Começamos 2016 mas precisamos falar sobre 2015, afinal, foi
no final do ano que findou-se há pouco que os capixabas do Merda lançaram mais
um Split, desta vez com os estadunidenses do F.O.D. (Flag of Democracy), em
vinil 7 polegadas. O que recebi é lindo, vem na cor marrom, que faz jus ao nome
da banda brasileira.
Sobre o som, a “bolachinha” traz tudo aquilo que estamos
acostumados e gostamos de ouvir. O Merda apresenta cinco músicas, todas daquele
jeitão, guitarras e bateria rápidas, baixo marcante e muitos vocais de Rogério
Japa e algumas das canções com referências à música japonesa.
Apesar do lançamento ter ocorrido somente em 2015, o Merda
fez as gravações das canções em 2013 no Costella Stúdio e com trabalhado
capitaneado por Chuck Hipolitho. A capa, de acordo com Mozine, guitarra e vocal
do Merda, o desenho foi feito por sua mãe, em algum ano da década de 1970, sem
qualquer efeito de drogas.
FOD/ O lado do
vinil que pertence aos estadunidenses do F.O.D. tem quatro canções e todas
remetem muito ao hardcore que era feito nos Estados Unidos no início dos anos
1980, afinal, a Flag é uma banda com mais de 30 anos de carreira. São músicas
curtas, diretas e que com certeza anima qualquer tarde entediante ou festinha
com amigos. O lançamento do vinil em sete polegadas é uma parceria entre Läjä
Records e SRA Records.
INOCENTES/ Outro
disco adquirido no final de 2015 foi o relançamento do clássico “Miséria e
Fome”, dos paulistanos do Inocentes também em vinil 7 polegadas, mas o deles na
cor cinza. Com fotos e encarte o disco é um belo relançamento.
O lado A do vinil traz somente a música “Apenas conto o que
eu vi (o que senti). Fúria punk em poucos acordes, com apenas a guitarra de
Clemente e os vocais de uma grande lenda do punk brasileiro Ariel.
O lado B é diferente e tem três canções. A abertura fica a
cargo de “Morte nuclear”. Em seguida vem “Aprendi a odiar”, com flerte dos
punks com o hardcore e o disco termina com a maravilhosa “Calado”. Em três
faixas rápidas, o ouvinte tem ideia do que era o punk feito nas periferias de
São Paulo.
GAROTOS PODRES/
Lançamento de destaque do ano passado foi o CD “Saúde e Trabalho”, da banda
Garotos Podres. Sem Mao nos vocais, a banda tem à frente Gildo Constantino. Com
voz parecida com a do ex-vocalista, Gildo manda muito bem e o novo trabalho
está à altura do que os caras faziam. Além de Gildo, outra novidade na banda é
o guitarrista St. Denis Piuí.
Os novos integrantes trouxeram ar jovial à banda e isso é
sentido logo nos primeiros segundos da música “Impropriedades”, que abre o
disco. O vocal de Gildo é marcante e os backings vocals nas faixas seguintes
encaixam-se muito bem com o novo frontman.
Todas as faixas são muito boas, bem gravadas, mas sempre há
destaques. Neste álbum a faixa de abertura, citada anteriormente, “Peso nos
culhões” e “Saúde e trabalho”, que dá nome ao disco, são obrigatórias. A última
faixa, que encerra a “bolachinha”, é regravação de “Rock de subúrbio”, mas no
meu disco veio com o nome de “Subúrbio operário”. Isso foi irrelevante perante
a qualidade do registro.
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