terça-feira, 10 de julho de 2012

FESTIVAL DE ARTE SERRINHA CHEGA À 11ª EDIÇÃO


Divulgação 
Com o tema “Muitos Irmãos”, tradicional evento de arte e cultura ocorre
entre 07 e 29 de julho, na região serrana de Bragança Paulista; Além do festival,
curador Fábio Delduque inicia implantação do Parque de Instalações da Serrinha

Uma verdadeira imersão criativa em meio a um exuberante cenário natural. Em síntese, essa poderia ser a definição para o Festival de Arte Serrinha, tradicional evento de arte e cultura, que nesse ano chega à sua 11ª edição.  Com curadoria de um de seus idealizadores, Fábio Delduque, o festival reúne entre 7 e 29 de julho, uma programação com importantes nomes de diversos segmentos culturais, na região da Serrinha, aos pés da serra da Mantiqueira, nos arredores da cidade de Bragança Paulista (90 km de São Paulo).

Tendo “Muitos Irmãos” como tema norteador das atividades, o festival discute e incorpora as questões contemporâneas mais prementes celebrando a diversidade e o intercâmbio entre as artes, com a realização de oficinas, palestras, residências artísticas, shows e um ciclo de cinema nacional. “A ideia é promover o contato dos participantes com a arte, procurando fazer desse contato uma experiência transformadora tanto individual como coletiva”, afirma Delduque.

Oficinas
Para tanto, o evento vai contar com as presenças de importantes nomes como Bené Fonteles, BijaRi, Edith Derdyk e Dudi Maia Rosa (artes visuais); Badi Assad, Marcos Suzano e Estrela Ruiz Leminski (música); Alice Ruiz (letras de música), Gal Oppido (fotografia), Dudu Bertholini e Ricardo de Castro (moda e performance) e Chef Carlão de Oliveira (gastronomia).

Haverá ainda uma série de debates, chamados “Encontros e Conversas Circulares”, com mediação de Fábio Delbuque, com a seguinte programação: Arte Contemporânea Africana, Fernando Alvim e Daniel Rangel (18/07); Arte nas Ruas, com Eduardo Srur, Gustavo Godoy (BijaRi), Jaime Prades e Choque Cultural (20/07); Arte e Educação, com Agnaldo Farias, Mario Ramiro e Sérgio Romagnolo (26/07) e a exibição de “Daquele Instante em Diante”, documentário sobre Itamar Assumpção, dirigido por Rogério Velloso, que será comentado por Anelis Assumpção e Patrícia Palumbo (27/07).

Divulgação
 Música
Um dos destaques da programação do festival são os shows, que acontecem aos finais de semana, a partir das 23h, no Galpão Busca Vida. Nesta edição, foram convidados o grupo Tigre Dente de Sabre (07/06), Marcia Castro (14/06), André Abujamra (21/06), Anelis Assumpção (27/06) e para encerrar o festival o grupo Cidadão Instigado. Os ingressos custam entre R$10,00 e R$20,00.

Cinema
Com curadoria especial do cineasta Beto Brant, a programação do Cine Rancho dentro do Festival da Serrinha exibe quatro produções nacionais, com uma abordagem em comum: viagens. O ciclo começa com “O Mundo em Duas Voltas”, de David Schurmann (06 e 07/07); e prossegue com “Além da Estrada”, de Charly Braun (13 e 14/07); “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca (20 e 21/07) e Bollywood Dream”, de Beatriz Seigner (27 e 28/07).

Projeto Social
Por fim a Festival prevê ainda um projeto social que vai mobiliar crianças e jovens, que vivem em Água Comprida, bairro periférico de Bragança Paulista. A atividade será coordenada pelo Coletivo Choque Cultural e demais artistas de arte urbana envolvidos. O grupo irá fazer vários murais pelo bairro, tralhando a arte e a educação como elementos de transformação social.

Parque de Instalações
Nessa edição, além da realização do Festival, Fábio Delduque está tralhando para começar a tirar do papel um projeto pioneiro: transformar a Fazenda Serrinha num Parque de Instalações ao céu aberto. “O projeto já foi aprovado em Lei Rouanet e estamos em fase de captação. Contamos com as parcerias das secretarias de Estado da Cultura e Educação, além do Departamento de Arte da Unesp, para o núcleo educativo do parque”, explica Delduque.

A ideia é juntar às instalações permanentes “Laboratório da paisagem”, de Luiz Hermano, “Grande espiral”, de Bené Fonteles, “Nau”, de Eduardo Srur, “(I)mobiliário”, de Gustavo Godoy, “Fértil”, de Fernando Limberger, e “Mula sem cabeça”, do coletivo Bijari, que foram criadas ao longo dos 10 anos de Festival, com trabalhos inéditos. Os artistas convidados, que já começam a idealizar suas obras no local são Ana Paula Oliveira, Carlos Fajardo, Dudi Maia Rosa, Edith Derdyk, Floriana Breyer, José Spaniol, Laura Vinci e Rochelle Costi.

O Parque de Instalações da Serrinha será o único espaço expositivo e ambiente arte-educativo da região dedicado à arte contemporânea, e colocará à disposição da sociedade um  local de reflexão sobre as interferências humanas nos ambientes naturais.

11 º FESTIVAL DE ARTE SERRINHA - PROGRAMAÇÃO

SHOWS NO GALPÃO BUSCA VIDA
Dia 07 de julho, às 23h - Festa de abertura do Festival |Tigre Dente de Sabre
Dia 14 de julho, às 23h | Márcia Castro
Dia 21 de julho, às 23h | André Abujamra
Dia 27 de julho, às 23h (na Fazenda Serrinha) | Anelis Assumpção
Dia 28 de julho, às 23h | Cidadão Instigado

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 SERVIÇO
Local: Galpão Busca Vida
Endereço: Estrada da Serrinha, km 3
Classificação Etária: 18 anos
Capacidade: 600 lugares
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (estudantes)

CINEMA
Na área de Cinema, o 11º Festival de Arte Serrinha exibe no Cine Rancho uma mostra reunindo quatro produções nacionais, com curadoria de Beto Brant.

Dias 06 e 07 de julho
O Mundo em Duas Voltas -  Direção  David Schurmann (Brasil, 2007, cor, 92 minutos)

Dias 13 e 14 de julho 
Além da Estrada -  Direção Charly Braun (Brasil/Uruguai, 2010, cor, 86 minutos)

Dias 20 e 21 de julho
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios - Direção Beto Brant e Renato Ciasca (Brasil, 2011, cor, 100 minutos)

Dias 27 e 28 de julho
Bollywood Dream - Direção Beatriz Seigner (Brasil/Índia, 2010, cor, 83 minutos)

OFICINAS E PALESTRAS
Artes Plásticas
Dias 07 e 08 de julho (sábado e domingo)
Bené Fonteles - Ritual de paisagem
20 vagas – R$ 100,00

Dias 16 a 21 de julho (segunda a sábado)
Edith Derdyk - Caminhada como prática poética
15 vagas – R$ 300,00

Dias 23 a 28 de julho (segunda a sábado)
Dudi Maia Rosa - Pintura aberta (prática e discussões)
15 vagas – R$ 300,00

Música
Dias 07 e 08 de julho (sábado e domingo)
Badi Assad – Música da Badi
20 vagas – R$ 100,00

Dias 12 a 14 de julho (quinta a sábado)
Marcos Suzano
A percussão na música atual
30 vagas – R$ 100,00

Dias 18 a 21 de julho (quarta a sábado)
Alice Ruiz - A letra na canção
15 vagas – R$ 100,00

Dias 18 a 21 de julho (quarta a sábado)
Estrela Ruiz Leminski - A melodia na canção
15 vagas – R$ 100,00

Cinema
Dias 9 a 14 de julho (segunda a sábado)
Beto Brant - Cinedança
40 vagas – R$ 300,00

Fotografia
Dias 16 a 21 de julho (segunda a sábado)
Gal Oppido - Luz marginal procura corpo vago
25 vagas – R$ 300,00

Gastronomia
Dias 17 a 20 de julho (terça a sexta)
Chef Carlão de Oliveira
Qui da noi – A história da cozinha italiana (Emiglia Romagna)
12 vagas – R$ 250,00

Artes visuais
Dias 23 a 28 de julho (segunda a sábado)
BijaRi - Fundamentos da projeção mapeada
20 vagas – R$ 300,00

Dias 26 a 28 de julho  (quinta a sábado)
Dudu Bertholini e Ricardo de Castro - Realce de universos pessoais (moda e performance)
20 vagas – R$ 200,00

Festival infantil (crianças de 6 a 12 anos)
Arte Educadoras Ana Letícia Penedo e Tatiane Gutierrez
9 a 29 de julho (exceto domingos)
15 vagas – R$ 20,00 / dia ou R$100,00 / semana

Instalações Artísticas
O 11º Festival de Arte Serrinha terá ainda diversas instalações artísticas assinadas por nomes como Bené Fonteles, Bijari, Eduardo Srur, Fabio Delduque, Fernando Limberger, Gustavo Godoy, Luiz Hermano e Rodrigo Bueno.

DEBATES – ECONTROS CIRCULARES
Durante o festival, a programação inclui ainda diversos encontros e conversas circulares:
18 de julho - Arte Contemporânea Africana– Fernando Alvim e Daniel Rangel
20 de julho – Arte nas Ruas – Eduardo Srur, Gustavo Godoy (BijaRi), Jaime Prades e Choque Cultural
26 de julho – Arte e Educação - Agnaldo Farias, Mario Ramiro e Sérgio Romagnolo
27 de julho – “Daquele Instante em Diante” documentário sobre Itamar Assumpção dirigido por Rogério Velloso comentado por Anelis Assumpção e Patrícia Palumbo

PROJETO SOCIAL
Crianças e jovens dos bairros Água Comprida e Morro Grande poderão ainda participar de oficinas gratuitas. Com Coletivo Choque Cultural.
Crianças (6 a 12 anos) – dias 10, 12, 17, 19, 24 e 27 de julho.
Jovens (13 a 20 anos) – dias 11, 13, 18, 20, 25 e 27 de julho.

Exposição
30 de agosto a 04 de setembro no Paço das Artes / São Paulo
Informações e inscrições – (11) 2473 5051 / 7368 7997
2ª a 6ª, 10h às 17h e sábados, 10h às 14h

11º FESTIVAL ARTE SERRINHA
De 7 a 29 de julho
Curadoria: Fábio Delduque
Oficinas, palestras, residências artísticas, shows e um ciclo de cinema nacional
Patrocínio: Sabesp e Todovino
Inscrições e informações: Informações e inscrições: (11) 2473 5051 / 7368 7997

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Slag: banda completa um ano e lança primeiro CD

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Formada em 2011 em Paulínia, a banda Slag completa um ano de vida com o lançamento de seu primeiro CD. Para saber mais sobre esse sobre o registro dos caras, conversamos com o vocalista Buti que falou sobre o cenário local e o desenvolvimento de seu trabalho. Além de Buti, a Slag tem em sua formação os músicos Marco (guitarra), Pini (baixo/backing vocal) e Guilherme (bateria).


Canibal Vegetariano: O que levou vocês a fazer um som mais agressivo? Quais são as influências da banda?
Buti: Além de sermos influenciados por bandas antecessoras nessa mesma linha (às vezes nem tanto), o que nos levou a fazer esse som é por ser algo satisfatório, verdadeiro e coerente com o que pensamos, os conteúdos das letras... é uma forma sincera de expressar nosso descontentamento com a ‘realidade’.

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CV: Onde vocês buscam inspirações para os riffs e letras?
B: Em relação aos riffs, acho que a resposta a pergunta anterior responde um pouco esta. Nossas letras são baseadas em nosso cotidiano, nas relações humanas em geral, em algumas falhas sociais, etc. Mas sem querer apontar quem é ou não, o que deve ou não ser feito, enfim, sem colocar o dedinho na cara de ninguém pois, pode parecer clichê, mas é verdade: ‘sei que nada sei’.

CV: Como o público recebe a banda por onde vocês passam? E o cd?
B: Não fizemos muitas apresentações ainda, mas por onde passamos fomos bem recebidos pelo público, alguns mais empolgados, outros só curiosos, mas todos nos recebem bem. Já o cd, apesar de recém-lançado, tem rolado uma distribuição legal, mesmo sendo ‘abandonados’ pelo selo também recém-nascido, que se propôs a ajudar, hehe.

CV: Há bastante espaço para o som da Slag em nossa região?
B: Existem alguns espaços, mas acreditamos que deveria haver mais e com mais incentivos.

CV: Vocês são de Paulínia, cidade conhecida como pólo petroquímico e cultural. Vocês pediram apoio ao poder público para lançar o cd?
B: Não, não pedimos apoio ao poder público, pois há alguns anos tivemos experiências desagradáveis com as bandas em que tocávamos, talvez por não sermos adaptáveis a realidade almejada pelo poder público (corja engravatada) de nossa cidade.

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CV: Como vocês vêem as bandas que buscam este tipo de ajuda? Vocês pretendem um dia buscar essa parceria?
B: Acreditamos que o mais importante é fazer algo, portanto, cada um busca sua melhor maneira de fazer contando ou não com o apoio do poder público. Não pretendemos buscar essa parceria, mas também não descartamos a idéia de algum dia acontecer.

CV: Quais os planos para o futuro da Slag?
B: Haverá futuro? Hahaha. Não sabemos ao certo ainda, não traçamos exatamente um plano, mas estamos trabalhando em mais músicas e pretendemos claro, como qualquer outra banda, lançar mais discos, participar dos eventos, coletâneas, entre outros projetos que surgem por aí.

CV: Deixo o espaço para os comentários finais. Valeu pelo papo.
B: Valeu! Muito obrigado pelo espaço, foi um prazer... e lembrem-se: se beber, não dirija e se for dirigir... não dirija, beba! Um abraço. 

sábado, 16 de junho de 2012

The Concept: wrong way


A banda paulistana The Concept, que este ano completa 19 anos na estrada, lançou ontem, 15 de junho, em um show em Sampa, seu novo single intitulado "Wrong Way". Depois da execução, o single foi lançado em rádio com exclusividade no programa A HORA DO CANIBAL que é transmitido todo sábado, ao vivo pela Itatikids Web Rádio, das 10h às 12h.

Devido a qualidade da banda, nós nos sentimos muito privilegiados por fazer parte deste lançamento e agora  compartilhamos com todos os leitores do blog, essa nova canção. Torcemos para que muitos ouçam, pois em um tempo em que a mediocridade impera na maior parte dos meios musicais e também na imprensa, mostramos o poder da música. Ouça no volume máximo!!!!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Até quando eles vão aguentar?


Canibal Vegetariano


No sábado 26 de maio, a pessoa que vos escreve, e mais um casal de amigos, foram até o Bar do Zé, em Campinas, para conferir mais uma apresentação de uma das bandas mais clássicas do punk nacional, Os Inocentes.
No ano anterior, a banda havia se apresentado no mesmo local, mas este ano havia algo diferente no ar. O clima de outono reinava na parte externa, enquanto no bar, um bom público fez com que a temperatura estivesse alta durante todo o tempo. Enquanto a banda não subia ao palco, o som eletrônico animava a galera, com sons dos anos 80, vários de bandas nacionais.

Canibal Vegetariano

Após meia noite, a banda assumiu seu posto e sem demora começou a desfilar seu repertório. A primeira faixa que Os Inocentes mandaram foi "Aprendi a Odiar", seguido de clássicos como "Garotos do Subúrbio", "Medo de Morrer" e "4 segundos". Depois os caras foram mandando um som melhor que o outro.
Para a surpresa deste que escreve as mal traçadas linhas, eles tocaram "Nem tudo volta".  O som chegava ao final, quando eles tocaram três hits em que a galera tomou conta dos vocais. Na sequência, eles mandaram "Miséria e Fome", "Pátria Amada", e "Pânico em SP". Clemente tentou se despedir da galera, mas não conseguiu. Aí eles fizeram duas versões de clássicos do rock. Primeiro tocaram "Ace of Spades", Motorhead e "Quanto vale a liberdade", do Cólera.

Canibal Vegetariano 
Jogo ganho, público na mão. Mas os Inocentes são como vinho, melhoram com o passar do tempo, e para encerrar a noite eles mandaram "I Fought the Law", do The Clash. Ao final, do show, tivemos a certeza, o rock rejuvenesce. Ano passado o show foi ótimo, este último conseguiu superar. Então, vamos torcer para que eles voltem em 2013.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Como a Guerra das Malvinas impulsionou o rock argentino


Rolling Stone Brasil destaca, em reportagem especial, como o período pós-guerra determinou o ponto de partida para o ressurgimento do rock no país

Na edição de maio, a Rolling Stone Brasil traz uma matéria especial sobre a influência da Guerra das Malvinas no crescimento do rock argentino em meados dos anos 80. A partir da contextualização do conflito entre Inglaterra e Argentina, a reportagem mostra como a proibição de músicas em inglês no período posterior à guerra contribuiu para a valorização do cenário nacional, principalmente o rock.
Destacando as principais bandas e músicos que tiveram letras influenciadas pela guerra, como Charly Garcia e Flema, a matéria mostra como os acordes porteños silenciaram os zumbidos das munições inglesas. Foi na derrota que a cena rock nacional encontrou o grande momento de reafirmação. Hoje, os moradores de Buenos Aires são os fãs que mais gastam dinheiro com ingressos para shows, mais até do que os próprios ingleses.
Escrita pelo jornalista argentino Edgardo Martolio, com exclusividade para a Rolling Stone Brasil, a reportagem coloca o festival musical que angariou fundos para os combatentes das Ilhas como um divisor de águas no cenário musical argentino. Citando o rock nacional como a voz de todos que permaneceram calados nos anos de ditadura, Martolio afirma que o gênero musical foi, e ainda é, um dos principais responsáveis por acender o sentimento de patriotismo “hermano”.


Sobre a Rolling Stone
Fundada em 1967 por Jann Wenner (publisher até hoje) e Ralph J. Gleason, a Rolling Stone nasceu no fervor da contracultura hippie dos anos 60. Numa época em que as revistas em circulação desprezavam a cena musical, foi o primeiro veículo a tratar o assunto seriamente. Logo se tornou conhecida por permitir a livre expressão tanto do artista quanto de seus jornalistas, fazendo história com artigos pungentes sobre sexo, drogas, comportamento e política sem rabo preso. No Brasil a publicação está sob a responsabilidade da Spring Publicações.

terça-feira, 22 de maio de 2012

'A solidão das pessoas nessas capitais '


O título refere-se a música do cantor e compositor Belchior, mas ela define o que é o filme argentino "Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual". Apesar de ter amor no título, o filme de Gustavo Taretto está longe de ser romance água com açúcar como muitos longas acabam sendo. Medianeras reflete a solidão das pessoas não apenas nas capitais, mas em qualquer lugar, seja Buenos Aires, São Paulo, Londres, Itatiba, sempre há solidão, pois como dizia Kurt Cobain "...completamente sozinhos, é tudo que todos nós somos..."
A película argentina retrata duas personagens complexas. O homem é um craque da computação que sofre de fobia, depressão e que para sobreviver desenvolve sites. A mulher é arquiteta, nunca atuou na área, e trabalha em uma loja como vitrinista. Em comum, as personagens sofrem por causa do amor. O amor que depois de anos de dedição não rendeu frutos, apenas decepções, separação e um "zilhão" de questionamentos.
Em seu início, o filme apresenta várias imagens de prédios de Buenos Aires e essas imagens que sempre voltam durante o passar do tempo, faz uma analogia da cidade com a vida moderna, com os cidadãos. Um começo diferente, mas que mexe com a imaginação e faz com o que o telespectador comece a se questionar sobre seus atos. A estória não mostra pessoas felizes, longe disso. Trata de pessoas que sofrem, que são frustradas, depressivas, solitárias, pessoas com muitos medos, que tomam remédios controlados. Pessoas que não conversam com ninguém, que não se encontram. Pessoas que sentem a angústia e a revolta muito vivas em suas almas.
As personagens são solitárias, vivem em apartamentos cheios de bagunça. O pouco de relacionamento ocorre através de sites de relacionamentos e que acabam como relacionamentos superficiais que não passam de uma noite e que contribuem para que elas sintam-se ainda mais solitárias.
A trilha sonora passa por músicas clássicas, trilhas básicas de fundo e uma canção folk. No ritmo corrido da vida moderna, a estória retrata o vazio, a superficialidade. Pessoas que são vizinhas, que se encontram na rua e não se cumprimentam, pois não se conhecem pessoalmente. Pessoas que conversam apenas pela internet e que veem o tempo passar por suas janelas, assim como são os personagens de Franz Kafka. A cidade de fundo, a desorganização, o caos.
Entre uma música que toca no rádio e as estações do ano que passam, o filme chega a um final surpreendente. Com bela atuação de Pilar Lopez e Javier Drolas, "Medianeras" merece ser visto mais de uma vez, pois é complexo, denso, questionador com muita complexidade em suas entrelinhas.

domingo, 20 de maio de 2012

Nevilton no Terminal de Campinas


Nesta sexta-feira, 25, os usuários que frequentam o Terminal Metropolitano de Campinas poderão conferir o show da banda Nevilton, com os vencedores da categoria Experimente do Prêmio Multishow 2011. A apresentação faz parte do programa “Arte nos Terminais” da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU/SP.

O trio formado por Nevilton de Alencar (guitarra e voz), Tiago Lobão (baixo e voz) e Éder Chapolla (bateria), está na estrada desde 2007 com um som de diversas influências que mistura música brasileira e rock.

A banda já se apresentou em todas as regiões do Brasil e em Los Angeles (Califórnia, EUA) além participar a abertura do show do Green Day, em São Paulo, tocando para quase 30 mil pessoas. Em 2010, lançaram o EP “Pressuposto” que acumulou milhares de downloads e discos físicos espalhados pelo Brasil.  Atualmente estão lançando o seu primeiro álbum, o “De Verdade”.



Arte nos Terminais

O “Arte nos Terminais” é um programa da EMTU/SP que completará 15 anos em agosto, sempre buscando difundir a arte e a cultura, por meio de eventos nos Terminais Metropolitanos do ABC Paulista e de Campinas. As atividades, geralmente agendadas no final da tarde, no horário da volta para casa dos usuários, incluem apresentações de bandas, corais, teatro e exposições.


Serviço:

Evento: Apresentação da banda “Nevilton”
Estilo: Rock nacional
Data: 25/05/2012
Horário: das 17:30 às 18:30 horas
Local:Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira (Terminal Metropolitano de Campinas)
Endereço: Av. Lix da Cunha, 101, Bairro Bonfim - Campinas
*Gratuito

terça-feira, 8 de maio de 2012

Duas tardes com muito rock: “PONTA URBANA ROCK 2012”



Nos próximos dias 12 e 13 de maio, em Valinhos, cidade do interior paulista, rola a segunda edição do festival “Ponta Urbana Rock”. Uma das novidades para esta edição está na programação que se estende por 2 dias, com apresentação de oito bandas em cada dia, sendo 16 bandas, de diversos estilos, vindas de várias cidades diferentes, nos dois dias de festival.
Outra novidade está no local em que será realizado o festival. "PONTA URBANA ROCK 2012” acontece no Parque Municipal “Monsenhor Bruno Nardini”, sendo de fácil acesso, tanto para quem mora em Valinhos quanto para quem vem de outras cidades. E mais, o festival terá entrada franca.
“Ponta Urbana Rock” teve sua primeira edição realizada em fevereiro de 2011, contando com a participação de importantes nomes do cenário alternativo do rock ‘n’ roll nacional. E nesta edição, novamente, importantes bandas se apresentam: Questions (São Paulo), magüeRbes (Americana), Human Trash (São Paulo), Bad Taste (Campinas), Old News (Valinhos), Os Valetes (Vinhedo), Bang Loko Sound (Valinhos), Revoltzsp (Americana), Zardoz (Valinhos), Agnus Die (Vinhedo), Fetus Humanóides (Jundiaí), Nervosa (São Paulo), Girlie Hell (Goiânia), Hellsakura (São Paulo), Infecção Raivosa (São Paulo) e Oitão (São Paulo) são as atrações confirmadas para esta edição.
Com intuito de reunir bandas de rock com trabalho autoral, de diversos estilos, num espaço de trocas e vivências entre bandas, músicos e público, dentro do contexto da cidade em que se insere, cresce o festival, possibilitando, assim, encontros e trocas entre os artistas e as pessoas vindas de várias cidades diferentes.
Sobre o local em que será realizada esta edição, o Parque Municipal “Monsenhor Bruno Nardini” de Valinhos é tradicionalmente conhecido pela realização da “Festa do Figo”, que acontece anualmente na cidade, e este ano também recebe o festival “Ponta Urbana Rock” para a sua realização.
“PONTA URBANA ROCK 2012” tem apoio da Secretaria de Cultura e Turismo, da Secretaria de Esportes e Lazer e da Prefeitura Municipal de Valinhos; também apóiam oficialmente o evento, as lojas Disorder, Street Fun e Attitude Headbanger House. A realização é da Ponta Urbana - Articulando Produções.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dave Grohl - Nada a Perder


Michael Heatley - edições Ideal - 240 páginas

                A história descrita neste livro poderia ser mais uma de tantas que ouvimos e conhecemos diariamente. Um garoto que ao entrar na adolescência se interessa por música, faz diversas experiências com drogas, apaixonasse por um instrumento e entra para uma banda para viver o sonho de tocar rock'n'roll.
                Essa poderia ser mais uma história, mas ela é a vida de um cara que ajudou a mudar a história do rock no início dos anos 90 no século passado. Atualmente ele é considerado o cara mais legal do rock. O cara que várias bandas chamam para fazer participação especial, seja para tocar bateria, guitarra, cantar. Essa é a história de Dave Grohl, que poderia ser conhecido apenas como o baterista do Nirvana, mas atualmente ele é mais lembrado como vocalista do Foo Fighters.
                Em um livro com 240 páginas, Michael Heatley traz para os holofotes a história desconhecida, ou pouco conhecida, deste grande músico chamado Dave Grohl. O início complicado, as viagens em van para cidades pequenas para tocar para meia dúzia de pessoas. A dura vida na estrada, a falta de pagamento de cachês até sua entrada no Nirvana, a mudança no meio social, a depressão pós morte de Kurt e o iníco do Foo Fighters.
                Através de uma linguagem simples e direta, o autor passa toda a história de Dave e rapidamente de seus companheiros de banda. Fala sobre os projetos paralelos, as turnês, as alegrias e os momentos de crise vividos por músicos. O livro aborda também o lado familiar do músico, o primeiro casamento, a separação, um novo casamento, filhos e outros assuntos do cotidiano.
                Para resumir, livro recomendado para todos que gostam de rock e de saber mais sobre a história deste estilo musical que vai além de própria música. Um livro simples, de um cara simples mas que participou de uma das bandas mais importantes da história e atualmente toca em uma outra banda muito importante. Leia e deixe rock rolar. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Há luz no fim da garagem


Canibal Vegetariano
Hoje é uma data especial. Um dos picos mais legais para uma banda de rock se apresentar completa 5 anos. E os parabéns por mais um aniversário vai para o amigo e agitador Phábio Cookies, dono do Stúdios Phábiño, onde todo sábado rola a punkeragem. Às vezes ele também emenda a "sonzera" aos domingos.
Há exatos cinco anos esse cara começou agitando apresentações de algumas bandas e outras bandas apareceram e a cena não apenas no Guarujá, mas em todo litoral, ganhou um espaço tão raro e importante para que as bandas que se preocupam em fazer seu material, compor suas músicas, consigam se apresentar para pessoas com fome de rock e de novidades.
Para quem pensa que o rock morreu, que não há mais novidades, basta passar um sábado na punkeragem e conferir bandas não apenas locais, mas de várias regiões do estado. Estive duas vezes no estúdio com minha banda e nas duas fomos muito bem recebidos e as pessoas que estavam presentes estavam sedentas por música, diversão e tudo o que o rock pode oferecer.

Canibal Vegetariano

Nesse dia tão importante, pois somente quem vive no underground sabe o quanto é difícil manter banda, pagar estídio, gravar e descolar um espaço para fazer um som, sabe que um pico como o do Phábiño comemorar cinco anos é algo raro e heróico, por isso, divulgo a data no blog e faço votos de que esses cinco anos ganhe um zero á frente, pois o que é foi importante ontem, é hoje e será amanhã. Phábiño, espero que você continue com esta luta e nós estamos aqui para ajudá-lo, pois essa é uma luta de todos que gostam de boa música.
Para agendar ensaios, shows e conhecer mais sobre o Stúdio Phábiño, seguem os contatos: (13) 9738-2992, 8848-2992, 3341-7826; msn PHABIOLOPES@HOTMAIL.COM. O estúdio está situado na rua Silvio Fernandes Lopes, 165, Altos, sobre o antigo Bar do Botas.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dia da Loja de Discos


ATENÇÃO DISCOMANÍACOS!!!!!!

Comemore o "Dia da Loja de Discos" em uma loja perto de sua casa ou pela qual você tem muita afinidade.

Neste sábado, 21 abril, uma das lojas mais legais da região de Campinas estará com promoção de 20% em qualquer item do estoque. A loja em questão é Chop Suey Discos.

O texto abaixo foi enviado por Daniel ETE, proprietário da loja. O "Dia da Loja de Discos"é um dia comemorado internacionalmente no terceiro sábado de abril de cada ano. Sua finalidade é celebrar a arte da música reunindo fãs, artistas, lojistas e colecionadores.

A data especial foi oficialmente lançada em 2007 por Eric Levin, Michael Kurtz, Colliton Carrie, Amy Dorfman, Don Van Cleave e Brian Poehner e agora é celebrado em âmbito mundial através de shows, festas e lançamentos comemorativos da data.

Um dos lançamentos mais esperados para o "Dia da Loja de Discos" deste ano é o single ROCK N' ROLL IS THE ANSEW extraido do segundo álbum solo do finado vocalista dos RAMONES , JOEY RAMONE. “YA KNOW?”.

Para comemorar a data, ETE convida a todos a comparecerem em sua loja, das 9h até as 17h, para encontrar amigos, falar sobre, e ouvir muita, música e aproveitar a promoção comemorativa.

Se você mora em Campinas ou nas redondezas, o endereço é:  rua Barreto Leme, 1250, Centro, Campinas SP. telefone (19) 3236-0792

PS: A promoção não se estende a loja virtual, apenas a física

quarta-feira, 4 de abril de 2012

NoctVillains: Entre o folk, o pós punk e taças de vinho

Arquivo pessoal

O duo paulistano NoctVillains, formado por Roxy Lady e Vagner Sousa, traz de volta os sons pós punk que marcaram parte da década de 80 misturado com folk music. Mas, com um toque moderno e boas composições próprias, a dupla faz um som em que o ouvinte pode viajar sem sair do lugar. Com boa pegada e canções intimistas, a NoctVillains destaca-se entre as bandas independentes atuais. Para conhecer mais sobre o trabalho, o zine/blog Canibal Vegetariano conversou com o duo para saber mais sobre o trabaho realizado por eles.

Como surgiu a NoctVillains? Em quem vocês se inspiraram?
Roxy: Surgiu da necessidade de resgatar o tempo perdido com os nossos antigos trabalhos, onde deixamos pra trás muitas oportunidades de registrar nossos trabalhos com qualidade, devido muitas vezes a inexperiência e a sede por fazer shows. Não que isso tenha sido ruim, pois nos deu muita experiência de palco, mas devido a falta de dedicação para as gravações, tanto a X DEVOTION quanto o THE CONCEPT, deixaram de registrar seus trabalhos de maneira merecida depois de tantos anos de dedicação ... Então neste momento estamos tentando fazer algo mais simplificado com menos pessoas envolvidas, o mais simples e puro Rock, sem maiores complicações, nem rótulos, nem cobranças, apenas compondo, gravando e sem maiores pretensões...
Vagner: Aconteceu de estarmos juntos com o contrabaixo e taças de vinho. Toquei uma melodia e a Roxy cantou com extrema facilidade. Ali nascia a primeira música do NoctVillains (A kind of love) em poucos meses tinhamos umas 10 músicas e juntamos a fome com a vontade de tocar... As inspirações são muitas, uma delas é a música ruim e a fácil manipulação da mídia. Algumas bandas que nos influenciam depois das nossas próprias bandas, são: Velvet Underground, é claro, Roxy Music e Bryan Ferry, Joy Division, Jesus & The Mary Chain, The Cars, Frank Black, acho que influências são infinitas... Acredito que assim podemos continuar criando sempre.

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CV: Vocês já tinham ideia de ter uma vocalista mulher ou isso veio depois?
R: Nao tínhamos nenhuma ideia na verdade. Aconteceu naturalmente, quando vimos tínhamos formado um duo de Rock, apenas voz e violão, mas com uma levada bem pesada.
V: É isso, o NoctVillains nasceu com uma vocalista.

CV: Vagner, a NoctVillains é diferente da The Concept, ao menos para mim que estou ao lado de fora. E para você? Há alguma diferença? 
V: Cara, diferença tem logo na formação, mas pra mim é a consequência de tudo que vivo no The Concept. Inevitavelmente pelas composições porque participo de ambos os processos e por ter esse espirito livre de compor ensaiar e tocar...

CV: Quantos discos vocês lançaram?
R: Estamos apenas no início de tudo, apenas o EP Friends and Wines, e agora estamos em processo de gravação do nosso primeiro álbum, com várias composições. Estamos fazendo tudo com muita calma para sair o melhor possível e não cometer os mesmos erros do passado.
V: Bom esse EP é mais um presente para nossos amigos do que um trabalho oficial, quem sabe no futuro seja item de colecionador.

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CV: Como foi o processo de gravação do EP Friends and Wines? Vocês gostaram do resultado?
R: Nós gostamos do resultado, apesar de saber que ainda tem algumas falhas, pois foi feito meio as pressas, nada muito profissional, só queríamos saber como iria ficar e resolvemos lancar o EP apenas para divulgação do trabalho aos amigos.
V: Como disse acima, gravamos essas músicas com muito carinho, mas ainda não é um trabalho oficial e sobre o resultado, musicalmente, é o gosto pela simplicidade, eu gosto.

CV: Qual público vocês esperam atingir?
R: Não esperamos atingir um público específico... Acredito que quem gosta de Rock de verdade irá se identificar com nosso trabalho.
V: Acho que esse é o primeiro grande erro para alguém que quer montar uma banda e criar um trabalho, que porra é essa de atingir alguém? Outro dia eu ouvi um pós emo discursando em praça pública que estava montando uma banda, compondo músicas próprias e discutindo "qual público atingir?" Esse é o primeiro passo para ser enlatado e  ser apenas mais um PRODUTO na imensa prateleira do vasto corredor, no desprezivel supermercado da música, e pior, um país que vende qualquer lixo, onde o ex-presidente assinou um papel declarando um ritmo escabroso como PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL. Eu quero atingir a mim mesmo, faço música para me completar como ser, faço música por sorte.

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CV: E espaço para shows? Vocês têm feito muitas apresentações?
R: Fizemos algumas, em formatos diferentes, algumas só voz e violão, outras com bateria, mas estamos preparando novidades. Nossa última apresentação em dezembro, antes de darmos uma parada para as gravações foi no Rock na Vitrine na Galeria Olido, que nos rendeu um retorno muito bom por parte do público, foi muito satisfatório... Várias pessoas que viram um violão, voz e bateria, imaginaram que íamos tocar MPB, mas acabaram se surpreendendo com o som, que é bastante impactante, com muito peso, mas sem esquecer da melodia que a música necessita para moldar a voz da vocalista.
V: É isso, estamos tocando pouco, mas o objetivo é surpreender com a simplicidade.

CV: E os planos para 2012?
R: Planos por enquanto, gravar, gravar e gravar...somente depois de termos algo consistente em mãos, pensaremos em shows.

V: Estamos gravando e filmando. Abraço.

Para saber mais sobre o CD da NoctVillains acesse: http://canibalvegetariano77.blogspot.com.br/2012/02/noctvillains-friends-and-wines.html

domingo, 25 de março de 2012

Pugna: Mais de uma década de rock'n'roll


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A banda sorocabana está há 11 anos na estrada e entre lançamentos de álbum, EPs e mudanças na formação, continuam com muito pique e fome de rock'n'roll. Recentemente lançaram um split CD com a banda Maguerbes. Nós do zine/blog Canibal Vegetariano conversamos com o guitarrista Fábio que falou sobre a história da banda e também dos projetos futuros de sua trupe. Além de Fábio, a Pugna tem Richard no contra baixo, Fernando na guitarra, Márcio no vocal e Bruno na bateria.

Canibal Vegetariano: Cara, após 11 anos na estrada, com todas as dificuldades para manter uma banda atualmente, o que os mantêm na batalha?
Fábio: Bom ,todas as pessoas tem seus talentos , uns jogam bola, outros vendem drogas , outros roubam bancos, alguns combatem o crime, sei lá...Nós fazemos o que sabemos e temos talento para isso, não poderia ser diferente para mim, o rock me deu coisas que jamais poderia ter em outras situações e sendo assim sou devoto a ele.

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 CV:Qual a proposta musical do Pugna e quais as influências?
F: Nossa proposta é fazer o que sentimos bem ,os riffs saem de uma forma natural porque estamos no clima , gostamos de Rock e é isso que fazemos .Muitas coisas nos influenciou  nessa caminhada, não só a música como as atitudes, coisas como Fugazi, At the Driven In, Minor Threat, Mc5, Refuse, Queens of the Stone Age, Ramones, Black Flag,  etc ... Quando a musica é boa e bate  de alguma forma ela te contagia e a influência é automática sem pretensões.


CV: Vocês lançaram um EP em 2003 e três anos depois houve o lançamento de um álbum. Recentemente vocês lançaram um split com o Maguerbes. Houve outro registro neste intervalo?
F: Em 11 anos realmente foi complicado o processo de gravação e lançamentos, foi bem isso que você citou. Lançamos a demo “primeiro round” em 2002 com 5 músicas  e na sequência gravamos o álbum “Gladiadores na Arena”  com 13 músicas que ficou só no virtual para baixar pois a Pisces Records seria o selo que lançaria esse trampo, e como o cara é um puta sacana e um grande FDP  deu "mo mio" com conosco e ficamos esperando sair e não saiu, então acabamos disponibilizando só na net mesmo, e agora estamos com essa split com o Maguerbes que é uma puta satisfação para nós, lançando do jeito mais punk possível que é nossa cara.

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 CV: Por que vocês lançaram um split e não apenas um álbum de vocês? E fazer isso com a Maguerbes, era algo planejado?
F: Cara nós estávamos com 7 músicas quase prontas e me veio essa ideia de split , que antigamente sempre tinha entre as bandas punks e juntar duas bandas que não tem um segmento na cena saca, tipo, nós não somos HC ou indi ou garagem ou ... sei lá que porra é isso é rock e o Maguerbes é meio que isso também, então essa é a forma de duas bandas fazerem um corre com uma puta parceria onde quer que vamos, nós os levamos com a gente seja no físico ou apenas no CD e eles o mesmo. Os caras são muito firmeza e é umas das coisas que mais acertamos nesses 11 anos de Pugna.

CV: Como é o espaço para divulgação das bandas independentes em Sorocaba e na região?
F: Bom, no momento a coisa tá boa, com vários agitadores organizando eventos  e desbravando locais para apresentações de bandas em praças, bares, espaços da prefeitura, casas pequenas, loja, porão etc... Então tem espaço para tocar e organizar gigs com as nossas bandas prediletas, está viável e com o crescimento dos coletivos a coisa tende a melhorar cada vez mais.

CV: Em todo esse tempo de estrada, quais os lugares mais legais que já tocaram e qual a maior furada?
F: Todos os lugares que tocamos foram ótimos pois se abriram espaço para nós que somos toscos, tocar tem que ser um pico foda mesmo(risos). É sério, não quero bancar o boa praça, mas não tem essa, se formos até o local para tocar, temos que fazer o role ficar "loco"  e isso faz com que o show e o local seja o melhor. Mas temos várias histórias "locas" de shows como quase sermos presos no palco ou guitarras caindo da van em auto estrada, sinistro!

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CV: Em que as cenas regionais e a nacional precisam melhorar?
F: Precisam para de esperar cair do céu coisas que  que você tem que fazer por si só e parar de montar bandas para agradar produtores. Se você gosta de Rock faça com sinceridade que de alguma forma você vai ser recompensado.


CV: O que vocês planejam para 2012?
F: Bom estamos no corre de tocar e divulgar essa split..de resto sem planos ... deixar rolar que eles se formam no decorrer do ano... Paz e Rock a todos !

terça-feira, 13 de março de 2012

Uma outra história estadunidense


Ideal Records - documentário - 100 minutos

                Quando e onde ele nasceu não é possível afirmar com toda certeza, mas os punks sabem que entre o final da década de 70 e início dos anos 80, do século XX, o punk rock conhecia uma de suas vertentes mais extremas, o hardcore.
                Músicas mais rápidas e guitarras com mais distorção, bateristas que tocavam com uma pegada jamais imaginada, um público ainda mais insano e letras ainda mais diretas contra o sistema político da época e também em contestação ao estilo de vida, principalmente nos Estados Unidos.
                Tudo o que rolou nos seis primeiros anos deste estilo, entre a ascenção, queda e renascimento, está praticamente nesse documentário "American Hardcore - A história do punk rock americano 1980 - 1986". O filme de Paul Rachman, escrito por Steven Blush, inspirado no livro "American Hardcore - A Tribal History", vai diretamente ao ponto em entrevistas/declarações dos principais nomes da história deste estilo que 30 anos depois continua mais vivo que nunca.
                Entre entrevistas com músicos, fãs, zineiros e outras pessoas envolvidas com o estilo, o filme dá uma geral em tudo o que rolou em uma das épocas mais violentas e também mais criativa do rock. Se você busca conhecimento e quer conhecer mais sobre o punk e o hardcore, o DVD pode ajudá-lo, pois nada melhor do que a história ser contada, por quem fez história. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Promoção do Pelado n'A HORA DO CANIBAL


A partir do momento em que você ler este post até o próximo dia 31, está valendo a "Promoção do Pelado" do programa  A HORA DO CANIBAL em parceria com o zine/blog Canibal Vegetariano.
Para participar e ganhar um lindo DVD "Breaking Brazilian Bones in Europe Tour", documentário de Binho Miranda e Rogério Japonês, sobre a turnê do Leptospirose e Merda pelo coninente europeu, os interessados em ter esse DVD devem enviar e-mail para nkrock@hotmail.com com alguma frase tosca sobre nudez, ou foto da pessoa ou mesmo vídeo correndo nú por aí. A ideia é abordar a nudez, vale até recorte de revista. Não há limites para e-mails, envie quantos achar necessário.
Quem não mora em Itatiba, deve enviar o endereço completo no e-mail pois caso vença receberá o prêmio no conforto de seu lar sem custo algum.

terça-feira, 6 de março de 2012

Magüerbes: O rock chega à maioridade



Adams Fehlauer 55 11 71777710
 Há quase duas décadas na estrada, a banda de Americana, Magüerbes, foi formada em 1994 e lançou recentemente um split com os sorocabanos do Pugna. Para saber mais sobre esse trabalho conversamos com os integrantes da banda, que além do novo trabalho, deram uma geral na carreira. 


Canibal Vegetariano: Após muitos anos de estrada e mudanças de formação, quem integra o Magüerbes atualmente?
Magüerbes: Atualmente segue com Haroldo no vocal, Tuti e Douglas nas guitarras, Rafael no baixo e Ricardo na batera.

CV: Vocês completam 18 anos em 2012. Quais os pontos positivos e negativos nesse tempo de estrada e o que faz com que vocês continuem batalhando na cena independente?
M: Os pontos positivos são vários. Desde a oportunidade de poder viajar para poder tocar, conhecer pessoas no Brasil inteiro, ter um ideal, um propósito para viver, além de poder “fugir” da rotina “trampo/casa”, sem contar os ensaios e produção dos discos, que são momentos de extrema terapia mental. Não consigo lembrar no momento de nenhum ponto negativo, mas eles existem. Podemos citar, por exemplo, a falta de estrutura de determinados lugares e o anti-profissionalismo de alguns produtores. Mas como você bem disse, isso tudo faz parte da batalha diária de se ter uma banda independente, que corre com recursos próprios. O prazer de tocar, viajar, pegar estradas e madrugadas junto com amigos é o que nos faz continuar batalhando na árdua estrada da cena independente brasileira.

CV: Há quase duas décadas na estrada, o que mudou de quando vocês começaram para este início de ano? Podemos dizer que existe uma cena no interior? Melhorou ou piorou?
M: Desde quando começamos mudou muita coisa, por exemplo, não tínhamos lugar nem equipamentos para ensaiar, hoje em dia tem uma porrada de estúdios de ensaio. Também não existia Internet, a comunicação era feita por cartas, telefone e através de revistas e zines especializados. A gente tocava em festas juninas de bairro e de escolas, dificilmente tinha um show de alguma banda considerada na cena, até porque não existia lugar e, em especial na nossa cidade, Americana, esse problema ainda existe, temos 1 ou 2% de apoio do poder público aqui para realizar eventos. Até que veio o Juntatribo né... hahah que com toda certeza foi o pontapé que faltava para uma cena que estava se formando no interior de São Paulo, especialmente em cidades da RMC. Hoje em dia podemos dizer sim que existe uma cena no interior, porém, essa cena já foi melhor na metade da década passada. Resumindo, de quando começamos até hoje, melhorou bastante, mas ainda falta espaço e investimento.

CV: Vocês lançaram recentemente um split com a banda Pugna. Vocês os escolheram para dividir o disco ou foi ao contrário?
M: O Pugna é uma banda “fudida” de Sorocaba que corre com nós há alguns anos, e a ideia de fazer um split surgiu de ambos. Nós estávamos querendo gravar algumas músicas e eles já tinham algumas músicas prontas já gravadas e resolvemos que iríamos lançar um disco junto. Essa conversa toda começou em 2009/2010.

CV: Como rolou o processo de gravação e como vocês divulgam este trabalho?
M: Cada banda correu de acordo com o tempo disponível pra fazê-lo. O Maguerbes estava numa situação onde a gente se encontrava em shows, não tínhamos muita rotina de ensaio. O Leonardo (antigo guitarrista) estava saindo da banda, mas quis gravar o disco até porque ele ajudou na composição das músicas. O Danado, que era o outro guita, assumiu quando o Léo saiu. Também gravou, mas também já havia escolhido o caminho que ele queria, então sobrou eu, o Tuti e o Haroldo para correr com mix, master, etc. Nessa época, a banda quase acabou e quase que esse split não sai, mas resolvemos fazer porque já havia muita gente envolvida nesse processo todo. Gravamos no mesmo estúdio onde foi feito o Modelo de Prova, com o Luis Gustavo Venturim, o famoso Granja, que é um cara que trabalhou com a gente e se identificou com nós, e vice-versa. A divulgação desse disco está sendo feita através da Internet, em sites como o Trama Virtual, estamos vendendo nos shows e mandando via Sedex para festivais e veículos de comunicação de todo Brasil.
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CV: Ultimamente muitas bandas têm feito seus lançamentos em formato split. Existe algum motivo especifico para isso ou é apenas curtição?
M: Acredito que além da curtição de poder dividir um trabalho desses com alguma banda parceira, também fica mais viável na hora de pagar as contas (risos). Talvez role um saudosismo dos tempos áureos dos 80’.

CV: Quando eu era moleque, em meados dos anos 90, muitos caras seguiam para Americana para adquirir discos, principalmente de metal extremo pois havia uma loja especializada no assunto. Vocês também frequentavam essa loja? Quais são as principais influências da banda?
M: Opa! Claro que frequentávamos (risos), a Heavy Metal Rock. Era lei aos sábados de manhã ir a heavy encontrar os camaradas, comprar alguns discos, gravar fitas, etc. Era lá que se encontravam os metaleiros de Americana e região. Acho que as influências da banda, de tantas coisas que vimos e ouvimos, desde os primórdios, varia muito e vai muito além de bandas e estilos musicais, mas podemos dizer que se teve uma influência forte na sonoridade do Maguerbes, foi a cena roqueira alternativa que surgiu no começo dos anos 90, fim dos 80, com bandas como Faith No More, Sepultura, Slayer, Deftones, Helmet, RDP, Fudge Tunnel, rap nacional, rap gringo, etc.

CV: Quais os principais shows em que a banda se apresentou? Por quê?
M: Teve vários na verdade, difícil vai ser lembrar de todos, mas podemos destacar alguns que fizemos pelo sul, como em Guaramirim-SC, no saudoso Curupira, onde rolava o encontro da Cultura Underground, foi muito bom pela receptividade do povo roqueiro daquela região, principalmente porque foi a época que estávamos lançando o single Soco. Então fomos com um monte de CDs e camisetas e voltamos sem nada, isso foi importante para perceber que talvez não estávamos fazendo algo que agradava só a nós da banda ou aos amigos, mas também pessoas que nunca tínhamos visto na vida. Todos os shows que fizemos em Goiânia, tanto no Goiânia Noise, quanto no Bananada foram muito fodas porque aí já foi pra um público de mais de duas mil pessoas, onde até então isso para nós era um grande desafio! O role que fizemos pelo Mercosul foi importante também pelo fato de estarmos desbravando um território até então novo pra nós, outra língua, porém, mesma cultura. Posso destacar também o role pelo Brasil. Fizemos com o Dead Fish, no New Skate Tour, onde tocamos para um público muito grande, estrutura foda e cidades e estados que não havíamos ido. Nesse role percorremos o sul, sudeste, nordeste.

Adams Fehlauer 55 11 71777710
CV: E para este ano, quais são as metas?
M: Para este ano estamos trabalhando num disco novo que é bem provável que saia até o fim do ano. Estamos com nova formação e numa sintonia de ideias bem saudáveis e produtivas. E também tocar pelo Brasil para desovar esse split que estamos na mão.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para vocês. Valeu.
M: Nós que agradecemos a oportunidade e espaço desse zine que é foda e que acompanhamos há algum tempo. Parabéns pelo trabalho e continuem na batalha. Nossos canais de troca de ideias e comunicação em geral podem ser encontrados no Facebook, discografia para download no Trama Virtual, Fotolog, Youtube, Twitter, etc. É só digitar “maguerbes” no Google (risos).