instrumentos, detalhes e todas as pirações de Artie com seus vocais furiosos.

O disco ao todo tem 14 faixas e em uma obra como esta fica difícil citar alguma que mais tenha curtido devido a qualidade do trabalho apresentado, todas nos agradaram mas tem aquelas que você não consegue parar de ouvir, e a repete várias vezes, são elas: “Casca grossa”, “Planos para vida”, “Pancada violenta” e a nova versão de “Sapatênis caramelo, pisante dos infernos”. Disco nota 10! Se ainda não conseguiu ouvir, curta página da banda no Facebook e ouça no volume máximo, a satisfação é garantida!

Para ouvir acesse: http://donramonfuckinrules.bandcamp.com/album/21st-century-reckoning-day

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Impatients: punk rock para quem sofre de amor

Ah, o amor! Esse é o principal tema adotado pela nova banda capixaba, Impatients. A banda é um trabalho de ex-integrantes de bandas como Dead Fish, Supercombo, Auria, Undertow e Teen Lovers. Marcelinho e Abreu também tocam no Os Pedrero.

Na mistura do punk rock com o melhor do hardcore melódico da década de 90 do século passado, a Impatients é trilha perfeita para quem gosta de sair de rolê de skate, dar umas pedaladas sem rumos ou simplesmente caminhar pelo parque.

O amor por uma mulher, as brigas, idas e vindas são temas recorrentes mas sem clichês banais. Ainda no disco é possível um “sarrinho” com os caras que costumam tocar milhares de notas na guitarra. “Eu não sei tocar guitarra como você, e nem quero tentar aprender, do que adianta teoria em uma canção, se as notas não vêm do coração”, diz trecho da letra de “Não tem segredo”.

Outra faixa de destaque é “Bons tempos (que não voltam mais). Ela tanto pode ser dedicada para aquela sua ex ou então para um amigo. Parte da letra é muito atual: “Política, religião, time de futebol, tudo é motivo, para brigar, simplesmente perder mais um amigo”.

Mas a melhor faixa para nós é “Te troco pelo futebol”. Punk rock simples, cru e direto e com uma letra para mandar para aquela mulher que apenas sabe importunar em dia de jogo: “Eu te troco pelo futebol, minhas noites ficam mais legais, sem ninguém pra me atrapalhar. Cerveja gelada, uma picanha e o grito de “gol”. Não vou ter que conversar sobre o meu dia chato no trabalho. Minha atenção será voltada apenas pro gol”. Disco nota 9. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Comece 2016 com Merda no som!

Começamos 2016 mas precisamos falar sobre 2015, afinal, foi no final do ano que findou-se há pouco que os capixabas do Merda lançaram mais um Split, desta vez com os estadunidenses do F.O.D. (Flag of Democracy), em vinil 7 polegadas. O que recebi é lindo, vem na cor marrom, que faz jus ao nome da banda brasileira.

Sobre o som, a “bolachinha” traz tudo aquilo que estamos acostumados e gostamos de ouvir. O Merda apresenta cinco músicas, todas daquele jeitão, guitarras e bateria rápidas, baixo marcante e muitos vocais de Rogério Japa e algumas das canções com referências à música japonesa.

Apesar do lançamento ter ocorrido somente em 2015, o Merda fez as gravações das canções em 2013 no Costella Stúdio e com trabalhado capitaneado por Chuck Hipolitho. A capa, de acordo com Mozine, guitarra e vocal do Merda, o desenho foi feito por sua mãe, em algum ano da década de 1970, sem qualquer efeito de drogas.

FOD/ O lado do vinil que pertence aos estadunidenses do F.O.D. tem quatro canções e todas remetem muito ao hardcore que era feito nos Estados Unidos no início dos anos 1980, afinal, a Flag é uma banda com mais de 30 anos de carreira. São músicas curtas, diretas e que com certeza anima qualquer tarde entediante ou festinha com amigos. O lançamento do vinil em sete polegadas é uma parceria entre Läjä Records e SRA Records.   

INOCENTES/ Outro disco adquirido no final de 2015 foi o relançamento do clássico “Miséria e Fome”, dos paulistanos do Inocentes também em vinil 7 polegadas, mas o deles na cor cinza. Com fotos e encarte o disco é um belo relançamento.

O lado A do vinil traz somente a música “Apenas conto o que eu vi (o que senti). Fúria punk em poucos acordes, com apenas a guitarra de Clemente e os vocais de uma grande lenda do punk brasileiro Ariel.

O lado B é diferente e tem três canções. A abertura fica a cargo de “Morte nuclear”. Em seguida vem “Aprendi a odiar”, com flerte dos punks com o hardcore e o disco termina com a maravilhosa “Calado”. Em três faixas rápidas, o ouvinte tem ideia do que era o punk feito nas periferias de São Paulo.

GAROTOS PODRES/ Lançamento de destaque do ano passado foi o CD “Saúde e Trabalho”, da banda Garotos Podres. Sem Mao nos vocais, a banda tem à frente Gildo Constantino. Com voz parecida com a do ex-vocalista, Gildo manda muito bem e o novo trabalho está à altura do que os caras faziam. Além de Gildo, outra novidade na banda é o guitarrista St. Denis Piuí.

Os novos integrantes trouxeram ar jovial à banda e isso é sentido logo nos primeiros segundos da música “Impropriedades”, que abre o disco. O vocal de Gildo é marcante e os backings vocals nas faixas seguintes encaixam-se muito bem com o novo frontman.

Todas as faixas são muito boas, bem gravadas, mas sempre há destaques. Neste álbum a faixa de abertura, citada anteriormente, “Peso nos culhões” e “Saúde e trabalho”, que dá nome ao disco, são obrigatórias. A última faixa, que encerra a “bolachinha”, é regravação de “Rock de subúrbio”, mas no meu disco veio com o nome de “Subúrbio operário”. Isso foi irrelevante perante a qualidade do registro. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Surf music para rio poluído

A banda campineira Drákula ataca novamente com o novo EP 7 polegadas, em vinil, denominado “Death Surf”. Podemos dizer que as quatro canções que compõem o novo rebento do quarteto seria a trilha sonora perfeita para surfar nos rios poluídos de qualquer cidade brasileira.

A mistura surf music, punk e garage rock soa cada vez mais suja, no mais que bom sentido da palavra, e pesada. As guitarras soam cortantes, com ótimas linhas de baixo e bateria precisa, simples, mas com muita pegada. Atrás dos tambores a banda tem novamente o comando de Lobisomem que retorna após período sabático.

E o retorno de Lobisomem deu nova energia para banda. Os shows estão diferentes e no estúdio a pegada também soa com ares nostálgicos mas totalmente vibrante. A primeira faixa do lado A, como é bom escrever dessa maneira, “Death surf”, é uma mistura de tudo que dissemos e mostra do que os caras estão a fim, rock, punk, surf, sujeira e diversão.

A segunda faixa deste lado, “Massacre a meia-noite”, que havia sido lançada ano passado na coletânea virtual da Motim Records, em vinil soa ainda mais sinistra e roqueira. O peso também é outro. No lado B tem “Shake me your bones” que não deixa o esqueleto parado e faz o ouvinte sair se mexendo freneticamente. E ainda neste lado, como diz Daniel ETE, tem o clássico de Barão Geraldo, “de quando Barão Geraldo era Barão Geraldo”, a faixa “Lado de fora”, clássico da banda Grease, para fechar o EP com chave de diamante.

Além das músicas, é preciso destacar o lindo trabalho de ETE na capa e contra do EP e também a gravação. Instrumentos totalmente audíveis, esqueça aqueles registros onde um instrumento cobre o outro, aqui o fã ouve tudo de maneira como deve ser um disco de rock como o Drákula se propõe a fazer. Nota 10.

domingo, 26 de julho de 2015

Coloque um pouco de Merda em sua vida!

Fotos: Canibal Vegetariano
O power trio insano capixaba, conhecido carinhosamente como Conjunto de Música Rock Merda, lançou recentemente mais um Split em vinil 7 polegadas, desta vez em parceria com os cariocas d’Os Estudantes.

O vinil tem três sons do Merda do lado vermelho e do lado amarelo da força o ouvinte terá cinco petardos do quarteto carioca. Cada banda gravou em um estúdio mas isto não interfere na qualidade das gravações. Bandas com muito de tempo de estrada e com vários discos lançados conhecem o caminho das pedras.

Sobre o Merda, o trio formado por Mozine (vocais e guitarra), Japa (vocais e baixo) e Alex (vocais e bateria), apresenta três “porradas” simples e direta. A faixa de abertura chama-se “A fonte da Coca-Cola”. Nesta letra os caras ironizam a própria banda por alguém aparecer na MTV com uma camiseta e dizem que devido a este fato são mainstream e por isso o uso da fonte.

A segunda faixa “Eu vou cagar em cima de você” tem vocais alternados entre Mozine e Japa e a “tiração” de sarro continua, como sempre ocorre nos sons do trio. A terceira e derradeira música que fecha o lado Merda do disco “Quem nunca?” é um relato de uma noite em que um sujeito sai sem rumo e deixa tudo rolar. O legal desta faixa é o vocal totalmente “rasgado” de Mozine onde o ouvinte para entender o que é cantado precisa ler a capa.

ESTUDANTES

O quarteto carioca, formado por Vitão (vocais), Diogo (bateria), Manfrini (guitarra) e Dony (baixo), gravou cinco faixas e todas no melhor estilo hardcore. Letras e músicas diretas com algumas críticas em meio a algumas letras que beiram ao absurdo. A faixa de abertura é a “Menino peixe I”, que tem refrãos “grudentos” como: “mas ele vai cair, um dia vai sumir”.

A segunda faixa é a continuação de “Menino peixe”, agora com sua segunda parte onde Vitão, vocalista, nos chama para “aplaudir e zombar” o “menino peixe”. E a pancadaria, no mais que bom sentido da palavra segue nas três faixas seguintes, como Luz, onde a banda fala sobre uma possível luz no fim do túnel, que para eles nada mais é do que um trem em direção contrária. O lado amarelo dos cariocas encerra-se com “Olhos azuis” e “Alívio da dor” duas ótimas faixas que também trazem conteúdo crítico, principalmente ao ser humano. 

Além das boas músicas, o que chama atenção neste lançamento das bandas são as capas que não existem. Uma é somente um pano com os nomes e a outra é o que conhecemos como encarte, onde estão as letras e ficha técnica. Mas como Merda e Os Estudantes são geniais, o que vale mesmo é a música, sempre de altíssima qualidade. Compre seu Split e ouça no volume máximo! Se o som estiver alto, é porque você está ficando velho. 

domingo, 3 de maio de 2015

‘Se o rock não rola tanto é por culpa do público que não valoriza as bandas desconhecidas’, critica Pirocca

Fotos: Divulgação
Não é zoeira, a afirmação acima é do jovem Pirocca, de prenome Arthur, guitarrista e vocalista da banda Bikini Hunters, de Veranópolis, cidade que fica na serra gaúcha. Além dele, fazem parte do time o baixista Lenon Peruzzo e o baterista Davi de Lima. Recentemente o power trio lançou seu primeiro registro e desde então tem chamado atenção das pessoas que gostam de ouvir bom rock e música honesta. Para saber mais sobre o trabalho dessa gurizada, conversamos com Arthur, escrever Pirocca pegaria mal, que deu uma geral na história da banda.

Canibal Vegetariano: Algo que chama atenção na banda é o nome. Ele tem algum significado?
Arthur Pirocca: Acho que ele fala por si só. Bikini Hunters, um nome descontraído e que mostra um pouco o nosso lado brega cafajeste. O nome surgiu quando ainda nem tínhamos ensaiado juntos, veio das nossas influências da surf music e do bubblegum, mesmo sendo bem difícil ver garotas de biquíni aqui na serra gaúcha, devido às temperaturas negativas e tudo mais (risos).

CV: Há quanto tempo estão na estrada? Já passaram por alguma mudança na formação?
AP: Bicho, quando fazem essa pergunta eu até fico meio tenso, porque já estamos com nove anos de banda. Temos uma demo bem tosca (mas que temos muito carinho por ela e a galera ainda pede para tocarmos nos shows) gravada em 2006! Claro que paramos várias vezes, voltamos e até então nunca tínhamos levado a sério. Posso dizer que a Bikini Hunters começou a existir de verdade no ano passado, quando decidimos que ou fazíamos algo (um disco, saíamos tocando por aí e tudo mais) ou nem valia mais a pena ficar tocando só por tocar. Essa é a terceira formação. Só resta eu da primeira (devo ser chato afú!). Todo mundo virou gente séria e eu continuo nessa maldição que é o rock. O primeiro a sair foi o Vini (baterista) que decidiu se tornou aviador e deu lugar ao Davi. Algum tempo depois o Lenon entrou na banda no lugar do Gordo, que decidiu deixar a banda para casar, adotar 28 gatos e estudar engenharia. Coisas da vida. As influências mudaram mas o baile segue.


CV: Vamos falar sobre o disco de vocês. Como rolou o processo de gravação?
AP: A coisa foi extremamente rápida e divertida. Nosso mestre, Davi Pacote, chegou a comentar que no ritmo que estávamos indo era um possível recorde do estúdio. Em um sábado gravamos todas baterias e baixos. No domingo estávamos de ressaca, chegamos tarde ao Hill Valley Studios mas gravamos todas guitarras, com algumas participações fundamentais, como a do próprio Pacote e do Akiro (um grande amigo nosso). No outro fim de semana estávamos gravando as vozes e aí surgiu o Sérgio (Caldas) da Motor City Madness. O cara toca em uma das melhores bandas do Brasil e nem por isso deixou de ser humilde ao extremo. Chegou lá e cantou, deu pitaco, tomou umas quantas geladas e passou o dia inteiro lá com a gente. Fizemos uma baita parceria e até tocamos juntos no final do ano passado. Foram três dias de total diversão e que deixou gostinho de quero mais, fazer um novo álbum para logo!

CV: Quais as influências para composição das músicas e como surgem os temas para letras?
AP: As influências musicais são diversas. O Lenon gosta de sujeira, Motorhead e Nirvana, por exemplo. O Davi gosta de uns hardcores podreiras, tipo Ratos de Porão, Mukeka di Rato, mas também é bastante ligado ao rockabilly. E eu sou bem eclético, mas sempre acabo deixando tudo soar com uma pitadinha de Ramones. Então, a coisa é “bemmm” diversificada sonoramente. Sobre as letras, chegamos em uma fase muito foda da banda que estamos fazendo muita coisa juntos. Alguém lança uma ideia ou alguma coisa que aconteceu entre nós e as coisas vão sendo escritas por nós três (sempre com algumas biritas na cabeça, mas isso é detalhe). Ainda acontece de um ou outro levar alguma canção quase pronta, mas no final a gente sempre conclui em conjunto as canções, sem muito apego para xingar a música do outro ou elogiar.

CV: Como está sendo o trabalho de divulgação deste trabalho?
AP: Acho que isso foi surpreendentemente animador para nós. Entramos em contato com alguns blogs depois que lançamos o disco e a coisa foi se tornando uma bola de neve, um blogueiro via o disco no blog do outro e divulgava e assim sucessivamente, tanto que o disco já saiu há algum tempo e ainda tem gente falando dele quase toda semana. No soundcloud são aproximadamente mil plays por mês e querendo ou não, isso anima demais banda. A internet proporciona essas coisas, faz rádios de lugares onde nem dá para imaginar tocarem o nosso som, faz pessoas totalmente desconhecidas virem nos conhecer para bater um papo e dizer que gostam das músicas. Enfim, acho que só depois do disco estar pronto conseguimos entender uma das coisas mais legais do rock, que é conhecer muita gente bacana e que gosta de som igual nós.

CV: Aproveitem e comentem como está a atual cena rock não somente no município de vocês, Veranópolis, mas também no Rio Grande do Sul.
AP: No nosso município o pessoal é chorão e preguiçoso. Uns reclamam que não têm chance mas nunca gravaram nada realmente relevante, outros vivem naquela maldita onda de fazer covers para poderem tocar por aí. Acho que ao mesmo tempo que tem várias portas abertas e é só correr atrás, o pessoal está um pouco acomodado; nós somos um exemplo disso! Olha quanto tempo ficamos praticamente “parados”, mas quando começamos a nos mexer as coisas começaram a acontecer. Bandas boas têm por todo canto aqui no RS, a citada anteriormente, Motor City Madness, é uma pedrada e estão rolando pelo Brasil todo, a Flanders 72 voltou de turnê na Europa não faz muito tempo, algumas bandas focam mais em tocar aqui no sul mesmo (Os Horácios, Júlio Igrejas, Os Torto), e vejo que tem várias bandas legais pra caramba que também estão gravando e correndo atrás, a Estive Raivoso é um exemplo delas. Enfim, acho que tem muita banda acontecendo e fazendo um som honesto aqui no Sul (e isso é o mais importante). Mas “eu também vou reclamar” e dizer que se o rock não rola tanto por aí, é por culpa do público que não valoriza as bandas “desconhecidas” ou de som autoral; preferem ver um cover, ou pagar ingressos caros para ver bandas “consagradas” antigamente e que hoje já não lançam mais nada de legal e fazem shows bem sem energia.

CV: Quais as próximas metas de vocês?
AP: Cara, deixa a “ceva” gelando que logo, logo estamos por aí um barulho (risos). Esse papo de nos largarmos por aí fazendo som é uma constante nos ensaios, deixamos o show redondinho e agora o foco é tocar. O disco foi uma grata surpresa e nos animou muito. Aquele medinho ou comodismo de não sair por aí para tocar por ser uma puta função (e acreditem, é!), não está mais rolando com a gente. Só queremos tocar em todo canto, finalmente percebemos que funcionamos assim, na pressão, marcando e fazendo as coisas e depois pensando nas consequências. Nunca botamos muita fé no nosso próprio som e acho que esse foi um grande erro, o que descreve bem isso, foi um dia que um de nós da Bikini, não lembro quem, estava com um disco físico nosso (sonho realizado) na mão e disse: “bichosss... se essa banda não fosse nossa, eu ouviria ela com certeza!”. Gostamos realmente do que fizemos, estamos felizes por estarmos tocando com bandas que curtimos para caramba e continuamos compondo sem parar. Achamos que os novos sons que estão surgindo estão ainda mais divertidos, têm um jeitão todo nosso (no disco que lançamos ainda dá pra perceber algumas coisas bem “ramônicas”). Então, queremos tocar sem parar até o fim do ano, para chegarmos lá e podermos gravar coisas novas e ainda mais legais.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para “merchan” e considerações finais.
AP: Nós é que agradecemos o apoio de sempre, é um enorme prestígio a Bikini Hunters ser curtida por um cara que entende tanto de som quanto tu. Então, vamoooosss ao business:
O Facebook é legal porque a galera dá umas risadas com as nossas asneiras, anda vindo um pessoal bater papo com a gente (e isso é foda demais!), têm bandas querendo marcar uns rolês juntos, galera comprando discos e camisetas, enfim, dá um “like” na “page” que coisa toda acontece lá: www.facebook.com/bikinihunters
E óbvio, aumenta todo o volume do teu som e ouçam a Bikini Hunters: soundcloud.com/bikinihunters
VAMOOOOSSSSSS NÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓSSSSSSSS!!!!

Impressões sobre o disco 'Bikini Hunters' 

São nove canções em 25 minutos, uma mistura de power pop com punk rock, assim pode ser definido o som do trio da serra gaúcha Bikini Hunters. Em seu primeiro álbum, a banda mostra várias influências ao longo das faixas que foram gravadas nos estúdios Hill Valley.

Das faixas que compõem o disco, o destaque vai para “Bárbara”, que tem os elementos citados acima e a letra é muito boa, os caras falam sobre uma garota argentina fã de Ramones. Outra que se destaca é “Hot rod king”, com participação do vocalista e guitarrista da Motor City Madness, Sérgio Caldas. Ele ainda participa das faixas “Não tive tempo” e “Tudo o que eu queria”. Além do responsável pela voz do Motor City, Akirão e Pacote também participam do disco com guitarras e teclado.

Como todo bom registro musical precisa de arte e boa gravação. A qualidade do trabalho é muito boa assim como a arte da capa mostra um pouco do perfil da banda, música para diversão. O encarte vem com todas informações e as letras para que o fã acompanhe junto com a banda as belas canções ali registradas. Para o primeiro registro feito de maneira independente, os caras merecem todos os parabéns e nosso respeito. 

domingo, 26 de abril de 2015

‘Presente de Natal’ aos apreciadores de rock e música instrumental

Fotos: Canibal Vegetariano
Nossa última visita ao Quintal do Gordo, em Campinas, rendeu ótimos frutos. Além de ouvirmos boa música, entrevistamos duas ótimas bandas que estavam de passagem pelo Estado de São Paulo. Além da Motor City Madness, conversamos também com Foca, guitarrista e tecladista da Camarones Orquestra Guitarrística que recentemente lançou o novo álbum “Rytmus Alucynantis”. Além do novo disco, falamos sobre turnês e divulgação do novo trabalho. Nas duas entrevistas tivemos o apoio do nosso sócio Will Edu.

Canibal Vegetariano: Cara, como rolou o processo de gravação do álbum “Rytmus alucynantis” e como está a divulgação deste trabalho?
Foca: Estamos no início da turnê, fizemos alguns shows de aquecimento em janeiro antes do lançamento do disco. Em fevereiro, no final do mês, lançamos o álbum e agora estamos em uma turnê pelo Sudeste. Além destes shows teremos mais 50 datas e vamos para o Norte, Centro Oeste e Europa. Somos uma banda de rock instrumental mas brinco que somos mais rock do que instrumental devido aos elementos que misturamos em nosso som e pelo lado festivo de nossa música.

CV: Como vocês veem a cena do interior paulista?
F: Hoje deve ser a região de mais fácil circulação durante a semana. Quando viajamos para cá tocamos todos os dias, segunda, terça quarta... tem grandes cidades próximas e isso facilita o trabalho e acredito que atualmente é um dos circuitos mais legais para tocar.

CV: Fale um pouco sobre a turnê que farão pela Europa.
F: Será nossa segunda viagem, em maio do ano passado fizemos 15 shows e este ano triplicou.  Desta vez faremos em duas etapas. Entre maio e junho vamos tocar em vários países mais dois shows, em Liverpool e Barcelona, são os que mais destacam-se. As datas estão bem legais e recebemos convites aleatórios para as apresentações. Na segunda parte, em setembro, faremos Alemanha, França, Suíça e Áustria. Para esta parte da turnê o convite partiu de nosso selo de Berlim.

CV: Há algum tempo percebemos que as bandas instrumentais estão em alta no país e vocês são uma prova. Como encara isso?
F: A vantagem de ser instrumental fora é que não teremos a barreira da língua. Quem canta em português às vezes não consegue espaço fora e quem toca aqui e canta em inglês às vezes não tem tanto espaço. Mas ser instrumental também pode ser limitado. Mas fazemos rock e nos últimos anos o Brasil apresentou inúmeras bandas instrumentais que não saíram do jazz do erudito e isso contribui com a popularização do som.


Impressões sobre “Rytmus alucynantis”

Pense em um disco que te faça rir, chorar, dançar, agitar e até mesmo filosofar. Agora, pense que você faz tudo isso sem ouvir uma palavra? Conseguiu? Se não, é porque ainda não ouviu a pérola que a banda potiguar Camarones Orquestra Guitarrística lançou em fevereiro deste ano, denominado ““Rytmus alucynantis”.
Com 11 faixas, o quarteto dá uma aula de rock’n’roll em pouco mais de meia hora de música que vai desde um rock direto e cru até mesmo a ska com leves pitadas de eletrônica tiradas de um teclado muito doido utilizado por Foca, que também é um dos guitarristas da banda. No novo álbum, os músicos mostram bom entrosamento assim como ocorre nos shows e a pegada em estúdio é muito boa e faz com que eles consigam reproduzi-la muito bem ao vivo. Dentre as canções, “Silêncio, barulho a vista”, “Apocalypso”, “Rytmus alucynantis” e “Down the ball” estão entre os destaques.
Assim como todo álbum de banda independente, na atualidade a qualidade sonora não deve em nada para bandas que sejam de gravadoras. A arte também é espetacular mas o mais importante de tudo são as canções e elas são simplesmente sensacionais. Se você ainda não tem, o que está a fazer que não adquiriu? 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O rock insano que vem dos pampas

Fotos: Canibal Vegetariano
 Depois de um hiato de dois anos, a banda gaúcha Motor City Madness lança seu segundo álbum, intitulado “Dead City Riot”. Lançado no início deste mês, a banda logo na primeira semana fez shows de divulgação do novo trabalho em shows pelo Estado de São Paulo. Acompanhamos apresentação da banda em Campinas e antes do show conversamos com o vocalista e guitarrista Sérgio Caldas que falou sobre o disco e outros assuntos referentes a banda.

Canibal Vegetariano: Fale sobre o lançamento do novo álbum?
Sérgio Caldas: Foi lançado em 6 de abril com 11 músicas. Depois de dois anos sem nenhum lançamento, trocamos de formação. Com isso resolvemos gravar o disco e “cair” na estrada, pois não há final de semana em Porto Alegre. Gravamos tudo em 12 horas e o disco está uma “pedrada”. É Motorhead na cabeça!

CV: Ao citar Motorhead, podemos dizer que é a principal influência?
SC: Cara, cada um curte um lance diferente na banda, um é metaleiro, outro curte stoner, eu curto muito punk rock, para caralho, trash velho... Mas temos algumas coisas de MC5, vocais podres, gritos, mas neste novo disco tem algo de Radio Birdman entre outras bandas. Ao todo o novo álbum dura 23 minutos com 11 músicas.

CV: O disco será lançado em CD?
SC: Depois do ensaio conversávamos sobre isso e fomos para minha casa onde rolam as promoções. Durante o papo, vimos que rolava promoção de passagem aérea e marcamos os shows no interior de são Paulo. Depois disso gravamos e mandamos ideia para o (Daniel) ETE fazer a capa e de repente lançamos em formato virtual e temos o físico também. Quando decidimos fazer o disco tínhamos nove músicas prontas. E o mais louco é que marcamos o lançamento antes de gravá-lo.

CV: Por que escolheram lançar o disco no interior do Estado de São Paulo?
SC: Cara, temos experiências anteriores e aqui tem uma parada legal e nos sentimos em casa. Tocamos em Sumaré e parecia que estávamos em casa. Em Sorocaba rolou em um bar com churrasco e agora o Quintal do Gordo (Campinas). O lance é tocar o máximo possível longe de casa pois sentimos que a galera tá meio carente desse “rock pau duro”, em que a banda chega vomita e vai embora, meia de show e já era. Essa é a parada e temos divulgação na internet e deixamos claro que se alguém colocar 50 pessoas, junta os amigos, eles pagam a viagem. Além de tocar, conseguimos divulgar o disco e mantemos a banda.

CV: Como está a cena no Rio Grande do Sul?
SC: Cara, tá uma bosta! Teve uma época bem boa de Porto Alegre, em que foi chamada “terra do rock”. Atualmente temos umas bandas legais como Bikini Hunters, Phanton Powers, Big Flamingos que fazem a gira direto conosco. Mas tem muito cover, essa punheta que deixa nego acomodado e se não for isso o cara pensa que não dá público. Tocamos direto, mas não tem tanta gente que faz o “corre” como antes. A cada cinco anos o público muda. Temos as mídias, temos que divulgar para a molecada, não para meus amigos bancários, administradores. Mesmo assim levamos as bandas, tentamos o Drákula, quem sabe eles irão.

CV: Agradecemos o papo e vida longa ao Motor City...
SC: Cara, agradeço mais uma vez o espaço no blog e no programa, sempre é bom voltar a Campinas, onde temos muitos amigos. Aproveito a oportunidade para dizer aos caras que continuem com o trampo... vai dar merda, vai gastar dinheiro, vai brigar com a mulher, a mãe vai xingar, mas se a parada for verdadeira dará certo. Tu não irás ficar milionário mas terá muita experiência de vida. Ouça as bandas que tocam no programa e comprem nosso novo disco.

Impressões sobre ‘Dead City Riot’

Em entrevista ao blog e ao programa A Hora do Canibal, Sérgio Caldas, vocalista e guitarrista da Motor City Madness definiu de maneira bem interessante o som que sua banda faz: “rock pau duro”. Se isso quiser dizer bateria sendo espancada, ótimos riffs de guitarra, baixo preciso e com “peso”, ele tem toda razão. Afinal, em pouco mais de 20 minutos os caras botam para quebrar em 11 faixas.
Dois anos depois do lançamento do primeiro álbum e com Fabian Steinert como novo guitarrista, os caras apresentam maturidade e fúria ao mesmo tempo. A maturidade pode ser explicada pois não há nada solto no novo disco, ele é o que chamávamos há alguns anos de “disco conceitual”. Se tu quiseres saber o que é, não vamos entregar o jogo, terás que ouvir cada faixa, cada riff, cada passagem de baixo e virada de bateria. Entre as faixas, difícil citar uma que seja destaque, não há, todas te deixam sem fôlego com dores no pescoço.
Sobre a parte técnica é dizer que tudo está em seu lugar, o álbum foi muito gravado e este disco passa sentimento, causa impressão que foi gravado ao vivo, qualidade para ninguém reclamar e não dever nada para qualquer banda ou gravação estrangeira. Outro ponto positivo é a arte. Outro ótimo trabalho do “mestre das caveiras” Daniel ETE, com andarilhos, mortos-vivos e todo belo caos que sua arte retrata. Por isso, não perca mais tempo e adquira já o seu antes que acabe! 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

100 álbuns de 2014 que você precisa conhecer


Galero, ao olhar para trás fica muito claro que 2014 foi um bom ano para a produção independente nacional. Mesmo sem holofotes as bandas fazem um belíssimo trabalho tanto no que se refere à gravações, quanto na hora de botar o pé na estrada e mostrar o que sabem ao vivo.

Para celebrar e destacar quem produziu música de alma e qualidade, alguns blogs se juntaram na tarefa desafiadora de listar 100 trabalhos de 2014 que achamos que vocês deveriam conhecer. Não se trata de um ranking. Não houve um júri elencando os álbuns por nenhum critério técnico de seleção. 

Aqui no Canibal colocamos somente as capas, endereços eletrônicos e um simples resumo para que você busque informações sobre estas bandas e digam se podem ou não estarem nesta lista.

Além do Canibal, essa empreitada teve parceria dos sites/blogs, Nada Pop, Papo Alternativo, Subverter,  Licor de Chorume, O Despertar da Revolta, Musicombo e Rock Ex Machina. A lista completa poderá conhecer nos links no final desse post.

100 álbuns de 2014 que você precisa conhecer

90.
Pastel de Miolos
Álbum: Novas Ideias, Velhos Ideais
Para ser sincero, se o leitor busca algo novo, fique longe deste novo trabalho dos caras, mas se você gosta do bom e velho punk, que rejuvenesce a cada novo registro feito com dignidade e sinceridade, você não conseguirá ouvir o "play" somente uma vez, ele dificilmente sairá de seu toca CD. Mais sobre este álbum AQUI.

91.
Harry
Álbum: Eletric Fairy Tales
Facebook | Não disponível
Destaques para faixas como "Sky Will Be Grey", "Lycanthropia", "Death" e "Shes Mad". Mais sobre este álbum AQUI.

92.
Pop Punk Academy
Álbum: Pop Punk Academy Vol. 2
"Uma excelente iniciativa do blog Pop Punk Academy, de Lupa Charleaux, chegou recentemente aos nossos ouvidos. Estamos falando da segunda coletânea organizada pelo blog e que reúne 30 bandas punks nacionais" - Nada Pop.

93.
Ralo
Álbum: Horse Music
Banda de rock Instrumental formada em 2009 que flerta elementos do Grunge e do alternativo dos anos 90.

94.
Nardones
Álbum: Vol.1: O Horror Supremo Despertou
Contos de horror, clássicos B do cinema internacional, histórias macabras e hipotéticas embalam baladas aceleradas.

95.
Leave Me Out
Álbum: Endless Maze
Banda de Minas Gerais, com peso, fúria e uma certa melancolia estão nas letras e nas melodias da Leave Me Out.

96.
Labirinto
Álbum: Massao
Um resumo bem simples: instrumental, experimental e post rock.

97.
Reduto
Álbum: O Convite
Banda carioca, nascida em 2012. Mistura rock, stoner hardcore.

98.
Plebe Rude
Álbum: Nação Daltônica
Podemos considerar a Plebe Rude independente? Talvez não, ou sim. Mas o nome do álbum já diz muita coisa sobre esse lançamento. 

99.
Titãs
Álbum: Nheengatu
Com certeza não podem ser considerados independentes, mas o novo álbum é uma volta ao velho (no bom sentido) Titãs. Cabeça Dinossauro na veia.

100.
Malvina
Álbum: Nankeen
Banda de hardcore com elementos progressivos.

O restante dessa lista você poderá conferir nos seguintes endereços:

Nada Pop (01 ao 17)
Subverter (18 ao 34)
Rock Ex Machina (35 ao 45)
Licor de Chorume (46 ao 56)
Papo Alternativo (68 ao 78)
Músicombo (79 ao 89)

domingo, 7 de dezembro de 2014

Discos que você precisa ouvir antes do ano morrer

Uma vez garoto, sempre garoto!

O Satânico dr. Mao e os Espiões Secretos - Contra os coxinhas renegados inmigos do povo - Independente

O primeiro registro de Mao, após sua saída da lendária banda punk Garotos Podres, mostra que o vocalista continuará sempre sendo um "garoto podre", independente do nome da banda na qual esteja.
O primeiro registro após saída de sua banda, Mao ressurge com o quarteto "O Satânico dr. Mao e os Espiões Secretos", com 11 faixas que lembram muito os Garotos Podres, e ainda há uma faixa multimídia que pode ser vista no computador, com clipe da música "Repressão policial", que é a faixa de abertura do novo disco.
A sonoridade é a mesma que estávamos acostumados a ouvir com o Mao e as letras também mantém o padrão de críticas sociais e nonsense. Entre os destaques estão a faixa que abre a "bolachinha", "Repressão policial", "Avante camarada", "Guantanamera" e a versão de "Hospícios", da clássica banda Excomungados.
Disco gravado sem pressa, com ótima qualidade sonora, boas músicas, críticas, gozações e participações especiais de João Gordo (Ratos de Porão), Zé Márcio (Filhos do Zé) e  as digníssimas, como cita Mao nos créditos do disco, autoridades eclesiásticas da Igreja Punk do Fim de Semana (Excomungados).
Se você estava sem opção de presente para seu filho (a) ou sobrinhos (as), o novo trabalho de Mao é mais do que recomendado, com certeza fará as pessoas pensarem em muitas questões que passam desapercebidas na histeria do dia a dia.

Harry - Eletric Fairy Tales - Independente

A banda Harry comemora 30 anos de carreira no vindouro ano de 2015 e às vésperas de soprar 30 velinhas, referentes a três décadas de rock, a banda regravou as faixas de seu primeiro álbum "Fairy Tales".
A banda que antes tinha grande influência do punk e de seu eterno lema "faça você mesmo", lançou o primeiro registro em meados da décado de 80 do século 20 e na segunda década deste século (21), os caras regravaram seu primeiro disco e resolveram deixar a eletrônica de lado e mostraram as faixas com todo seu potencial rock'n'roll.
O resultado deste trabalho pode ser conferido na bolacha lançada recentemente e que além das faixas do primeiro álbum, traz músicas de outros regitros lançados na década de 80, além de uma faixa de 1979, "Lucky Guys" e "Shes Mad" (2011).
A banda oriunda de Santos mostra os passos de uma carreira construída no underground nacional, que àquela época, era muito mais difícil do que os tempos atuais. Mesmo assim, os caras subiram a serra e destacaram-se na cena paulistana e se apresentaram nas principais casas de shows. Além de conquistas sampa e o Brasil, os caras ficaram conhecidos na Europa e Estados Unidos.
Harry pode ser considerada uma banda veterana, mas a sonoridade é muito atemporal e o álbum elétrico mostra toda munição que seus músicos têm para criar boas canções de rock que agradaram muito as pessoas que gostam de garimpar novidades. Destaques para faixas como "Sky Will Be Grey", "Lycanthropia", "Death" e "Shes Mad".


Pastel de Miolos - Novas ideias, velhos ideais - Brecho Discos, Big Bross, Panela Rock

Pastel de Miolos é uma banda que em 2015 completa 20 anos de carreira mas neste ano os caras lançaram novo álbum intitulado "Novas ideias, velhos ideais". O disco dos baianos é puro punk rock, como eles gostam de dizer "punk rock como antigamente".
Para ser sincero, se o leitor busca algo novo, fique longe deste novo trabalho dos caras, mas se você gosta do bom e velho punk, que rejuvenesce a cada novo registro feito com dignidade e sinceridade, você não conseguirá ouvir o "play" somente uma vez, ele dificilmente sairá de seu toca CD.
Disco com músicas simples, diretas, sinceras, daquele jeito que gostamos, sem frescuras, sem rodeios, com bons riffs de guitarra, baixo preciso e bateria sendo "socada" sem piedade, como sempre deve ser.
Mesmo com praticamente 20 anos de carreira, a banda mostra que para música, o tempo não é importante e sim a maneira como você o sente e o encara. Os caras do Pastel souberam envelhecer, mas não perderam a "pegada" punk rock e isso você sente em todo o trabalho. Apontar alguns destaques é complicado, mas se ainda não conhece e está em dúvida em adquirir este álbum espetacular, dê uma conferida em "NIVI", "Desobediência civil" e "É essa porcaria que me faz feliz". Será o suficiente para você se arrepender em não ter adquirido este disco antes.


Tributo a Pastel de Miolos - Eu não quero ser o que você quer - Brechó Discos

Ao citar o novo trabalho da Pastel de Miolos não poderíamos deixar de ladoo ótimo tributo lançado em homenagem ao power trio. "Eu não quero ser o que você quer" tem participação de várias bandas, entre ´clássicas do punk rock como Lotomia a bandas ainda desconhecidas do grande público.
Um álbum com 34 faixas fica difícil citar algumas, mas há bandas conhecidas como Vivendo do Ócio que fez ótima versão para "Tapa na Cara". Os classudos do Lobotomia regravaram "Sete Sete". Tem também a ótima junção entre Musa Junkie e Zefirina Bomba, com "Vivendo na Cidade" e não poderia falta uma das bandas mais fodas do nosso hardcore, Leptospirose. Os bragantinos fizeram versão para "Ted, Sk8, hardcore", do jeito que eles são mestres, muito barulho e hardcore insano no talo. Corra pedir essas pérolas para seu "Papai Noel".

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Raro Zine apresenta: 'Bragança Resiste'

Arquivo Pessoal
German, uruguauio, mora em Atibaia, fã de rock e está sempre nos principais eventos underground de sua cidade e Bragança Paulista. Ele também é responsável pelo Raro Zine, que diariamente traz novidades sobre a cena independente, com indicação de shows e principalmente entrevistas com bandas de todos os pontos do Brasil. Há alguns dias, ele lançou a coletânea "Bragança Resiste", apenas com bandas que compõem material próprio e são da "terra da linguiça". Para saber mais sobre este lançamento, nós do Canibal Vegetariano trocamos uma ideia com esse camarada de batalha.

Canibal Vegetariano: Como rolou a ideia de fazer uma coletânea com bandas bragantinas?
German: Bom ,a ideia nasceu de não ficar limitado a uma página e sim também poder mostrar a um público maior, o que é feito em Bragança. Isso tomou forma para que pudesse divulgar de modo mais amplo as bandas e que isso alcançasse público de outras localidades que tenham interesse nessas bandas. Hoje com o poder da tecnologia podemos distribuir desse modo,a coletânea "Bragança resiste" remete aos 80, com influências daquelas compilações como o Sub, Ataque Sonoro, Grito Suburbano, tomada as devidas proporções e épocas, no consenso final um registro sonoro de quase uma década de história.

CV: Como foi a escolha de quem entraria nesse disco?
G: A escolha surgiu da admiração e amizade com grande parte das bandas e a presença em shows e carreira de algumas delas, me fez estar mais presente na trajetória delas... Então naturalmente os contatos e convites foram surgindo. Paralelamente as matérias e entrevistas no Rarozine foi baseado em bandas que possuíam material pronto e sem a preocupação de estilos ou algo do tipo, Bragança sempre foi bem alternativa, sendo cada banda com sua identidade sonora sem soar repetitiva.

CV: O que Bragança Paulista representa no cenário musical atual não só do rock como da música independente?
G:Talvez muitos não saibam, mas a cidade é há muitos anos parte do circuito nacional...isso em termos de shows, artes e etc. Grande parte das bandas (uma boa parte) diria já teve sua passagem por aqui. Inúmeras bandas estrangeiras já passaram por aqui, as gerações foram mudando, mas grande parte das pessoas que hoje colabora para esse crescimento musical são as mesmas de anos atrás, que estava com intuito de realmente realizar algo na cidade. Isso também proporcionou muitas voltas destas bandas que já haviam tocado aqui.


CV: Quais os próximos lançamentos do Raro Zine?
G: A princípio a proposta é a sequência com o volume 2, só que agora contando com bandas de Atibaia (onde moro) do cenário metal. Estou finalizando materiais dessas bandas e aguardando algumas para um possível lançamento antes do fim de agosto. Para outubro/novembro uma terceira coletânea agora sem ser regional,contando com bandas que se tornaram amigas do zine e que se prestaram rapidamente a ideia de participar da compilação. Já estamos em andamento com um projeto sobre memórias fotográficas de shows, tanto de Bragança como alguns de Atibaia que contará um pouco da parte visual dessa época, retratado em fotos de alguns profissionais e nós mesmos que estávamos presentes neles (e que vai ter colaboração do próprio Canibal vegetariano) que também poderá ter uma edição virtual, para que todos tenham acesso ao material. E muitas entrevistas que virão, posso adiantar: Cólera, Invasores de Cérebros, Catarro, O inimigo, Periferia S/A e muito mais... algumas entrevistas com bandas que estarão no festival Autorock(Campinas) e estarei cobrindo pela primeira vez como Rarozine, o Cardápio Underground(Bragança Paulista) que logo divulgará sua programação.

CV: Ultimamente muita banda boa tem aparecido em seu zine. Como rola esses contatos?
G: Primeiramente obrigado pelo elogio, fico contente quando as pessoas comentam ou até mesmo divulgam o trabalho; grande porcentagem das bandas que já estiveram no zine são de contatos com os próprios integrantes anteriormente em shows. A partir daí ficou tudo mais viável nas entrevistas e matérias, mas quando não possuo contato, tento me comunicar com a banda, ouvir mais, conhecer mais a banda... a qualidade vem de que atualmente as bandas possuem um compromisso total com a música, por isso tantas bandas boas na ativa...

CV: Que análise você faz das bandas atuais. Muita gente diz que 'o rock morreu', você concorda?
G: "O rock morreu???". Do meu ponto de vista nunca, o que vejo é que há muitos querendo matar ele, mas sinceramente ele está aí para quem quiser apreciar, seja ele instrumental, punk, hardcore, metal, indie, etc.

CV: E temos uma cena em nossa região?
G: Não sei se existe uma cena concreta, unida e que apoie tudo, mas asseguro que na medida do possível as pessoas, as bandas se mobilizam para um contexto final. O público em si é diferenciado e enxergo também tons de insatisfação, de pessoas que somente criticam, mas não ajudam em nada, para um tal fortalecimento da cena, mas as coisas mudaram muito, mas as cidades possuem suas bandas interessantes mesmo com a predominante veia das bandas "covers", cidades como Jundiaí, Campinas, Americana, Sorocaba, Bragança Paulista, Atibaia tem seus nomes relevantes... mas ainda há gente que acredita num propósito da música underground...

CV: German, agradeço pela entrevista e deixo espaço para suas considerações finais.
G: Ao público em si, vejam com bons olhos para música feita no Brasil, o país é um dos maiores celeiros musicais no mundo, basta só procurar... vá em shows, tire fotos, monte uma banda, organize shows, divulgue, essa é a verdadeira proposta de uma cena... um conjunto de pessoas que buscam um só ideal. Quero agradecer todas as bandas que estão na coletânea e principalmente a vocês do Canibal Vegetariano pelo interesse e apoio! Grande abraço.

Impressões sobre 'Bragança Resiste'

Uma coletânea de bandas novas e outras que estão na estrada há algum tempo. O lançamento do Raro Zine traz ao ouvintes ótimas novidades sonoras, pois passa a limpo um pouco do cenário dessa cidade, Bragança Paulista, que há anos é uma das mais ativas no cenário underground e de vanguarda.
Em termos de rock há um pouco de tudo, indie, rock, folk, punk, metal, hardcore, música instrumental. Tem material para todo o gosto e mostra todo ecletismo de uma cidade que respira música, basta ver a quantidade de eventos que são realizados durante o ano. Entre as bandas de destaque desta coletânea temos: Leptospirose, Cheesehead, Framboesas Radioativas, Sonora Scotch e Druques.
Para ouvir ou baixar a coletânea acesse: http://rarozinerecords1.bandcamp.com/releases
Para ler as novidades do Raro Zine: https://m.facebook.com/rarozine

domingo, 19 de janeiro de 2014

Impressões sobre 'Tatuagem de Coqueiro'


Tatuagem de Coqueiro é o quarto álbum da banda Leptospirose que neste ano completa 13 anos. Além dos 4 discos, a banda ainda lançou um split com o pessoal da Merda e um DVD sobre a turnê que realizaram pela Europa, em 2007. Sem citar o livro Guitarra e Ossos Quebrados, do vocalista da banda, Quique Brown.
Mas neste texto vamos limitar nossas impressões ao "filho" mais novo deste power trio insano. Quem conhece a banda sabe que ali o hardcore em muitos momentos é levado ao extremo e isso fica fácil de conferir logo na faixa de abertura do disco, "o salário até que é seu, mas o dinheiro é meu".
A partir deste som, além dele, a banda manda outros 18 petardos em pouco mais de 16 minutos, algo que é para o ouvinte nem parar para tomar água. Na parte da gravação não há muito o que escrever pois a qualidade é excelente. Sobre as novas músicas, elas soam uma mistura dos dois últimos álbuns lançados, "Mula Poney" e "Aqua Mad Max". Neste disco dá para sentir que eles deixaram um pouco de lado a sonoridade de "Invernada", outro bom álbum, o primeiro deles, mas não tão pesado quanto os que o sucederam.


As músicas como sempre são rapidíssimas e com uma cozinha de fazer inveja a qualquer banda, mesmo de outros estilos, pois Serginho [bateria] e Velhote [baixo] destroem, no mais que bom sentido da palavra. Baixo e bateria são muito presentes e marcante no som dos bragantinos. Outra novidade são os riffs ainda mais cortantes das guitarras de Quique Brown que neste álbum está com qualidade vocal melhor em comparação aos anteriores.
Antes de encerrar, não podemos deixar de citar a obra de arte que é a capa desta "bolachinha" que em breve sairá em vinil. Toda arte foi feita pelo mestre das caveiras Daniel ETE, que não economizou criatividade para fazer uma das melhores capas que já vi. O encarte também tem desenho do mestre e ao lado oposto de onde estão as letras, vários outros artistas fizeram desenhos que remetem ao título do álbum "Tatuagem de Coqueiro". Simplesmente sensacional!!!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Três discos que você precisa ouvir

 Krias de Kafka - O mundo não acaba nunca - independente
                O que escrever sobre uma banda que lança um disco muito rock'n'roll e ainda por cima traz letras poéticas entre as melodias? Há sim o que escrever, pois é um disco para quem gosta de boa música e curte acompanhar o embalo com o encarte na mão, para sacar o que é cantado e refletir.
                Sobre o registro, é preciso dizer que a qualidade sonora é algo muito bom, bem gravado, com todos os instrumentos bem audíveis, mesmo quando entra o vocal, ponto positivo para gravação. O disco ainda tem um belo trabalho gráfico e vêm com ficha técnica, letras e agradecimentos.
                As músicas são casos a parte, são nove registros e é difícil escolher um destaque, mas como em todo disco, sempre tem aquela que chama mais atenção, seja pelo som ou pela letra. Os riffs de guitarra são precisos, assim como a marcação da bateria e os vocais de Matheus Novaes, em alguns momentos, nos leva ao desespero, no bom sentido da palavra.
                Entre todas as músicas, a terceira faixa "Coca Cola e diazepan" é uma das melhores canções que ouvi nos últimos tempos, ela é rock, pop, punk, simples e complexa ao mesmo tempo, se é que isso seja possível. Outra faixa que merece destaque é quinta, "Johnny Thunders", em que Matheus grita do fundo da alma "...cada esquina, avenida vazia, do meu carnaval...". Como disse em uma entrevista com eles, Krias de Kafka fazem rock e ponto!

Lomba Raivosa - Choula - Laja Records

                O trio paulistano Lomba Raivosa lançou recentemente mais um disco, desta vez intitulado "Choula". Nesta gravação os três companheiros misturam punk, ska, hardcore de maneira muito interessante, sem fazer dessa mistura algo chato.
                O disco tem clima bem descontraído com letras que sacaneiam muitas pessoas e comportamentos e desfilam pelos estilos descritos acima, mostrando que o rock sem compromisso quando feito de maneira natural é muito bom. Pois o rock não pode ser levado a sério mesmo, tem que uma dose de ridículo como uma vez disse Marco Butcher. E os caras fazem isso, tanto que se intitulam, "a pior banda do mundo".
                Apesar desse título, os caras mandam muito bem nesse novo registro que apresenta uma ótima gravação, sem citar o ótimo trabalho de arte gráfica e também do encarte do disco plástico. Das 15 músicas executadas em pouco mais de 20 minutos, os destaques são "Nostalgia", "Benguer", "Ego'n'Roll" e "Reveillon". E como o disco todo é um rock sem compromisso, ele é encerrado com "chave de ouro", em que Dinho, vocal do Capital Inicial, agradece aos que ouviram. Nota dez!

Shame - Aos pobres, podres e derrotados - Cachorro Sarnento

                Shame é uma banda de Paulínia que lançou em junho seu mais recente trabalho, intitulado "Aos pobres, podres e derrotados". O disco soa como bandas que misturam vários estilos, entre eles o punk e o hardcore, principalmente aquele do final dos anos 80 do século passado.
                O lançamento dos caras teve todo capricho nas gravações, algo que tem sido destaque nas gravações das bandas independentes atualmente, mas o que chama atenção é o trabalho de encarte, que na verdade é um poster, muito bem feito, com desenhos, colagens e as letras para quem quiser acompanhar.
                Ao ouvir o disco, lembro da banda ao vivo, já os vi no palco, e soa muito parecido, outro destaque para os caras. As letras e músicas são bem trabalhadas, eles não ficam apenas em um som linear e batendo "na mesma tecla" na hora de compor. Entre as sete faixas que compõem a "bolachinha", os destaques ficam para "Livre" e também "Paradigmas", mas isso é opinião pessoal, por isso compre os discos citados e tire suas próprias conclusões.