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Quase cinco anos após sua última apresentação em Itatiba, Kid Vinil volta à cidade para participar de uma jam session com vários músicos que marcaram época nos anos 80, como Kiko Zambianchi, George Israel, Ritchie entre outros. Antes de sua apresentação, ele falou com o Canibal Vegetariano sobre o show com seus amigos, novas bandas, volta da rádio rock entre outros assuntos da cultura pop. Abaixo você confere a entrevista na íntegra.
Canibal
Vegetariano: Kid, como será o show ‘ícones dos anos 80’? Quais músicas você
apresentará?
Kid Vinil:
Nesse show, que funciona como uma jam session, a média de músicas para cada
participante vai de 5 a 8 canções. No meu caso serão meus hits, "Sou
Boy", "Tic Tic Nervoso", "Comeu" e mais alguns covers
como "Até quando esperar" que eu canto com o Mingau, "Será"
da Legião Urbana. No bis provavelmente faremos todos, alguma dos Ramones,
"Bete Balanço" do Barão Vermelho.
CV: Já
rolou algum show deste estilo? Qual sua opinião sobre este evento?
KV: Essas
reuniões de galera dos anos 80 (século 20) ocorrem há um bom tempo. Tudo
começou há cerca de 10 anos no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. O Léo Jaime
reuniu um time que tinha Ritchie, a BLitz, o Kiko Zambianchi e eu. Fizemos
vários shows com essa formação. Depois fizemos aquele dvd Anos 80 - Multishow,
que vendeu mais de cem mil cópias. Continuamos a fazer essas reuniões, mas nem
sempre com o mesmo time. Tudo depende da disponibilidade e da agenda de cada
um, daí vamos montando o cast. O Mingau atualmente é quem orquestra essas jam
sessions. A banda de apoio sempre foi essa galera do Ultraje a Rigor. Já
corremos várias cidades pelo Brasil. É um formato que deu certo e resgata muita
coisa legal dos 80. Eu particularmente me divirto muito, no palco, fora do
palco, trocamos ideias, relembramos acontecimentos. Um exercício muito saudável
com músicos altamente competentes, puro prazer!
"Parece que a Internet reduziu um pouco esse interesse em garimpar coisas e obter a informação de fontes confiáveis como sites importantes lá de fora, revistas etc. Aquele trabalho de pesquisa que fazíamos em outras décadas, quando não havia internet, através de revistas, lojas de discos etc., acabou"
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CV: Você
esteve em Itatiba em 2008. O que o público verá de diferente em sua
apresentação?
KD: Na
verdade esse show, como eu disse, é uma jam session de vários intérpretes e
músicos. Acho que a diferença está na festa que vamos proporcionar.
CV: O single
'Sou Boy' completa 30 anos em 2013. O que mudou nessas três décadas? Sua
paixão pela música ainda é a mesma?
KV: A
música tornou-se um clássico com o passar dos tempos. As pessoas me reconhecem
por causa dessa música e do "Tic Tic Nervoso". Para mim é muito
importante ter uma ou mesmo duas músicas que me identifiquem. Acho que a realização
de todo artista é um dia ter uma música que seja sucesso em todo pais e que
marque para sempre sua carreira. Comigo aconteceu isso e me prevaleço disso até
hoje. Tenho o maior prazer sempre que a canto, pois se não fosse essa música eu
seria um "zé ninguém".
CV: E a
banda Magazine? Tem possibilidade de retorno para comemorar o aniversário do
single?
KV: Talvez,
conversamos a respeito no ano passado e eles ficaram animados em fazermos
alguns shows dos nossos 30 anos. Vamos ver se rola, tudo depende de
empresários. Às vezes é mais fácil eu mesmo me vender como Kid Vinil em certos
eventos do que encaixar a banda, mas estamos tentando. Acho que merecemos uma
comemoração.
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CV: Já
pediram para você regravar o hit 'Sou Boy'?
KV: Não,
acho que a gravação original é definitiva, jamais regravaria. Tem tudo a ver
com uma época e um momento do rock brasileiro. Hoje mesmo regravada e
atualizada para moto boy, não faria mais sentido.
CV: E seu
programa na Brasil 2000, como você o avalia? Quem é o público que ouve?
KV: O
programa é somente pela internet e hoje poucas pessoas têm saco de ouvir
programas na Net, infelizmente. Não tenho muita resposta, mesmo pelo facebook e
twitter. Me dá impressão de que as pessoas não estão muito interessadas no
novo. Perderam um pouco o interesse por boa música, não estou generalizando,
tem uma parcela, mesmo que pequena, que ainda gosta de se informar. Parece que
a Internet reduziu um pouco esse interesse em garimpar coisas e obter a
informação de fontes confiáveis como sites importantes lá de fora, revistas
etc. Aquele trabalho de pesquisa que fazíamos em outras décadas, quando não
havia internet, através de revistas, lojas de discos etc., acabou. Hoje a
informação é pulverizada e confunde muito, se as pessoas não procurarem nos
lugares certos.
CV: Mesmo
com programa em outra rádio, qual sua opinião sobre o retorno da 89 FM?
KV: Eu
adoraria estar por lá fazendo um programa, talvez daí eu conseguisse maior
retorno, mas infelizmente não sei se a atual diretoria está a fim disso. De
qualquer forma acho importante a volta da rádio rock, pois tínhamos ficado
somente com a Kiss FM no ar e faltava outra rádio, uma vez que a Brasil 2000
foi arrendada pela Eldorado e ficaram transmitindo a programação rock apenas
pelo site.
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CV: Você é
um dos pioneiros do punk no Brasil, como vê o estilo atualmente?
KV: Hoje
existem boas bandas influenciadas pelo punk, principalmente na Califórnia.
Gosto do OFF!, do Fidlar, no Texas tem o Dikes Of Holland em Nova Yorque tem
The Men, no Canada Fucked Up (essa última mais para o hardcore, mas muito boa).
A nova geração americana tem muito de punk no seu trabalho, acho isso
importante. No Brasil não acompanho muito essa cena, pois fica muito no
underground e quase não tenho acesso, mas sei que existem bandas influenciadas
pelo punk por aqui.
CV: Qual
banda que mais te chamou atenção nesse começo de ano? Por quê?
KV: O disco
que mais ouvi nesse inicio de ano foi da banda californiana Fidlar, punk
simples, poucos acordes, mas gostoso de ouvir.
"'Sou Boy' tornou-se um clássico com o passar dos tempos. As pessoas me reconhecem por causa dessa música e do 'Tic Tic Nervoso"'
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CV: O que
podemos esperar do rock para os próximos anos?
KV: É difícil
prever alguma coisa, mas se as coisas continuarem nesse ritmo de bandas novas
com qualidade, principalmente na América, acho que teremos uma resposta ao
Britpop e ao grunge, que todos esperam há muito tempo.
CV:
Agradeço pela entrevista e deixo espaço para seus comentários finais.
KD: Um
abraço a todos.
Um comentário:
A primeira vez que ouvi Kid,foi em um programa de radio ,adorei e com o tempo foi crescendo o interesse pelo trabalho dele,adoro! Toca punk rock e new wave...Acompanhava ele pela MTV também.Uma musica dele que marcou minha infância foi ''Sou Boy''tocava direto nas radios e programas de TV na época com a banda '' Magazine''...Bom relembrar...Parabéns pela entrevista Canibal!!
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