domingo, 26 de abril de 2015

‘Presente de Natal’ aos apreciadores de rock e música instrumental

Fotos: Canibal Vegetariano
Nossa última visita ao Quintal do Gordo, em Campinas, rendeu ótimos frutos. Além de ouvirmos boa música, entrevistamos duas ótimas bandas que estavam de passagem pelo Estado de São Paulo. Além da Motor City Madness, conversamos também com Foca, guitarrista e tecladista da Camarones Orquestra Guitarrística que recentemente lançou o novo álbum “Rytmus Alucynantis”. Além do novo disco, falamos sobre turnês e divulgação do novo trabalho. Nas duas entrevistas tivemos o apoio do nosso sócio Will Edu.

Canibal Vegetariano: Cara, como rolou o processo de gravação do álbum “Rytmus alucynantis” e como está a divulgação deste trabalho?
Foca: Estamos no início da turnê, fizemos alguns shows de aquecimento em janeiro antes do lançamento do disco. Em fevereiro, no final do mês, lançamos o álbum e agora estamos em uma turnê pelo Sudeste. Além destes shows teremos mais 50 datas e vamos para o Norte, Centro Oeste e Europa. Somos uma banda de rock instrumental mas brinco que somos mais rock do que instrumental devido aos elementos que misturamos em nosso som e pelo lado festivo de nossa música.

CV: Como vocês veem a cena do interior paulista?
F: Hoje deve ser a região de mais fácil circulação durante a semana. Quando viajamos para cá tocamos todos os dias, segunda, terça quarta... tem grandes cidades próximas e isso facilita o trabalho e acredito que atualmente é um dos circuitos mais legais para tocar.

CV: Fale um pouco sobre a turnê que farão pela Europa.
F: Será nossa segunda viagem, em maio do ano passado fizemos 15 shows e este ano triplicou.  Desta vez faremos em duas etapas. Entre maio e junho vamos tocar em vários países mais dois shows, em Liverpool e Barcelona, são os que mais destacam-se. As datas estão bem legais e recebemos convites aleatórios para as apresentações. Na segunda parte, em setembro, faremos Alemanha, França, Suíça e Áustria. Para esta parte da turnê o convite partiu de nosso selo de Berlim.

CV: Há algum tempo percebemos que as bandas instrumentais estão em alta no país e vocês são uma prova. Como encara isso?
F: A vantagem de ser instrumental fora é que não teremos a barreira da língua. Quem canta em português às vezes não consegue espaço fora e quem toca aqui e canta em inglês às vezes não tem tanto espaço. Mas ser instrumental também pode ser limitado. Mas fazemos rock e nos últimos anos o Brasil apresentou inúmeras bandas instrumentais que não saíram do jazz do erudito e isso contribui com a popularização do som.


Impressões sobre “Rytmus alucynantis”

Pense em um disco que te faça rir, chorar, dançar, agitar e até mesmo filosofar. Agora, pense que você faz tudo isso sem ouvir uma palavra? Conseguiu? Se não, é porque ainda não ouviu a pérola que a banda potiguar Camarones Orquestra Guitarrística lançou em fevereiro deste ano, denominado ““Rytmus alucynantis”.
Com 11 faixas, o quarteto dá uma aula de rock’n’roll em pouco mais de meia hora de música que vai desde um rock direto e cru até mesmo a ska com leves pitadas de eletrônica tiradas de um teclado muito doido utilizado por Foca, que também é um dos guitarristas da banda. No novo álbum, os músicos mostram bom entrosamento assim como ocorre nos shows e a pegada em estúdio é muito boa e faz com que eles consigam reproduzi-la muito bem ao vivo. Dentre as canções, “Silêncio, barulho a vista”, “Apocalypso”, “Rytmus alucynantis” e “Down the ball” estão entre os destaques.
Assim como todo álbum de banda independente, na atualidade a qualidade sonora não deve em nada para bandas que sejam de gravadoras. A arte também é espetacular mas o mais importante de tudo são as canções e elas são simplesmente sensacionais. Se você ainda não tem, o que está a fazer que não adquiriu? 

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