terça-feira, 17 de maio de 2016

Rock simples e direto, sem misturas nem ‘gelo’: conheça Impatients

Quatro veteranos do rock se reuniram para fazer um som e a partir daí surgiu a banda Impatients. Com mistura de rock com punk, os caras fazem um som direto, sem espaço para frivolidade. Recentemente, lançaram o primeiro álbum e com isso aproveitamos a deixa para bater um papo com Rodrigo Federman, o Abreu (guitarra e voz), que com Bernardo (guitarra e voz), Dumbo (baixo) e Marcelinho (bateria), soltaram um bom disco de rock, para todos os momentos. Abaixo, segue entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Como foi a ideia de montar a Impatients e o nome tem alguma influência de Impatient Youth?
Rodrigo Ferdeman: Bicho, particularmente gosto muito de [Impatient] Youth, mas não teve qualquer relação. Na verdade, discutíamos diariamente e nunca chegávamos em um consenso sobre o nome da banda, saca? Até que um dia a gente levantou as principais características de cada um... curiosamente, todos colocaram ‘impacientes, ranzinzas, chatos e reclamões’. Aí, achamos engraçado e muito a ver com a gente. Apenas demos umas ‘estrangeirizada’, por mais que não seja de fácil e simples assimilação fonética hehehe.

CV: Com a citação de Impatient Youth, quais bandas que influenciaram este novo trabalho?
RF: Legal que todos temos gostos parecidos, mas cada um dos quatro com uma particularidade. Uns gostam de metal, outros de pop rock, hard rock, folk, punk rock mais cru. Cito algumas que influenciam bastante o que fazemos: Ramones [sempre], Screeching Weasel, Masked Intruder, Teenage Bottlerocket, Green Day, Face to Face, e por aí vai.

CV: Como foi o processo de gravação do primeiro disco?
RF: Gravamos tudo aqui em Vitória e a mix e master com o Gabriel Zander lá no Rio de Janeiro. Como não estávamos com a banda completa até então, o Bernardo também gravou os baixos do disco. Ao todo, se não fosse a nossa própria enrolação, teria saído ainda mais rápido do que foi. Mas nada a reclamar, pois em uns sete ou oito ensaios chegamos com nove das 11 músicas prontas. As duas que faltaram foi na raça, no olhar e na sede de gravar logo mesmo. Tanto que foi preciso refazê-las um dia depois (risos).

CV: As letras têm muito conteúdo de relacionamentos entre casais. Elas são apenas ficção ou rolou algum problema com quem escreveu?
RF: As letras são pessoais, mas não necessariamente relacionadas a algo que aconteceu especificamente com um de nós, saca? Na verdade, são situações que geralmente todo mundo passa uma vez na vida. Ou seja, tem coisas que aconteceram e um pouco de ficção sim. Até porque, hoje na banda são três casados e um divorciado. Dois têm filhos... isso sem contar que estamos beirando lá os 40 anos [pelo menos dois de nós]... isso é experiências de vida e já foram muitas. Algumas vão para o papel. Outras, não.

CV: Como vocês definem a temática?
RF: A temática é ser livre. Falamos de amor, amizades, de quando éramos mais jovens, das diferenças daquela época para a atual, de complicações na vida e decisões que estão relacionadas a elas e tal. Enfim, todos na banda tem liberdade para colocar o que quiser no papel, desde que, é claro, não tenha qualquer teor preconceituoso [credo, raça, religião, opção sexual, etc.]

CV: E quais os planos para divulgação do disco?
RF: Então, lançamos no início desse ano em todas as mídias e lojas virtuais, seja para download, compras ou streaming. Tocamos duas vezes ao vivo e estamos buscando novas praças e shows. Queremos tocar. É o que fazemos há anos [com nossas outras bandas] e o que gostamos. Portanto, ouçam nosso som, comprem nossos materiais e nos chamem para tocar [risos].

CV: Espaço destinado para vocês citarem algo que consideram importante e não foi perguntado.
RF: Ivan, valeu mesmo por toda a força que está nos dando. Muito legal e importante. Somos gratos e esperamos que todos que leram esse nosso bate papo se interessem em conhecer o Impatients.
Só acessar nosso FB [facebook.com/impatientsoficial] que lá tem informações, fotos, novidades e os links para compras e downloads do nosso disco em todas as plataformas possíveis.
Grato pelo papo.
Obrigado, bicho!!! 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Drákula e Motor City Madness: duas aulas de rock’n’roll

Os gaúchos iniciaram os trabalhos em Bom Jesus.
Fotos: Canibal Vegetariano
Durante a noite de sexta-feira (6), a equipe do Canibal Vegetariano deslocou-se até Bom Jesus dos Perdões para acompanhar o Raro Zine Fest, que nesta edição apresentaria as bandas: Drákula (Campinas) e Motor City Madness (Porto Alegre), muito conhecidas das pessoas que acompanham os ‘textículos’ que expomos no blog.

A noite de outono brasileiro estava agradável para ver novamente duas das melhores bandas do underground nacional em ação. A primeira a se apresentar no espaço aberto pela lanchonete Zebra Lanches, foi a Motor City Madness.

O quarteto gaúcho fez aquilo que esperávamos: em pouco menos de uma hora apresentaram várias canções de seus dois discos e algumas novidades que em breve serão lançadas em vinil 7 polegadas. Com riffs cortantes e bateria sendo socada impiedosamente, no mais que bom sentido da palavra, os gaúchos deram uma aula de como fazer aquele rock garageiro com tudo que o rock’n’roll pode oferecer. Foi uma apresentação que não deixou pedra sobre pedra.

Durante apresentação da Drákula, teve até levitação
Nem tivemos tempo de nos recuperar da Motor, os campineiros da Drákula iniciaram a segunda aula da noite. A mistura punk rock, garage e surf music do quarteto ficou ainda mais insana com a entrada do baterista Serginho, que também toca na Leptospirose. Os caras passaram pelo repertório de seus dois discos e dois EPs, além de uma versão genial para “Pantanal”, da banda bragantina onde toca Serginho, que em breve será lançada em tributo ao power trio da terra da linguiça.

Depois de duas aulas de como fazer esse tal de rock’n’roll, que para nós é mais do que um estilo musical e sim um estilo de vida, só nos restou passar nas banquinhas das bandas, dar aquela garimpada e voltar para casa com sorriso de orelha a orelha, afinal, não é todo dia que temos o privilégio de acompanhar bandas deste tipo e rever os amigos da estrada. 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Don Ramón lança disco novo e promete retorno triunfal aos palcos

Jovens sedentos de rock se preparam para turnê de lançamento
do segundo álbum da banda. Fotos: Divulgação
O quarteto campineiro Don Ramón formado pelos amigos Artie Oliveira (vocal), Lizard (guitarras), Aquaman (baixo) e Bonifácio (bateria), lançou há uma semana seu segundo álbum 21st Century Reckoning Day. Logo que foi lançado, o Canibal Vegetariano fez resenha do novo registro dos caras e agora conversamos com Artie para saber mais sobre este trabalho que promete muito. Abaixo, entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Don Ramón está com novo baterista e novo disco. Ele tem participação nas gravações? Como foi a escolha deste novo integrante?
Artie Oliveira: Temos um ‘novo velho’ baterista na real, saca? O Bruno já tocava com a gente desde 2013 toda vez que o Jão se machucava. Aquela bateria de It’s a Fracture, por sinal, foi ele quem fez. Pro Reckoning Day, quem completou as baterias foi o Marcel Lobizomi, do Muzzarelas e LaBataria.  Quanto ao lance de escolha... Bicho... É bem mais esquema passar a bola pra bico que já conhece o nosso som e eventualmente tocou junto do que abrir teste e ficar mó cota pra escolher alguém.

CV: O novo registro está mais “sujo” e agressivo em comparação com o primeiro álbum. Essa mudança foi proposital? O que influenciou vocês a mudar?
AO: Eu diria que foi mais natural. A gente já tem essa parada de falar sobre frustração nas letras, daí junta que os meninos tão tocando bem melhor e eu passei a ter controle maior sobre minha voz [mesmo sem saber um puto de técnica vocal na teoria]. Nessa, é batata fazer uma parada mais bem ‘trampada’.

CV: Além da música de vocês, o que impressiona é a qualidade da gravação. Quem trabalhou com vocês neste projeto? Ficou da maneira que vocês queriam?
AO: O grande responsável pela porra toda foi o Rogério Guedes, mais conhecido na praça como Mad Dog. A gente rodou o disco no estúdio dele, o Canil Pro-Áudio, que tem nada mais nada menos do que a mesa de som do falecido Studio Arenna, de onde saíram as demotapes dos Muzzarelas, Lethal Charge e de todas as bandas campineiras da década de noventa. Fora que, quem masterizou o disco foi o Tarcísio Jr., chefão do Basement Studio e que gravou pelo menos metade dos discos de bandas daqui que eu morro de amores, tá ligado? Bicho, depois que você fica quase dois anos, entre a concepção e a pós-produção, trampando num material, ele tem que sair foda de um jeito ou de outro. Eu curti pra caralho o resultado final, apesar de toda a dor de cabeça que ele deu na gente.

No segundo disco, Don Ramón mistura hardcore e trash que
resulta em ótimo disco
CV: Haverá shows para divulgação deste novo trabalho?
AO: Como você mesmo comentou lá em cima, a gente acabou de trocar de baterista, o que significa que a gente tá ensaiando o disco com ele. Show de lançamento vai rolar lá pra depois de 15 de Maio, já que o disco, em formato físico, só vai ficar pronto por volta dessa data. Daí pra frente é tour de lançamento e o cacete!

CV: O disco ainda é recente. Mas houve manifestações da galera que ouviu?
AO: Pra quem soltou o play tem quase uma semana, Artie respondeu às perguntas na quarta-feira (27), a recepção tá cabulosa da parte da ‘rapeize’ que acompanha o madruga e eu te digo que esse disco vai longe, ainda mais porque a gente liberou o Reckoning Day em tudo que é plataforma de streaming. Daí já viu, né? Eu tô acompanhando a movimentação de quem tá ouvindo a parada e já achei origem de tráfego vinda da Rússia, Alemanha, EUA e tal. O mais legal disso é que no Streaming, o disco foi classificado como ‘Parental Advisory: Explicit Content! Tem como não ficar feliz?!

CV: Quais os próximos passos da banda?
AO: Tirar atraso de palco que tá desde junho do ano passado e fazer esse disco circular grandão, pois afinal, o Don Ramón não tá de brincadeira por aqui. Como geral já deve ter se ligado, a gente tá puto e com vontade de botar essa frustração toda pra fora em cima do palco!

CV: Deixo espaço para comentário que considera importante, mas não foi questionado. Valeu pelo papo.
AO: Tamo de volta, bigode! 

domingo, 24 de abril de 2016

Os embalos de sábado à tarde!

Banda Rock Phonia fez show de lançamento de seu primeiro
EP no Bar do Celso. Fotos: Canibal Vegetariano
Foi uma tarde de sábado de outono mas com características absurdas de verão. Três bandas se apresentariam no Bar do Celso, em Itatiba, e como terminamos os compromissos profissionais a tempo, conseguimos ir ao local.

Quando chegamos, eram passados 16h, o local estava com bom público e a primeira atração, o trovador Viajante Careta apresentava seu folk. Com influência de Ventania, Viajante apresentou canções de seu repertório de uma amostra de como será seu segundo disco. Ele também revisitou algumas pérolas da música popular brasileira e em certo momento teve apoio de bateria de Alex Flanders.

Após o folk com voz e violão, foi a vez da guitarra, baixo e bateria dar o tom ao final de tarde início de noite. A banda itatibense Rock Phonia lançou seu primeiro EP e para o show o experiente trio fez apresentação que agrada todas as faixas etárias que ouvem rock’n’roll. A banda fez apresentação apenas com músicas próprias e por várias vezes fez com que a galera agitasse.

Viajante Careta e Alex Flanders que improvisou na batera
Entre as músicas mais aguardadas estavam “Cerveja gelada, bocas quentes”, “Deus ajuda quem cedo madruga”, e o hino que a banda fez em homenagem aos integrantes do Motoclube Atormentados. Fecharam com chave de ouro uma apresentação que mostra aos mais jovens que rock é puro sentimento, não há regras.

Ainda houve a banda Travlling Drunks que apresentou repertório com nove canções próprias e algumas releituras de clássicos do rock. Enquanto eles tocavam, a TV estava ligada e foi possível acompanhar a desclassificação do Corinthians do Campeonato Paulista, mas isso é outra história... 

Simplesmente um colosso!

Finalmente o quarteto campineiro Don Ramón lançou seu segundo álbum “21st Century Reckoning Day”, ainda virtual mas em breve no formato físico, com 14 faixas maravilhosas. E o que dizer deste novo trabalho da banda que traz hardcore com boas pitadas de metal que deixa o disco com ar totalmente crossover? Para isso usamos uma palavra muito proferida pelo vocalista Artie Oliveira: “colosso”!

Esta é a melhor definição para este novo álbum que traz a banda com mais maturidade e com seus músicos ainda mais íntimos de seus instrumentos. Ótimos riffs, bateria sendo maltratada e o baixo parece galopada tresloucada, no mais que bom sentido. Se tudo isso é ótimo, precisam ouvir os vocais de Artie, simplesmente insanos, entre o vocal cristalino aos berros mais doidos que alguém tem capacidade de produzir.

E claro que não podemos deixar de citar a qualidade da gravação. Mesmo com toda sujeira proposta pela banda, o ouvinte consegue ouvir todos os instrumentos, detalhes e todas as pirações de Artie com seus vocais furiosos.

O disco ao todo tem 14 faixas e em uma obra como esta fica difícil citar alguma que mais tenha curtido devido a qualidade do trabalho apresentado, todas nos agradaram mas tem aquelas que você não consegue parar de ouvir, e a repete várias vezes, são elas: “Casca grossa”, “Planos para vida”, “Pancada violenta” e a nova versão de “Sapatênis caramelo, pisante dos infernos”. Disco nota 10! Se ainda não conseguiu ouvir, curta página da banda no Facebook e ouça no volume máximo, a satisfação é garantida!

Para ouvir acesse: http://donramonfuckinrules.bandcamp.com/album/21st-century-reckoning-day

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Impatients: punk rock para quem sofre de amor

Ah, o amor! Esse é o principal tema adotado pela nova banda capixaba, Impatients. A banda é um trabalho de ex-integrantes de bandas como Dead Fish, Supercombo, Auria, Undertow e Teen Lovers. Marcelinho e Abreu também tocam no Os Pedrero.

Na mistura do punk rock com o melhor do hardcore melódico da década de 90 do século passado, a Impatients é trilha perfeita para quem gosta de sair de rolê de skate, dar umas pedaladas sem rumos ou simplesmente caminhar pelo parque.

O amor por uma mulher, as brigas, idas e vindas são temas recorrentes mas sem clichês banais. Ainda no disco é possível um “sarrinho” com os caras que costumam tocar milhares de notas na guitarra. “Eu não sei tocar guitarra como você, e nem quero tentar aprender, do que adianta teoria em uma canção, se as notas não vêm do coração”, diz trecho da letra de “Não tem segredo”.

Outra faixa de destaque é “Bons tempos (que não voltam mais). Ela tanto pode ser dedicada para aquela sua ex ou então para um amigo. Parte da letra é muito atual: “Política, religião, time de futebol, tudo é motivo, para brigar, simplesmente perder mais um amigo”.

Mas a melhor faixa para nós é “Te troco pelo futebol”. Punk rock simples, cru e direto e com uma letra para mandar para aquela mulher que apenas sabe importunar em dia de jogo: “Eu te troco pelo futebol, minhas noites ficam mais legais, sem ninguém pra me atrapalhar. Cerveja gelada, uma picanha e o grito de “gol”. Não vou ter que conversar sobre o meu dia chato no trabalho. Minha atenção será voltada apenas pro gol”. Disco nota 9. 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Agora é pé na sopa!

Galero, tá rolando geral a promoção “Pé na Sopa” no programa A HORA DO CANIBAL, transmitido toda segunda-feira, das 22h30 à 0h, pela Rádio Click Web. Esta linda promoção é uma parceria entre o programa, a Livraria Toque de Letras, Lanchonete do Renato e Motim Records. Para participar basta o ouvinte ser criativo e enviar quantos e-mails quiser para: zinecanibal@hotmail.com.

O autor da pior frase ou colagem, montagem em word, vídeo, áudio, ganhará um livro, seis CDs, um quilo de pé de frango e duas edições do zine Error 404. Se você não for de Itatiba, receberá os brindes pelos Correios e não pagará nada.

Veja o que você pode ganhar:

1 livro com a biografia da banda New York Dolls;
1 CD da banda La Makina (Benefícios do Ócio);
1 CD com a coletânea Motim Records (Volume 2)
1 CD da banda Labataria (Pedaços de Carne)
1 CD da banda Attero (Contraste)
1 CD da banda Angry Beavis (Resgatando a Coerência)
1 CD da banda One Minute Less (Mute the time)
2 edições do zine Error 404
1 quilo de pé de frango

O vencedor será conhecido no programa que irá ao ar em 21 de março. Você pode enviar seus e-mails até 22h da referida data. E-mails com ofensas serão desclassificados, como sempre ocorre.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O baile debutante do Leptospirose!

Leptospirose em show de comemoração de 15 anos da banda.
Fotos: German Martinez
Por German Martinez

Já que era para comemorar, os bragantinos tiveram a chance de ver quatro bandas durante à noite de domingo (17). A primeira já bem afiada era o Drákula, ícone do garage surf de Campinas, que não poderia ficar de fora, não só pela qualidade do show ou pela amizade com o Leptos, e que agora tem o próprio Serginho na bateria.

A brasa fervia dentro do Farol Bar, com o Drákula que trouxe seu lado horror nas canções em faixas como "Cidade assassina", "Gorila perez", davam aquela agitada no público que achava aquilo desconhecido.

O quarteto francês Alarm, trouxe todo seu potencial do post punk, com ar logicamente europeu, aquele de fazer bater o pé conforme a música e dançar mesmo que fosse sozinho. Faixa como "I Wait" deu uma levantada no astral do recinto.

Os caras do Head Ache com anos de estrada no circuito metal, agora estavam de volta, com algumas mudanças de integrantes. Agradaram os headbangers presentes.

E para fechar a noite, os 15 anos de Leptospirose passaram por inúmeras faixas de toda a carreira. A casa estava com uma boa galera para ouvir a banda disparar canções como "O instrumental vai pro I Shot Cyrus',"Prometo não parir pôneis","Exercise".

Os campineiros do Drákula foram os responsáveis pela
abertura da festa
Enquanto Brown explicava o porquê de muitas canções e do espaço aberto ao show, a velocidade “comia” solta, onde até se abriram rodas de pogo. Destaque total ao pessoal de Campinas que compareceu e cantou muitos sons como Artie Oliveira, vocalista da Don Ramon, em “Aqua Mad Max”, e Zazá na batizada "Bar do Zé"!

O público que veio de várias outras cidades ficou até o fim. O show teve espaço para fechar com Mike, do Kollision, que mandou "Ace of spades".

Parabéns ao Leptospirose e que venham mais noites como essa!

German Martinez é editor do portal de música independente Raro Zine

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Comece 2016 com Merda no som!

Começamos 2016 mas precisamos falar sobre 2015, afinal, foi no final do ano que findou-se há pouco que os capixabas do Merda lançaram mais um Split, desta vez com os estadunidenses do F.O.D. (Flag of Democracy), em vinil 7 polegadas. O que recebi é lindo, vem na cor marrom, que faz jus ao nome da banda brasileira.

Sobre o som, a “bolachinha” traz tudo aquilo que estamos acostumados e gostamos de ouvir. O Merda apresenta cinco músicas, todas daquele jeitão, guitarras e bateria rápidas, baixo marcante e muitos vocais de Rogério Japa e algumas das canções com referências à música japonesa.

Apesar do lançamento ter ocorrido somente em 2015, o Merda fez as gravações das canções em 2013 no Costella Stúdio e com trabalhado capitaneado por Chuck Hipolitho. A capa, de acordo com Mozine, guitarra e vocal do Merda, o desenho foi feito por sua mãe, em algum ano da década de 1970, sem qualquer efeito de drogas.

FOD/ O lado do vinil que pertence aos estadunidenses do F.O.D. tem quatro canções e todas remetem muito ao hardcore que era feito nos Estados Unidos no início dos anos 1980, afinal, a Flag é uma banda com mais de 30 anos de carreira. São músicas curtas, diretas e que com certeza anima qualquer tarde entediante ou festinha com amigos. O lançamento do vinil em sete polegadas é uma parceria entre Läjä Records e SRA Records.   

INOCENTES/ Outro disco adquirido no final de 2015 foi o relançamento do clássico “Miséria e Fome”, dos paulistanos do Inocentes também em vinil 7 polegadas, mas o deles na cor cinza. Com fotos e encarte o disco é um belo relançamento.

O lado A do vinil traz somente a música “Apenas conto o que eu vi (o que senti). Fúria punk em poucos acordes, com apenas a guitarra de Clemente e os vocais de uma grande lenda do punk brasileiro Ariel.

O lado B é diferente e tem três canções. A abertura fica a cargo de “Morte nuclear”. Em seguida vem “Aprendi a odiar”, com flerte dos punks com o hardcore e o disco termina com a maravilhosa “Calado”. Em três faixas rápidas, o ouvinte tem ideia do que era o punk feito nas periferias de São Paulo.

GAROTOS PODRES/ Lançamento de destaque do ano passado foi o CD “Saúde e Trabalho”, da banda Garotos Podres. Sem Mao nos vocais, a banda tem à frente Gildo Constantino. Com voz parecida com a do ex-vocalista, Gildo manda muito bem e o novo trabalho está à altura do que os caras faziam. Além de Gildo, outra novidade na banda é o guitarrista St. Denis Piuí.

Os novos integrantes trouxeram ar jovial à banda e isso é sentido logo nos primeiros segundos da música “Impropriedades”, que abre o disco. O vocal de Gildo é marcante e os backings vocals nas faixas seguintes encaixam-se muito bem com o novo frontman.

Todas as faixas são muito boas, bem gravadas, mas sempre há destaques. Neste álbum a faixa de abertura, citada anteriormente, “Peso nos culhões” e “Saúde e trabalho”, que dá nome ao disco, são obrigatórias. A última faixa, que encerra a “bolachinha”, é regravação de “Rock de subúrbio”, mas no meu disco veio com o nome de “Subúrbio operário”. Isso foi irrelevante perante a qualidade do registro. 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Rarozine lança coletânea ‘Banidos’

German Martinez, editor do Raro Zine e
responsável pelas coletâneas. Foto:
Acervo Pessoal
Inspirado em uma canção da banda estadunidense Bad Brains, o zine/selo Raro Zine lançou na última semana a coletânea dupla “Banidos”. “A compilação tem como ideal trazer à tona bandas que passaram pelo Raro Zine Fest no decorrer deste ano, quando conseguimos nos aventurar pela organização de eventos, mesmo que seja de pequeno porte e isso nos trouxe muita satisfação”, revelou o editor do zine e responsável pelo projeto, German Martinez.

Martinez comentou que no início sua ideia era lançar a segunda edição do “Bragança Resiste”, mas devido à falta de material para preencher todo o disco, lembrou-se dos festivais que organizou. “Por este motivo se consolidou a ideia de registrar esse momento que passamos com bandas que possuímos apreço. Durante oito eventos pudemos compartilhar de ideias e momentos”, comentou.

Com participação de mais de 25 bandas através dos fests onde bandas de várias localidades se apresentaram como Jundiaí, Taubaté, São José dos Campos, Portugal, Rio de Janeiro, São Paulo, além de bandas gringas e das cidades onde foram realizados os festivais.  

As faixas que compõem o disco partem desde viagens psicodélicas até o grindcore político, com passagem pelo sludge, ou mesmo hardcore melódico, até chegar em garage rock. “As bandas são das mais distintas pois o objetivo principal do Rarozine é mesclar influências em seus shows e ocasionar uma união talvez inesperada”, apontou Martinez.

A coletânea é constituída em 2 volumes com 25 canções de todas as bandas que se apresentaram nos dois locais que cederam espaço para realização dos eventos (Casa Auá e Casa das Mangueiras). “As coletâneas são completamente gratuitas para download em nosso bandcamp. Ano que vem terá edição física [dupla] em CDR com três faixas bônus”, explicou.

A arte disco ficou por sob responsabilidade de Fernando Bueno (Bacantes), em uma tradução gráfica que dispôs de alienígenas na capa. “Tudo que fizemos para esta coletânea, entre eles o nome escolhido retrata a forma de expressão de todas as bandas e do próprio zine, remar contra a maré, contra aquilo que é estereotipado sobre nós, nós manifestando como ‘contracultura’, em eventos articulados por nós mesmos, sem apoio financeiros ou culturais. Acreditamos que desta forma podemos transmitir nossos verdadeiros objetivos com união de música e arte”, afirmou o editor.

LEPTOSPIROSE

E além do lançamento da “Banidos” em cd duplo ano que vem, Martinez falou também sobre o projeto que iniciou os trabalhos há pouco tempo. Segundo o editor do Raro Zine, a ideia é lançar tributo aos bragantinos da Leptospirose, banda que comemorará 15 anos de estrada em 2016. “Serão 15 bandas que gravarão versões das músicas do Leptos. Entre as bandas participantes estarão: Drákula, Muzzarelas, Os Estudantes, Renegades of Punk, Sujeito a Lixo, Camarones Orquestra Guitarrística, entre outras. É um projeto a longo prazo mas espero que seja lançado em breve”.

Para encerrar, Martinez lembrou que o zine virou selo virtual e para o próximo ano, além do tributo ao Leptospirose, trabalhará em outros lançamentos. “Vamos lançar novas bandas, entre elas Framboesas Radioativas, La Burca e Duo”, encerrou.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Feliz aniversário Jesus: Biggs e Drákula de presente

Se o aniversário de Jesus é realmente no final do mês não podemos afirmar, nem se ele realmente é o Cristo, isso é questão de fé! Mas que um homem chamado Jesus nasceu há mais de 2 mil anos isso é fato e aproveitamos o momento para parabenizá-lo. Mas a poucos dias do aniversário, quem ganhou presente foram os fãs de rock, com apresentações de Drákula e The Biggs no Quintal do Gordo, em Campinas.

O sábado estava quente, muito quente. O início da festa estava prevista para 18h. Cerca de 40 quilômetros separam a sede do Canibal Vegetariano do quintal. Quando saímos de Itatiba, forte chuva despencava. O caminho foi todo com chuva e quando chegamos ao local do evento, a tormenta persistia.

Conseguimos entrar no quintal após 19h30, com menos chuva. Aos poucos ela diminuiu e o público chegava com guarda chuva ou mesmo de táxi. Quando a chuva virou garoa, a The Biggs estava no palco e passou a soltar os primeiros riffs.

Conheço o som da banda há anos, mas sempre que pretendia vê-los ao vivo algo ocorria e dava errado. Mas no dia 19 de dezembro consegui acompanhar a apresentação. Agressividade, peso, melodias, vocais gritados, um baterista insano, no mais que bom sentido da palavra, e um público que mesmo com toda chuva, estava sedento de rock!

Sem frescuras, sem paradas para gracinhas, a Biggs fez um show simplesmente fantástico no Quintal do Gordo, o power trio mostrou porque muitos falam bem da banda e de seus integrantes. Sacamos que ali o rock corre nas veias de seus integrantes que simplesmente fizeram uma apresentação demolidora!

DRÁKULA

A garoa não deu trégua e assim que a Biggs deixou o palco foi a vez dos donos da casa, os campineiros do Drákula, com estreia do bragantino Serginho atrás dos tambores. Pela primeira vez vi o quarteto sem máscaras. De cara limpa e com estreia do novo batera, os caras colocaram o quintal abaixo.

Um som na sequência do outro, sem pausas, e com mais velocidade do que de costume, talvez devido a presença do “Keith Moon brasileiro”, Serginho, os caras tocaram músicas de todos os seus registros, com os riffs mais rápidos e cortantes, botaram a galera para agitar sob a fina chuva que caía.

Ao final do show, só nos restou agradecer a oportunidade de ver dois shows como Biggs e Drákula apresentaram, estreia de Serginho e os campineiros sem máscara. Sem dúvida o 19 de dezembro de 2015 foi um sábado para entrar para história! Quem viu, viu, quem não... fica para uma próxima!

BAR DO ZÉ

Assim que nos despedimos do quintal em 2015, fomos informados que no Bar do Zé haveria apresentações de outras bandas muito “foderosas”, com Hellbenders e Water Rats. Mesmo com roupas molhadas e os tênis mais encharcados que as ruas campineiras, resolvemos dar uma conferida nas bandas.

De Goiânia, a Hellbenders foi a primeira a subir ao palco e logo nos primeiros acordes fez a galera agitar. O som dos caras mostra uma banda muito boa em disco mas ainda melhor no palco. Riffs certeiros e com melodias que misturaram o garage rock com stoner, os caras fizeram a alegria de muitos devotos do rock.

Os goianos deixaram o palco e em menos de dez minutos os curitibanos do Water Rats subiram ao palco e acabaram com o resto da energia da galera e a sede de rock! A mistura entre punk e garage rock é incendiária e os caras fizeram um show que mostra como a cena rock no Brasil está riquíssima.

Após 4 shows, difícil escolher o melhor, encerramos esta temporada com chave de ouro e a certeza de que podemos ficar tranquilos, pois sob nossos pés, nos porões, garagens ou estúdios caseiros, há muita gente humilde e com qualidade que compõe ótimas músicas e alimentam a máquina rock com muito riff, muita bateria “espancada” que nos proporciona ótimos discos e excelentes shows! 2016, estamos em seu aguardo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Promoção ‘Natal Sangrento’ no programa A HORA DO CANIBAL

O programa A HORA DO CANIBAL, em parceria com a Rádio Click Web, não te deixará na mão neste fim de ano, pois teremos a promoção "Natal Sangrento".

Para comemorar a data mais capitalista e falsa do ano, vamos sortear CDs, zines, adesivos e 1 quilo de carne moída para um único felizardo. Para ganhar lindos prêmios, como CDs das bandas Labataria, Perturba, Box 47, a carne e outros apetrechos, você deve enviar e-mail para: zinecanibal@hotmail.com.

Para participar, a pessoa deve encaminhar frases toscas, com alto teor de absurdos, ou fotos, colagens, vídeos, gravações de áudio. Caso o vencedor não seja da cidade de Itatiba/SP, a carne não será entregue e sim depositaremos um valor para compra da iguaria em seu açougue mais detestável.

O vencedor desta linda promoção será conhecido no programa de 21 de dezembro, caso chegarmos vivos, e os ouvintes opinarão sobre quem deve receber os prêmios. Por isso, não perca tempo e envie quantos e-mails quiser.

A promoção tem apoio da Lanchonete do Renato, Motim Records, Raro Zine, Fanzine Canibal Vegetariano e Rádio Click Web. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

‘Vera Rock City’


Por Prude Fabrício/Veranópolis/RS

Sábado, 21 de novembro de 2015. A (banda) Motor City Madness (MCM) subiu a serra para mais uma apresentação insana na Jailhouse, porão no interior de Veranópolis, município da serra gaúcha, que já se firmou como a casa mais legal de shows underground da região. A MCM colhe atualmente frutos dos dois grandes álbuns lançados e da recente viajem para a Austrália patrocinados pela Converse, onde gravaram cinco sons que devem sair em breve. A banda também aproveitou para gravar novo vídeo que em breve será disponibilizado na internet.

Sobre o show propriamente dito, eles estão na ponta dos cascos e com a locomotiva atropelando a 150 por hora sem dó e nem piedade. Ms, Dynamite abriu o atropelamento em grande estilo seguida de (We Are The) Outlaws seguida da insana Schizoid (melhor som na minha humilde e tosca opinião) e daí em diante foi jogo ganho. A idade já não ajuda muito a ir para roda, mas o Sergio tem a manhã de provocar o público para agitar.

Outro destaque da noite é o grande camarada Gordinho que agita para caralho e que foi o personagem principal do vídeo que proporcionou a banda fazer o rolê na Austrália. Conversando com o vocalista Sergio Caldas, ele comentou que o entrosamento decorrente de quase 50 shows no ano faz a diferença em relação ao show na mesma Jailhouse ano passado. Fabian Steinert está destruindo com seus grandes solos ao vivo, Sergio sempre insano. A cozinha sempre destruidora de Rene Mendes (baixo) e Rodrigo Fernandes (bateria) dão o ritmo alucinante ao show.


O underground é mesmo uma maravilha e proporciona bons momentos e amizades, cervejas e outras ‘cocitas’ mais. Mais uma noite insana e nota-se a grande satisfação da banda em ter voltado a tocar em Veranópolis que acolheu eles de braços abertos.

Prude Fabrício é gaúcho, gremista, ouvinte do programa A HORA DO CANIBAL e camarada dos rolês rock’n’roll 

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Sete anos de risos e boa música

De Londrina/PR, a banda Brazilian Cajuns Southern Rebels,
participou ao vivo do programa em meados de 2010.
Fotos: Acervo Canibal Vegetariano
Nós gostamos de rock! Simples assim, essa é a definição para os 7 anos do programa A HORA DO CANIBAL. Não estamos preocupados com dinheiro, com fama, com nada. Nossa preocupação é apenas mostrar aos interessados em música, que ainda há muita banda boa a serviço do rock, seja ele punk, hardcore, metal, pop, entre outras vertentes.

Foi com esse intuito que Vinicius França e Ivan Gomes começaram com o programa. E o objetivo segue sendo este. Atualmente temos bandas em todas as cidades que produzem material. Lógico que música é questão de gosto. Às vezes gostamos mais de uma do que outra banda, mas a vida é assim. Por isso, aos críticos de plantão, se não gosta de nosso programa, não o ouça, faça um e role som para outras pessoas que também não gostam de nós, simples assim.

Nós adotamos uma linha ao programa A HORA DO CANIBAL e enquanto ele existir será assim. A música é o objeto mais importante. A criatividade dos músicos está acima de tudo para nós. E seguiremos neste sentido. Atualmente, o programa tem um colaborador que contribui uma vez ao mês, o camarada Délcio Padovani Junior. Ele só está no time pois sabe que a música é tudo para nós, é o combustível que nos move.

Chegamos aos sete anos e descobrimos que ainda temos um longo caminho a percorrer. E neste momento, vamos ao “momento Maguila”. Ninguém neste mundo faz nada sozinho. Agradecemos ao Boss (Fabinho Oliveira), que abriu espaço de sua rádio, Nova Rádio Web, em 10 de novembro de 2008, para “dois loucos apaixonados por rock”. Vinicius França, que começou toda essa loucura comigo. A advogada Andrea de Lima, que nos dá todo apoio jurídico quando exageramos nas “merdas” que falamos.

Foto de 10 novembro de 2008. Data em que o primeiro
programa foi ao ar. Na foto: Vinicius França, Ivan Gomes e
Fabinho Oliveira, o Boss
Agradecemos a Tatiana Petti, que gravou as primeiras vinhetas. A banda Drákula que cedeu a música “Zombie birdman” para ser nossa trilha. Aos diretores das rádios Central Rock e Itatikids que nos receberam muito bem. Aos diretores da Rádio Click Web, nossos companheiros de trabalho desde maio de 2013, que permitem que toda segunda utilizemos do espaço para fazer nossa loucura.
Claro que não esquecemos de nossos ouvintes, em especial ao Prude Fabrício, gremista, que é um dos mais antigos ouvintes e que trouxe uma galera para acompanhar o programa. Todos são muito bem-vindos e eles que fazem tudo ocorrer. As bandas que são parceiras, que enviam material, que se dispõem em ser entrevistadas, algumas que viajam muitos quilômetros. Valeu a todos. A roda da vida segue seu caminho e nós seguiremos com o rock.

Se você tem uma banda, produz seu próprio material e quer ajuda na divulgação, envie e-mail para: zinecanibal@hotmail.com. Ouviremos todos os sons e aquele que nos agradar será divulgado. Se pretende ouvir nosso programa, acesse o site: www.radioclickweb.com. Toda segunda, às 22h30, estamos por lá. 

domingo, 11 de outubro de 2015

Raro Zine lança compilação ‘Casa 30’

German Martinez solta voz em show da banda Molho Negro,
em Bragança Paulista. Foto: Canibal Vegetariano
O Raro Zine é um site, ou portal, sobre rock independente. À frente deste importante projeto está o nosso camarada German Martinez. Depois de lançar a coletânea “Bragança Resiste”, agora o editor do site resolveu relembrar o som de ótimas bandas que se apresentaram na Casa 30, local onde rolaram shows históricos da cena underground do interior Paulista. Para saber mais, conversamos com Matinez, para que ele explique este novo projeto.

Canibal Vegetariano: Que parada é essa da coletânea?
German Martinez: Casa 30 foi um projeto cultural que se denominou ‘Casa 30’ por se localizar à Rua José Domingues, 30 – Centro de Bragança Paulista. Era um grupo que se reuniu para mostrar o lado artístico que a cidade tinha abraçando música e artes.

CV: Todas as bandas tocaram na Casa 30?
GM: Em dois anos de atividades foram recebidos inúmeros artistas de todos os cantos do mundo como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Argentina, além de bandas dos estados como Rio Grande do Norte, Paraíba, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros... Todas as bandas da coletânea fizeram shows memoráveis. A compilação inclui 26 bandas que tocaram nesse período.

CV: Algumas bandas clássicas, como Leptospirose, ficaram de fora. Haverá segundo volume?
GM: O Leptospirose entrou na coletânea local ‘Bragança Resiste’, que terá o segundo volume. Neste lançamento, a proposta era dar preferência às bandas de fora e no caso o Leptospirose ficou para a primeira coletânea.

CV: A divulgação deste trabalho será somente em download ou haverá prensagem de CD ou vinil?
GM: Haverá uma tiragem pequena em CD que será comercializada em shows do Rarozine por um preço colaborativo para a edição da próxima compilação.

CV: Qual o preço e qual será a próxima compilação? Você pode nos adiantar?
GM: Claro, o preço do CD será R$ 5 e a verba arrecada será para compilação do segundo volume do “Bragança Resiste”.

CV: Valeu mestre, deixo espaço para considerações finais.
GM: Agradeço a divulgação cedida pelo Canibal Vegetariano que sempre nos apoia. E esperamos a presença no show de sábado 17/10 do CHCL e em novembro com o Besta, de Portugal.

Impressões sobre compilação ‘Casa 30’

Dizer que o rock está vivo, e muito vivo, nos dias atuais é como “chover no molhado”. Só reclama quem está totalmente por fora do que rola ou acompanha as notícias apenas nas consideradas “grandes mídias” que mais ditam o que você deve fazer do que te apresentam opções.

Por isso que este lançamento do Raro Zine é algo que merece destaque, afinal, ali estão compiladas 26 canções de bandas que se apresentaram em Bragança Paulista no período de 2 anos. Como disse na entrevista acima, German Martinez selecionou apenas de fora do município e algumas bandas gringas.

As bandas apresentadas nesta compilação são de todos os estilos de rock, do metal até o rock de garagem mais descompromissado. O trabalho feito pelo editor do Raro Zine ficou de muito bom gosto e serve como ótima oportunidade para quem está desatualizado em relação ao que rola neste estilo musical que transbordou o cenário e tornou-se filosofia de vida de muitas pessoas. Nota 10.

Se ficou em saber quais são as bandas que estão neste CD, não falamos intencionalmente, pois você terá que fazer download para descobrir. http://rarozinerecords1.bandcamp.com/album/tributo-casa-30 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Viva a independência! Bandas apostam em clipes na internet

A banda gaúcha Motor City Madness soltou recentemente na internet o segundo clipe do novo álbum Death City Riot, lançado no início do ano. No final de agosto, a cantora Paula Cavalciuk também disponibilizou o vídeo de sua canção, Maria Invisível. No blog Canibal Vegetariano, você confere os dois lançamentos.

Nova promessa da música nacional, a artista Paula Cavalciuk lançou em 29 de agosto o clipe da música “Maria Invisível”, faixa que estará em seu disco de estreia ainda sem nome e com previsão de lançamento para outubro. O vídeo tem direção de arte de Daniel Bruson e foi gravado em Sorocaba-SP, cidade em que a banda reside atualmente.

O disco de estreia é resultado das primeiras investidas autorais apresentadas no show intitulado "Rígido" e terá coprodução de Gustavo Ruiz (Tulipa Ruiz/Vanessa da Mata) e Bruno Buarque (Karina Buhr/Anelis Assumpção/Céu). Além da cantora (que nos shows também toca gaita, violão, percussão e kazoo). A banda é formada por Vinícius Lima (vocal/violão/viola caipira/guitarra), Fabrício Masutti (baixo) e Ítalo Ribeiro (vocal/percuteria).


Em 2014, Cavalciuk foi finalista do Prêmio Sorocaba de Música com “Maria Invisível” e, neste ano, sagrou-se campeã do mesmo festival com a faixa “Colecionador de Opiniões”. Nos shows, a artista também distribui fanzines feitos manualmente no esquema "pague quanto puder”. O formato resulta em interessantes sonoridades que dialogam com a mensagem da cantora, que usa a música para comunicar o que ela define como "realidade individualmente coletiva".

Do rock visceral ao mais singelo sertanejo raiz, de uma linha que se aproxima do estilo de Karina Buhr, Tulipa Ruiz e Céu, a artista promete ser mais uma grata surpresa do cenário nacional.

MOTOR CITY MADNESS

Os gaúchos da Motor City Madness, banda que já entrevistamos e sempre informamos sobre eles aqui, lançaram novo videoclipe, da música "Strong as a Rat", faixa que faz parte do CD, lançado no início deste ano intitulado "Dead City Riot". Punk 'n' roll trasheira na pegada do coisa ruim”, como a própria banda define.


O novo vídeo da banda tem direção de Sergio Caldas, Rodrigo Fernandes, Rene Mendes, Fabian Steinert. Eles ainda agradecem os companheiros Andre Caldas, Doni Maciel, Alvaro de Bem. A produção pertence a Subverse Film Crew. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Lo-Fi está em turnê pelos Estados Unidos

A banda Lo-Fi de São José dos Campos-SP está pela segunda vez em tour pelos Estados Unidos, desta vez com shows pela costa leste da América. O grupo, que além de incessantemente tocar por todo Brasil, tem diversos lançamentos gravados e agora sai em divulgação dos últimos dois lançamentos, “Long Hair Cold Drink” e o irreverente e sujo “Love Songs Vol 1”.

Com sete anos de vida, a banda tem distribuição e lançamento de seus discos pela Laja Records, comandada por Fábio Mozine, que participa intensamente das atividades da banda. 

O objetivo máximo da banda é nunca parar de compor, gravar e lançar sua obra e deixa claro que estão abertos a convites de qualquer lugar do mundo para shows. Como diz Rogério, baixista. “A banda trabalha duro e incansavelmente, pois tocar é o objetivo principal de vida dos músicos da banda”, afirma.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Surf music para rio poluído

A banda campineira Drákula ataca novamente com o novo EP 7 polegadas, em vinil, denominado “Death Surf”. Podemos dizer que as quatro canções que compõem o novo rebento do quarteto seria a trilha sonora perfeita para surfar nos rios poluídos de qualquer cidade brasileira.

A mistura surf music, punk e garage rock soa cada vez mais suja, no mais que bom sentido da palavra, e pesada. As guitarras soam cortantes, com ótimas linhas de baixo e bateria precisa, simples, mas com muita pegada. Atrás dos tambores a banda tem novamente o comando de Lobisomem que retorna após período sabático.

E o retorno de Lobisomem deu nova energia para banda. Os shows estão diferentes e no estúdio a pegada também soa com ares nostálgicos mas totalmente vibrante. A primeira faixa do lado A, como é bom escrever dessa maneira, “Death surf”, é uma mistura de tudo que dissemos e mostra do que os caras estão a fim, rock, punk, surf, sujeira e diversão.

A segunda faixa deste lado, “Massacre a meia-noite”, que havia sido lançada ano passado na coletânea virtual da Motim Records, em vinil soa ainda mais sinistra e roqueira. O peso também é outro. No lado B tem “Shake me your bones” que não deixa o esqueleto parado e faz o ouvinte sair se mexendo freneticamente. E ainda neste lado, como diz Daniel ETE, tem o clássico de Barão Geraldo, “de quando Barão Geraldo era Barão Geraldo”, a faixa “Lado de fora”, clássico da banda Grease, para fechar o EP com chave de diamante.

Além das músicas, é preciso destacar o lindo trabalho de ETE na capa e contra do EP e também a gravação. Instrumentos totalmente audíveis, esqueça aqueles registros onde um instrumento cobre o outro, aqui o fã ouve tudo de maneira como deve ser um disco de rock como o Drákula se propõe a fazer. Nota 10.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Oba! Fest traz bandas renomadas do punk rock nacional para Jundiaí



Gritando HC será a banda responsável pelo encerramento
do evento. Foto: Canibal Vegetariano
Gritando HC, Fistt e Chuva Negra são algumas das atrações da festa deste sábado

No sábado (29), Jundiaí recebe mais uma edição da Oba! Fest, que traz as bandas Gritando HC, Fistt, Chuva Negra, Sallys Home, Amnésia e The Guantanameros, além da discotecagem do DJ Chello. A festa que será realizada no Aldeia Bar tem início às 20h.

A Guantanameros, primeira banda a subir ao palco, tem vocalista argentino e com seus amigos brasileiros apresentam clássicos do punk rock em versões latinas bem animadas! Em seguida, a jundiaiense Sallys Home toca o álbum Melody Station e a Amnésia, de Cascavel (PR), toca músicas autorais de hardcore.

A festa fica completa com Chuva Negra, que apesar de ter membros de bandas conhecidas da cena paulistana, é uma das grandes revelações do hardcore nacional atual. Já os encerramentos são comemorativos! A banda jundiaiense Fistt traz sucessos dos 21 anos de carreira completados em agosto e a Gritando HC, que ganhou fama com a música “Velho Punk”, sobe ao palco para marcar os 15 anos do lançamento do álbum “Ande de Skate e Destrua”.

O evento ainda terá promoções especiais de bebidas com realização da Oba! Records e Oba!Shop. Há também apoio de Pride Skate, TheRocks Xstorex, Metal No Pombal Produções Espetaculares e Rock Jundiaí.

Serviço:

Atrações: Gritando HC, Fistt, Chuva Negra, Sallys Home, Amnésia e The Guantanameros, DJ Chello
Quando: sábado, 29 de agosto, às 20h.
Onde: Aldeia Bar – rua do Retiro, 279
Quanto: R$ 15 até 22h, após R$20

Censura: Menores de 18 anos apenas acompanhados pelos responsáveis.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Rock nos trilhos do trem

Drákula, apresentação enérgica no lançamento do
novo EP. Fotos: Canibal Vegetariano
O Auto Rock Campinas 2015 chegou ao final na tarde/noite de domingo (23) na Estação Cultura. Em meio à “linha do trem”, uma grande estrutura foi armada para o fechamento de mais uma edição de um dos maiores festivais independentes do Brasil.

A primeira atração do último dia foi a banda F3. Os caras fizeram som no próprio chão, ao lado do palco principal. Esta foi uma grande sacada da organização, pois não houve intervalo entre as bandas, assim que encerrava-se uma apresentação, vinha outra logo em seguida. Os campineiros mandaram bem em sua apresentação e atraiu bom público para acompanhá-los.

Logo em seguida foi a vez da Bad Taste. No “palco principal”, os caras mandaram muito bem seu hardcore e mostrou todas suas músicas próprias que cativaram os presentes. Os caras ainda fizeram algumas homenagens ao Ratos de Porão.

Fim do show da Bad Taste, voltamos atenção para o “não palco”. E a banda Porrada Solicitada foi a bola da vez e com uma mistura de punk com hardcore, fez a galera abrir rodas e ainda muitos fãs cantarem junto com seu vocalista.

Fábio Mozine, vocalista e guitarrista do Merda
De volta ao palco, os caras do Statues on Fire foram os responsáveis pelo agito da galera. Não conseguimos acompanhar esta apresentação devido à necessidade de comer, beber e visitar a feira de vinil e outras barraquinhas que ofereciam diversos produtos. Este foi outro ponto positivo da atração.

Fim do show, fim do rolê e a banda RND se apresentou no solo mas não conseguimos acompanhar devido ao encontro com antigos companheiros de som e precisamos conversar na tentativa de pôr os assuntos em dia. Mas pelo que notamos, a banda fez grande sucesso entre os presentes.

O tempo passou e quem subiu ao palco foram os capixabas do Conjunto de Música Rock Merda, ou simplesmente Merda. Mozine, Japa e Alex assim que liberados mandaram ver no hardcore e levou o público ao êxtase, ainda mais com os clássicos “Maradona”, “Nem todo brasileiro que gosta de futebol gosta do Neymar”, “Efedrina”, duas novas que estão no Split lançado recentemente com Os Estudantes, “A fonte da Coca Cola” e “Vou cagar em cima de você”, que funcionaram muito bem ao vivo.

Mas o ápice da apresentação foi mesmo “Punk crente”, cantada em coro pelo público e muitos que acompanhavam o show, subiam ao palco para dar mosh. Dos shows que já acompanhei do Merda, todos foram bons, mas este no Auto Rock foi melhor que os demais e os caras demonstraram que estavam a fim de se divertirem e divertirem o público.

Bad Taste, foi a segunda banda a se apresentar
Após uma apresentação sensacional do Merda, a vez era do Drákula que se apresentaria no chão. Este seria o primeiro show após o lançamento do Vinil 7’ Death Surf. E os caras simplesmente arrasaram. Acompanhamos o Drákula há anos e nunca havia visto tanta energia concentrada para uma apresentação. Os caras estavam realmente com “fome de rock” e simplesmente detonaram.

Além de novas músicas, versão do Grease, os caras mandaram vários clássicos da banda como “Cidade Assassina”, “Gorila Perez”, “Comando fantasma”, “Medo de psiquiatra”, entre outras belas canções, mas com pegada diferente e mais aceleradas do que o costumeiro. O show mostrou também que Lobisomem na bateria está em forma e o quarteto fez uma apresentação nota 10, com direto a idas para galera e espumas de carnaval.

A noite seria encerrada com Garage Fuzz, mas como precisamos “cair” na estrada, não foi possível acompanhá-los. Mas o público estava muito a fim de vê-los. Infelizmente não conseguimos acompanhar outros shows do Auto Rock, mas pelo seu encerramento, acreditamos que foi uma edição histórica. Que venham os próximos, nós agradecemos!