Fotos: Canibal Vegetariano
O 1º de Maio, quando se comemora o ‘Dia do Trabalho’, foi de
descanso e festa para muitos trabalhadores, menos para algumas pessoas que
trabalharam na abertura do “Maio Cultural” em Bragança Paulista ou que foram ao
local para fazer a cobertura do evento, como os casos de nosso camarada Will
Edu e deste que escreve estas mal traçadas linhas.
Final de tarde de outono, temperatura amena e nós na estrada
prontos para ouvir muito rock. Quando chegamos, a primeira banda escalada para
tocar, Lesão Corporal, estava no final de sua apresentação e com isso não
podemos tecer qualquer comentário a respeito da apresentação dos garotos.
E em eventos deste tipo sempre encontramos os camaradas de
show e estrada. Enquanto os jovens bragantinos da banda “Ranho” se
apresentavam, aproveitamos para pôr o papo em dia com German Martinez, do Raro
Zine, e Diego do DuoFox, além dos camaradas do Merda e do Leptospirose. Com o
som dos garotos ao fundo, notamos que a banda é boa e os guris têm jeito para o
lance do “rock pesado”. Rodas e pogos foram vistos durante quase toda
apresentação. Essa é uma banda que precisamos “ficar de olho”, pois promete.
Após apresentações de bandas locais, chegou a vez dos
brasilienses da Galinha Preta. A banda que atualmente é um quinteto subiu e fez
valer a espera de muitos por sua apresentação. Riffs de guitarra, bateria sendo
espancada na medida certa e Frango, o vocalista, mostrou ótima performance como
“band leader”.
Enquanto estiveram no palco os brasilienses fizeram a
alegria de muita gente no Ciles dos Lavapés. Do repertório da banda os caras
mandaram quase todos os sons e não faltaram as clássicas como “Padre baloeiro”,
“Ninguém nesse mundo é porra nenhuma”, “Roubaram meu rim” e “Música de trabalho”,
uma singela homenagem à maioria dos “engravatados” de Brasília que finge que
trabalha. Show nota 10 e como tudo que é bom dura pouco, ficamos insatisfeitos,
no bom sentido, pois queríamos mais sons da Galinha.
Mesmo com o final do show do quinteto, a quase fria noite de
outono ainda prometia mais, afinal, uma das bandas mais clássicas do Brasil e
da história do punk se apresentaria pela primeira vez em terras bragantinas, Olho
Seco, com seus 35 anos de história.
No palco, o quarteto paulistano liderado por Fabião, como é
mais conhecido, matou a sede de punk rock de garotos e pessoas de meia idade
que cresceram ao som da banda. Com o público ensandecido, Fabião deu uma aula
de carisma e a todo momento abaixava-se para deixar as pessoas participarem do
show e cantarem com ele grandes clássicos como “Botas, fuzis, capacetes”, “Nada”,
“Sinto”, “Olho de gato”, “Que vergonha” e o som que todos pediam a todo
momento: “Isto é Olho Seco”.
Após uma avalanche de clássicos, restou-nos apenas pegar um
registro com Frango, vocalista da banda Galinha Preta, que além de entrevista
para o programa A Hora do Canibal, doou três CDs para a galera do Canibal
Vegetariano. Ao final de tudo, estrada e um longo caminho até Itatiba, que cada
dia mais parece uma ilha, pois em nossa cidade não temos eventos como este “Maio
Cultural” que teve apenas seu primeiro dia. Até dia 31, Bragança Paulista terá
shows, oficinas, workshops, debates, palestras, tudo em busca de fortalecimento
de parcerias para que cada vez mais sejam valorizados os coletivos e grupos
culturais daquele município.
Ainda sobre o primeiro dia de evento, é importante frisar
que em um show como este é a qualidade de som, luzes e estrutura para realização
dos shows foram impecáveis. O público compareceu em bom número e o evento foi
muito organizado, tudo estava encerrado antes das 22h e não houve atrasos para
apresentações. E o mais importante, todos se divertiram e não houve qualquer
incidente. Que este festival sirva de exemplo para outros municípios.
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