quarta-feira, 26 de junho de 2013

Três discos que você precisa ouvir

 Krias de Kafka - O mundo não acaba nunca - independente
                O que escrever sobre uma banda que lança um disco muito rock'n'roll e ainda por cima traz letras poéticas entre as melodias? Há sim o que escrever, pois é um disco para quem gosta de boa música e curte acompanhar o embalo com o encarte na mão, para sacar o que é cantado e refletir.
                Sobre o registro, é preciso dizer que a qualidade sonora é algo muito bom, bem gravado, com todos os instrumentos bem audíveis, mesmo quando entra o vocal, ponto positivo para gravação. O disco ainda tem um belo trabalho gráfico e vêm com ficha técnica, letras e agradecimentos.
                As músicas são casos a parte, são nove registros e é difícil escolher um destaque, mas como em todo disco, sempre tem aquela que chama mais atenção, seja pelo som ou pela letra. Os riffs de guitarra são precisos, assim como a marcação da bateria e os vocais de Matheus Novaes, em alguns momentos, nos leva ao desespero, no bom sentido da palavra.
                Entre todas as músicas, a terceira faixa "Coca Cola e diazepan" é uma das melhores canções que ouvi nos últimos tempos, ela é rock, pop, punk, simples e complexa ao mesmo tempo, se é que isso seja possível. Outra faixa que merece destaque é quinta, "Johnny Thunders", em que Matheus grita do fundo da alma "...cada esquina, avenida vazia, do meu carnaval...". Como disse em uma entrevista com eles, Krias de Kafka fazem rock e ponto!

Lomba Raivosa - Choula - Laja Records

                O trio paulistano Lomba Raivosa lançou recentemente mais um disco, desta vez intitulado "Choula". Nesta gravação os três companheiros misturam punk, ska, hardcore de maneira muito interessante, sem fazer dessa mistura algo chato.
                O disco tem clima bem descontraído com letras que sacaneiam muitas pessoas e comportamentos e desfilam pelos estilos descritos acima, mostrando que o rock sem compromisso quando feito de maneira natural é muito bom. Pois o rock não pode ser levado a sério mesmo, tem que uma dose de ridículo como uma vez disse Marco Butcher. E os caras fazem isso, tanto que se intitulam, "a pior banda do mundo".
                Apesar desse título, os caras mandam muito bem nesse novo registro que apresenta uma ótima gravação, sem citar o ótimo trabalho de arte gráfica e também do encarte do disco plástico. Das 15 músicas executadas em pouco mais de 20 minutos, os destaques são "Nostalgia", "Benguer", "Ego'n'Roll" e "Reveillon". E como o disco todo é um rock sem compromisso, ele é encerrado com "chave de ouro", em que Dinho, vocal do Capital Inicial, agradece aos que ouviram. Nota dez!

Shame - Aos pobres, podres e derrotados - Cachorro Sarnento

                Shame é uma banda de Paulínia que lançou em junho seu mais recente trabalho, intitulado "Aos pobres, podres e derrotados". O disco soa como bandas que misturam vários estilos, entre eles o punk e o hardcore, principalmente aquele do final dos anos 80 do século passado.
                O lançamento dos caras teve todo capricho nas gravações, algo que tem sido destaque nas gravações das bandas independentes atualmente, mas o que chama atenção é o trabalho de encarte, que na verdade é um poster, muito bem feito, com desenhos, colagens e as letras para quem quiser acompanhar.
                Ao ouvir o disco, lembro da banda ao vivo, já os vi no palco, e soa muito parecido, outro destaque para os caras. As letras e músicas são bem trabalhadas, eles não ficam apenas em um som linear e batendo "na mesma tecla" na hora de compor. Entre as sete faixas que compõem a "bolachinha", os destaques ficam para "Livre" e também "Paradigmas", mas isso é opinião pessoal, por isso compre os discos citados e tire suas próprias conclusões.

                

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Hora do Canibal voltou

O programa A HORA DO CANIBAL voltou e quem não consegue acompanhá-lo ao vivo, nas noites de segunda-feira, às 22h30, pela rádio Click Web, http://www.radioclickweb.com/ tem possibilidade de curtir o rock que rola solta no programa por meio do podcast. Para ouvir os absurdos, acesse os links.


Parte 1


Parte 2

sábado, 15 de junho de 2013

'Democracia é barulho'


Foi com essa frase que o filósofo Vladimir Safatle definiu os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, ocorrido na quinta-feira, onde várias pessoas ficaram feridas. Ainda de acordo com o filósofo, a pessoa que não gosta de barulho, deve buscar um local tranquilo e criar uma ditadura, pois democracia é o povo nas ruas.
O comentário do filósofo foi feito durante exibição ao vivo do Jornal da Cultura na quinta-feira, onde uma repórter da emissora acompanhava em meio ao caos, toda movimentação. Mesmo em canal estatal, o pensador não teve medo de tecer comentários firmes sobre a situação e criticou abertamente as autoridades.
Por meio desse pensamento, nós do Canibal Vegetariano não poderíamos deixar um momento como esse passar despercebido e resolvemos por nosso dedo mindinho nesse assunto. Talvez o que esteja em discussão não seja apenas um aumento abusivo na tarifa do transporte, mas sim todo inconformismo com os mandos e desmandos de autoridades e "politiqueiros" que posam de pseudodemocratas.
A reclamação não deve ocorrer apenas pelo aumento, mas sim por todo meio de transporte precário que nós brasileiros temos que conviver diariamente. Ônibus ruins, ruas esburacadas, insegurança, profissionais sem capacitação e muitos mal educados, impostos abusivos. Tudo isso em praticamente todas as cidades brasileiras, não apenas em São Paulo, no interior do estado também enfrentamos esses problemas.
Itatiba, cidade onde fica a galera do Canibal, o preço da tarifa ao usuário atualmente é R$ 2,50, sem somar os R$ 0,20 que a empresa recebe de subsídio da prefeitura, que na verdade somos nós mesmos que pagamos pois a administração municipal repassa dinheiro público, que é arrecadado por meio de impostos, em muitos casos, abusivos. Há informação que essa tarifa aumente para R$ 2,70 na próxima semana e com subsídio chegue a R$ 2,90.


Uma tarifa de R$ 2,90 para andar trechos de cerca de três, no máximo quatro quilômetros, há algo errado por aí. As ruas da cidade estão horríveis, falta iluminação suficiente, muitos buracos, excesso de carros e o trânsito não flui de maneira adequada. Pessoas são levadas ao estresse. Feita análise por esse ponto de vista, conseguimos entender que os manifestos precisam ocorrer, o povo precisa realmente invadir as ruas e clamar por seus direitos, pois na política partidária, o povo é patrão e prefeito, governador, vereador, presidente e deputados, são funcionários, mas é somente nesse sistema que o patrão nunca é ouvido.
Novamente citamos Safatle, pois ele comentou que todo manifesto tem que ir para as ruas, as principais, e parar tudo, pois só assim os integrantes serão ouvidos ou ao menos percebidos. Não se pode criar um "manifestódromo". O povo finalmente parece que acordou do pseudo sonho de país desenvolvido e passa cobrar seus funcionários.
Outro manifesto interessante ocorreu em Brasília, ontem, onde um grupo de cerca de 300 pessoas fechou uma das ruas que dá acesso ao estádio Mané Garrincha e gritou a presidente que o povo não quer ter estádios caríssimos para prática de um futebol pífio e sim moradia, saúde, educação e oportunidade.

Claro que nós do Canibal gostamos de futebol, mas antes da diversão, sabemos de nossas obrigações e nada mais certo do que fazer um "grita" contra toda a sujeira que está por trás da organização da Copa das Confederações e do Mundo. Vamos gritar juntos, pois quanto mais forte o grito, mais ecoa e a possibilidade de acordar pessoas que sonham viver em um país que cresce, mas na verdade retrocede, é grande. Penso que ainda existe uma luz no fim do túnel, de vela, mas há. Deixamos aqui os parabéns a todos que foram às ruas. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Don Ramón: garotada boa de hardcore

Divulgação

Formada por Artie Oliveira nos vocais, Pedro Lizard nas guitarras, Paulo Carvalho no baixo e João Cavera na bateria, a banda campineira Don Ramón lançou recentemente seu primeiro registro em quase dois anos de estrada. Com tanta energia e vontade de apresentar material para galera, nós do Canibal Vegetariano conversamos com Artie para saber mais sobre essa banda e os motivos que levaram a fazer um som tão visceral. Abaixo, você confere entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Por que Don Ramón? Seria uma homenagem ao seu Madruga?
Artie Oliveira: Bicho, ao mesmo tempo em que é uma clara referência ao Madruga, o nome é uma piração minha por causa de uma pá de banda de barulheira com nome desse tipo (Derci Gonçalves, Charles Bronson só de exemplo de bate-pronto). Eu tava voltando para casa depois de um de nossos  ensaios e do nada veio o nome!

CV: Como surgiu a banda?
AO: O começo do Don Ramón é uma parada meio engraçada, porque fora eu, um office-boy pé rapado, a rapeize é tudo estudante, sendo dois secundaristas e um na faculdade. Tudo começou com o Lizard, o Paulo e o Du, que era o segundo guita e saiu um pouco antes da gente entrar em estúdio. Eles estudavam na mesma sala e um dia, se juntaram para tocar numa festinha que a escola deles promoveu. Até então era só diversão e tal, mas um dia eles decidiram levar a fita a sério e foi quando apareceu a primeira baterista, Ysa Gonzalez, que toca hoje no Luce e outra menina como vocalista, que logo saiu fora. Foi nessa que eu entrei: A Ysa anunciou que o “T.D.G.” precisava de vocalista e por intermédio de uma amiga nossa em comum, eu entrei na parada. Foi amor à primeira vista de ambas as partes: eu chego pra fazer o meu teste e dou de cara com um garoto de apenas 16 anos, o Lizard, vestindo uma peita do Morbid Angel. Na época, eu tava pulando de galho em galho atrás de banda e por consequência, minha voz tava uma merda e mesmo assim, eles adoraram ver aquele gordinho baixinho berrando pra cacete e circulando pela sala como se estivesse em cima do palco. Instantaneamente, eu virei o vocalista. Como a gente (Eu, Lizard, Du e o Paulo) tava na pira de mandar um Thrashcore, a Ysa acabou pulando fora. Ficamos na procura de um baterista por quase um ano e os poucos shows que rolaram nesse meio tempo, foi com camarada quebrando galho. O Cavera entrou na banda um pouco antes do Du se mandar e assim surgiu o Don Ramón como se encontra hoje!

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CV: Quais as principais influências de vocês?
AO: Coisa pra caralho: desde coisa bagaceira pique Leptospirose, Mukeka di Rato, Merda, Muzzarelas, Coice de Mula, passando por umas paradas “casca grossa” como o RDP, Dead Kennedys, Lethal Charge, Slayer, Black Flag, fora coisa bonitinha: Descendents, Offspring, Teenage Bottlerocket; Coisa clássica: Ramones, Misfits, Motorhead, Iron Maiden, Anthrax e finaliza em fita totalmente nada a ver com o que a gente toca: Helmet, Prong, Korn, Deftones, Magüerbes, Tolerância Zero, Adrede, Huaska...

CV: Como rola o trabalho de composição dentro da banda?
AO: É naquelas de “junta os pedaços e vê no que dá”! Tem coisa nossa que é material velho que eu tinha feito pro Carcaça (minha primeira banda). Tem hora que eu ou o Paulo chegamos com letra, o Lizard vem com uma levada/riff de guita e o Cavera traduz isso no jeito dele de tocar. Em outras, um vem com o som todo pronto e ele é refeito pra poder encaixar na pegada de todo mundo, enfim... É um processo muito doido que gera as musiquinhas juvenis que a gente faz! (risos).

CV: Fale um pouco sobre o primeiro registro da banda. Onde foi gravado? Como rolou esse processo, pois o resultado, em minha opinião, ficou acima da média.
AO: Fico feliz para caralho que você tenha gostado do Fat Boy, mano! A gente gravou esse disquinho cheio de gordura e hormônio adolescente num estúdio legal pra cacete daqui de Campinas, chamado de “República do Som” entre janeiro e março desse ano! A produção dele foi sob minha batuta e o gordinho cabuloso da capa foi assinado pelo Vicente Tortello, camarada meu da época do Carcaça e professor do Lizard. Volta e meia eu vejo que geral anda elogiando o play a rodo sem saber que, na real, se trata de um disco feito com a modesta quantia de R$ 600. A gente mixou no estúdio mesmo e eu levei para casa para Masterizar. O resultado final dele, pelo tipo de gravação que a gente fez (Ao Vivo e em Hi-Fi), ficou soando muito “década de oitenta” e eu te garanto que nós quatro piramos grandão no jeito que as músicas ficaram.

Divulgação
CV: Quais os lugares que a banda tem se apresentado? Vocês cobram cachê?
AO: Os últimos shows nossos foram: em Limeira num puta rolê lindo ao lado do Zumbi Radioativo (Americana), Lagostas Inflamáveis (Campinas), Nosegrind (Monte Mor) e o The Flamini Bridge (Hortolândia). Depois desse, rolou um em Valinhos com o B-Elleven Tour (Monte Mor). O pouco de grana que a gente recebeu nesses shows, ou foi de rateio de bilheteria ou foi da venda do nosso play e tem servido pra gente fazer algum corre nosso, desde ensaio até Merch mesmo.

CV: Como será o processo de divulgação deste trabalho?
AO: O “Fat Boy Strikes Again!” ta circulando por aí desde o dia 15/04, tanto pela internet (via BandCamp: http://donramonfuckinrules.bandcamp.com/) quanto na nossa mão nos shows e em meia dúzia de loja de disco, como a Chop Suey, daqui mesmo! Nosso próximo show é dia 07/06, em Indaiatuba, no Plebe Bar. Depois disso, é muitíssimo provável que a gente saia, junto com o Zumbi Radioativo, em turnê pelo interior em Julho. A gente tem que fazer esse disquinho circular grandão por aí de um jeito ou de outro, campeão!


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CV: O que podemos esperar do Don Ramón para os próximos anos?
AO: Para os próximos anos pode ter certeza que todo mundo vai ser maior de idade, engordar, envelhecer e ter pelo menos um full-length na roda! Isso aqui (ter banda, produzir material e fazer qualquer corre relacionado a som) é a minha vida desde que eu tinha 16 anos. Pelo pouco que a gente circulou por aí, isso a cada dia tá virando a rotina dos meninos, o que me deixa feliz pra porra, já que pela primeira vez, eu sou o tiozão da banda, tanto de idade quanto de tempo dentro do independente!

CV: Deixo espaço para as considerações finais e claro, para o merchan de vocês.
AO: Valeu aí Canibal Vegetariano pela entrevista! Estamos nessa já vai pra dois anos, temos um disquinho “bão dimais da conta, sô!” que custa um pouco menos do que uma passagem de busão pra Americana e queremos tocar em qualquer lugar que tiver nesse esse mundão sem porteira de “Chessuis”. Pra quem quiser trocar ideia diretamente com esse gordinho que vos fala e a patotinha juvenil, anota aí: http://www.facebook.com/donramonbr. E é isso é tudo, pessoal!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Hoje a Rádio Blá

por David 'Geffen' Bueno

À 0h45 de 26 de maio deste ano, começava mais uma noite onde o Rock (não) Errou. João Luiz Woerdenbag Filho, vulgo Lobão, sobe ao palco e sem muitas delongas inicia sua apresenação na Virada Cultural, em Jundiaí.
Confesso que ao chegar no Parque da Uva não existiam grandes expectativas quanto ao show da noite, no mais iríamos ver um ícone da música popular brasileira. O ambiente não estava muio favorável, principalmente o clima que ao pensar no nome do local, Parque da Uva, me fez lembrar da produção vinícola das regiões frias da Itália, ou sem precisar de um deslocamento tão grande, da Serra Gaúcha, que com seus vinhos doces não engana os paladares mais aguçados mas traz enorme alegria e satisfação para aqueles que procuram apenas se embebedar.
Assim fomos, crendo que seria como um porre de vinho doce, gostoso, mas poderia ser melhor, e não bastesse o frio, como na maioria dos eventos, a fumaça toma conta, símbolo de liberdade demonstrado nos comercias da Hollywood ou Marlboro, estes que muitos “disseminadores” se quer assistiram. Os disseminadores com seus cabelos, furos e rabiscos, não sei ao certo mas acho que disseminar o PopCult é o que há para se fazer.
O próprio Lobão ao tocar Me Chama (Ronaldo Foi pra Guerra, 1984), demonstrou que a cultura popular da década de 80 ainda reflete nos dias atuais, graças a “seres jovens”, a exemplo um homem de aproximadamente 50 anos que em meio a tantos jovens disseminadores pulava e cantava, estes mesmos seres jovens cantaram aos sons de Decadence Avec Élégance (Decadence Avec Élégance, 1985), Blá Blá Blá... Eu Te Amo (Rádio Blá) (Vida Bandida, 1987) e Vou te Levar (A Vida é Doce, 1999), essa tocou em um dos blocos que o próprio disse ser o mais romântico e antes de contemplarmos com mais este clássico de sua carreira declarou tê-la escrito à sua esposa (Regina).
João Luiz que nos surpreendeu com sua apresentação impecável, apesar de um de nós discordar com o a versão de Help! (The Beatles - Help!, 1965) e preferir que fosse (I Can't Get No) Satisfaction (The Rolling Stones - Out of Our Heads, 1965).
E diferente dele (se ouver alguém de cabelo diferente, piercings e alargadores e tatuagens sem signifcado lendo não se ofenda, procure sua energia interior e vá ouvir o Emo oitentista), pois, nos últimos meses vi e ouvi alguns artistar como: Guilherme Isnard (Banda Zero), Marcelo Nova (Camisa de Vênus), Kid Vinil, Kiko Zambianchi, Ritchie, estes em um mesmo evento em minha terra natal e ouvi também Autoramas, cujo vocalista Gabriel Thomaz, um dos membros fundadores da extinta Little Quail and The Mad Birds, já teve o prazer de compor com outras grandes bandas como Raimundos e Ultraje a Rigor, e estes artistas e bandas me fazem crer que o Rock ainda depende do passado para ser bom no rádio.


Apesar disso, vi e ouvi muita coisa boa fora do rádio assim como a excepicional Topsyturvy, de Mogi das Cruzes, que espero presenciar em novas apresentações. E aos disseminadores da PopCult, peço que compareçam aos shows de bandas como essa que mencionei, pois para que se tornem membros da cultura popular elas só dependem de vocês.

Como Lobão tinha que terminar com algum discurso, ele apareceu com um que eu particularmene adorei (pau no PT) e eu sobre alusões de um jovem Vô que não viveu o tempo que contempla, mas ele antes di discursar fechou de um jeito meio “spank punk violento” com Corações Psicodélicos (Ronaldo Foi pra Guerra, 1984).

PS: Foto retirada do site G1

terça-feira, 21 de maio de 2013

Autoramas detona em Campinas


 Canibal Vegetariano 
Sexta-feira, para muitos dia de sair para curtir, mas para nós do Canibal Vegetariano, além da curtição, fomos para fazer algumas fotos e registrar a apresentação de uma das bandas mais importantes do cenário rock independente do Brasil, o Autoramas, que há mais de uma década faz rock, sem frescuras, músicas diretas e com guitarra limpa e baixo distorcido.
                Só para variar um pouco, a trupe do Canibal saiu atrasada devido aos compromissos profissionais. Mas, mesmo com atraso, deu para papear com conhecidos, trocar ideia sobre a cena independente e também jogar bilhar, enquanto que nas caixas de som do Bar do Zé o rock rolava solto, preparando a galera, que compareceu em bom número, para acompanhar a apresentação da banda.

Canibal Vegetariano 
                Depois do papo, da jogatina, chegou a hora do show. Posicionamento próximo ao palco para conferir de perto todos os detalhes. Já havia visto uma apresentação deles na Virada Cultural em 2010, mas nunca havia ficado tão próximo. E o show foi tudo aquilo que se esperava. Gabriel Thomaz com todas suas coreografias, guitarra limpa e acompanhado pela galera em meio às canções. Flavia Couri, além da beleza, executa muito bem suas performances, com seu baixo distorcido e manda bem nos backing vocals e carisma. E na batera Bacalhau, com pegada precisa e em várias oportunidades levantava de seu kit para participar da coreografia.

Canibal Vegetariano 
                Em mais de uma hora a banda apresentou canções do último lançamento "Música Crocante" e também clássicos de seus outros discos, como "Fale mal de mim", "Carinha triste", "Você sabe", "Caty chorus". Foi um show de rock na medida certa, músicas tocadas com vontade e precisas, o público cantou, dançou, comemorou. Mais rock que isto, impossível. Espero, muito em breve, ver outra apresentação, pois o rock do Autoramas é honesto!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Os Vulcânicos: uma 'erupção' de rock'n'roll


 I Hate Flash
Os Vulcânicos são daquelas bandas que quando você ouve logo lembra de muitas coisas feitas ao longo de décadas e anos, mas mesmo assim, eles conseguem soar com algo novo. A mistura do pós moderno com rock dos tempos de ouro, faz dessa banda ser uma novidade muito bem vinda e quem gosta de rock para agitar e se divertir, nada melhor do que ouvir o som desses caras. Para saber mais sobre esse trabalho, conversamos com o guitarrista e vocalista Dony Escobar, que também ataca no baixo da banda Os Estudantes. Abaixo você confere entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Cara, como surgiu Os Vulcânicos, quem são os integrantes atuais? Houve mudança na formação?
Dony Escobar: Bem, tudo começou em 2009. Tocávamos covers em um bar pé sujo na Lapa (Rio de Janeiro) todas as sextas e sábados. A nossa ideia era tocar coisas legais, que geralmente não se ouve ao vivo em bares. O que chamou atenção das pessoas, acho que foi o fato da gente envenenar esses covers e transformá-los em uma coisa meio nossa. Sem contar também que éramos muito barulhentos e tocávamos muito alto para uma banda de bar.
 Depois de 2 anos metidos nessa roubada, resolvemos compor algumas músicas e logo mais, seria lançado o nosso primeiro EP com 5 músicas. Sendo uma delas versão Surf/Instrumental para o clássico Juízo Final do Nelson Cavaquinho. Começamos como um quarteto. Depois viramos um trio e tínhamos vários bateras “subs” até o Zozio assumir de vez as baquetas. A formação atual é: Eu (guitar/voz), Zozio (bateria/voz) e Filipe Proença (voz/baixo). 
 Patricia Moreira Lima
CV: E essa sonoridade meio garage rock, anos 50, com pitada de punk. Como surgiu essa mistura?
DE: Se você é fã dos Cramps, Sonics, Dick Dale, Johnny Cash e resolve formar uma banda, naturalmente, vai sair algo semelhante. É claro que no começo de tudo você já tenta pensar como sua banda vai soar e tal e rola uma certa preocupação boba. Mas, acabou dando nisso.
CV: Quais são suas influências musicais e como é tocar em uma banda que é muito diferente, você é baixista d'Os Estudantes?
DE: Vixe! Vou pensar em algo que defina o que sou musicalmente sem ficar de blá blá blá. (risos)
Deixa eu ver... "Digamos que Hendrix e Link Wray pararam um dia, sentaram juntos para ouvir Dead Kennedys e resolveram montar um projeto com East Bay Ray. Depois viajaram juntos para o Peru e conheceram os insanos Los Saicos. Depois disso, se juntaram todos para tocar covers dos Pixies e Patife Band no velório do Krist Novoselic". É uma metáfora idiota, mas acho que dá para resumir bem.
Mesmo eu sendo guitarrista, toco baixo n`Os Estudantes já tem mais de 4 anos.Não tem muita diferença. Uma banda faz um barulho rápido, violento e cru. A outra faz um barulho não muito rápido, reverberado e cru.
CV: O que Os Vulcânicos representa para você?
DE: Só amor!! hehe

CV: Como é o trabalho de composição n'Os Vulcânicos? Vocês fazem trabalho em grupo ou é um lance mais individual?
DE: Normalmente, eu crio algum riff e gravo falando alguma merda por cima e envio para o Zozio e para o Filipe. Depois disso, em algum momento, entramos em estúdio ou vamos pro sitio do Zozio no meio do mato lá na cidade de Piraí, jogamos tudo na mesa ao 'vivão' e juntos vamos mudando, encaixando isso, tirando aquilo, até chegar no ponto certo.  
 Marina Marchesan
CV: Qual sua opinião sobre a cena atual do rock e também do underground, não apenas no Rio de Janeiro, mas no Brasil em geral?
DE: A cena aqui no Rio é aquela coisa, né? Tenho coisas ruins e boas para falar. Melhor deixar quieto.
Uma coisa engraçada que rola com Os Vulcânicos é que conseguimos atingir um público grande e muito variado. Se você for em nosso show aqui no Rio, você vai encontrar punks, hippies, rastafaris, anarcopunks, galera indie, galera rockabilly, galerinha rocker, mods, hipsters da Lapa, galera universitária e etc. Não me pergunte o porquê! Acho isso legal para caralho.
Enquanto ao restante do Brasil, vejo várias bandas legais de lugares diferentes que vem se destacando como Os Beach Combers (Rio de Janeiro), Leptospisore (Bragança Paulista), Renegades of Punk (Aracaju), Damn Laser Vampires (Porto alegre) e mais uma porrada de coisas legais. Então isso é sinal de que algo legal acontece em outras cidades desse Brasil.

CV: Quantos trabalhos você lançou com esta banda?
DE: Dony: Foram dois: Os Vulcânicos (EP) 2012 e El Truco (EP) 2013
CV: O que vocês esperam para a banda neste final de 1º semestre e como será o restante do ano?
DE: Em janeiro lançamos um EP com 4 músicas intitulado de “El Truco” gravado no Estúdio Superfuzz (mesmo estúdio onde foram gravados os 4 últimos trabalhos d´ Os Estudantes). Estamos na pilha de fazer um clip para uma dessas 4 músicas ou um vídeo ao vivo com um aúdio maneiro. Gosto mais da segunda opção. Vídeo de banda ao vivo, bem feito e bem produzido é o que há. Assim você ver realmente qualé da banda. Sem frescuras e sem maquiagem!
Queremos sair mais do estado do Rio. Ir mais para São Paulo/interior e futuramente, Sul, Nordeste e etc. Esse ano ainda devemos tocar em Belo Horizonte e São Paulo.
CV: Quais são os espaços que vocês mais se apresentam?
DE: Mesmo com menos de 4 anos de banda... Já fizemos muitos, mas muitos shows mesmo. Creio que mais de 500. Tenha certeza de que somos uma das bandas que mais faz shows nessa cidade. Sempre pegamos um pico fixo para tocar todas as semanas. E vira e mexe, tocamos em festivais como o Mola 2012 no Circo Voador que tocamos junto com O Terno e Mallu Magalhães.
Atualmente tocamos todas as quintas no Pica Pau Cultural da Lapa (Sinuca Tico-Taco). É um evento nosso e sempre levamos outras bandas e artistas.
Ana Schlimovich
CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para considerações e finais e também mercham. Abraço.
DE: Ouçam “El Truco” nosso segundo EP. Foi lançado no final de janeiro e ainda está fresco. São 4 músicas na pressão que juntas dão exatamente 13:30.
Pra quem quiser baixar nosso EP via Mediafire:
Vai zipado com as 4 músicas em MP3 (320 kbps) + Capa + Ficha Técnica.
Contato para shows: 
Don´t Mind The Fuzz Produções Artísticas
Tel: (21)8170-3199 - Falar c/ Guzz
Email: contato.vulcanicos@gmail.com
Valeuzão!
Abraços.
   

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Um arrasa quarteirão!


                No dia 27 de abril, a galera de um homem só (mas com amigos) do Canibal Vegetariano, foi até o Bar do Zé para ouvir o som de duas bandas que estavam programadas para aquela noite. Malni, Rio de Janeiro e Topsyturvy, de Mogi das Cruzes, em evento organizado pelo Café In Sônia, do camarada Zazá.
                Logo na chegada, a parada para dar uma "clalibrada" no corpo, pois são quase 40 quilômetros que separam o Canibal de Campinas, e uma pausa para um bilhar e um papo furado com os amigos. Como tudo na vida passa rápido, logo estava na hora da primeira banda se apresentar.
                Formada por músicos que integraram as bandas Noção de Nada e Zander, o power trio Malni foi a primeira a tomar seu espaço no palco do BDZ. Com riffs curtos e rápidos e com uma pegada entre o punk e o pop, os cariocas apresentaram várias canções de seu reportório e fez o público presente agitar. A banda também mostrou versatilidade durante sua apresentação, onde os dois músicos de frente trocaram seus instrumentos. Em pouco mais de meia hora, a banda ganhou a galera que acompanhava a apresentação.
                Mas, a banda incumbida de fechar à noite, Topsyturvy, formada por Alexandre Lima (guitarra e voz), Gustavo Rodrigues (bateria) e Athos (baixo), apresentaram músicas com diversas influências da cena rock'n'roll.
                Em show com menos de uma hora, os caras apresentaram várias canções de seus registros lançados até o momento. Um ponto marcante da banda é que seus músicos executam notas e formatos musicais complexos, mas que aos olhos e ouvidos parece algo tão simples de ser feito.


                Com uma guitarra “suja” e precisa, um baixo que “gritava” linhas mais do precisas e nada lineares, além de um baterista que prima pela pancada sem deixar a técnica e, principalmente, a emoção de lado, a banda fez uma apresentação “arrasa quarteirão”. Quem não conhecia a banda ficou encantado com o que viu no palco, pois ali transpirava-se rock da melhor qualidade e mostra para muitos desacreditados, que o rock vai muito bem, obrigado.
                De queixos caídos e com muito zumbido nos ouvidos, saímos satisfeitos do BDZ, pois não é todo dia que você tem o privilégio de acompanhar a apresentação de duas bandas que apresentam propostas diferentes de rock, mas com tanta qualidade e entrega no palco. Aqui fica um pedido especial dessa pessoa que escreve essas mal traçadas linhas, por favor, Zazá, traga a Topsyturvy novamente.
                Para saber sobre a Malni, acompanhe entrevista que eles concederam ao Café: http://cafeinsonia.com/2013/04/23/malni-em-campinas-entrevistamos-marcelo-cunha/
                Aqui, entrevista com o jovem de bom gosto futebolístico, Alexandre Lima, guitarra e vocal da Topsyturvy, que no sábado se apresentou com uma bela camiseta do Santos Futebol Clube: http://cafeinsonia.com/2013/04/26/topysturvy-sabado-2704-em-campinas-entrevistamos-alexandre-lima/

terça-feira, 23 de abril de 2013

Arte feita com bom humor


Rodrigo Birai
 Hoje nós deixamos um pouco a música de lado para falar com um rapaz que há anos se dedica a arte dos quadrinhos, charge, caricaturas, entre outras expressões artísticas. Cléverton Gomes é o cara que com traços finos e rápidos, faz caricaturas de anônimos e famosos e surfa na onda da ironia e crítica social, com charges sempre relevantes e atuais. Para saber mais sobre este tipo de arte, conversamos rapidamente com o homem da prancheta.

Canibal Vegetariano: Cara, como pintou o desenho em sua vida? Quais são suas influências?
Cléverton Gomes: Desde criança curto muito fazer desenhos em geral. Enquanto a galera jogava futebol, eu desenhava. As influências são as mais diversas que se possa imaginar. Desde Maurício de Souza, Ziraldo, irmãos Caruso, Ique, J. Carlos, Wall Disney, a pintores como Monet, Van Gogh, Da Vinci, Rembrant, Picasso, entre outros. Gosto de arte em geral e procuro variar estilos sempre que posso.

Rodrigo Birai
CV: E o lance das caricaturas, desde quando você as desenha e o que ainda pode ser aperfeiçoado?
CG: As caricaturas surgiram naturalmente. Como falei, entre as diversas tentativas de variar estilos comecei a fazer caricaturas ainda criança e não parei mais. As pessoas que acompanham meu trabalho incentivaram a divulgar esses desenhos que hoje são feitos em menos de um minuto, mas tenho muito o que melhorar, nunca sabemos tudo.

CV: Como é a reação de quem você desenha? Conte algo inusitado que já lhe ocorreu durante seu trabalho.
CG: Já desenhei muita gente, nas mais diversas situações e lugares e ainda pretendo fazer isso o resto da minha vida. É muito legal ver a reação da pessoa desenhada, muitas vezes ela se identifica de tal forma que coloca seu desenho em uma moldura, faz uma camiseta personalizada, entre outras possibilidades. Certa vez participava de um programa de rádio, quando de repente o  locutor falou: "Quem ligar agora ganhará uma caricatura falada", ou seja, uma espécie de retrato falado em forma de caricatura. O ouvinte passou o perfil físico da pessoa e fiz o desenho. Mais tarde a ouvinte foi até a rádio para retirar o desenho e segundo ela, a caricatura ficou parecida com a pessoa.

Rodrigo Birai
CV: Você faz muitas caricaturas de artistas, como eles veem esse tipo de arte? E como foi desenhar a galera do 'Ícones dos anos 80'?
CG: É muito bacana ter contato com as pessoas em geral, pois se percebe de imediato como a pessoa se sente ao ver sua imagem em forma de desenho. Quando tenho a possibilidade de desenhar artistas de grande repercussão e se deparam com as mais diversas situações, noto que eles também gostam muito do traço e da rapidez que o trabalho é feito. Normalmente o contato com esses artistas é bem rápido e eles curtem muito a possibilidade de serem  caricaturados ao vivo em segundos e levar essa lembrança para casa. Sobre o pessoal dos anos 80, me senti muito privilegiado em desenhar esses artistas que marcaram época no cenário musical nacional. Cresci ouvindo essas músicas e já os desenhei várias vezes, desde a minha infância, antes de vê-los pessoalmente. Estar frente a frente com Kid Vinil, Kiko Zambianchi, Guilherme Isnard, George Israel entre outros e desenhá-los, foi show! 

CV: Nesse dia, você de caricaturista deixou a prancheta e foi desenhado. Como é a sensação de estar do outro lado? E o Guilherme Isnard, leva jeito para isso?
CG: Cara, foi muito legal. Assim que terminei a caricatura do Isnard, ele pegou a prancheta das minhas mãos e me disse: "agora sou eu que vou desenhá-lo" e assim o fez. É interessante estar do outro lado da prancheta...(risos). Curti demais o desenho e a humildade do Isnard que se mostrou um bom caricaturista.

CV: Como é o mercado de caricaturas no Brasil? Você já esteve no exterior, como é o esquema por lá?
CG: Hoje se popularizou mais as caricaturas no Brasil, após o longo periodo histórico de censura no País, as pessoas vem se simpatizando com esse estilo artístico. Mas ainda tem muito o que melhorar. O Brasil ainda está em atraso nessa área cultural. Outros paises já valorizam a arte muitos anos antes e com certeza veem o valor dessas obras com outros olhos. Eu, como tantos outros profissionais, faço minha parte para que essa linha do humor e arte faça cada vez mais parte de nossas vidas.

CV: Como o brasileiro trata a arte, de maneira geral?
CG: O brasileiro é sensacional se tratando de bom humor e criatividade e isso ajuda demais na criação de trabalhos artísticos, porém a valorização da arte no País ainda é muito banalizada. É interessante que os educadores de maneira geral aplique com mais frequência a importância da arte e não deixe que a população apenas a veja como 'algo bonitinho'. A arte deve ser analisada, interpretada e discutida, pois mostra visões variadas, muitas vezes, de situações que deixamos passar despercebidas.

Rodrigo Birai
CV: E as charges, muitas delas polêmicas, de onde surge ideia para este tipo de 'notícia' resumida com humor e quase sem palavras?
CG: As ideias para montar uma charge surgem de situações diárias. Desde assunto políticos de grande destaque a momentos do dia-a-dia. Histórias contadas pelas pessoas também auxiliam na criação dessas charges. É necessário estar atento aos assuntos variados para elaborar uma charge. E legal ver a satisfação das pessoas ao verem e comentarem esse trabalho de rápida interpretação.

CV: Valeu pelo papo, deixo espaço para suas considerações finais e faça seu merchan.
CG: Gostaria de agradecer ao Canibal Vegetariano pela oportunidade de falar um pouco sobre meu trabalho. E gostaria de aproveitar a oportunidade de convidar a todos para que conheça um pouco mais do trabalho de Cleverton Gomes através do blog: www.clevertoncaricaturas.blogspot.com, também no facebook - Cleverton Gomes e do grupo 'O Cleverton já me desenhou'. Quem curtir vídeos, tem uma page no youtube: www.youtube.com/clevertonnaweb. O telefone para contato é o (11)9 9708-9601. Abraço a todos e até a próxima.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma viagem no tempo

Canibal Vegetariano
Sem sair do lugar, público que esteve na Festa do Caqui sexta-feira pode voltar aos anos 80 e curtir grandes hits da época ao som de vários artistas
Canibal Vegetariano

                Vários artistas que fizeram história nos anos 80 se apresentaram durante a quarta noite da 11ª Festa do Caqui, realizada em Itatiba. Sem sair do lugar, o público presente cantou e relembrou canções que marcaram a história do cancioneiro popular.

                Escalados para participar da festa estavam Kid Vinil, Kiko Zambianchi, George Israel, Marcelo Nova, Ritchie e Guilherme Isnard. Os artistas foram acompanhados por músicos que integram as bandas Pato Fu e Ultraje a Rigor, entre os mais conhecidos estava o baixista Mingau, que tocou com nomes importantes do punk brasileiro nos anos 80, como Ratos de Porão, Inocentes e 365.
Canibal Vegetariano

                O primeiro a subir ao palco foi o inglês radicado no Brasil, Ritchie que levou o público ao delírio com suas canções mais conhecidas como “A vida tem dessas coisas” e “Menina veneno”. Na sequência veio Kiko Zambianchi, que com seu bom humor habitual conquistou a galera e fez a galera cantar “Rolam as pedras”, “Primeiros erros” e relembrou músicas de sua autoria regravadas por outras bandas do cenário do rock nacional. Assim que Kiko deixou o palco, foi a vez de Guilherme Isnard tomar conta do microfone principal e trazer a 
lembrança de canções de sua banda Zero, principalmente da música “Quimeras”.
Canibal Vegetariano 

                George Israel foi o quarto a se apresentar e o saxofonista da banda Kid Abelha fez o público relembrar músicas de bandas como Barão Vermelho, do cantor e compositor Cazuza e também de sua banda, como “Eu tive um sonho”. Antes de sair do palco, o músico dividiu espaço com a quinta atração da noite, Kid Vinil. Juntos, Kid fez a parte de saxofone no mega hit “Tic tic nervoso”.
                Ainda no palco, Kid mandou o maior sucesso de sua carreira “Sou boy”. Ele relembrou um dos maiores hits da década de 80 “Até quando esperar”. Kid também deu início a música “Aluga-se”, de autoria de Raul Seixas, no meio da canção, ele deixou o palco e o final ficou a cargo de Marcelo Nova, vocalista da banda Camisa de Vênus.
Canibal Vegetariano

                Além de “Aluga-se”, “Marceleza” ainda executou “Simca chambord”, “Só o fim” e relembrou uma música sua em parceria com “Raulzito”, “Pastor João e a Igreja invisível”, onde com uma garrafa d’água, fez menção de ser água benta e jogou para abençoar (ou amaldiçoar?) o público. 
Canibal Vegetariano
Ao final, sem Marcelo Nova, os outros cinco nomes voltaram ao palco e juntos relembraram “Ciúme” da banda Ultraje Rigor e fecharam a noite com “Meu erro” dos Paralamas do Sucesso.






sexta-feira, 12 de abril de 2013

As pedras ainda rolam


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Kiko Zambianchi é músico de Ribeirão Preto e fez parte da geração rock 80. Autor de hits que marcaram época, cantor e compositor falou ao Canibal Vegetariano sobre sua carreira de 29 anos, sucesso, as novidades que estão por vir e também sua paixão pelo Santos Futebol Clube. Abaixo você confere entrevista na íntegra e algumas músicas famosas do compositor. 

Canibal Vegetariano: Kiko, como você resume seus 29 anos de carreira? Se pudesse voltar no tempo, mudaria algo?
Kiko Zambianchi: Mudaria várias coisas, mas estou satisfeito com o rumo que a minha carreira tomou. Tive meus altos e baixos mas, sabendo das dificuldades de vencer como artista no Brasil, me considero um vencedor.

" Gostaria que o rock no Brasil fosse mais unido"

CV: Nos anos 80, não havia facilidade para se comunicar. Como foi começar a carreira em Ribeirão Preto?
KZ: Comecei a dar os primeiros passos da minha carreira em Ribeirão mas foi em São Paulo que tudo aconteceu. Em Ribeirão participava de festivais e fiz meus primeiros shows com a banda que tinha chamada "Vida de Rua". Era mais complicado gravar e mostrar o seu trabalho na época, mas tínhamos diretores artísticos e eles faziam uma triagem do que seria lançado no mercado. Essa era a meta de qualquer artista que estivesse começando.

CV: O que te levou a ser músico? Quais são suas principais influências?
KZ: Meu pai sempre me fez escutar música clássica e durante minha infância toda, ouvi todos os compositores clássicos ao mesmo tempo que ouvia nas rádios as primeiras músicas dos Beatles. Depois os Rolling Stones, Secos e Molhados, Rita Lee, Caetano, Gilberto Gil. Toda aquela miscelânea musical dos anos 80 foram influências na minha vida.


CV: Fale um pouco sobre seu trabalho acústico, gravado em Ribeirão. Tem previsão de lançamento? Como rolou a ideia para gravar esse disco?
KZ: Primeiramente, esse disco seria um DVD, mas como tivemos problemas com as imagens, ele virou um CD. Gravei músicas que fizeram parte da minha carreira e algumas inéditas. Foi muito legal gravar esse disco e a ideia apareceu depois que notei que era um dos poucos que não havia lançado um disco acústico.

CV: Depois deste trabalho, você pretende seguir esta linha ou voltará para o "rock'n'roll"?
KZ: Estou louco pra tocar guitarra… acho que nem vou aguentar por muito tempo sem usar a minha 335 nos meus shows. Violão é o meu instrumento, adoro tocá-lo nos shows, mas estou com saudades de fazer mais barulho e o próximo disco vai ter muita guitarra.

CV: Sobre o show que você participará em Itatiba hoje, com vários ícones dos anos 80, como você avalia essa reunião?
KZ: É muito bacana reunir amigos e poder fazer um show dividindo a responsabilidade com eles. Quando comecei a fazer esse tipo de show, achava estranho, mas com o tempo acho que me acostumei com a ideia e hoje gosto bastante. Todos os show que fazemos acabam com uma grande festa e é isso que mais importa para qualquer artista.

CV: O que você pretende apresentar ao público?
KZ: Nesse show toco quatro músicas, às vezes cinco, e faço as minhas mais conhecidas mais um cover da Legião.

CV: A regravação de Hey Jude foi um sucesso enorme no final dos anos 80? Ele estará neste show? Esse sucesso da música, mudou algo para você? O quê?
KZ: Ela foi gravada em 1990 e por essa razão a música não faz parte desse show (risos). Essa música foi gravada para fazer parte da trilha sonora de uma novela da Globo, chamada "Top Model", e para a novela foi melhor do que para mim naquele momento. Preferiria continuar subindo as escadas degrau por degrau, mas essa música foi um sucesso tão grande que desestruturou um pouco minha carreira. Hoje em dia já não tenho tantos problemas em relação a ela, mas na época não gostei de ter gravado e não esperava tanto sucesso.


CV: Quais suas cinco bandas clássicas do rock nacional e o que você tem ouvido atualmente?
KZ: Não tenho ouvido muitas bandas, mas gosto e sou amigo de mais do que cinco bandas, então prefiro deixar em branco essa questão. Gostaria que o rock no Brasil fosse mais unido e voltasse a trabalhar pela música nacional. Estamos precisando de pessoas que tenham essa noção.

"Violão é o meu instrumento, adoro tocá-lo nos shows, mas estou com saudades de fazer mais barulho" 

CV: Uma pergunta sobre futebol. Como você se tornou santista?
KZ: Eu nasci em 1960… tinha jeito de torcer pra outro time? Me tornei santista por que quando era criança meu padrinho levou eu e meu irmão na Vila Belmiro e eu fui recebido pelo Pelé, no meio do campo!! O que mais uma criança precisaria para começar a torcer pelo Santos??

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para suas considerações finais.
KZ: Abraço.

terça-feira, 9 de abril de 2013

O eterno 'herói' do Brasil


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Quase cinco anos após sua última apresentação em Itatiba, Kid Vinil volta à cidade para participar de uma jam session com vários músicos que marcaram época nos anos 80, como Kiko Zambianchi, George Israel, Ritchie entre outros. Antes de sua apresentação, ele falou com o Canibal Vegetariano sobre o show com seus amigos, novas bandas, volta da rádio rock entre outros assuntos da cultura pop. Abaixo você confere a entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Kid, como será o show ‘ícones dos anos 80’? Quais músicas você apresentará?
Kid Vinil: Nesse show, que funciona como uma jam session, a média de músicas para cada participante vai de 5 a 8 canções. No meu caso serão meus hits, "Sou Boy", "Tic Tic Nervoso", "Comeu" e mais alguns covers como "Até quando esperar" que eu canto com o Mingau, "Será" da Legião Urbana. No bis provavelmente faremos todos, alguma dos Ramones, "Bete Balanço" do Barão Vermelho.

CV: Já rolou algum show deste estilo? Qual sua opinião sobre este evento?
KV: Essas reuniões de galera dos anos 80 (século 20) ocorrem há um bom tempo. Tudo começou há cerca de 10 anos no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. O Léo Jaime reuniu um time que tinha Ritchie, a BLitz, o Kiko Zambianchi e eu. Fizemos vários shows com essa formação. Depois fizemos aquele dvd Anos 80 - Multishow, que vendeu mais de cem mil cópias. Continuamos a fazer essas reuniões, mas nem sempre com o mesmo time. Tudo depende da disponibilidade e da agenda de cada um, daí vamos montando o cast. O Mingau atualmente é quem orquestra essas jam sessions. A banda de apoio sempre foi essa galera do Ultraje a Rigor. Já corremos várias cidades pelo Brasil. É um formato que deu certo e resgata muita coisa legal dos 80. Eu particularmente me divirto muito, no palco, fora do palco, trocamos ideias, relembramos acontecimentos. Um exercício muito saudável com músicos altamente competentes, puro prazer!

"Parece que a Internet reduziu um pouco esse interesse em garimpar coisas e obter a informação de fontes confiáveis como sites importantes lá de fora, revistas etc. Aquele trabalho de pesquisa que fazíamos em outras décadas, quando não havia internet, através de revistas, lojas de discos etc., acabou"

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CV: Você esteve em Itatiba em 2008. O que o público verá de diferente em sua apresentação?
KD: Na verdade esse show, como eu disse, é uma jam session de vários intérpretes e músicos. Acho que a diferença está na festa que vamos proporcionar.

CV: O single 'Sou Boy' completa 30 anos em 2013. O que mudou nessas três décadas? Sua paixão pela música ainda é a mesma?
KV: A música tornou-se um clássico com o passar dos tempos. As pessoas me reconhecem por causa dessa música e do "Tic Tic Nervoso". Para mim é muito importante ter uma ou mesmo duas músicas que me identifiquem. Acho que a realização de todo artista é um dia ter uma música que seja sucesso em todo pais e que marque para sempre sua carreira. Comigo aconteceu isso e me prevaleço disso até hoje. Tenho o maior prazer sempre que a canto, pois se não fosse essa música eu seria um "zé ninguém".

CV: E a banda Magazine? Tem possibilidade de retorno para comemorar o aniversário do single?
KV: Talvez, conversamos a respeito no ano passado e eles ficaram animados em fazermos alguns shows dos nossos 30 anos. Vamos ver se rola, tudo depende de empresários. Às vezes é mais fácil eu mesmo me vender como Kid Vinil em certos eventos do que encaixar a banda, mas estamos tentando. Acho que merecemos uma comemoração.

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CV: Já pediram para você regravar o hit 'Sou Boy'?
KV: Não, acho que a gravação original é definitiva, jamais regravaria. Tem tudo a ver com uma época e um momento do rock brasileiro. Hoje mesmo regravada e atualizada para moto boy, não faria mais sentido.

CV: E seu programa na Brasil 2000, como você o avalia? Quem é o público que ouve?
KV: O programa é somente pela internet e hoje poucas pessoas têm saco de ouvir programas na Net, infelizmente. Não tenho muita resposta, mesmo pelo facebook e twitter. Me dá impressão de que as pessoas não estão muito interessadas no novo. Perderam um pouco o interesse por boa música, não estou generalizando, tem uma parcela, mesmo que pequena, que ainda gosta de se informar. Parece que a Internet reduziu um pouco esse interesse em garimpar coisas e obter a informação de fontes confiáveis como sites importantes lá de fora, revistas etc. Aquele trabalho de pesquisa que fazíamos em outras décadas, quando não havia internet, através de revistas, lojas de discos etc., acabou. Hoje a informação é pulverizada e confunde muito, se as pessoas não procurarem nos lugares certos.

CV: Mesmo com programa em outra rádio, qual sua opinião sobre o retorno da 89 FM?
KV: Eu adoraria estar por lá fazendo um programa, talvez daí eu conseguisse maior retorno, mas infelizmente não sei se a atual diretoria está a fim disso. De qualquer forma acho importante a volta da rádio rock, pois tínhamos ficado somente com a Kiss FM no ar e faltava outra rádio, uma vez que a Brasil 2000 foi arrendada pela Eldorado e ficaram transmitindo a programação rock apenas pelo site.

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CV: Você é um dos pioneiros do punk no Brasil, como vê o estilo atualmente?
KV: Hoje existem boas bandas influenciadas pelo punk, principalmente na Califórnia. Gosto do OFF!, do Fidlar, no Texas tem o Dikes Of Holland em Nova Yorque tem The Men, no Canada Fucked Up (essa última mais para o hardcore, mas muito boa). A nova geração americana tem muito de punk no seu trabalho, acho isso importante. No Brasil não acompanho muito essa cena, pois fica muito no underground e quase não tenho acesso, mas sei que existem bandas influenciadas pelo punk por aqui.

CV: Qual banda que mais te chamou atenção nesse começo de ano? Por quê?
KV: O disco que mais ouvi nesse inicio de ano foi da banda californiana Fidlar, punk simples, poucos acordes, mas gostoso de ouvir.

"'Sou Boy' tornou-se um clássico com o passar dos tempos. As pessoas me reconhecem por causa dessa música e do 'Tic Tic Nervoso"'

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CV: O que podemos esperar do rock para os próximos anos?
KV: É difícil prever alguma coisa, mas se as coisas continuarem nesse ritmo de bandas novas com qualidade, principalmente na América, acho que teremos uma resposta ao Britpop e ao grunge, que todos esperam há muito tempo.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para seus comentários finais.
KD: Um abraço a todos.