segunda-feira, 3 de junho de 2013

Don Ramón: garotada boa de hardcore

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Formada por Artie Oliveira nos vocais, Pedro Lizard nas guitarras, Paulo Carvalho no baixo e João Cavera na bateria, a banda campineira Don Ramón lançou recentemente seu primeiro registro em quase dois anos de estrada. Com tanta energia e vontade de apresentar material para galera, nós do Canibal Vegetariano conversamos com Artie para saber mais sobre essa banda e os motivos que levaram a fazer um som tão visceral. Abaixo, você confere entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Por que Don Ramón? Seria uma homenagem ao seu Madruga?
Artie Oliveira: Bicho, ao mesmo tempo em que é uma clara referência ao Madruga, o nome é uma piração minha por causa de uma pá de banda de barulheira com nome desse tipo (Derci Gonçalves, Charles Bronson só de exemplo de bate-pronto). Eu tava voltando para casa depois de um de nossos  ensaios e do nada veio o nome!

CV: Como surgiu a banda?
AO: O começo do Don Ramón é uma parada meio engraçada, porque fora eu, um office-boy pé rapado, a rapeize é tudo estudante, sendo dois secundaristas e um na faculdade. Tudo começou com o Lizard, o Paulo e o Du, que era o segundo guita e saiu um pouco antes da gente entrar em estúdio. Eles estudavam na mesma sala e um dia, se juntaram para tocar numa festinha que a escola deles promoveu. Até então era só diversão e tal, mas um dia eles decidiram levar a fita a sério e foi quando apareceu a primeira baterista, Ysa Gonzalez, que toca hoje no Luce e outra menina como vocalista, que logo saiu fora. Foi nessa que eu entrei: A Ysa anunciou que o “T.D.G.” precisava de vocalista e por intermédio de uma amiga nossa em comum, eu entrei na parada. Foi amor à primeira vista de ambas as partes: eu chego pra fazer o meu teste e dou de cara com um garoto de apenas 16 anos, o Lizard, vestindo uma peita do Morbid Angel. Na época, eu tava pulando de galho em galho atrás de banda e por consequência, minha voz tava uma merda e mesmo assim, eles adoraram ver aquele gordinho baixinho berrando pra cacete e circulando pela sala como se estivesse em cima do palco. Instantaneamente, eu virei o vocalista. Como a gente (Eu, Lizard, Du e o Paulo) tava na pira de mandar um Thrashcore, a Ysa acabou pulando fora. Ficamos na procura de um baterista por quase um ano e os poucos shows que rolaram nesse meio tempo, foi com camarada quebrando galho. O Cavera entrou na banda um pouco antes do Du se mandar e assim surgiu o Don Ramón como se encontra hoje!

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CV: Quais as principais influências de vocês?
AO: Coisa pra caralho: desde coisa bagaceira pique Leptospirose, Mukeka di Rato, Merda, Muzzarelas, Coice de Mula, passando por umas paradas “casca grossa” como o RDP, Dead Kennedys, Lethal Charge, Slayer, Black Flag, fora coisa bonitinha: Descendents, Offspring, Teenage Bottlerocket; Coisa clássica: Ramones, Misfits, Motorhead, Iron Maiden, Anthrax e finaliza em fita totalmente nada a ver com o que a gente toca: Helmet, Prong, Korn, Deftones, Magüerbes, Tolerância Zero, Adrede, Huaska...

CV: Como rola o trabalho de composição dentro da banda?
AO: É naquelas de “junta os pedaços e vê no que dá”! Tem coisa nossa que é material velho que eu tinha feito pro Carcaça (minha primeira banda). Tem hora que eu ou o Paulo chegamos com letra, o Lizard vem com uma levada/riff de guita e o Cavera traduz isso no jeito dele de tocar. Em outras, um vem com o som todo pronto e ele é refeito pra poder encaixar na pegada de todo mundo, enfim... É um processo muito doido que gera as musiquinhas juvenis que a gente faz! (risos).

CV: Fale um pouco sobre o primeiro registro da banda. Onde foi gravado? Como rolou esse processo, pois o resultado, em minha opinião, ficou acima da média.
AO: Fico feliz para caralho que você tenha gostado do Fat Boy, mano! A gente gravou esse disquinho cheio de gordura e hormônio adolescente num estúdio legal pra cacete daqui de Campinas, chamado de “República do Som” entre janeiro e março desse ano! A produção dele foi sob minha batuta e o gordinho cabuloso da capa foi assinado pelo Vicente Tortello, camarada meu da época do Carcaça e professor do Lizard. Volta e meia eu vejo que geral anda elogiando o play a rodo sem saber que, na real, se trata de um disco feito com a modesta quantia de R$ 600. A gente mixou no estúdio mesmo e eu levei para casa para Masterizar. O resultado final dele, pelo tipo de gravação que a gente fez (Ao Vivo e em Hi-Fi), ficou soando muito “década de oitenta” e eu te garanto que nós quatro piramos grandão no jeito que as músicas ficaram.

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CV: Quais os lugares que a banda tem se apresentado? Vocês cobram cachê?
AO: Os últimos shows nossos foram: em Limeira num puta rolê lindo ao lado do Zumbi Radioativo (Americana), Lagostas Inflamáveis (Campinas), Nosegrind (Monte Mor) e o The Flamini Bridge (Hortolândia). Depois desse, rolou um em Valinhos com o B-Elleven Tour (Monte Mor). O pouco de grana que a gente recebeu nesses shows, ou foi de rateio de bilheteria ou foi da venda do nosso play e tem servido pra gente fazer algum corre nosso, desde ensaio até Merch mesmo.

CV: Como será o processo de divulgação deste trabalho?
AO: O “Fat Boy Strikes Again!” ta circulando por aí desde o dia 15/04, tanto pela internet (via BandCamp: http://donramonfuckinrules.bandcamp.com/) quanto na nossa mão nos shows e em meia dúzia de loja de disco, como a Chop Suey, daqui mesmo! Nosso próximo show é dia 07/06, em Indaiatuba, no Plebe Bar. Depois disso, é muitíssimo provável que a gente saia, junto com o Zumbi Radioativo, em turnê pelo interior em Julho. A gente tem que fazer esse disquinho circular grandão por aí de um jeito ou de outro, campeão!


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CV: O que podemos esperar do Don Ramón para os próximos anos?
AO: Para os próximos anos pode ter certeza que todo mundo vai ser maior de idade, engordar, envelhecer e ter pelo menos um full-length na roda! Isso aqui (ter banda, produzir material e fazer qualquer corre relacionado a som) é a minha vida desde que eu tinha 16 anos. Pelo pouco que a gente circulou por aí, isso a cada dia tá virando a rotina dos meninos, o que me deixa feliz pra porra, já que pela primeira vez, eu sou o tiozão da banda, tanto de idade quanto de tempo dentro do independente!

CV: Deixo espaço para as considerações finais e claro, para o merchan de vocês.
AO: Valeu aí Canibal Vegetariano pela entrevista! Estamos nessa já vai pra dois anos, temos um disquinho “bão dimais da conta, sô!” que custa um pouco menos do que uma passagem de busão pra Americana e queremos tocar em qualquer lugar que tiver nesse esse mundão sem porteira de “Chessuis”. Pra quem quiser trocar ideia diretamente com esse gordinho que vos fala e a patotinha juvenil, anota aí: http://www.facebook.com/donramonbr. E é isso é tudo, pessoal!

Um comentário:

Rose prado disse...

Show!Gostei mesmo!Garotos de bom humor e ainda mandam bem no som.Parabéns Canibal!Entrevista sensacional!!!