domingo, 7 de setembro de 2014

De Itatiba para o mundo

Canibal Vegetariano
A banda itatibense Fake Vulgarys lançou recentemente seu primeiro EP "A man who says". Com cinco músicas e gravado de maneira totalmente independente, as músicas do quarteto ganhou projeção internacional e blogs especializados em músicas comentaram muito sobre o EP. Para saber mais sobre esse trabalho, o zine/blog Canibal Vegetariano bateu um papo com os caras para saber mais sobre a banda e também sobre o EP.

Canibal Vegetariano: Por favor, apresentem-se aos nossos leitores: nomes, instrumentos e etc.
Fake Vulgarys: Composto por Rafael Cataldo (Vocal e Guitarra solo), Diego Machado (Guitarra base), Caio Guttner (Baixo) e Eduardo Limas (Bateria). A banda Fake Vulgarys surgiu em meados de 2012, com diversos músicos passando pelo baixo e bateria. Em 2013, Caio assumiu o baixo e a banda começou a gravação do primeiro EP. Durante o processo o baterista Eduardo juntou-se a nós fazendo desta a formação mais longa da banda.

CV: Como surgiu o nome Fake Vulgarys? Tem algum significado ou crítica a algo?
FV: A ideia do nome surgiu a partir de um disco do Queens of The Stone Age, chamado “Era Vulgarys”. A palavra “Vulgarys” gera muita confusão por ter diferentes sentidos. Vulgar significa ordinário, comum e como não nos consideramos parte deste meio, procuramos uma palavra que viesse a contrariar esta ideia. Daí surgiu a palavra “Fake”, termo bem comum na internet nos dias de hoje. Resumindo, o significado por trás do nome “Fake Vulgarys” é o de que todo mundo deve ter senso crítico e não deve seguir cegamente pré-conceitos, que são martelados por inúmeros veículos de comunicação. Apesar de sermos obrigados a viver segundo as regras estipuladas pela sociedade, tentamos na medida do possível, fazer aquilo em que acreditamos através da música.

CV: O som de vocês remete a bandas inglesas e estadunidenses. Quais são as principais influências da banda?
FV: Os integrantes tem influências distintas e que começam lá atrás pelos Beatles & Stones passando por Led Zeppelin, Queen, Sabbath, U2, Red Hot, Nirvana, Oasis, Foo Fighters e Queens of The Stone Age. Não dá para citar todas as bandas pois cada membro tem um gosto bem distinto. O Caio curte mais metal, o Dú e o Diego curtem mais Grunge e o Rafael Brit-Rock e Stoner Rock. As composições acabam por refletir uma mistura de vários elementos dentre estes gêneros com maior influência do rock presente nos anos 90.

CV: Como vocês compõem? 
FV: O processo de composição não segue nenhuma regra. Das 5 músicas do EP, em três o Rafael e o Diego compuseram juntos seja um trazendo um riff e o outro criando as partes dos vocais, seja ajudando na harmonia, etc. Por exemplo, a música “In Any Life with Her” começou com o Diego mostrando uma melodia no teclado e daí o Rafael criou a melodia/ letra, depois o Caio ajudou a criar a parte da ponte, etc.  Como as músicas são em inglês, o Rafael é o responsável pelas letras, mas em alguns sons como Sin City, Diego o ajudou com algumas ideias. Às vezes as músicas já vem com a sua estrutura pronta como “A Man Who Says” e “Fight For Another Day”, que o Rafael trouxe prontas. Nos arranjos criados na pré-produção todos os membros tem a liberdade de opinar e assim vamos acrescentando elementos na música.

Canibal Vegetariano

CV: Falem sobre a gravação do EP. Como ele surgiu, como foi o processo no estúdio?
FV: Montamos um Home Studio e o EP foi concebido totalmente de forma independente onde somente os membros da banda participaram das etapas de produção, gravação, mixagem e masterização. Trabalhamos com muito afinco para encontrar a melhor maneira de obter um bom resultado sem grandes investimentos.  

CV: O EP de vocês têm sido muito bem comentado fora do Brasil. Como vocês avaliam essa informação?
FV: Para ser sincero, esta notícia nos pegou de surpresa. Trabalhamos muito ao longo de 2013 para gravar um EP de qualidade. Sabíamos do potencial das músicas, mas mesmo assim não esperávamos um retorno tão rápido, principalmente, de fora do país, onde conseguimos maior retorno do público. Uma matéria americana nos destacou como uma dentre 7 bandas independentes estrangeiras que você deveria ouvir. Um motivo de muito orgulho foi que éramos a única banda latino-americana a ser citada.

CV: Quais os planos de vocês para o restante deste ano?
FV: Agora estamos nos concentrando em finalizar as músicas para o nosso primeiro CD e estamos fazendo shows para divulgar o nosso EP.

CV: Uma pergunta específica ao Caio. Você sempre tocou em bandas voltadas ao metal. O que te fez mudar e tocar um som mais alternativo?
CG: Minhas principais influências são, com toda a certeza, oriundas do Metal e por um bom tempo só escutava e tocava esse tipo de som. Com o tempo fui conhecendo outros estilos e mudando um pouco minha forma de tocar. Hoje já passei por bandas de Blues, Classic Rock, Punk, Progressivo e Pop Rock. Entrei no Fake, principalmente, por acreditar nas músicas em si e também por ser um desafio a mim como músico, pois nunca havia tocado e composto para esse estilo. Além de também agregar minha experiência a banda pois, notavelmente, ela ficou um pouco mais pesada com a minha entrada.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações finais.
FV: Agradecemos a equipe do Canibal Vegetariano pelo espaço e apoio concedidos para divulgação do nosso trabalho. Para todo mundo que quiser ouvir e acompanhar o nosso trabalho é só entrar em www.fakevulgarys.com que as músicas estão disponíveis via streaming. Quem quiser um EP físico é só entrar em contato com a banda pelo site ou pelo facebook em www.facebook.com/fakevulgarys.

Impressões sobre 'A man who says'


O primeiro EP da banda itatibense Fake Vulgarys chamou muita atenção de blogs gringos devido a qualidade musical apresentada. O disco que os caras gravaram tem cinco músicas e digo que a faixa número 2, "Sin City", é a melhor da "bolachinha". Rock com melodias, boas linhas de guitarra e um baixo com marcação precisa e ainda com "enfeites" que chamam muito atenção, principalmente de quem gosta de ouvir rock executado por bons músicos.
As outras músicas seguem uma mistura do que o pessoal convencionou chamar de "rock clássico" com pegadas de bandas "indies", principalmente dos anos 90, do século passado. As letras são todas em inglês e encaixam perfeitamente às melodias. Além das boas composições, o disco destaca-se pela qualidade de gravação. O ouvinte consegue prestar atenção a cada nota e não há instrumento que encobre outro. Para um primeiro registro, a banda começou muito bem e promete voos maiores.  

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