domingo, 16 de novembro de 2014

A acidez viajante dos Regredidos do Macaco

Divulgação

A banda de Várzea Paulista Regredidos do Macaco faz uma mistura de rock brasileiro dos anos 70 com pitadas de psicodelia. E desta fusão, sai um som original que chama atenção nas quatro músicas que os caras lançaram recentemente em um EP. Para saber mais falamos com o quinteto. O papo você confere abaixo.

Canibal Vegetariano: Por que Regredidos do Macaco e quem são os integrantes?
Regredidos do Macaco: O porquê do nome Regredidos do Macaco é uma alusão aos seres humanos que acham que estão evoluindo enquanto na nossa visão eles estão apenas regredindo, por isso somos todos regredidos do macaco e não o contrário. E também porque sabemos que se um daqueles chimpanzés ou macacos pregos empunharem instrumentos musicais, com toda certeza sairá um som melhor do que o nosso. Atualmente somos em cinco integrantes, Bitchô no contra-baixo e béck, Çimido na guitarra, Sidão nos teclados e guitarra, Overlost nos vocais e nosso novo baterista Jamil Pocastrancas.

CV: Como, quando e onde a banda foi formada? Vocês já mudaram de formação alguma vez, por quê?
RM: A banda começou da ideia de dois birutas [Bitchô e Belote] no eucalipal da Promeca, um bairro daqui de Várzea Paulista, enquanto faziam uso da terapia intensiva de canabismo. Logo acharam o terceiro bêbado [Çimido] e mergulharam na Caverna do Bin com a mais linda das intenções, ser a pior banda do mundo, fato alcançado por um tempo até que o Sidão entrou na banda e começou a adestrar os outros três macacos ensinando eles a usarem com destreza seus instrumentos. Não podemos dizer que ele obteve sucesso nessa empreitada, mas melhorou um pouquinho. Quando a banda começou ao certo não lembramos, mas deve ter sido por volta de 2011.
Conforme o jogo vai seguindo sempre mudamos a formação de acordo com o ponto fraco dos nossos adversário, já usamos o 4-4-2, o 5-3-2, o 1-6-9 e até a fatídica 1-7-1. Mas o fato é que durante esse tempo já tivemos algumas mudanças drásticas, a primeira foi quando o Sidão saiu da banda, fazendo com que voltássemos a ser a pior banda do mundo novamente por um tempo. Depois trocamos de baterista, saiu o Belote e entrou o Léli para dar um gás na banda. Nesse meio tempo a saudade falou mais alto e o Sidão retornou para nossos braços, continuamos um bom tempo nessa formação até decidirmos que teríamos que ter um vocalista, pois o Çimido já não estava conseguindo dar conta do recado, foi então que entrou nosso grande amigo [que infelizmente faleceu no início desse ano!] Kunhaque, ele ficou menos de um mês na banda, porém nesse meio tempo fizemos uma mini-tour em São Tomé das Letras, em Minas Gerais. Logo no começo do ano o Overlost assumiu os vocais e agora, logo depois de finalizarmos nosso EP que foi gravado com essa formação, tivemos uma baixa com o Léli saindo e dando lugar ao nosso novo baterista Jamil Pocastrancas.



CV: Vocês lançaram recentemente um EP com quatro músicas. Como foi a produção deste disco?
RM: Estávamos empenhados em fazer a coisa no velho esquema 'faça você mesmo', mas percebemos que não éramos muito bons nesse negócio de gravar e tal, então fomos fazendo uma pré-produção entre a gente, a produção foi sendo produzida, ou seja, produzimos mesmo. Enquanto produzíamos, o Chapola apareceu por indicação dos caras do Perturba e rolou, pois fica fácil uma combinação dessas: Ótimo estúdio, ótimo produtor e tudo bem regado a gorós não podia dar errado. Há quem diga que gravamos todas as ideias e depois pagamos para uma banda profissional tocar de um jeito que os ruídos virassem música, mas isso é uma tremenda inverdade, visto que quase não tínhamos dinheiro nem para pagar o trampo do Chapola.

CV: Como vocês escolheram as músicas para serem registradas?
RM: Foi no jogo da garrafa.

CV: Com o lançamento deste EP, como está a agenda da banda?
RM: A agenda da banda está cheia de datas a serem preenchidas. A princípios temos um show marcado no dia 16 de novembro de 2014 no Aldeia em Jundiaí, esse show será o lançamento do nosso EP e o lançamento do CD do Perturba, além de ser também o lançamento oficial do nosso selo, o Barata Discos, que estamos fazendo em parceria com o Gustavo do Metalnopombal Produções Espetaculares e os caras do Perturba.
Portanto, para quem quiser animar desde velório até espantar almas penadas de casas mal assombradas, estamos aí, é só entrar em contato conosco pelos canais disponibilizados no fim da entrevista.


CV: Onde vocês tem se apresentado e como avaliam a cena independente nacional?
RM: O Bitchô completou 18 anos e se apresentou a junta militar, o Overlost bateu a nave e teve que se apresentar ao décimo DP, enquanto a gente espera no bar do outro lado da rua. A banda tem a fama (magia?) de fechar bares por aí, onde a gente se apresenta, fecha. Os únicos lugares que estão sobrevivendo a essa sina são os que a gente tem se apresentado mais frequentemente, ou seja, Taverna Snookerbar em Várzea Paulista e no Aldeia em Jundiaí. E temos nos apresentado onde falam que a gente vai tocar, um desses lugares foi no Tendal da Lapa, projeto bacana do Rodrigo Romani e foi onde conhecemos O Livro Ata, uma puta banda de psicodelia total. Para levar a gente para tocar temos uma regra, chamou nós vamos.
A cena independente nacional está nota 7.75, logo atrás da Estação Primeira de Mangueira que está com nota 9.5 no quesito organização. Está tendo oportunidade para todos, desde que a banda corra atrás e faça sua parte, não adianta falar que a cena está ruim se quando a banda do amiguinho toca você não dá as caras, daí quando sua banda estiver tocando não adianta reclamar que ninguém aparece nos teus shows. Temos que nos fortalecer, na nossa parte como banda fornecendo músicas de qualidade para o público e o público ajudando no que der, comparecendo a shows, comprando merchs, compartilhando e chamando os amigos para os eventos, é um trabalho de formiguinha, mas é assim que estamos ajudando a cena se manter viva.

CV: Quais os planos da Regredidos para o final deste ano e para o início de 2015?
RM: Fumar muito, foder muito, beber muita 'vódega' barata, fazer um som de qualidade, divulgar nosso EP, encontrar o tesouro escondido do Pirata Barba Negra, conseguir mais de 5 fãs e já dissemos fumar? Estamos planejando fazer um intercâmbio com bandas de fora para podermos organizar algumas mini-turnês por aí novamente, provavelmente terá mais uma passando por São Tomé das Letras na virada do ano. Com o miojo de cogumelos, lógico.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações finais.
Pocastrancas: Um beijo pro meu Pai, pra minha Mãe e um especialmente pra você.
Sidão: Considero vocês pacas!
Overlost: Valeu macaquito!
Çimido: Valeu por ter aberto seu espaço para nós e sempre que quiser estaremos por aí enchendo seus sacos!
Bitchô: Um salve para Deus por ter feito a erva!

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