terça-feira, 3 de abril de 2018

A cumbia psicodélica do Paraguai


Foi no final da década de 60 do século passado, no Peru, que foram espalhadas as primeiras sementes de um som que brota hoje, após ter dado vários frutos entre os anos 60 e 70.

Feito com irreverência e produto de jovens rebeldes que contribuíram para explosão mundial do rock’n’roll com guitarras distorcidas, nasceu assim cumbia psicodélica. Cinco décadas depois e a 3,5 mil quilômetros de Lima, em Assunção, no Paraguai, a febre da cumbia psicodélica está mais viva do que nunca.

Como naqueles anos no Peru, também no Paraguai oito jovens rebeldes que estavam envolvidos em diferentes cenas musicais como o punk, reggae, hardcore, tiveram seus caminhos cruzados pelo pós-punk e se uniram em nome da mesma paixão: “La Cumbia”, a trilha sonora que acompanha as vidas na América Latina.

Foi assim que nasceu o Chuli Sound. Com experimentações, aprendizados e com aproveitamento desse processo de aprendizado, o coração e a amizade não atrapalham a perfeição musical.
Cristalizando o longo desejo de tocar e criar inspirado por Enrique Delgado em Manzanita, nos sons da selva e chichera nostálgico mas também tendo elementos indígenas da vida diária e musicalidade paraguaia com um único objetivo: dançar  e dançar, curtir e fazer.

Em menos de um ano como banda ativa, Sonido Chuli lançou em dezembro 2017 seu primeiro EP, "Distincion Tropical" em vinil 7", maneira totalmente auto-gerido, sob seus discos rótulo mburukuja, tornando-se assim o primeiro vinil Cumbia do Paraguai no século XXI.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Uma noite de pastel, chopp e muito rock!

Garotos do The Cavemen fizeram um show avassalador em
Campinas. Fotos: Canibal Vegetariano

Na quinta-feira (22), nós do Canibal Vegetariano percorremos os cerca de 40 quilômetros entre Itatiba e Campinas para acompanharmos três shows que estavam programados para a Casa Rock (antigo Quintal do Gordo). No cardápio, além do chopp e pastel, havia os campineiros do Footesp Surfers, os paulistanos do The Diggers e os neozelandeses do The Cavemen.

Até então, não sabíamos que um dos caras de grande importância para o rock brasileiro havia partido desse mundo, o músico, produtor musical e jornalista Carlos Eduardo Miranda. Soube disso apenas quando voltei para casa. Pois se soubéssemos, diria que ele teria tocado o vocalista do The Cavemen, antes do show, pois segundos antes dos primeiros acordes, o frontman neozelandês fez um ritual, como se algo incorporasse em seu corpo. Foi apenas uma coincidência.

Os responsáveis por abrir a noite insana de rock foram os campineiros da Footesp Surfers. Com nova formação, ao menos para mim, os caras não desperdiçaram tempo e mandaram ver em seus sons e botaram muita gente pra dançar em agradável noite de início de outono. Como ainda era “cedo” e hora da “janta”, mandamos ver naquele tradicional pastel de queijo da casa acompanhado por um chopp bem gelado para início da audição das bandas.

Os paulistanos do The Diggers também fizeram apresentação
impecável e botou a galera pra agitar
Logo após os campineiros, a The Diggers, power trio paulistano com 2 guitarras e uma bateria insana, mostraram toda potência de seu garage rock. Com uma guitarra com som bem limpo, outra bem “suja” e com participação dos três integrantes nos vocais, os caras rapidamente conquistaram a galera e botaram o povo pra agitar com uma apresentação impecável.

O encerramento da noite ficou a cargo do The Cavemen. Banda formada por quatro jovens, os caras acompanharam atentamente as apresentações das bandas anteriores. E quando subiram ao palco, foram um verdadeiro rolo compressor.

Segundos antes do início do show, o vocalista da banda tirou a camiseta, esticou-se ao solo e fez algo que parecia um ritual de incorporação. Quando seus camaradas de banda soltaram os primeiros acordes, a destruição teve início. Punk e garage rock em 220 volts. Performances a lá Iggy Pop e Dead Boys, os jovens do Cavemen não deixaram pedra sobre pedra e fizeram um show simplesmente sensacional, um verdadeiro arrasa quarteirão.

Com a surf music de primeira, os campineiros abriram a
maratona insana de rock
Ao final, como é de praxe, demos aquela passada nas barraquinhas de merchan e voltamos felizes para casa, de alma bem levada. Ao saber da morte de Miranda não deu pra sentir tanta tristeza, afinal, o legado dele está mais vivo do que nunca, novas bandas aparecem e fazem shows matadores e antológicos. Se existe algo além da morte, Miranda esteja em paz e agradecemos por tudo o que você fez, obrigado mestre!

E se você não conseguiu ir ao Cavemen quinta-feira, não tem problema, pois o baile segue e no domingo (25) os caras se apresentam em Atibaia, a partir das 18h, no Black Pub, evento do Raro Zine Fest. Além deles, você poderá conferir Churumi, Peixes Fritos e Crasso Sinestésico, todas bandas do interior de São Paulo, que mandam muito bem no rock, no garage rock, no punk e hardcore.              

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Um cardápio para deixar saudade

Julia durante apresentação dos Replicantes. 
Fotos: German Martinez/Raro Zine
Foi encerrada no domingo (17), no Cile Lavapés, em Bragança Paulista, a 14ª edição do festival Cardápio Underground. E o último dia foi daqueles que irá demorar para sair da memória de quem esteve presente. Infelizmente não conseguimos chegar para o início da maratona rock’n’roll do domingo, mas acompanhamos várias apresentações.

O deslocamento entre Itatiba e Bragança Paulista é rápido, mas tudo depende das condições da estrada, que não é duplicada, e da quantidade de caminhões, que faz com que a velocidade seja menor. Demoramos, mas chegamos, e assim que adentramos o recinto, a banda Aqueles, do Zazá, do Café in Sônia, subia ao palco.

Como o festival teria mais de dez atrações, dois palcos foram montados. Acabava uma apresentação, iniciava outra, parabéns aos organizadores.  E a apresentação do Aqueles foi no melhor estilo hardcore, direito e rápido como estamos acostumados. Como nota, avisamos que não foi possível acompanhar as bandas: Tumbero, Sorry For All, All Fight For All, The Damned Human Flesh, BlankWar.

Motor City Madness
Após a destruição do trio campineiro, foi a vez dos gaúchos do Motor City Madness que encerravam a turnê paulista de mais de dez dias e muitos shows entre a capital e o interior. A Motor é uma banda que gostamos em demasia e esse foi o show mais brutal que acompanhei. Riffs, velocidade, fúria, tudo aquilo que estamos acostumados foi apresentado pelo quarteto dos pampas e músicas de seus três discos.

Nem terminou direito a porradaria da Motor, no palco em frente, estava a I am The Sun, trio sensacional que apresentou seu stoner cheio de peso e riffs geniais. Fizeram um puta show e saíram do palco com o público conquistado.

E a porradaria prosseguiu, pois na sequência vieram os fluminenses do Deaf Kids. Fica complicado rotular o tipo de som que eles fazem, mas é incrível a capacidade sonora e efeitos que eles usam e tudo soa muito bem ao vivo, sem citar a presença de palco, show daqueles que, se o evento fosse pago, teria valido o ingresso.

Muzzarelas
Após essa sequência animalesca, demos aquele tempo para comer, vale frisar que os espetinhos servidos no local estavam deliciosos. Comida, bebida, aquele rolê pelas bancas de discos e camisetas e o papo com os colegas de outras cidades. Em meio a tudo isso, conseguimos apenas ouvir a rápida apresentação da Patife Band, banda que havíamos visto há poucos meses em Campinas.

E por falar em Campinas, a Patife terminou seu show e os campineiros da Muzzarelas mandaram ver seu som, mais do que clássico. Muzzarelas no palco é sempre garantia de boa música e diversão. E foi o que eles promoveram para o sedento público de rock e ainda mandaram ver um som inédito.

Após o show do Muzza seria a vez da galera do metal, a banda Nervosa faria sua apresentação. Como o metal não é muito nossa praia, voltamos ao carrinho de lanche, mais comida, mais bebida e mais papo, afinal, ainda haveria show dos Replicantes.

Deaf Kids
E os gaúchos encerraram a festa com chave de ouro. Ainda não havia visto a banda ao vivo com a vocalista Julia Barth e a apresentação foi simplesmente sensacional. A banda botou na mesa todos seus clássicos, de maneira simples e direta, sem frescuras... fizeram apresentação de banda do porte de “time grande”. Vale destacar que Julia tem ótima performance de palco, canta todas as canções sem perder o fôlego e ainda desceu duas vezes para agitar com o público na roda de pogo. Um show daqueles que fizeram valer o ano.

Após o fechamento das cortinas, restou-nos levantar acampamento e partimos de volta para nossa cidade, com a certeza de que o festival cumpriu seu papel e aproveitamos para parabenizar a todos pela organização, nota 10.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Começa o Cardápio Underground

Uma das exposições do Cardápio realizadas na Sociedade
Ítalo-Brasileira. Fotos: Arquivo Pessoal Quique Brown
A partir desta segunda-feira (11) tem início, em Bragança Paulista, a 14ª edição do festival Cardápio Underground, que este ano será realizado até o domingo (17). Shows, debates, aulas de história, entre outras atividades, estão previstos para ocorrer em vários pontos do município. Para saber mais sobre este evento, conversamos com Quique Brown, vocalista e guitarrista do Leptospirose, e um dos organizadores do festival, desde seu início. Abaixo ele fala sobre tudo o que irá rolar nesta semana.  

Canibal Vegetariano: Brown, Cardápio Underground chega a 14ª edição. No início, você tinha ideia de que chegaria tão longe?  Comente também como surgiu a ideia de promover um evento deste tipo e como ele cresceu ao longo dos anos. O que a galera poderá acompanhar durante o Cardápio?
Quique Brown: Cara, eu acho que quando a gente monta um festival e coloca um número na frente tipo 1°, 2°, 3° é porque a gente quer que role sempre. Eu e Daniela Verde começamos essa história em 2004, numa época em que a gente produzia muita coisa aqui na cidade, sempre tinha show, cineclube, cartaz pra rua e no meio desse bolo todo, juntar uma rapaziada durante uma semana pra fazer um monte de coisa pareceu interessante e foi assim que surgiu essa fita. Nos primeiros anos, o festival rolou na Sociedade Ítalo Brasileira, foi uma época muito legal onde tudo acontecia no mesmo espaço; exposição de foto nos degraus da escadaria do porão, arte nas paredes, shows no chão, gente cortando o cabelo da galera no meio dos shows, televisões fora do ar e tudo mais.
Com o tempo, nossa relação com os “italianos” começou a piorar e a gente parou de fazer o festival lá, antes de abandonar 100% a Sociedade Italiana, fizemos uma edição no Bar do Davi, depois mais duas na Sociedade - e desde então - o festival começou a abraçar vários cantos da cidade.
Esse ano, entre os dias 11 e 15 deste mês, seis artistas irão fazer uma grande imersão na garagem de uma casa no centro que será a “Garaginha do Edith”, na sexta 15, tem abertura da exposição com discotecagem de MZK e Davi, dias 12 e 13, teremos um curso chamado História Aos Berros que aborda a história recente do Brasil em cima da discografia do Ratos de Porão, dia 16, sábado, acontece o Meninas Pra Frente, que será totalmente protagonizado por mulheres com roda de conversa com mediação da Flávia Biggs, shows com Letrux (RJ), Rakta e discotecagem com as mina do Não Sou Daqui (Peru/EUA). No domingo, último dia do festival, o ataque acontecerá no glorioso Ciles do Lavapés com Os Replicantes, Nervosa, Patife Band, Muzzarelas e outras 9 bandas.

Cartaz com as atrações de 2017
CV: Atrações em vários pontos de Bragança, diversidade cultural... de qual ponto vocês partiram para montar o evento deste ano? Ele pode ser comparado às escolas de samba. Nem acaba direito um desfile e pensa no próximo?
QB: [risos] mais ou menos, tudo depende do orçamento né? Mas certamente, pula de um ano pro outro, até porque, a gente recebe muita proposta pra 2017, quando a gente solta a programação de 2016.

CV: Uma das atrações que chama muito atenção é o curso de história do Brasil com base na música dos Ratos de Porão. Como surgiu essa ideia e qual sua expectativa para essa atração em particular?
QB: Esse curso é disparado a coisa que mais me intriga nessa edição do festival. Essa história surgiu no começo do ano quando circulou na internet um banner da primeira edição desse curso que rolou em Caruaru-PE, cidade do Gustavo, que é Professor Mestre em história e virá pra cá dar umas aulas pra gente! Na época que rolou essa fita lá em Caruaru, mandei uma mensagem pra ele, começamos a conversar e deu certo. O Ratos é uma banda muito prolífica, mesmo com todas as dificuldades, eles nunca deixaram de produzir, nunca deixaram de viajar e sempre deixaram marcas do que estava rolando no Brasil e no mundo em seus discos, então, dar uma aula de história em cima do Ratos, é como pegar uma caixa de sapato cheia de álbuns de foto e narrar pra alguém tudo o que aparece ali, só que com a discografia deles.

Os potiguares da Camarones Orquestra Guitarrística durante
apresentação no Ciles, que receberá vários shows no
encerramento
CV: Em um momento no qual a economia não vai bem e todos os governos falam em cortes de verba, como Bragança consegue realizar um festival do porte do Cardápio Underground?
QB: Festivais desse porte botam uma puta grana pra rodar. O Cardápio contrata mais de 50 prestadores de serviço entre produtores, artistas, bandas, coletivos, djs e paga inúmeros fornecedores. Através da produção cultural estamos aquecendo a economia do setor, é uma questão de escolha, o IPI reduzido, por exemplo, colabora com uma fatia da economia e as leis de incentivo colaboram com outro e o Cardápio Underground tá nesse jogo. O festival conta com o apoio da Lei Rouanet, do ProAC, da Sabesp, do Centro de Alimentos e do Festival Café In Sônia que salvou esse ano, não só a gente, como o Festival Autorock de Campinas também.

CV: O encerramento está previsto para o Ciles do Lavapés. Haverá apresentação de muitas bandas em dois palcos. Como rolou o critério para escolha das bandas?
QB: O critério é bem simples: unir grupos mais novos que tem feito uns lances legais na cidade/região com bandas que estão se destacando no mundo da música dentro e fora do Brasil com uns veteranos pro meio.

CV: Brown, agradeço pelo papo e deixo espaço para suas considerações finais.
QB: Ivan, mais uma vez, valeu demais pelo apoio, sem pessoas como você a informação não circularia e as coisas seriam ainda mais difíceis! Tamo junto! 

domingo, 15 de outubro de 2017

Autoramas invade o Sesc Jundiaí com seu rrrrrrock!

Vários hits foram "despejados" pelo quarteto, além de outras
canções de trabalhos diversos. Fotos: Emerson Henrique
A noite de sexta-feira, 13 de outubro, foi um período de celebração do bom e velho rock no palco do Sesc Jundiaí. Duas bandas, Autoramas e Gasoline Special tomaram de assalto o palco do local e fizeram crianças, adolescentes, jovens, adultos, e até mesmo alguns senhores, bailarem à vontade pelo ginásio do local.

O Autoramas, com 19 de estrada e com a formação em quarteto, foi a responsável por fechar a festa. Sem delongas, a banda capitaneada por Gabriel Thomaz, vocal e guitarra, subiu ao palco e despejou dezenas de hits que fizeram a alegria da galera que compareceu em bom número ao evento, realizado em sexta-feira com feriado prolongado.

A galera do Autoramas passou por toda carreira do grupo, executou canções do último disco lançado, o “Futuro dos Autoramas”, o novo single “Minha namorada aprendeu karatê” além dos clássicos “Você sabe”, “Fala mal de mim”, “Paciência”, além do grande hit da Little Quail and The Mad Birds, “1,2,3,4”, banda de Gabriel no início da década de 90, do século passado e também “I saw you saying”, música composta pelo vocalista e que foi gravada pelos Raimndos, no segundo álbum da banda “Lavô tá novo”, de 1995.

Gasoline Special foi a primeira a subir ao palco do Sesc
ABERTURA

A abertura do bailão rock realizado no Sesc ficou a cargo dos jundiaenses da Gasoline Special, power trio que tem nas guitarras e vocais o “reverendo” André Bode. Com seu som calcado em diversas influências de bandas dos anos 90, o trio “jogou” em casa e com apoio da torcida e equipamento impecável, os caras fizeram grande apresentação e apresentaram o novo baixista Rodrigo “Hilbert”.

Com som “pesado” e entre riffs e solos, a banda mostrou um pouco de sua história e também apresentou uma nova canção que ainda não tem nome definido mas foi possível notar certa influência de Raimundos, da melhor época do quarteto de Brasília.

Após dois ótimos shows, só nos restou “cair” na estrada e ficar na expectativa das novas atrações. O Sesc Jundiaí é um ótimo espaço e acreditamos que irá colaborar em demasia com o fomento de novas bandas naquele município, assim como na região.  

domingo, 10 de setembro de 2017

Nove homens e um grito de independência!

Ao final do show, Leptos faz jams com outros músicos.
Fotos: Ivan Gomes
Nada de tanques, cavalos, roupas a la Napoleão Bonaparte, nada de bandas marciais, nada de 7 de setembro, nada de histórias falsas para engodar o “povo brasileiro”, o verdadeiro grito da independência ocorreu no Estúdio Zarabatana, em Campinas, em um sábado, 9 de setembro, quando Aqueles, Topsyturvy e Leptospirose “incendiaram” o porão com riffs, baterias socadas impiedosamente e baixos com disparos como se fossem canhões.

Três power trios se apresentariam no espaço aconchegante, três bandas de estilos dispares, mas com discos, turnês, indumentárias apostos nas barraquinhas e muitas horas de palco, shows e participações em importantes festivais do underground. Três trios que não ficam no comodismo de simplesmente reproduzir o que foi feito há décadas, para alegria dos jovens que não são mais tão jovens e além da música, primam pela amizade e o prazer de compartilhar com os amigos, companheiras e companheiros, punhados de canções que algumas pessoas insistem em não prestar atenção e também são simpatizantes da bela mistura de água, malte e lúpulo, que refresca os ânimos em tardes e noites quentes.  

E com a bela programação, óbvio que nós do Canibal Vegetariano daríamos em jeito de apreciar esse belo “baile”. Devido as responsabilidades que a vida adulta nos impõe, não conseguimos chegar a tempo para acompanhar a linda banda campineira “Aqueles”. Havíamos acompanhado a banda há cerca de três meses no Auto Rock, mas o show de sábado, segundo fontes, foi mais insano, pois em casas menores parece que o aconchego funciona melhor.

Leptos soltou "os cachorros" no palco
Sem vermos o Aqueles, restou-nos lamentar e curtir nosso suquinho de cevada, como diz o grande escritor Antonio Pedroso Junior, e ficar na expectativa de acompanharmos o trio que vinha de Mogi das Cruzes. Com seu som que passa por várias vertentes do rock e aliadas a brasilidades, a Topsyturvy não deixou nenhum esqueleto parado, todos acompanharam felizes a apresentação, assim como os músicos que interagiam e mostravam que estavam muito a fim de fazer um som para galera. 
Mais uma apresentação em grande estilo, e bote grande nisso, dos jovens mogianos.

E para fechar o sábado com chave de ouro, os bragantinos da Leptospirose tomaram o palco de assalto. Sem delongas, Quique Brown, disparou seus riffs, acompanhado pela “cozinha” mais explosiva do underground nacional, Velhote, no baixo, e Serginho, o Keith Moon brasileiro, atrás dos tambores. Músicas dos mais de 15 anos de carreira foram executadas para lavar a alma daqueles que estavam sedentos por rock puro, sem mistura nem gelo, ou por sequências animalescas de porradas na orelha.

O trio de Mogi fez a galera agitar ao
seu som cheio de misturas
Ao final do show, e ainda com tempo para mais algumas canções, Quique disse que rolaria um “bailinho” para galera. E o que rolou foram ótimas jams, com participação da juventude do Aqueles e do mestre das caveiras, e um dos nomes mais importantes do rock underground nacional, Daniel ETE, que cantou, fez backing vocals e mostrou talento em riffs de guitarra e pegada no baixo.

Com as caixas desligadas, só nos restou, com gostinho de quero mais, pedir a conta e passar a régua, mas não sem antes, passar por aquelas barraquinhas que é a Disneylândia dos jovens adultos, para adquirir indumentárias que chocarão as tiazinhas da padaria e os pseudo-intelectualizados no café da manhã de segunda-feira.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Infante lança versão alternativa do disco '1991'

A banda lança material inédito para comemora um ano de 
lançamento do álbum '1991'. Foto: Divulgação 
Quarteto de rock jundiaiense, a Infante conquistou muitas oportunidades após lançamento do disco de estreia “1991”, uma delas, foi ter participado recentemente Festival Amplifica, realizado no Sesc Jundiaí, em junho desse ano e no Dia da Música 2017, além de outros festivais pelo interior de São Paulo.

Para comemorar o primeiro aniversário do álbum que trouxe bons frutos, o quarteto preparou lançamento especial: uma compilação com versões iniciais de algumas músicas do disco + faixas "inéditas" que não entraram para a versão final.

"Temos o costume [especialmente o Caio] de gravar muitas ideias que no fim acabam abandonadas em um HD externo," comenta Danilo Guarniero, baterista da banda. "Fizemos uma compilação das primeiras versões de algumas músicas que estão no CD e também botamos músicas que não entraram por falta de espaço ou porque achamos que não encaixariam."

"Essas que nunca foram lançadas são músicas velhas, algumas até de 2015, ou antes, mas novas para o público. A ideia foi liberar alguma coisa interessante para fechar esse ciclo que começamos com o disco," concluiu Danilo.

TRACKLIST:

1. Jimi (versão demo) 03:41
2. Lunático (versão demo) 03:16
3. Nostalgia (versão demo) - 03:43
4. Em Paz (versão demo) - 03:22
5. Café Gelado (versão demo) - 04:04
6. Ao Som do Nada (versão demo) - 02:54
7. De Novo, Outra Vez (versão demo) - 01:59
8. Limbo (versão demo) - 03:01
9. Seguindo (versão demo) - 02:43
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10. Riff gostoso (nunca lançada) - 03:19
11. Folky (nunca lançada) - 02:16
12. Essa não tem nome (nunca lançada) - 03:45
13. punk6.mp3 (nunca lançada) - 01:52
14. Bússola (nunca lançada) - 04:41
15. Vem e vai (nunca lançada) - 01:46
16. 2009 (nunca lançada) - 04:36

Ouça na íntegra: https://infante1.bandcamp.com/album/1991-demos-b-sides

Ouça gratuitamente no Bandcamp as 16 faixas da versão demo de 1991: 
https://infante1.bandcamp.com/album/1991-demos-b-sides

Ouça a versão oficial do disco "1991" aqui: http://smarturl.it/infante1991

sexta-feira, 21 de julho de 2017

O som que vem do caos!

As garotas capixabas fazem um tremendo som e estão prontas
para detonar seus ouvidos, no bom sentido. Fotos: Divulgação
Quando ouvi pela primeira o som desse power trio capixaba formado por três mulheres foi um choque! Não é todo dia, infelizmente, que você sente uma banda cheia de energia, raiva ou sei lá o que, que usa a música para por tudo isso para fora. Com pouco mais de um ano, a Whatever Happened to Baby Jane, formada por Lorena Bona (guitarra), Ignez Capovilla (baixo) e Vanessa Labuto (bateria) lançou no último dia 21 o primeiro EP digital com quatro sons. Para saber mais sobre esse som muito promissor, batemos um papo com o trio.

Segundo as garotas, as principais influências do trio são “a vida e os acontecimentos que nos cercam, além das bandas de rock, punk, pós punk, e outros tantos estilos musicais. Joy Division, Ostra Brains, Dominatrix, Mukeka de Rato, Dead Fish, Mercenárias, Nirvana, Sleater kinney, Bikini Kill, Le Tigre, assim como tantas musicas que conhecemos a cada dia, que compõem a nossa vida. Abaixo você acompanha a entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Como o nome Whatever Happened to Baby Jane foi escolhido para banda e como rolou o lance de vocês a criarem?
Whatever Happened to Baby Jane : O nome da banda é inspirado no filme de 1962 ‘What Ever Happened to Baby Jane?’ de Robert Aldrich, um thriller–horror que é marcado pela força de atuação de Bette Davis e Joan Crawford. O nome da banda difere do nome original do filme de ‘O que será que aconteceu a Baby Jane?’ um entendimento de passado, de ocorrido, e passa a ser ‘O que quer que tenha acontecido a Baby Jane’, trazendo Baby Jane pra uma nova atmosfera contemporânea, desterritorializada. Imagine uma criança extraviada para a América Latina, que cresce ao som de rock no Espírito Santo, Brasil. Esta é Whtbj.

CV: A banda tem pouco mais de um ano e lança seu EP “Inferno de Vida”. Falem sobre o processo de gravação, inspiração para músicas e letras.
Whtbj: Nós escolhemos quatro músicas do nosso repertório, investimos nas que estavam mais redondas e lançamos nesta sexta-feira, 21 de julho de 2017. Gravamos no estúdio Comanche, em Vila Velha, um estúdio que respeitou a sujeira do som, e deixou a gente bem a vontade. Percebemos como é diferente de tocar ao vivo, acho que gravar fez a gente se ouvir pela primeira vez! [risos]. E gostamos muito do resultado.

CV: Vocês têm letras em português e inglês. Isso é proposital, de olho em um mercado exterior, ou é mera coincidência e surge durante a composição?
Whtbj: Isso é proposital pois percebemos o quão somos bombardeados por essa cultura ocidental que nos molda desde que nos conhecemos por gente. Temos mais influências de bandas gringas do que latinas, por exemplo. Então acaba acontecendo naturalmente.

CV: Como vocês pretendem trabalhar a divulgação desse registro? No futuro poderemos ter a música de vocês no formato físico?
Whtbj: A princípio não pensamos no álbum prensado, pois o mercado de música hoje é voltado pra mp3 e mídias online. Queremos fazer clipes e gravar mais músicas antes de um álbum físico. Mas não é impossível que isso aconteça no próximo ano.

CV: Como está a agenda de shows e quem costuma assistir as apresentações da banda? Tem muito local para rolar um som com boa qualidade?
Whtbj: Estamos fechando um show pra agosto e vamos participar de um tributo ao Bulimia até o fim do ano.  Pretendemos continuar ensaiando, que é nosso ponto forte pra produzir novas músicas.

CV: Como é ter uma banda de rock quase no final da segunda década do século 21 e em um país que vive um momento complicado?
Whtbj: Acho que a gente ter se reunido é mais uma consequência desse momento polarizado e violento, de corte nas partes mais sensíveis da sociedade, como a cultura. Fazemos tudo de maneira independente, e temos conseguido continuar ensaiando. Nosso ponto de partida é o ensaio, pois é o momento de expressão, de fazer vazar tudo o que vivemos nesses momentos de barbárie coletiva. Não podemos deixar que isso fique na gente, transformar as experiências é fundamental.

CV: Recentemente vocês se apresentaram na Laja Festival com várias bandas de grande nome no underground. Como foi essa experiência? Participar de festivais é bom e é possível aprender algo com eles?
Whtbj: Sim, esses momentos de trocas são bem interessantes. Por a Laja ser uma produtora que tem bastante contato com o movimento Underground do país, o pessoal vem bastante animado e contagia! É inspirador ver o que as bandas do Brasil andam produzindo, trocar ideias, é um momento de troca de ânimos. Precisamos disso em toda parte, não só no cenário musical.

CV: Peço que cada integrante indique uma banda que esteja ouvindo no momento.
Vanessa – Ratos de Porão, Dominatrix, Bambix, Sonic Youth
Lorena – Anticorpos, Charlotte matou um cara, 7 Yearbitch, Babes in Toyland, Belgrado
Ignez – Mercenárias, Smiths, Warpaint

Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações finais e merchan.
Whtbj: Instagram: https://www.instagram.com/whateverhappenedtobabyjane/

Impressões sobre o EP ‘Inferno de Vida’

Mais um lançamento Laja Records. Saiba como ouvir.
Como escrevemos na chamada da entrevista, o som do Whatever Happened to Baby Jane deixa qualquer um embasbacado quando o ouve pela primeira vez, afinal, é muita energia concentrada, em pouco mais de seis minutos de música, isso com a soma de tempo das quatro canções.

EP muito bem gravado, todos os instrumentos estão bem audíveis e como as garotas disseram, o técnico de som respeitou a “sujeira” que elas se propõem a fazer. Com letras em português e inglês, a banda está pronta para alçar voos maiores. Das quatro ótimas canções apresentadas, sempre temos aquela que ouvimos mais, então fica a dica para “Deixa ela em paz”.

Para curtir o som do power trio, acesse: https://lajarex.bandcamp.com/album/inferno-de-vida 

sábado, 13 de maio de 2017

Noite de punk rock para acalentar corações em Jundiaí

A banda Merda mesclou clássicos com músicas do novo
álbum. Fotos: Ivan Gomes
Noite de sexta-feira e o punk rock iria rolar solto no Aldeia Bar em Jundiaí. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo governo golpista há um ano, nós do Canibal Vegetariano não perderíamos essa e fomos conferir as apresentações de Ataque Sonoro, Lomba Raivosa e o do Conjunto de Música Jovem Merda.

Estamos no outono, clima muito agradável, estrada de regular para ruim, pedágio caro, mas fomos até o município vizinho para acompanhar as apresentações. O aquecimento ficou a cargo dos jundiaienses do Ataque Sonoro. A banda foi formada as pressas para substituir uma outra que ficou sem baterista às vésperas da apresentação devido a compromissos profissionais.

Lomba Raivosa em ação
No palco, os jundiaienses fizeram uma rápida apresentação onde rolaram clássicos do punk rock nacional, nada mal para aquecer à noite. Jadi Araújo, vocalista da Perturba, ao melhor estilo Artie Oliveira, foi chamado ao palco para dar uma palhinha. Enquanto os caras se apresentavam, nós do Canibal ouvíamos o Fábio Mozine, do Merda e César Passa Mal e Testa do Lomba Raivosa. Essas entrevistas serão apresentadas na segunda-feira no programa A HORA DO CANIBAL.

Após os jundiaienses, a Lomba Raivosa mostrou toda fúria de seu som e rolou faixas de seus quatro discos, entre elas, do mais recente álbum lançado, que por enquanto pode ser ouvido apenas no formato digital. O power trio mostrou entrosamento espetacular e mesmo com os integrantes que afirmam que a banda é ruim, quem viu o show pode acompanhar o contrário. Banda rápida, precisa e divertida. Show como tem que ser, direto e reto, sem pausas para frescuras.

O encerramento ficou por conta dos capixabas doo Conjunto de Música Jovem Merda. Com o disco “Descarga Adrenérgica” em mãos, os caras iniciam turnê pelo país e após tocarem em seu estado natal, a banda veio para São Paulo e na primeira apresentação do novo álbum em terras paulistas eles mostraram todo peso e fúria do novo disco aliado a canções de outros registros.

Os jundiaienses do Ataque Sonoro
abriram à noite
As músicas do novo disco encaixaram perfeitamente e a banda está inteiraça! Assim como as bandas anteriores, o público agitou e curtiu o encerramento da noite punk. Antes de partir, o Merda ainda tocou dois grandes clássicos que não podem faltar em seus shows: “Maradona” e “Nem todo brasileiro que gosta de futebol, gosta do Neymar”, essa para encerrar a apresentação com chave de ouro.

Ao final, nos restou pagar a conta, passar na barraquinha para adquirir produtos das bandas e voltar para casa com aquele zumbido fantástico nos ouvidos que somente shows do porte que as bandas apresentaram podem ocasionar.

Impressões sobre 'Descarga Adrenérgica'. Novo disco do Merda

Dizer que o power trio formado por Fábio Mozine (guitarra e vocal), Rogério Japa (baixo e vocal) e Alex Vieira (bateria e vocal), lançam bons registros é chover no molhado. Mas, o novo álbum Descarga Adrenérgica vai muito além de ser um bom disco, é o que podemos chamar de puta álbum! 

Bem gravado, bem produzido, arte muito bem feita, mas as músicas estão no mais alto nível. Com críticas sociais, assuntos nonsenses e tiração de sarro com eles mesmos e com o público, o Merda gravou um dos melhores álbuns de sua carreira.

O disco tem 22 canções executadas em pouco mais de 20 minutos. Tem passadas pelo punk e hardcore. Os destaques são muitos, mas deixamos aqui: “Crise dos 40”, “Turbulência”, “Virou coxinha”, “7 a 1”. “Roqueiro reaça” e “Odeio tudo”. Compre o disco, contribua com as bandas independentes e mantenha a chama do rock acesa. O novo álbum do Merda é também uma boa dica de presente para o Dia dos Namorados, para quem tem bom gosto musical.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Quem quer CDs da banda Fake Vulgarys?

Os dois CDs serão entregues aos ouvintes/leitores do blog
Para concorrer a CDs da banda itatibense basta os ouvintes do programa A HORA DO CANIBAL e leitores deste blog, escreverem para o e-mail zinecanibal@hotmail.com com frases, histórias e pensamentos absurdos ou qualquer outro tipo de tosqueira como foto, vídeo, montagem...

Os vencedores receberão os CDs no conforte de seu lar, independente de qual lugar do planeta estiverem. Escreva quantos e-mails suas ideias toscas suportem. Os vencedores serão conhecidos no programa A HORA DO CANIBAL da próxima segunda-feira (30). Não perca mais tempo e comece a escrever.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Leptospirose de Natal

A Leptospirose fez todo mundo agitar e por a cabeleira em
ação. Fotos: Ivan Gomes
Galero, três dias após curtirmos o encerramento do Raro Zine Fest em 2016, voltamos para Bragança Paulista durante à noite de quinta-feira (22), para acompanharmos o segundo e último dia do festival Cardápio Underground, que nesta edição foi realizado no Pub. Devido a compromissos profissionais, não conseguimos participar do primeiro dia, que foi muito especial, com toda programação voltada às mulheres. No encerramento, quinta-feira, além de três shows, assistimos o ótimo documentário “Time will burn”, sobre o rock independente nos anos 90.

A noite foi típica de verão, muito quente! Chegamos em Bragança e na entrada do Pub encontramos vários camaradas. Entre um papo e outro, foi o tempo para o telão estar pronto para assistirmos o documentário que retrata de maneira muito clara o que foram os anos 1990. Na sequência, o artista plástico e músico, Matías Picon, com som experimental.

Deb and the Mentals. Paulistanos
fizeram ótimo show
Na sequência, Fernando Maranho subiu ao palco e mostrou seu trabalho. Nós tivemos problemas com nosso equipamento e não conseguimos registrar de maneira adequada a apresentação, mas a música é de ótima qualidade. Durante o show, ele apresentou músicas de seu álbum “Hipercubo”, entre o rock e uma sonoridade psicodélica. Foi uma apresentação sensacional!

Assim que o bragantino deixou o palco, os paulistanos da Deb and the Mentals assumiram o controle da festa e fizeram muito bonito. Com seu som garageiro, o quarteto não deixou a galera parada e fez todo mundo agitar. O show foi cirúrgico, rápido e preciso. Rock puro, sem mistura nem gelo.

Fernando Maranho e banda apresentaram canções de seu mais
recente trabalho, outro ótimo show da noite
Com todos muito animados, papai Noel passou mais cedo por Bragança e presenteou a todos com o ótimo show dos “donos da casa”, Leptospirose. O power trio formado por Quique Brown (guitarra e vocal), Velhote (baixo) e Serginho (bateria), não deixou pedra sobre pedra. Os caras deram passada por toda carreira de mais de 15 anos e deixou todos ensandecidos, no melhor sentido da palavra. Foi um ótimo show para encerrar 2016 e deixar-nos com esperança de dias menos complicados.

Após mais uma apresentação avassaladora dos bragantinos, só restou-nos dar aquela passada básica nas bancas de material independente, tomar uma água, pois a madrugada estava quente e voltarmos para estrada, pois o esqueleto em determinado horário pede arrego.   

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Duas doses de rock para deixar 2016 para trás

Drákula, como sempre, em mais uma exibição de gala em
terras bragantinas. Fotos: Ivan Gomes
No domingo (18), a galera do Canibal Vegetariano botou o pé na estrada em direção a Bragança Paulista, mais precisamente ao Centro Cultural no Matadouro, onde o responsável pelo Raro Zine, German Martinez, organizava a última edição do Raro Zine Fest, em 2016. Quatro bandas estavam programadas, mas devido a outros dois compromissos anteriores, conseguimos chegar a tempo de ver as duas últimas, Burt Reynolds, de Jundiaí, e os campineiros do Drákula. Infelizmente a Echinochess (Monte Mor) e Sorry For All (Socorro) ficarão para uma próxima.

Apesar de não vermos as duas primeiras bandas, chegamos pouco antes do início da apresentação dos jundiaienses. No início deste mês vimos a banda “jogando” em casa mas mesmo fora, os caras arrebentam e conquistam rapidamente o público. Sem delongas, a banda solta os riffs e põe a “juventude” para dançar e agitar com seu rock entre o moderno e o retrô. Eles deram uma passada em quase três décadas de rock e ainda apresentaram som novo. Mesmo fora de casa, mais uma bela “vitória” da galera do Japi, com direito a goleada.

A Burt Reynolds romou de assalto o palco do Centro
Cultural e fez a galera agitar
E para fechar o ano do Raro Zine, a banda Drákula sobe ao palco com a galera mais do que aquecida e sem dó nem piedade despejou punk rock, surf music e rock’n’roll para que os esqueletos fossem chacoalhados à vontade. Com novo integrante na guitarra, Beto, da Labataria, o quarteto manteve o estilo e rapidamente conquistou o público e fez mais um ótimo show, que faz com que a banda esteja os shows mais interessantes para assistir nos últimos tempos.

Ao final das apresentações, público satisfeito e o gostinho de “quero mais” em 2017. German Martinez acertou na escolha das bandas para fechar o ano e agradeceu a todos que compareceram aos eventos do Raro Zine ao longo de 2016. “Nosso sincero obrigado a todos que contribuíram de alguma forma no decorrer do ano, e que fizeram do Raro Zine Fest uma verdadeira celebração de festa, harmonia, amizade e cooperação. Um obrigado gigantesco a todos.” 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Autoramas continua com pé embaixo no acelerador

Gabriel Thomaz e Érica Martins durante show da Autoramas
em Jundiaí. Fotos:Ivan Gomes
A banda carioca Autoramas se apresentou durante noite de sexta-feira (2) no Aldeia Bar, em Jundiaí. Além deles, duas bandas jundiaienses foram responsáveis por abrir a festa rock’n’roll que teve presença de bom público. E nós do Canibal Vegetariano estivemos por lá para xeretar e meter nosso dedo mindinho nesse assunto e escrever o que rolou.

A banda Gasoline Special foi a responsável por abrir o festejo. Power trio com vocação para vertente mais pesada do rock, os caras não perderam tempo e soltaram os bichos sobre a galera. Sons mais antigos, músicas que farão parte de novo registro em 2017 e participação de Fabiano Nick, da Fistt, em tributo aos Ramones, marcaram o show dos caras.

Em seguida, outra banda de Jundiaí, essa com quase três décadas de estrada, Burt Reynolds. Quarteto com dois dos fundadores da banda e com uma baixista que chegou recentemente assim como o segundo guitarrista. A mistura dos mais experientes com os mais jovens ficou muito boa e a banda fez uma apresentação rock’n’roll total e botou a galera para cantar, agitar e dançar.

Gasoline Special teve participação de
Fabiano Nick, da Fistt
Com o caminho muito bem pavimentado pelas duas bandas, a Autoramas subiu ao palco com sua recente formação, em quarteto. Ainda não havia visto a banda neste formato, anteriormente apenas como trio.

As mudanças ocorridas na banda não a descaracterizaram. O som ficou mais “pegado” e algumas músicas mais rápidas. Érica Martins, ex-Penélope, manteve os vocais femininos que sempre estiveram presentes e acrescentou segunda guitarra em outras músicas assim como teclados e alguns instrumentos percussivos.

Burt Reynolds em ação. Rock para
espantar os maus espíritos
Gabriel Thomaz continua sendo o principal compositor e grande líder da banda. A performance no palco sempre precisa e neste show estava muito à vontade e contou algumas histórias sobre suas composições.

Durante o show, a banda tocou muitas músicas do disco novo, “O futuro do Autoramas” e de outros discos. Gabriel ainda relembrou sua antiga banda Little Quail and The Mad Birds. Para resumir, show 100% rock e alegria dos fãs ao final da apresentação com muitos gritos, palmas e um pedido de que voltem logo.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Uma noite de muito rock sem mistura nem gelo

A banda uruguaia Gonzo foi a primeira
a subir ao palco do
Echos. Fotos: Ivan Gomes
Que a região Sul do Brasil é uma das que mais tem bandas de qualidade não é novidade para ninguém. Mas o que dizer quando uma banda do Paraná se une a uma do Rio Grande do Sul e junto com elas ainda vem surpresa do Uruguai? Com certeza a resposta é: festa e muito rock’n’roll.

Durante à noite de sexta-feira (18), a galera do Canibal Vegetariano botou as chinelas na estrada e desembarcou em Campinas, mais precisamente no bar Echos, onde estavam previstas apresentações da Gonzo (Uruguai), Motor City Madness (Rio Grande do Sul) e Water Rats (Curitiba).

Por menor que seja o tempo na estrada sempre desperta uma vontade de comer algo. Chegamos cedo e conseguimos experimentar algumas opções de comida e por um pouco do papo em dia enquanto rolava passagem de som.

Com fome de comida saciada, Gonzo foi o primeiro a subir ao palco na tentativa de saciar a fome, sede, chame como quiser, pelo rock. O uruguaio fez uma apresentação rock’n’roll total, com suas músicas próprias em que era possível notar influências de Rolling Stones e AC/DC, mas com detalhe, tudo temperado com a raça uruguaia, estilo Luisito Suárez.

Os gaúchos da Motor City Madness
Gonzo fez apresentação impecável com um power trio de apoio que não deixou a peteca cair por nenhum instante e que “jogou” com a mesma raça e categoria do frontman. Jogo ganho, camisa suada e uma noite aberta com chave de ouro para os brasileiros terminarem de aquecer a amena noite de primavera no interior paulista.

Logo após os uruguaios, os vizinhos gaúchos da Motor City Madness estavam apostos para cuidar bem de nossos ouvidos. Horas antes da apresentação, o quarteto havia se apresentado em Sumaré e chegaram fervendo em Campinas. E o show foi aquilo que esperávamos, som alto, riffs, bateria socada, gritos e suor, no melhor estilo grenal. Entre uma música e outra, o vocalista Sérgio Caldas conseguiu um tempo para tirar um sarro do Internacional que está na zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Water Rats fechou à noite
Clima de festa total no recinto e para fechar à noite havia os paranaenses da Water Rats. Definir o som que os caras fazem é complicado, foi rock visceral, daquele que faz as cabeleiras irem para lá e para cá, socos no ar e agito. Não havia melhor maneira para encerrar uma noite sensacional que não fosse dessa maneira.

Após os shows, aquela garimpada nas banquinhas com material das bandas, um lanche em algum outro ponto da cidade e mais estrada. Mas tudo muito tranquilo e com sorriso no rosto de quem pode ver que há muita lenha para queimar no mundo rock’n’roll.  

domingo, 6 de novembro de 2016

E nós chegamos a 8 anos

Vinicius França, Ivan Gomes e Fabinho Oliveira (The Boss)
nos primórdios do programa A HORA DO CANIBAL. Fotos:
Canibal Vegetariano
Neste 2016 que finda-se, nós do Canibal Vegetariano, blog, fanzine e do nosso programa de rádio A Hora do Canibal, comemoramos 8 anos de trabalho. O fanzine celebra data em outubro, não me lembro o dia exato em que foi publicada a primeira edição impressa, mas foi no mês citado. O programa teve sua primeira transmissão em 10 de novembro de 2008, na extinta Rádio Nova Web, do nosso eterno boss Fabinho Oliveira.

Se chegamos a oito anos, Fabinho, o Boss, é um dos principais responsáveis. Em outubro de 2008, logo que saiu a primeira edição impressa do Canibal Vegetariano, Boss convidou Vinicius França e eu (Ivan Gomes) para fazermos uma participação em seu programa e pediu para que levássemos algumas músicas de bandas que estariam no zine.

Segundo o Boss, o programa foi muito bem recebido e no dia seguinte fez um convite para que Vinicius e eu apresentássemos um programa, que seria uma continuação do fanzine. Topamos na hora. Rapidamente chegamos ao dia e horário que consideramos ideal, segunda-feira, 22h30. E assim foi.

Após algum tempo, Vinicius precisou mudar-se de Itatiba devido aos compromissos profissionais. Ele disse que eu deveria continuar com o programa enquanto fosse possível. Fiquei e com isso o tempo passou. Boss precisou encerrar as atividades da rádio, houve mudanças no programa. Um convite de uma emissora que transmitia em FM na grande São Paulo, nos fez continuar. Gravávamos o programa no antigo estúdio e deixávamos para download e para ser transmitido.

Monaural, primeira banda de outra
cidade a nos visitar
A parceria chegou a durar curto espaço de tempo, mas foi uma experiência muito interessante. Durante algum tempo, gravei o programa na cozinha da casa da minha mãe e devido a audiência que tínhamos, em um dos programas recebemos as visitas dos amigos bragantinos Quique Brown, guitarrista e vocalista da Leptospirose e também de Matiás Picon, o Perro Locon, artista plástico e músico, que atualmente toca no Sonora Scotch.

Apesar de ser feito de maneira bem tosca e nada produzido, A HORA DO CANIBAL ganhou público cativo e com o tempo angariou novos ouvintes mundo afora. No início de 2012, voltamos para uma emissora de rádio web, a Itatikids. Essa parceria durou mais de um ano e o programa era exibido aos sábados, entre 10h e 12h.

Com o fim dessa parceria, e devido a amizade que remete aos tempos de infância do Osvaldo Bertonha, um dos donos da Rádio Click Web, o programa desembarcou em maio de 2013 nos estúdios desta rádio, onde voltamos ao horário e dia original de transmissão. Essa é nossa parceria mais duradoura, lá se vão bem mais de três anos.

Quique Brown e Matías Picon em pro-
grama gravado na cozinha
Nestes 8 anos de programa, muita zueira rolou. Muitas bandas nos visitaram, inclusive bandas de outros municípios e estado. Todas as visitas são importantes, mas uma das que mais marcaram, foi a dos paranaenses da então Brazilian Cajuns Southern Rebels, em alguma noite de inverno de 2010, quando eles passavam em turnê pelo Estado de São Paulo.

Por meio de amigos, os caras que seguiam para Sorocaba, refizeram rota e desembarcaram nos estúdios da Nova Rádio Web. O que seria apenas um bate papo, tornou-se um show dos caras em Itatiba. Eles ficaram admirados com o tamanho do estúdio e pediram se poderiam tocar algumas canções. Boss e eu dissemos que sim, um violão sempre rolava quando recebíamos convidados.

Mas os caras acharam que o estúdio era grande e com isso colocaram caixa de bateria, prato, baixo acústico, um gaitista, o vocalista, um violonista e um guitarrista, além de mais 2 amigos. Até hoje não sei como todas aquelas pessoas se acomodaram no estúdio, mas rolou um baita som e após a apresentação em nosso programa, os acompanhamos até o show em Sorocaba e no dia seguinte em São Paulo, no CB Bar, na Barra Funda.

Bandas de Itatiba, nossa cidade, do litoral paulista, da capital, de quase todos os estados brasileiros nos enviam material, até hoje. E com isso, o programa segue. Também houve muitas entrevistas gravadas após shows que acompanhamos e tal, na tentativa de sempre se divertir e ouvir o que as pessoas do underground tem a dizer.

Brazilian Cajuns Southern Rebels, direto de Londrina para
A Hora do Canibal
Enquanto isso, nosso blog em 2016, o Canibal Vegetariano, quase não teve matérias como em tempos idos, mas para o próximo pretendemos voltar a abastecê-lo com mais frequência.

E para chegar onde chegamos, aproveitamos o espaço para agradecer a todos que nos acompanham e acompanharam em algum período. Técnicos de som, bandas, ouvintes... nosso corpo jurídico e a todos os amigos que fizemos e encontramos pela estrada. Um agradecimento especial ao nosso camarada de longa data e ouvinte Prude Fabrício, que mesmo sem o conhecermos pessoalmente, é um cara que está sempre conosco, mesmo à distância e também ao grande German Martinez, editor do Raro Zine, que sempre colabora com nosso trabalho.

Agradecemos também a todos os donos de rádio que foram nossos parceiros, em especial ao Boss, que como dissemos, foi quem iniciou essa loucura e a todos da Rádio Click Web que nos aturam há anos e devem nos aturar mais um pouco. Agora, vamos deixar o rock rolar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O som garageiro que vem de Portugal. Conheça The Dirty Coal Train

Os portugueses da Dirty Coal Train estiveram em turnê pelo Brasil.
Foto: Divulgação
Em meio a uma turnê nacional, os portugueses do The Dirty Coal Train, bateram um papo muito massa com o pessoal do RaroZine que nós publicamos agora no Canibal Vegetariano.

Quando surgiu o grupo?
Os The Dirty Coal Train surgiram em meados de 2010 com formações variáveis e nos estabilizamos no formato trio com baterista convidado.

Quando começaram as primeiras canções?
A primeira demo foi gravada ainda em 2010 apenas com esqueletos de canções que oscilavam entre o pós-punk experimental e o garage-punk, acabando a estética da banda por se aproximar desse segundo gênero.

Recentemente vocês lançaram ‘Super Scum”. Como foi trabalhar nesse disco?
O álbum resultou do trabalho de algumas demos minhas [Ricardo] juntamente com alguns temas novos da Beatriz. Alguns dos temas foram trabalhados com o Carlos [dos Twist Connection e ex-Tedio Boys] outros a instrumentação foi toda gravada por mim e pela Bea.

Existe alguma diferença do novo álbum para os anteriores?
Muita. Para além de voltar a marcar o regresso ao estúdio depois de alguns registos mais lo-fi marca os primeiros em estúdio gravados completamente pelo duo.

Como surgiu a gravação no Estúdio Caffeine?

Conhecíamos o Luís pelos Human Trash e quando o Marky Wildstone sugeriu gravarmos no Caffeine foi com entusiasmo que aceitamos por acreditarmos que haveria sensibilidade e pontos comuns nos gostos de todos.

Quem cria as capas dos discos?
Até ao momento tivemos capas da autoria da Beatriz, do Ricardo Reis, do Edgar Raposo e da Catarina Romão. Por vezes trabalhamos a ideia base com o artista por vezes deixamos o critério em aberto, não há formula rígida nisso.

Todos os materiais da banda foram editados em vinil?
Sim. Tirando a primeiro demo, o resto saiu tudo em vinil.

Falem sobre os vídeos da banda.
Fazemos vídeos do mesmo modo que fazemos música: muito amor à estética lo-fi e ao DIY e com os meios que tivermos à mão espreitem por exemplo os vídeos para os temas Malasuerte, Violet black, Ramblin heart, 4 Psalms e Stay hungry. Recentemente tivemos ajuda da Francisca Marvão que filmou um concerto para o vídeo do tema Man in the black leather e da Riviera Videos para o Banzai Karaoke Attack.

Quais os selos que lançam o material da banda?
Até agora para além de edições de autor fomos editados pela Garagem Records, a Groovie Records e a Wildstone. Todas editoras que vale a pena investigar.

Qual é a relação de vocês com a música brasileira?
Relação de consumidores. Desde Ratos de Porão, Cólera, Mutantes, Tom Zé,… eu sei lá… sempre ouvimos bastante música brasileira.

O que motivou vocês a voltarem ao país para outra turnê? E o que vocês esperam desta nova passagem por aqui?
Foi criada uma parceria com a Wildstone e a proposta avançou por aí. Hoje é mais uma amizade que uma parceria. Esperamos nesta nova tour, acima de tudo, rever amizades e fazer algumas novas.

O que vocês planejam para o futuro?
Depois de acabar esta tour no Brasil temos agenda com datas em Espanha, Portugal e UK até final do ano. Depois disso vamos esperar para ver, mas ainda temos mais uns álbuns na gaveta e energia para umas tantas tours mais! Não nos imaginamos sem fazer isso sem dar em malucos!

Fonte: RaroZine