Fotos: Canibal Vegetariano
Enquanto muita gente saiu às ruas no domingo (12) para pedir
a saída de Dilma Rousseff (PT) do governo, nós do Canibal Vegetariano deixamos
essa pseudomanifestação de lado e fomos ao Quintal do Gordo, em Campinas, onde
haveria apresentação de três ótimas bandas do cenário independente nacional:
Drákula (Campinas), Camarones Orquestra Guitarrística (Natal) e Motor City
Madness (Porto Alegre).
Antes que alguém escreva bobagens ou ofensas contra nós,
deixaremos bem claro que não aprovamos o governo de Dilma mas acreditamos que a
saída dela ao invés de melhorar pode piorar ainda mais pois não sabemos as reais
intenções de quem está por trás desse manifesto.
Deixemos isso de lado e vamos ao que interessa. Noite de
outono muito agradável em Campinas e antes das apresentações da banda, falamos
com Sérgio Caldas, vocalista e guitarrista da Motor City Madness, Foca,
guitarrista e tecladista da Camarones e com o anfitrião Felipe Gonzales, dono
do Quintal do Gordo.
Após entrevistas marotas que rolarão no programa A HORA DO CANIBAL
e também neste blog, fomos conferir o rock’n’roll. A primeira banda a se
apresentar foi a gaúcha Motor City Madness. Há uma semana os caras lançaram o
segundo álbum denominado “Dead city riot”. E o que esperávamos ocorreu. Os
caras mandaram em pouco mais de meia hora uma seleção absurda de rocks do novo
disco e também da “bolachinha” de estreia. Com muitos riffs, baixo preciso e
bateria sendo espancada, os gaúchos foram ainda melhores do que a primeira vez
que se apresentaram em Campinas há dois anos.
Depois de uma aula de rock, a segunda banda foi a Camarones.
Vimos a apresentação dos potiguares em setembro do ano passado em Bragança, durante
o Cardápio Underground, e no domingo o que havia nos surpreendido de maneira
positiva desta vez foi ainda mais. O clima no Quintal estava muito quente e o
quarteto com seu rock instrumental não deixou a galera parada e mostrou porque
os gringos estão de olho neles e passarão muito tempo em turnês pela Europa
ainda este ano. Rock com alma e competência, esta é a marca da banda que fez
uma apresentação ainda melhor do que vimos há alguns meses.
Após dois shows que nos deixaram de “queixos caídos”, a
banda encarregada de encerrar a excelente noite de rock foi a campineira
Drákula. Em casa e com torcida/plateia a favor, os campineiros fizeram um show
certeiro, com pegada mais punk do que o normal e desfilaram vários sons
conhecidos e a música “Massacre a meia noite” que estará no novo álbum que está
prestes a ser lançado. Com o flerte entre punk, surf e garage rock, o Drákula é
uma das melhores bandas nacionais em ação com a volta de “Lobisomem” atrás dos
tambores, o quarteto mascarado, no bom sentido, ficou com um tom nostálgico e
ao mesmo tempo um frescor de que o rock dos campineiros tem muitos frutos para
dar.
Com três ótimos shows, nosso camarada Eduardo Wish, da banda
Regredidos do Macaco, fez um comentário muito feliz ao final das apresentações:
“com tanta banda boa que temos, ainda somos obrigados a ouvir que o rock
morreu”. Ele tem razão, uma declaração como esta só pode vir de pessoas não
acompanham as bandas independentes, pois música boa temos, basta a pessoa ter
um pouco de vontade e ir atrás de informações. Ao final, só nos restou voltar
para casa e pensar nos próximos shows que virão.
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