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Formada por Artie Oliveira nos vocais, Pedro Lizard nas guitarras, Paulo
Carvalho no baixo e João Cavera na bateria, a banda campineira Don Ramón lançou
recentemente seu primeiro registro em quase dois anos de estrada. Com tanta
energia e vontade de apresentar material para galera, nós do Canibal
Vegetariano conversamos com Artie para saber mais sobre essa banda e os motivos
que levaram a fazer um som tão visceral. Abaixo, você confere entrevista na
íntegra.
Canibal Vegetariano: Por que
Don Ramón? Seria uma homenagem ao seu Madruga?
Artie Oliveira: Bicho, ao mesmo tempo em que é uma clara referência ao Madruga, o nome é
uma piração minha por causa de uma pá de banda de barulheira com nome desse tipo
(Derci Gonçalves, Charles Bronson só de exemplo de bate-pronto). Eu tava
voltando para casa depois de um de nossos ensaios e do nada veio o nome!
CV: Como surgiu a banda?
AO: O começo do Don Ramón é uma parada meio engraçada, porque fora eu, um
office-boy pé rapado, a rapeize é tudo estudante, sendo dois secundaristas e um
na faculdade. Tudo começou com o Lizard, o Paulo e o Du, que era o segundo
guita e saiu um pouco antes da gente entrar em estúdio. Eles
estudavam na mesma sala e um dia, se juntaram para tocar numa festinha que a
escola deles promoveu. Até então era só diversão e tal, mas um dia eles decidiram
levar a fita a sério e foi quando apareceu a primeira baterista, Ysa Gonzalez,
que toca hoje no Luce e outra menina como vocalista, que logo saiu fora. Foi
nessa que eu entrei: A Ysa anunciou que o “T.D.G.” precisava de vocalista e por
intermédio de uma amiga nossa em comum, eu entrei na parada. Foi amor à
primeira vista de ambas as partes: eu chego pra fazer o meu teste e dou de cara
com um garoto de apenas 16 anos, o Lizard, vestindo uma peita do Morbid Angel.
Na época, eu tava pulando de galho em galho atrás de banda e por consequência,
minha voz tava uma merda e mesmo assim, eles adoraram ver aquele gordinho
baixinho berrando pra cacete e circulando pela sala como se estivesse em cima
do palco. Instantaneamente, eu virei o vocalista. Como a gente (Eu, Lizard, Du
e o Paulo) tava na pira de mandar um Thrashcore, a Ysa acabou pulando fora.
Ficamos na procura de um baterista por quase um ano e os poucos shows que
rolaram nesse meio tempo, foi com camarada quebrando galho. O Cavera entrou na
banda um pouco antes do Du se mandar e assim surgiu o Don Ramón como se
encontra hoje!
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CV: Quais as
principais influências de vocês?
AO: Coisa pra caralho: desde coisa bagaceira pique Leptospirose, Mukeka di
Rato, Merda, Muzzarelas, Coice de Mula, passando por umas paradas “casca
grossa” como o RDP, Dead Kennedys, Lethal Charge, Slayer, Black Flag, fora
coisa bonitinha: Descendents, Offspring, Teenage Bottlerocket; Coisa clássica:
Ramones, Misfits, Motorhead, Iron Maiden, Anthrax e finaliza em fita totalmente
nada a ver com o que a gente toca: Helmet, Prong, Korn, Deftones, Magüerbes,
Tolerância Zero, Adrede, Huaska...
CV: Como rola
o trabalho de composição dentro da banda?
AO: É naquelas de “junta os pedaços e vê no que dá”! Tem coisa nossa que é
material velho que eu tinha feito pro Carcaça (minha primeira banda). Tem hora
que eu ou o Paulo chegamos com letra, o Lizard vem com uma levada/riff de guita
e o Cavera traduz isso no jeito dele de tocar. Em outras, um vem com o som todo
pronto e ele é refeito pra poder encaixar na pegada de todo mundo, enfim... É
um processo muito doido que gera as musiquinhas juvenis que a gente faz! (risos).
CV: Fale um
pouco sobre o primeiro registro da banda. Onde foi gravado? Como rolou esse
processo, pois o resultado, em minha opinião, ficou acima da média.
AO: Fico feliz para caralho que você tenha gostado do Fat Boy, mano! A gente
gravou esse disquinho cheio de gordura e hormônio adolescente num estúdio legal
pra cacete daqui de Campinas, chamado de “República do Som” entre janeiro e março
desse ano! A produção dele foi sob minha batuta e o gordinho cabuloso da capa
foi assinado pelo Vicente Tortello, camarada meu da época do Carcaça e
professor do Lizard. Volta e meia eu vejo que geral anda elogiando o play a
rodo sem saber que, na real, se trata de um disco feito com a modesta quantia
de R$ 600. A gente mixou no estúdio mesmo e eu levei para casa para Masterizar.
O resultado final dele, pelo tipo de gravação que a gente fez (Ao Vivo e em
Hi-Fi), ficou soando muito “década de oitenta” e eu te garanto que nós quatro
piramos grandão no jeito que as músicas ficaram.
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CV: Quais os
lugares que a banda tem se apresentado? Vocês cobram cachê?
AO: Os últimos shows nossos foram: em Limeira num puta rolê lindo ao lado do
Zumbi Radioativo (Americana), Lagostas Inflamáveis (Campinas), Nosegrind (Monte
Mor) e o The Flamini Bridge (Hortolândia). Depois desse, rolou um em Valinhos
com o B-Elleven Tour (Monte Mor). O pouco de grana que a gente recebeu nesses
shows, ou foi de rateio de bilheteria ou foi da venda do nosso play e tem servido
pra gente fazer algum corre nosso, desde ensaio até Merch mesmo.
CV: Como será
o processo de divulgação deste trabalho?
AO: O “Fat Boy
Strikes Again!” ta circulando por aí desde o dia 15/04, tanto pela internet
(via BandCamp: http://donramonfuckinrules.bandcamp.com/) quanto na nossa mão
nos shows e em meia dúzia de loja de disco, como a Chop Suey, daqui mesmo! Nosso
próximo show é dia 07/06, em Indaiatuba, no Plebe Bar. Depois disso, é
muitíssimo provável que a gente saia, junto com o Zumbi Radioativo, em turnê
pelo interior em Julho. A
gente tem que fazer esse disquinho circular grandão por aí de um jeito ou de
outro, campeão!
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CV: O que
podemos esperar do Don Ramón para os próximos anos?
AO: Para os próximos anos pode ter certeza que todo mundo vai ser maior de
idade, engordar, envelhecer e ter pelo menos um full-length na roda!
Isso aqui (ter banda, produzir material e fazer qualquer corre relacionado a
som) é a minha vida desde que eu tinha 16 anos. Pelo pouco que a gente circulou
por aí, isso a cada dia tá virando a rotina dos meninos, o que me deixa feliz
pra porra, já que pela primeira vez, eu sou o tiozão da banda, tanto de idade
quanto de tempo dentro do independente!
CV: Deixo
espaço para as considerações finais e claro, para o merchan de vocês.
AO: Valeu aí Canibal Vegetariano pela entrevista! Estamos nessa já vai pra
dois anos, temos um disquinho “bão dimais da conta, sô!” que custa um pouco
menos do que uma passagem de busão pra Americana e queremos tocar em qualquer
lugar que tiver nesse esse mundão sem porteira de “Chessuis”. Pra quem quiser
trocar ideia diretamente com esse gordinho que vos fala e a patotinha juvenil,
anota aí: http://www.facebook.com/donramonbr.
E é isso é tudo, pessoal!
Um comentário:
Show!Gostei mesmo!Garotos de bom humor e ainda mandam bem no som.Parabéns Canibal!Entrevista sensacional!!!
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