domingo, 23 de maio de 2010

Programa Valvulado: Rock, skate e Leptospirose

Foto: Porkão

No início desta semana recebemos o comunicado de que o programa Valvulado, que é apresentado por Daniel ETE, baixista das bandas Muzzarellas e Drákula, estava disponível no Youtube. O programa é voltado para apresentação de bandas de rock e no atual, Daniel prestou uma homenagem a banda bragantina Leptospirose.
Como sempre, o programa está animalesco e quem curte um bom rock "pauleira" e dicas de bandas, não pode deixar de assistir as duas partes de Valvulado. Abaixo segue a sinopse: Na primeira parte, ETE fala sobre a Leptospirose. "Eles são 'foderosos', animalescos, eles queimam o seu ampli e quebram o seu dente, 'LEPTOSPIROSE', confiram trechos do show da banda de Bragança Paulista no Festival Auto Rock - 2008". Este show foi realizado na Estação Cultura - Campinas - SP. Nós do blog/zine Canibal Vegetariano conferimos essa apresentação e afirmamos que foi monstro!!!! Showzaço de rock!!!! Ainda nesta primeira parte, tem a estreia do novo integrante no programa, Ney, o satã, que dá a dica de som: "Rich Kids on LSD".
Na segunda parte tem matéria sobre um campeonato de skate especial, o "Old School Skate Jan" (agosto de 2008 - Guaratinguetá - SP) é uma versão do "Lendas do Skate", um campeonato Master (30 anos de idade em diante) que ocorre na histórica pista do Itaguará Country Clube, palco do primeiro campeonato brasileiro de skate em 1982, e visa reunir os atletas que fizeram história e continuam praticando o esporte. Ney, o satanzinho camarada dá uma dica de quadrinhos: "Vida Louca" do espanhol "Jaime Martin".

Para conferir o vídeo, que é sensacional, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=SPhcFdREu-c

terça-feira, 18 de maio de 2010

Krias de Kafka: Rock literário e viajante

A banda Krias de Kafka está na estrada há alguns anos e já lançou dois EPs de material próprio. Atualmente, eles estão preparando novas canções para o lançamento de mais um EP. A banda, oriunda de Santo André, é formada por Otto Coelho (bateria), André Linardi (guitarra), Hector F. Alves (baixo), Lucas Campos (teclados e guitarra) e Mateus Novaes (vocal). Para saber um pouco mais sobre o trabalho da banda, confira a entrevista que eles concederam ao zine/blog Canibal Vegetariano.


A banda atualmente deu um tempo nas apresentações ao vivo para preparar novas composições

Canibal Vegetariano: Para começarmos, desde quando vocês estão juntos? Houve mudança na formação e qual o significado do nome "Krias de Kafka? Tem alguma influência do escritor Franz Kafka?
Krias de Kafka: Direta e indiretamente. Não há uma preocupação em manter uma linha “literária” na hora de escrever. A técnica é meio visceral. O “Krias de Kafka” é mais pelo universo dele, cheio de incertezas e burocracias. Na verdade a ideia é sermos personagens dele e não sermos ele, e talvez sejamos realmente.

CV: Se há influência do escritor no nome, na hora de escrever vocês tem influências de livros e outros autores? Qual a importância da literatura para vocês?
KK:
A literatura nos acompanha de forma prazerosa, curtimos o que lemos e logo isso nos influencia assim como filmes, músicas, piadas, garotas, álcool e outras coisas.


Com influências de literatura, Jovem Guarda e diversas vertentes do rock, a banda faz um som original

CV: As influências de vocês são diversificadas. Em um show que acompanhei da banda, o vocalista Mateus, estava com uma camiseta do Roberto Carlos, o "Rei". Vocês tem influências dele ou de outros grupos e cantores da Jovem Guarda? Ou a camiseta era uma curtição?
KK:
Do rei e do tremendão principalmente e do despojamento da Jovem Guarda um pouco. Mais o som do que a ideia. Acho que eles fizeram um belo contraponto a alguns artistas que sempre se levaram a sério demais.

CV: Desde que estão juntos, vocês lançaram um EP em 2008. Há outros registros fora este? Quando vocês pretendem lançar um álbum ou outro EP?
KK:
A banda começou em 2004 desde então lançamos um Ep chamado “Ideograma Pop” em 2006 e esse Ep em 2008. Nesse exato momento estamos fazendo a produção de 4 músicas que pretendemos lançar ainda nesse semestre. A ideia é lançar além dessas 4, mais 8 músicas até o final do ano, sempre no formato de EP.


A banda em uma de suas apresentações ao vivo

CV: Shows. Como está a agenda da banda? Qual o local mais louco que já tocaram e, vamos assim dizer, a maior roubada? E quais as dificuldades que enfrentaram para continuar com a banda?
KK:
Agora que estamos gravando paramos um pouco de procurar shows para manter o foco nas músicas, sentimos necessidade de termos esse EP pronto para voltarmos a rotina de shows. O local mais louco foi nosso último show, quando tocamos no Sub Bar em Paranapiacaba no dia 17 de abril, o lugar parece uma caverna e tem uma acústica natural fantástica onde tudo vira uma massa de energia muito rapidamente. Já a maior roubada, de tantas, foi quando fomos tocar em Mauá e assim que chegamos lá percebemos que era um evento de hip-hop, um daqueles mal entendidos clássicos. Como já estávamos lá resolvemos tocar para ver o que aconteceria mas por um problema técnico essa histórica apresentação não aconteceu.Temos as dificuldades que toda banda independente de verdade tem, como dinheiro, lugar pra tocar, divulgação, etc... mas não ligamos para nenhuma delas.

CV: A banda é de Santo André. Quando falamos da cidade, muita gente lembra em carecas do ABC e bandas punks dos anos 80. Como é a cena local atual? Há bastante espaço para o som da Krias?
KK:
A cena punk continua forte no ABC, talvez não tão centralizada como era antes mas as bandas ainda conseguem manter uma boa rotatividade. Chegamos a tocar com algumas bandas punks principalmente por causa dos nossos camaradas do Sentimento Carpete que participam mais dessa cena, mas nosso caminho é outro e no ABC é lamentável a falta de espaço para bandas do nosso estilo, cada show que arranjamos por aqui é depois de muita canseira.


Assim como as bandas do interior, a Krias de Kafka tem dificuldade para encontrar locais para se apresentar

CV: Qual a opinião de vocês sobre a cena independente atual? O que pode melhorar e como fazer para melhorar? Como vocês divulgam o trabalho da banda?
KK:
A cena independente atual é um conjunto de várias pequenas cenas e a questão é a organização disso principalmente através da inevitável Internet e isso eu vejo acontecer, as bandas se juntando e assim fazendo reverberar seu som de uma maneira mais efetiva, a partir daí é a qualidade de cada um que deve fazer a diferença.Nosso esquema de divulgação são os já manjados myspace, fotolog, orkut, twitter e toda aquela rotina de fazer contatos com outras bandas para manter a coisa funcionando.

CV: É isso galera, agradeço pela entrevista e deixo o espaço para considerações finais.
KK:
Opa! Nós que agradecemos, agora é só ficar no aguardo do novo EP e continuar fazendo shows cada vez mais alucinantes. Grande abraço dos Krias e dá-lhe Canibal!

Para ouvir o som da Krias de Kafka, acesse o myspace da banda: http://www.myspace.com/kriasdekafka

Todas as fotos são de arquivo pessoal da banda

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sol, chuva, frio, calor, suor, rock'n'roll...

A manhã do último dia 8, data do 2º Viva a Independência, começou com sol, mas, durante a manhã, o dia ficou nublado e uma forte chuva caiu sobre o bairro Dr. Pimenta (Cecap), em Itatiba, onde está situado o Bar do Celso, local onde as 4 bandas, Erga, Keps, Olho de Cadáver e Espasmos do Braço Mecânico se apresentariam. Chuva é boa e necessária, mas em dia de evento pode atrapalhar... mas para a alegria da galera rock, isso não aconteceu.


Galera presente ao festival aguardando o início das apresentações

Durante a manhã, houve a correria básica para o acerto dos últimos detalhes e o tradicional vai e vem atrás de equipamentos. Às 14h30, a galera já começava a tomar conta do local, equipamentos chegando e sendo postos em seus lugares. O evento estava previsto para as 15h, mas devido há pequenos contratempos, houve atraso em uma hora. Às 16h a banda itatibense Erga começa a emitir os primeiros sons e a galera junta-se próxima a banda para o início da "maratona" rock.
Em 45 minutos os itatibenses apresentaram seu repertório de músicas próprias e um rock calcado no chamado alternativo. A Erga formada por Leandro (guitarra e vocal), André (baixo) e Rafael (bateria), empolgou a galera presente com seus riffs de guitarra limpíssimos, com poucos efeitos e muita competência, mostrando que o público está cada vez mais interessado em conhecer novas bandas, principalmente as que apresentam material próprio. O sucesso da banda foi tanto durante o show, que assim que ele foi encerrado, um grande número de pessoas cercou os integrantes para poder adquirir o single que estava sendo vendido, esgotando rapidamente suas cópias.


A abertura do evento ficou por conta dos itatibenses da Erga

Assim que encerrou a apresentação da Erga, a segunda banda, Keps, que vinha de Guarulhos, havia acabo de chegar ao local da apresentação. Eles não conseguiram chegar antes devido ao intenso trânsito na Rodovia Fernão Dias. Sem perder tempo, Joey (guitarra e vocal), Klebinho (baixo) e Will (bateria), rapidamente montaram seus equipamentos e dispararam as canções dos dois EPs lançados pelo trio, além de outras que devem fazer parte do álbum que estão preparando. Com um som com forte influência de grunge, rapidamente a galera começou a agitar ao som da Keps, que deixou muita gente com sorriso de satisfação no rosto. A banda, sem dúvida, fez uma grande apresentação. Ao final do show, eles também foram cercados por parte do público que adquiriu CDs e camisetas. Os caras não puderam conferir as outras bandas, pois eles se apresentariam em Bauru no final da noite. Mas segundo declarações do trio, eles pretendem voltar à Itatiba, pois curtiram a recepção que obtiveram no município.


A banda veio de Guarulhos. Assim que encerrou seu show, os caras 'correram' para Bauru

Com o público ficando cada vez mais quente, era chegada a hora dos punks itatibenses da Olho de Cadáver. Formada por Nato (vocal), Valmir (guitarra e backing vocal), Denis (baixo) e "Fedo" (bateria), os caras não perderam tempo e mandaram ver em suas músicas de protesto, como todo bom e velho punk é, e fez com que o público presente abrisse, ao menos tentou várias vezes, abrir rodas de pogo. Mesmo assim, a diversão foi garantida e a banda mostrou que está no caminho certo, com muita humildade e boas músicas, eles tem tudo para irem muito além.


A Olho de Cadáver apresentado seu punk-rock ao público

A noite já havia chegado para a festa também, e pontualmente às 19h, a banda Espasmos do Braço Mecânico, oriunda de São Bernardo do Campo, começou sua apresentação. Com influências diversas, o trio formado por Fukuda (baixo e vocal), Rafael (guitarra e vocal) e Rodrigo (bateria), mandou ver em suas canções próprias, que podem ser conferidas no primeiro EP lançado por eles, e fez com que a galera se juntasse próximo a eles para conferirem uma grande apresentação de rock. E quem estava no bar aproveitou para dar a última agitada da noite, pois às 20h o som teria que ser encerrado, para que a vizinhança não ficasse incomodada e acionasse a PM. Ao final da apresentação, Fukuda, distribui CDs e adesivos para galera.


A banda Espasmos do Braço Mecânico, de São Bernardo do Campo, encerrou a 2ª edição do festival

E assim foi encerrada a 2ª edição do Viva a Independência. Mais uma vez houve respeito em relação aos horários, entre o público, que com certeza divertiu-se bastante. E vale destacar a cooperação entre as bandas, pois a Erga disponibilizou caixa para guitarra, microfone, ampli para baixo e algumas ferragens para bateria. A Olho de Cadáver disponibizou pedestais, caixa de voz e microfone. Duas bandas que se apresentaram na 1ª edição, Mão de Vaca e Bebers Operários disponibilizaram bateria e alguns acessórios e a Barco Bêbado cedeu microfone, pedestal e caixa de voz, mostrando que o pessoal está a fim que eventos ligados ao rock independente aconteçam com mais frequência em Itatiba e que seja possível realizar o intercâmbio com bandas de outras cidades para o fomento de uma possível cena.
Aproveitando, temos que agradecer a iniciativa do Celso em abrir esse espaço tão importante para que jovens, adultos e crianças, que amam o rock, consigam passar horas agradáveis na companhia de amigos ouvindo novas bandas. Os agradecimentos se estendem a Fábio Maçola, guitarra e vocal da banda Rock'n'Watts, que auxiliou em parte do evento na troca de palco das bandas, ao Matheus Machado, poeta e vocalista da Barco Bêbado, por ser co-responsável do evento e toda a correria para que fosse realizada e 2ª edição do festival. A David Bueno pelo cartaz e ajuda para carregar os equipamentos, além de todo o trabalho de divulgação. A Lucas Selvati, que fotografou todos os shows, a toda galera que esteve presente e que contribuiu para a divulação do rock, além das bandas, que fizeram ótimas apresentações e no caso da Olho de Cadáver e Erga que cederam equipamentos. Temos também que registrar um agradecimento especial a Keps e a Espasmos que vieram da Grande São Paulo para tocar rock no interior.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Exposição Cidades Impressas


Convidamos você, seus amigos e familiares para a abertura da exposição Cidades Impressas. A mostra apresenta trabalhos de 13 artistas e 2 coletivos dos mais representativos na área de Stencil art em diversos países da América.
Na mostra, serão apresentadas as matrizes de cada um dos convidados e fotos onde as mesmas foram pintadas, aproximando o público ao trabalho do estêncil na sua concepção mais crua, também será distribuido o New Pollution Zine Nº3, contendo informações de cada um dos artistas e coletivos. Contamos com sua presença!!

Local: Centro de Convenções Victor Brecheret - Al. Lucas Nogueira Garcez, 511 - Pq. das Águas - Atibaia - SP.

Abertura: Dia 7 de maio de 2010, sexta feira, às 19 h.

Encerramento: Dia 31 de maio de 2010.



Artistas participantes:

Daniel Melim (São Bernardo do Campo)
Chã (SP.)
Celso Gitahy (SP.)
Bete Nóbrega (SP.)
Job Leocádio (SP.)
Hélio Schonmann (SP.)
Bruno Siqueira (SP.)
Murilo Pommer (SP.)
André "Feio" Barbosa (Atibaia)
Matias Picón (Atibaia)
Bruna Dall'ara (Bragança Paulista)
9Polar (Colômbia)
Virginia Sosa (Uruguai)
Run Don't Walk (Argentina)
Stencil Land (Argentina)

Curadoria e concepção do projeto: Matias Picón e Celso Gitahy.

Realização: Secretaria de Cultura e Eventos de Atibaia
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Secretário de Cultura e Eventos: Edson Antônio Gonçalves.

Secretário adjunto: Vitor Carvalho

terça-feira, 4 de maio de 2010

2º Viva a Independência



No próximo sábado, 8 de maio, o Bar do Celso, localizado no bairro Dr. Pimenta (Cecap), será palco do 2º Viva a Independência, festival de rock independente que estará apresentando quatro bandas, sendo duas de Itatiba, Erga e Olho de Cadáver e duas da Grande São Paulo, Keps (Guarulhos) e Espasmos do Braço Mecânico (São Bernardo do Campo).
O evento desta vez traz duas bandas de fora para que seja realizado um intercâmbio cultural e para que em breve as bandas itatibenses consigam fazer shows em outros municípios, com mais frequência. Assim como aconteceu na primeira edição do festival, as bandas que estarão tocando no "Celso" tem o rock como principal influência, mas são de estilos completamente distintos.
Para ter uma ideia, a Erga, primeira banda a se apresentar, é uma banda de rock alternativo, até com uma leve "pitada" de rock progressivo, pois algumas das canções chegam a passar de oito minutos e há improvisações nas músicas. A banda está há alguns anos na estrada e desde o início investe em canções de autoria própria e vem batalhando seu espaço. Recentemente eles estiveram se apresentando em um festival itinerante em Sorocaba.
A segunda banda a se apresentar será o trio Keps, banda de Guarulhos que tem uma forte influência de rock dos anos 90, principalmente Nirvana. A banda é um trio e já conta com dois EPs lançados e está em estúdio trabalhando em canções para o primeiro álbum. A banda, mesmo com o trabalho a todo vapor, é bem recente, ela foi formada em 2009. E assim que encerrar a apresentação em Itatiba, os caras "caem" na estrada, pois a noite eles tem show em Bauru.
A terceira banda a "invadir" o espaço do Celso's Pub será os itatibenses do Olho de Cadáver. Os caras costumam fazer apresentações incendiárias com seu punk rock, com fortes influências de bandas punks brasileiras do final dos anos 70 e início dos 80, do século passado. A banda atualmente conta com um repertório considerável de músicas próprias que serão executadas ao longo do show, que chama muita atenção, pois eles já se apresentaram em festivais em Jundiaí e São Paulo.
E o encerramento da festa ficará a cargo da Espasmos do Braço Mecânico que faz um rock misturado com punk, metal, grunge, fazendo com que suas canções soem como algo totalmente novo. A banda também foi formada recentemente e já conta com um EP lançado em 2009, com sete faixas, todas de própria autoria. Então galera, é isso! O festival começa as 15h e tem hora para terminar, pois as "famílias itatibenses" gostam de reclamar de som alto.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mesmo em um ambiente de sol, areia e mar, a Bad Cookies faz um som com clima de cidade fria e chuvosa

Quando se fala em Guarujá, logo vem a cabeça sol, mulheres de biquini, praia, calor e férias. Mas nem só isso existe no local. Lá, tem uma banda chamada Bad Cookies, que faz um rock que em momento algum lembra o clima de pessoas que vivem em uma cidade litorânea. E os caras não limitam-se apenas a tocar seus instrumentos e compor músicas, eles vestiram a camiseta do rock underground e batalham para o crescimento da cena, não apenas no Guarujá e litoral, como em todo o Estado de São Paulo. Para saber mais sobre o trabalho do grupo, nós do zine/blog Canibal Vegetariano, entrevistamos os integrantes desta importante banda que há algum tempo batalha na cena independente.



Canibal Vegetariano: Phábio, vamos começar com apresentação da banda.
Phábiño:
Bom mano Canibal! O Bad Cookies é formado por: Eu, Phábiño voz e guitarra; Brunno Melro, baixo e backing vocals, Max Marcio nos teclados, Willian na batera e o nosso novo integrante; Diego Cabrero guitarra.


Phábiño: guitarrista, vocalista da Bad Cookies e "chefão" do estúdio

CV: Por que Bad Cookies? Desde quando vocês estão juntos e quais as influências da banda?
Phábiño:
Bom, o nome Bad Cookies vem de uma velha história da nossa galerinha que sempre procurou se divertir com o que tínhamos; como não tínhamos nada, o nome não quer dizer nada. Rsrsrs! Brincadeira! Então é o seguinte! Bad Cookies é o nome de uma música da extinta banda Tio Nívio, na qual eu era também o vocalista e guitarrista. Nessa música falávamos de nossas insanidades nas madrugadas, tomando cerveja barata e comendo bolacha de R$ 0,50. Era horrível! E vivíamos também jogando sinuca em um boteco que era do lado de uma igreja evangélica. Aí quando formamos a banda, em 2006, nós herdamos essa música, e aí em uma enquete entre nossos amigos para qual seria o nome da banda, o nome Bad Cookies foi o vencedor! E estamos aí com esse nome meio que irreverente, mais é a nossa cara né?
Já nossas influências são diversas! Cada um de nós seguramente tem muita influência de coisas diversas. Eu mesmo gosto muito de sons de Seattle, e rock alternativo, meio coisas doidas sem pé nem cabeça mesmo. Também gosto muito de metal tipo thrash, coisas com vozes bem rasgadas, drives e tals. Eu me influêncio muito no André vocalista e guitarrista do Soul Mind and Fist! Gosto muito também de vozes femininas, e também de vozes femininas meio agressivas! Ah sei lá! Gosto de muita coisa, mais minha preferência mesmo é rock grunge e minhas composições são bem nessa linha. Algo meio de outro mundo às vezes. Plágios descarados também! Hehe! Às vezes eu digo também que não me influêncio em nada! Pois eu sou a influência! Kkkkkk!
Diego Cabrero: Eu entrei há pouco tempo na banda, mas já acompanho eles desde o inicio, sempre ia em shows da banda e etc..., minhas influências são mais bandas de Hard Rock tipo Whitesnake, Poison, Cinderella, são várias...
Willian: Minhas influências são... eu gosto de vários estilos dentro do rock, porém eu tenho uma grande apreciação... putz cara... Blink 182, The Offspring, Alice in Chains, Pearl Jam, Radiohead, Silverchair, Nirvana... putz cara... Bidê ou Balde, The Strokes, Rock Rocket, Guns’n Roses, Bon Jovi, Scorpions, Helloween, Whithin Temptation... uma porrada de coisa.
Max Marcio: Minhas influências seguem a linha de Rhapsody, Blind Guardian, Sonata Arctica, Stratovarius, Luca Turilli, Angra, Edguy, Dragonforce, Avantasia, Mago de Oz, Visions Divine, Children of Bodon, Dark Moor, Helloween, Masterplan e mais algumas que a gente nunca lembra na hora de responder esse tipo de pergunta.
Brunno Tchonkis Melro: Elas são bem retardadas... Pearl Jam, Alice In Chains, Silverchair, The Offspring, Red Hot Chilli Peppers, Cachorro Grande, Rock Rocket, Bidê Ou Balde, Bob Dylan, Pantera, Metallica, Iron Maiden, Taste Of Sin, Agressão Verbal, Medo Coletivo, Walverdes, Os Vilsos.. No baixo, Almair, Rodrigo(Cazuza), John Entwistle, John Myung, Billy Sheehan, Geddy Lee, Thomas Miller, Mark King entre outros que agora não lembro.


Willian, responsável pelos tambores da banda

CV: Vocês moram no Guarujá, cidade litorânea. Geralmente, pessoas pensam em praia e vem a mente, bandas de pagode. Como é fazer rock no litoral? Como é a cena na região?
M:
Misture com a expansão de estilos ‘modeiros’ como emocore e derivados. Chamam isso de ‘o som da praia’. Se está na moda, dá dinheiro, portanto, os ‘grandes produtores musicais’ da baixada se prendem a planejar agendas lotadas apenas com isso: dinheiro e dinheiro. Esse ano, por exemplo, a banda tocou mais fora da cidade do que dentro! E como dizem: se quer alguma coisa bem feita, faça você mesmo. Foi aí que deram início os festivais dirigidos por Phábio, que abriu as portas do estúdio para que as bandas mostrassem um pouco do seu trabalho SEM VISAR LUCROS!
W: Mesmo sendo uma cidade praiana, aqui tem muito roqueiro, e muita gente querendo fazer um som, claro que não é tão cheio de eventos que nem nas outras cidades, mais aqui tem e da pra nos virar. Aqui não existe muitas bandas que toque alternativo como a gente, a maioria das bandas tocam emocore, e os eventos são mais focados nessas bandas, mais sempre estamos lá tocando, só para nos divertir, fazendo o nosso show.
DC: É como o eles disseram, tem muitos rockeiros só que a maioria são emos (é osso!) a cena aqui na cidade já foi boa. Antigamente havia mais eventos e tal.. agora tá meio parado, enfraqueceu mais. Quem sabe um dia volte a ser como antes para a galera, pois eles estão precisando de um rock de verdade
B: Bom, fazer um rock no litoral não é fácil, assim como não é fácil fazer em outras cidades também, quem sobrevive na música de forma independente nesse país sabe como é. A cena do rock aqui foi tomada pelo emo e o rock juvenil colorido, mais ainda ocorrem eventos que não deixaram o rock morrer!


Max Marcio em muitas das músicas tira um som psicodélico em seu teclado

CV: A Bad Cookies está sempre gravando e soltando músicas inéditas no Myspace. Vocês pretendem lançar álbum, EP ou deixaram as músicas apenas na net?
M:
Essas músicas inéditas que estão no myspace (www.myspace.com/bandabadcookies) já tem seu lugar reservado no próximo demo da banda (Carinha Vermelho), faltando apenas a gravação de algumas faixas para ser concluído. Com essa demo, a banda chega, nesse ano de 2010, a seu 3º demo gravado.
P: Sim! Em 2006 gravamos e lançamos nosso 1º demo, o “Zelito”, em 2008 saiu o nosso 2° demo, o “A Casa Preta” e se Deus quiser, nesse ano de 2010 vocês terão que aguentar o nosso “Carinha Vermelho”. Pretendemos também lançar um documentário em DVD mostrando nossas aventuras pelos nossos shows por aí. Temos algum materialzinho que queríamos aproveitar e lançar pra galera. Tipo algo com cara bem de descontração mesmo, para mostrar como são nossas viagens e shows. É uma ideia que estamos estudando.
BM: Yeah!

CV: Vocês estão sempre tocando, e recentemente abriram show da banda Rock Rocket. Qual o meio que vocês utilizam para divulgar a banda?
M: Internet, principalmente! Vai meio que na raça, por MSN, Orkut, Myspace, Fotologs e principalmente via rádio, com o programa ‘A Hora do Canibal’, em que nosso amigo "Canibal" nos ajuda e muito, ao dar notícias da banda e mostrar um pouco do nosso trabalho!
W: O nosso meio de divulgação é a Internet. Divulgamos para nossos amigos no MSN, pelo twitter, myspace e Orkut, assim divulgamos os nossos shows e graças a Deus sempre conseguimos encher nossa van e vamos na maior festa.
P: Tudo praticamente pela Internet! Tem gente até de fora do País que já nos ouviu! Para você ter uma ideia, minha guitarra quando fui comprá-la, subi a serra e fui para São Paulo. O carinha da loja me deu um puta desconto porque me conhecia por causa do Bad Cookies! Ele já ouvia nosso som! Me senti “o famoso” nesse dia! Nós já tocamos com bandas legais e com banda famosinhas também vai! Ahauahauaha! Já abrimos o show do Made in Brazil em Guarulhos, foi demais! Também em Ribeirão Pires, tocamos com a banda Vinte; aqui no Guarujá tocamos com o 35 mls e com uma porrada de bandas daqui e de vários lugares do Estado e até de outros Estados. E em Sampa teve esse último com o Rock Rocket, nossa esse foi fodástico! Mais normalmente nós somos a banda principal no palco onde nós tocamos! Somos demais cara! Kkkkkkkkk! Bem, toda nossa parte de divulgação é pela net cara! Orkut, MSN, fotologs da vida. Hoje a Internet é uma das principais ferramentas de divulgação, principalmente de bandas independentes, com a Bad Cookies não poderia ser diferente! Sem a Internet o mundo seria melhor! Pois praticamente ninguém ouviria a Bad Cookies...
BM: Ah, demais!

CV: Saindo um pouco da Bad Cookies, falem um pouco sobre o Stúdio Phabiño.
M:
Não é só um lugar para ensaiar. É praticamente uma segunda casa, à qual os seus ‘hospedes’ são sempre bem recebidos. Seriedade e respeito não só com os clientes.
W: O estúdio é nossa casa, jogamos vídeogame, ficamos na varanda vendo o movimento de um bar que toca pagode, ficamos assistindo TV e o mais importante, lá é nossa fábrica de músicas, é onde criamos nossas músicas, tudo isso com a supervisão do proprietário que é o Phábiño.
P: Eu sempre sonhei em ter um estúdio! O estúdio é o meu local de trabalho, mais também é onde a Bad Cookies e a boa parte das bandas daqui da cidade acontece cara! Meu, muitos veem aqui para se encontrar e trocar ideias musicais e até de outros assuntos, aqui é um lugar onde todos se sentem bem! O estúdio é a casa de todos! Você e o Mão de Vaca com certeza sabem do que estou falando; aqui transpira Rock!
DC: O lugar onde eu fico quase o dia todo! Aqui é onde os amigos sempre estão presentes, fora que é o lugar onde a gente ensaia e tudo mais...
BM: Ah, um estúdio demais! Uma boa sala de ensaio e também a base da Bad Cookies... comemos muito pão com manteiga lá!


Além do baixo, Brunno Melro é responsável pelos backing vocals da banda


CV: Por que vocês mudaram de endereço? E desde quando você organiza os festivais?
P:
Bom, a questão financeira pesou muito! Aqui o aluguel do imóvel é mais barato! Kkkk! Falando sério! Aqui da para se organizar bem mais! E o prédio antigo estava praticamente caindo aos pedaços! Com goteiras terríveis, fora os cupins! Tava duro de ficar lá! Já aqui podemos fazer o estúdio além de tudo com uma cara mais profissional, mais também sem perder a nossa cara! Conseguimos alinhar bem isso! Fazer um local agradável para todos, sem deixar de ser um local de trabalho! Outra coisa! O nosso antigo endereço ficava num bairro residencial, isso atrapalhava bastante! Hoje estamos em um bairro comercial, mais bem localizado, e em cima de um “pagodão” e do lado de um centro de macumba! Pô cara, quer endereço melhor que esse?
W: Esse novo estúdio é muito maior, muito mais agradável “residir” lá. E desde sempre que eu conheço esse pessoal, nós organizamos alguns eventos que atrai algumas bandas e assim fazemos nossas festas.

CV: Quais as principais bandas que tocaram com vocês aí?
W:
Essa pergunta o Phábio responderia melhor, mais teve Agressão Verbal, Comatra, Teste Of Sin e outras mais.
P: Bom! Meu, vivemos fazendo intercâmbios cara! Várias bandas que conhecemos nos nossos quatro anos de existência, onde já tocamos por várias cidades do Estado, nós fizemos amizades e trouxemos para tocar aqui na nossa caverna! Sempre buscando expandir nosso horizonte! Assim podemos trazer bandas para nossa cidade e também abrir portas para a Bad Cookies tocar em várias outras cidades! Aqui já tocou de todos os estilos de rock! Desde o mais pesado ao mais emo gay, já tivemos um evento de rock gospel cara! Muito louco! Teve de tudo! Bandas de todos os cantos do Estado cara! Aí de Itatiba, veio uma tal de Mão de Vaca, bem louca. Veio bandas de São Paulo, era uma bem interessante, a Chapter Four, teve bandas de Guarulhos, a Distorção Maldita e a Keps, que viraram nossos irmãos. Bandas de Santos vieram um monte! O 100 Ilusões que é uma banda conhecida de hard core, a Black Swan, a banda que abriu pro Il Niño já tocou aqui, teve bandas de Praia Grande, São Vicente. Se eu começar a tentar citar os nomes de todas as cidades e de todas as bandas, aí não cabe em um dia de entrevista!

CV: E quais os planos para o estúdio em 2010 e quais os planos da Bad Cookies?
W:
Para o estúdio temos o plano de montar a segunda sala, que será de gravação que é onde vamos terminar de gravar nosso 3º cd demo “O Carinha Vermelho” e com esse cd demos vamos divulgá-lo bastante já que as 3 músicas gravadas até agora teve uma boa apreciação das pessoas que mostramos esse nosso trabalho.
DC: Vamos terminar de gravar o 3º demo da banda e vamos fazer todo mundo balançar a cabeça com o puro rock'n'roll cabrero que só nós fazemos.
P: Bom! Para o estúdio estamos estudando uma parceria para gravações de uma maneira mais profissional e estamos também voltando com nossa mini produtora de eventos, a Cabrero Produções, e voltaremos a fazer o Felix Rock Festival, bom sei lá... a Bad Cookies toda vez que faz algum plano nunca dá certo, então preferimos deixar as coisas acontecerem pois morremos de medo de planos, curtimos muito as colinas... Kkkkkkk!
BM: Vamos gravar nosso terceiro demo, pretendemos fazer shows e tocar peladões, e vamos assitir o Rei Leão!


Diego Cabrero guitarrista e o mais novo integrante da Bad Cookies

CV: Deixo o espaço para as considerações finais.
M:
Primeiramente, obrigado a todos os outros ‘Bad Cookos’.
W: Obrigado pela a oportunidade de estarmos falando sobre o nosso trabalho. Bad Cookies irá continuar fazendo som, se divertindo, justamente que é por causa de nossa amizade e nossa grande vontade de nos divertir sempre, acho que é por isso que conseguimos ser tão extrovertidos no palco e é assim que conseguimos fazer música com nossa cara.
DC: Agradeço a vocês pela força, aos nossos amigos que estão sempre presentes nos ajudando e curtindo um rock. E eu queria mandar um beijo para minha mãe, para meu pai e especialmente para vocês.
P: Agradeço a todos que sempre nos aguentaram, minha noiva Jacqueline, a minha família, todos nosso amigos, a todos os clientes do estúdio, e principalmente a você mano Canibal, pelo espaço e por sempre apoiar o underground. São por pessoas como você, que o tal do rock nunca morre!
BM: Obrigado primeiramente ao Canibal pelo apoio a Bad Cookies e a cena underground. Agradeço a minha mãe que me ajudou a pagar o baixo, a todos que acreditaram na Bad Cookies e na minha pessoa, Valeu! Viva o Rock!

Todas as fotos são de arquivo pessoal

Links da banda:
www.myspace.com/bandabadcookies MYSPACE
http://badcookiesnews.blogspot.com/ BLOG
http://www.flogao.com.br/badcookies FLOGÃO
http://www.youtube.com/watch?v=WQb6srMrMro BAD COOKIES MENARCA AO VIVO
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=17007254480355675053 ORKUT
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=12377298 COMUNIDADE

Canibal Vegetariano na TV e mídia impressa

Nas últimas semanas, o zine/blog Canibal Vegetariano foi destaque de dois importantes canais de informação da cidade de Itatiba. Primeiro foi a reportagem da ITV Brasil que mostrou parte de nosso trabalho, que também foi tema de uma coluna publicada no jornal Bom Dia Itatiba. Abaixo é possível você assistir e ler a matéria sobre o zine.


sábado, 17 de abril de 2010

Uma opinião sobre dois CDs e um livro


Split CD The Renegades of Punk e Mahatma Gangue

Escrever sobre este split fica difícil, pois o lance é muito louco, e para você entender, é extremamente importante ouvir este disco que reúne as bandas The Renegades of Punk, do Sergipe e Mahatma Gangue, do Rio Grande do Norte. São apenas seis faixas, três de cada banda, mas são petardos maravilhosos de rock, punk, chame do que quiser, o importante é que quando termina de ouvir, você, com certeza, ouvirá muito mais do que uma vez. Além da sonoridade, a qualidade das gravações das músicas estão excelentes e o trabalho gráfico é muito bom, dando uma ideia da filosofia das bandas. Este split mostra que o rock vai muito bem e que as bandas tem um futuro promissor. (IG)



Hell Sakura - Fubuki Sakura EP

Essa banda eu conheci em uma noite do Bar do Zé, em Campinas. Após conferir o show do Hell Sakura, imediatamente fui até a mesa onde estava disponível o material da banda e não resistindo ao poder do som que meus ouvidos acabara de ouvir, comprei duas "bolachinhas" do grupo, sendo que este EP era o mais recente. São seis faixas, mas são seis que não deixam o ouvinte parado, muito menos se ele tiver uma "cabeleira". O disco tem uma pegada rock muito foda, passeando entre influências punk's e Motorhead, isso mesmo, a maior parte das faixas lembra o grupo liderado por Lemmy Kilmister. Se você ainda não ouviu Hell Sakura, não perca mais tempo e "corra" para a Internet para saber como adquirir este disco e os outros que também são sensacionais. (IG)


Livro
Zappa - Detritos Cósmicos - Fábio Massari ed. Conrad

Um dos jornalistas musiciais mais respeitados no Brasil, Fábio Masssari, o respeito é tanto que ele é conhecido como reverendo, e fanático pela obra do mestre Frank Zappa, escreveu um livro que só poderia render um excelente relato sobre o excêntrico guitarrista, que teve a contribuição de outros jornalistas e músicos, entre eles Kid Vinil, em que o tema abordado é Zappa.
Além dos comentários de cada artista sobre o ídolo, o livro ainda trás diversos textos escritos pelo reverendo, publicado em revistas e jornais e duas entrevistas com Zappa, uma delas gravada por Massari na residência do guitarrista. Para quem ainda não conhece a obra zappiana, o livro é uma bela introdução, pois há relatos apaixonados de como uma grande parte dos roqueiros se tornou fã de carteirinha deste iconoclasta musical. (IG)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Por que estas bandas não estão nas grandes mídias?


Oito Mãos (Vejo Cores nas Coisas)

Este é o primeiro álbum da banda campineira Oito Mãos, lançado há quase um mês o CD começa a chegar aos fãs e pessoas que gostam de ouvir boa música. Lançado de maneira totalmente independente, a bolachinha chama atenção para o profissionalismo e qualidade, tanto sonora quanto estética.
Pela estética, o disco chama atenção por sua bela capa, que retrata bem a ideia do título do álbum (Vejo Cores nas Coisas). Além da capa, o encarte traz informações de toda a parte técnica, fotos e as letras para que o ouvinte possa acompanhar as músicas cantando junto com a banda. Ou seja, o CD dos campineiros é tão profissional que supera a qualidade de muito álbum que é lançado pelas grandes gravadoras.
Mas, o mais importante é a música e nesse ponto a banda também caprichou. O CD conta com 13 faixas que passam de 60 minutos de música. A faixa de abertura é a instrumental "ninguém". Depois dela, jorram canções de rock, com uma boa pegada do bom e velho pop. E os caras acertam em cheio nesta mistura, pois o disco tem alma, boas letras e melodias que fazem o ouvinte parar e prestar atenção ao que está ouvindo.
Mesmo ele sendo um bom disco, ele não conquista o ouvinte de cara, pois ao mesmo tempo que ele mostra as influências dos músicos, ao menos para mim, lembra em muitas passagens algumas bandas da década de 60 do século XX, em outras, eles mostram trechos que estão além do tempo em que estamos vivendo. Mas o disco é um grande conquistador, pois cada vez que você ouvi-lo, ficará ainda mais curioso para ouvir novamente pois, a cada passagem, o ouvinte descobre um lance diferente na melodia, no estilo do vocal, nas ideias das letras. Se você gosta de rock, se você gosta de ouvir boa música, corra e adquira o CD, pois atualmente, nem sempre é possível ouvir pérolas como esta. (IG)


Monaural (Som e Fúria ao vivo)

Outro CD muito massa que foi lançado há pouco tempo é o registro ao vivo dos paulistanos da banda Monaural. A banda que está junto desde 2003, e anteriormente havia soltado um ótimo disco de estúdio (Expurgo), mostra agora aos seus fãs, toda a fúria da banda no palco. Em sete canções, a banda faz jus ao seu logo, "rock sujo e visceral".
A bolachinha foi gravada ao vivo em outubro de 2009 e lançada por um selo francês. No disco, o ouvinte consegue ter uma ideia do que a banda é capaz ao vivo, pois para sacar o que é a banda no palco, só estando presente a algum show deles. Mas voltando ao registro, que por sinal está muito bem gravado, os caras começam mandando um improviso de alguns segundos e na sequência mandam a música "Mundinho de Merda", a partir dela, são sete petardos de rock, com destaque para a música inédita "Me Drogar Até Morrer", que para mim, é uma das melhores composições da banda.
Se você ainda não conhece a banda, este disco pode ser uma boa pedida para te iniciar no som da Monaural. Os caras, que ouvem de tudo que é estilo de rock, na hora de compor, são influenciados diretamente pelo som produzido no início da década de 90, do século passado. Mas vale lembrar, ter influência é uma coisa, ser uma mera cópia é outra. No caso da Monaural, são apenas influências, pois a banda, após anos de batalha no cenário independente, está a cada dia mostrando sua personalidade e seu estilo muito pessoal de fazer e viver a música. (IG)


Espasmos do Braço Mecânico (Volume 1)

Esta banda de São Bernardo do Campo conheci há apenas alguns dias e desde então tenho ouvido o disco dos caras sem parar, fazendo ao menos uma audição por dia.
Primeiro ouvi a banda ao vivo e só depois fui conferir este registro de sete canções da banda. Ao vivo, a Espasmos faz um som que une peso e melodias e faz com que você tenha vontade de começar a pular feito louco em frente ao palco, acompanhando a energia dos caras que mandam ver em seus instrumentos sem dó nem piedade.
Já o registro gravado, mesmo sendo em estúdio, mostra muito bem o potencial da banda e o peso de seu som. Com bons riffs de guitarra e músicas que não te deixam parar os caras conseguem fazer um rock como há muito tempo não ouvia por aí. Gosto de todas as faixas, mas sempre tem aquela chama mais atenção, e no caso do Espamos, foi a música "Quantos tijolos sua cabeça aguenta?". Um lance legal dos caras é a que a cada momento os vocais são dividos entre o guitarrista Rafael Ramos e o baixista Fukuda, fazendo com que as músicas soem com uma identidade única. Um outro destaque da banda é o batera Rodrigo Previato, que soca seus tambores e pratos com técnica e peso.
Se ficou curioso para ouvir, corra para adquirir este registro dos caras, pois bons discos de rock e boas bandas, não aparecem a todo momento. (IG)

domingo, 4 de abril de 2010

500 dias com ela


Por Vinicius França

Rock, mundo pop, amor, comédia, drama, pessoas de carne e osso. Se você se identifica com todas essas coisas não pode perder 500 dias com ela, um ótimo filme que infelizmente passou em poucos cinemas do Brasil.
A história gira em torno do romance de Summer e Tom, um casal fissurado por rock e cheio de complicações. “Mais uma comédia romântica?”, pode pensar o leitor. Sim, é uma comédia romântica, mas que não repete os imensos clichês do gênero. E isso fica claro, por exemplo, no fato do filme não ser linear, ou seja, ele vai e volta no tempo, percorrendo os 500 dias citados no título. Enfim, quer assistir um bom filme e de tabela ouvir uma ótima trilha sonora? 500 dias com ela é a pedida perfeita!

terça-feira, 23 de março de 2010

Infeçcão Raivosa: peso e fúria sem levantar bandeiras

Esses quatro paulistanos estão juntos desde 2003 tocando um som "pesado" e expondo suas ideias através de letras que refletem a realizadade de milhões de brasileiros, insatisfeitos com a situação geral do país, entre outros problemas. Em sete anos, eles lançaram um EP e pretendem em 2010, lançar o primeiro álbum. Se você ainda não conhece a Infecção Raivosa, confira abaixo a entrevista que o baterista André Barone concedeu com exclusividade ao zine/blog Canibal Vegetariano.

Canibal Vegetariano: Qual o significado de Infecção Raivosa?
André Barone:
No começo a banda se chamava Infectantes. Começamos a fazer um som mais agressivo e pesado, e achamos que o nome não combinava com nossa proposta. O nome é resultado de tudo o que vemos no nosso dia-a-dia. Injustiça, desigualdade social, preconceito, e isso vai nos infectando, deixando com raiva, e através dessa infecção raivosa, passamos nossa mensagem através da música.

CV: Quais são as influências da banda? E o que vocês pensam sobre rótulos? Pois eu vi um show de vocês e deu para notar que vocês transitam muito bem por várias vertentes do rock, principalmente pela parte mais pesada.
AB:
Cara, as influências são muitas. Hardcore, Metal, Thrash. Bandas como Slayer, Biohazard, Agnostic Front, Pantera, Sepultura, Metallica, dentre muitas outras, são bandas que todos nós gostamos, depois cada um tem um gosto pessoal. O Rafael e Everton curtem muito Rap, o Claudinei e eu curtimos mais metal. Rotulação acontece, mas desde que não haja preconceito e separatismo, tudo bem. Coisas do tipo: “Aquela banda toca hardcore e eu sou headbanger, então não curto!” Isso sim é uma rotulação medíocre.


Juntos desde 2003, a banda pretende lançar ainda este ano seu primeiro álbum

CV: Em que as mudanças de formação influenciou no estilo da banda?
AB:
O Rafael e Everton gostam muito de rap e acabaram trazendo, algo disso. Isso é bom, quanto mais influências musicais, mais rica fica música.

CV: Devido a uma mistura de ritmos, nos shows de vocês acaba ocorrendo também uma mistura de pessoas de "tribos" diferentes. Rola algum tipo de violência ou acontece tudo de boa?
AB:
Sempre aconteceu de boa, mesmo porque, nós mesmos da banda não levantamos bandeira de nenhum movimento e nem nos rotulamos.

CV: Nestes sete anos de banda, vocês lançaram um EP intitulado "Tributo a uma sociedade perdida". Quais os planos para este ano e quando teremos um álbum da banda?
AB:
Este ano estamos priorizando composições, pois queremos gravar um Álbum.

CV: Em relação a espaço para shows, como está São Paulo? E o interior do Estado? Onde vocês costumam se apresentar com frequência?
AB:
Em São Paulo tem bastante lugar, porém, não tem estrutura.
Ainda tem pessoas que querem cobrar da própria banda para ela tocar. Claro, que se for banda já conhecida, com certa notoriedade, acaba tocando em lugares mais legais, com mais estrutura. Sobre o interior, tocamos em algumas cidades, e sempre foi bem legal. Acho que no interior, tem menos lugar e os eventos acontecem com menor frequência, porém quando acontece, a galera se une mais e faz uma parada bem estruturada.


Os caras acreditam que ao invés de só reclamar, a juventude, e o povo em geral, deve agir mais

CV: Nas letras de vocês, há muitas críticas à sociedade, igreja e política. Estamos em um ano de eleições. Vocês acreditam que algo pode mudar no Brasil? Qual é o ponto de vista político da banda? E quais os conselhos que vocês dão aos mais jovens sobre este assunto?
AB:
Tenho que ter fé e fazer minha parte, e assim acredito que um dia vá mudar meu velho, mesmo sabendo que vai demorar bastante. Cada um fazendo sua parte, fazendo mais e criticando menos. Nós da banda não discutimos política. Falamos apenas das coisas que estamos vendo. Fazemos crítica tanto às pessoas do governo, tanto à cidadãos comuns, acomodados e que não fazem nada de bom para colaborar. Para os jovens, deixo um conselho: falem menos e fação mais. Só falar mal do governo, falar mal do outro, não vai adiantar.

CV: Vocês estão sendo patrocinados por uma empresa. Como funciona este esquema e como os fãs veem esta ajuda à banda?
AB:
Banda independente sofre pra caralho (risos). Os caras da weird, ouviram o som e curtiram. Eles nos apóiam com o esquema de roupa, que aliás são muito foda (www.weird.com.br). Isso dá mais ânimo. Você vê seu trabalho sendo valorizado, pois há pessoas que realmente curtem. Cara, como os fãs veem?? Não sei nem se nós temos fãs (risos), mas se tem, nem imagino, acho que eles ficam mais fãs (risos).


Foto da capa do primeiro EP lançado pela banda

CV: Agradeço pela entrevista, espero que vocês voltem em breve para Itatiba e deixo o espaço para suas considerações finais.
AB:
Muito obrigado ao zine Canibal Vegetariano pela oportunidade e pela força. O show de Itatiba foi muito foda. Com certeza queremos voltar.
E muito obrigado aqueles que vem nos acompanhando e dando força. VALORIZEM A CENA UNDERGROUND E DIGA NÃO À PANELA!
Para entrar em contato:

infeccaoraivosa@gmail.com

http://www.myspace.com/infeccaoraivosa

http://www.youtube.com/user/infeccao

http://twitter.com/infeccaoraivosa

Abraço a todos.

Infecção em Itatiba

Como algumas pessoas devem saber, o editor deste zine também toca em uma banda de rock, Mão de Vaca, e em novembro de 2009, nós fomos convidados para tocar no 1º Self Fest, que foi realizado em um moto clube em Itatiba. Além de nós, Itatiba foi representada pelo punk do Olho de Cadáver e o hardcore do Gatilho. As outras três atrações eram de cidades próximos, uma banda era de Jundiaí, outra de Itupeva e o festival seria encerrado pelos paulistanos da Infecção Raivosa.
Eu ainda não os conhecia, mas pelo que ouvi do pessoal que estava trazendo o show dos caras para a cidade, eles tocavam um hardcore de peso e fúria. Os shows foram rolando, até que chega a vez da Infecçao. Logo nos primeiros acordes notei que os rapazes tinham razão, a banda era muito boa mesmo. Passando por várias influências do rock, os caras mandam muito bem, fazendo um som impossível de ficar botando rótulo.
Além das ótimas músicas, os temas das letras são muito boas também, nada de discursos vazios e sim, pontos de vista de pessoas indignadas com os rumos do país e da humanidade em geral. E a cada nova música que eles mandavam, a galera, ensandecida, cantava em coro, junto com o pessoal da banda, chegando em alguns instantes, a tomar conta sozinha da música. Ao final da apresentação, todos estavam satisfeitos, público, banda e todo o resto. Sem dúvida que o show destes caras, está entre os melhores que vi em 2009, e eu vi show para caralho neste ano.

domingo, 14 de março de 2010

Na matéria rock'n'roll estes Estudantes são dez!

Eles se consideram anti-profissionais, mas ano passado fizeram dois grandes shows, um em Campinas, no Festival Auto Rock e outro em Bragança Paulista, no Festival Cardápio Underground. Em dez anos de carreira lançaram um split CD, com uma banda de Curitiba, e lançaram em vinil o 1º álbum. A seguir, você confere a entrevista que a banda carioca Estudantes, concedeu ao blog/zine Canibal Vegetariano.


Os cariocas da Estudantes estão há dez anos tocando seu punk/hardcore pelo Brasil



Canibal Vegetariano: Para começar peço que façam uma apresentação da banda, integrantes, instrumentos e influências.
Vitão:
Eu faço os vocais. Escuto basicamente som parecido com o que a gente faz, punk e hardcore velho. Consigo escutar algo de outros estilos também, pode ser jazz, blues, rap, pop, funk, surfmusic, metal... desde que seja boa música, tô ouvindo...
Manfrini: Eu toco guitarra, e adoro punk/harcore do início dos anos 80!
Diogo: Bateria, meio o que o Vitão citou, predominando sub-gêneros do punk até aproximadamente 2003, de lá pra cá não ouvi muita coisa nova, exceto os discos novos de bandas antigas e discos antigos que eu não conhecia. Ao criar as baterias dos Estudantes, sofri acidentalmente uma certa influência do Iron Maiden, mas com os tempos descaralhados e com bem menos peças no kit.
Dony: Eu toco baixo, com distorção. Estou na banda a pouco mais de 1 ano, eu era fãnzinho dos estudantes hehe, até a hora que me ligaram perguntando se eu estaria afim de entrar pra banda, me amarrei na idéia e topei!  Gosto de ouvir as coisas quase que de sempre, Black Flag , Flipper, Bad Brains, Kennedys, Cramps, The Sonics, The Seeds, Link Wray, Ventures, Sabbath, Mc5,  Stooges, Melvins e sei lá, mais um monte de coisas.

CV: Como é tocar rock pauleira, hardcore, em uma cidade como o Rio de Janeiro? Como é a cena rock local? Há vários espaços para shows?
Dony:
É como comer gengibre com banana e mijar no ralo.
Manfrini: É aquela coisa, a gente sempre reclama, mas também se diverte...se não, não estaríamos nessa há tanto tempo.
Vitão: Um pouco complicado. Tem alguns lugares legais como a Audio Rebel, Planet Music... às vezes rola em algumas boates do “rock” também.
Diogo: Nossos shows aqui ficaram meio falidos depois que boa parte dos nossos amigos desistiram de ir. Os que rolam no subúrbio são sempre bons! Um fato curioso: aqui rola um sol bizarro durante dias seguidos, mas quando tem show dos Estudantes, quase sempre chove!


Estudantes "detonando" em sua apresentação no Festival Cardápio Underground em Bragança Paulista

CV: Duas apresentações de vocês no interior de São Paulo, em 2009, chamaram muito a atenção da galera rock, devido a energia e fúria que vocês demonstram no palco. De onde vem toda a raiva e ao mesmo tempo tesão pela música?
Dony:
Bem, shows fora de casa, é sempre outra coisa, até porque aqui no Rio é uma merda, 97,9 % dos shows que fazemos por ano aqui, é no mesmo lugar, aí fode, dá no saco tá ligado?! Aí é natural, quando vamos tocar em outro estado, bate aquela adrenalina, aí a coisa fica quente.
E de onde tiramos tanta raiva? Pode ter certeza que é do calor infernal que faz aqui no "Hell de Janeiro", já passou um dia de verão aqui no Rio? “Cumpadi”, é sinistro, 42 graus na mente, e sensação térmica de 60 graus, parece que nossas mentes estão derretendo. Ainda mais eu, que sou o único suburbano da banda, onde não tem mar nem porra nenhuma. Mar aqui, só se for de sangue, bagulho doido!
Vitão: Eu moro em Botafogo, colado no cemitério, pelo menos bate uma brisa dos defuntos. Bom, como a gente não é banda profissional, tem show que é bom e tem show que é uma merda. Tem show que a platéia se amarra mas a gente acha um lixo e vice-versa. Quanto ao ódio, é isso, a gente é roqueiro e mora no Rio, isso já basta como explicação. Mas respeito com a nossa cidade, só nós podemos falar mal dela (risos)...
Diogo: O Manfrini pode falar melhor sobre a raiva, tem até música nova sobre isso. No meu caso vem de ter que trabalhar muito pra pagar as contas, viver em um país zoado, de usar o transporte público e de não querer ter um carro para não acabar preso no trânsito sem lugar pra estacionar. Podiam anunciar de fato a data certa do fim do mundo para poder largar tudo e seguir tocando rock até o juízo final, como disse o Manfra em uma noite alcoólica. O tesão vem de berço, é algo que se descobre e, em alguns casos, se perde. Felizmente, no meu caso ele aumenta. A vida de adulto costuma fazer as pessoas buscarem sentimentos bons que fluíam enquanto você era mais jovem, a vida era uma festa e você entregava sua alma em tudo que fazia. Tocar é bom pra caralho e você se lembra disso cada vez que faz. Ponto.
Manfrini: Acho que procuramos dar o máximo de nós nos shows, se não for assim, não faz sentido… E dar aqui, não é algo artificial, representado… música é uma forma de arte, de expressão humana, e no palco é a hora de soltar todo essa energia, todos os sentimentos, bons e ruins. A raiva, no sentido de gana, vontade, paixão, é o que nos faz, seres humanos, seguirmos vivos.

CV: Vocês estão juntos desde o ano 2000. Em 2001 vocês lançaram um split CD com a Evil Idols, e depois houve uma espera longa para o lançamento do primeiro album de vocês. Qual o motivo, vamos dizer assim, da demora?
Vitão:
Somos lerdos e anti profissionais. E tivemos vários baixistas mais anti profissionais que a gente.
Manfrini: Bom, acho que não houve um motivo, mas sim motivos…
Primeiro, trocamos de baixista um monte de vezes. Depois, todos nós estudávamos, ou trabalhávamos, e preferíamos gastar nosso tempo livre fazendo outras coisas… sei lá, tomando cerveja por exemplo (risos). Levamos a banda como um hobby eventual….Fazíamos 5 shows e 3 músicas por ano... Até que chegou uma hora em que estávamos com um monte de músicas prontas sem registro, e com uma formação estável, o que deixava o som bem redondo… Estava muito legal pra não ter registro…
Diogo: Eu estou sempre enrolado com projetos e já perdi muito tempo com noitadas, mulheres e bebida, aquela confusão. Risos.
Vitão: Hobby nada! Isso pra mim é sério (risos)!!!


O guitarrista Manfrini em mais uma apresentação da Estudantes: "Acho que procuramos dar o máximo de nós nos shows, se não for assim, não faz sentido…"


CV: Este álbum foi lançado em vinil. De quem foi a ideia e quantos foram lançados? As vendas atingiram a expectativa da banda?
Vitão:
Foram 100 prensados. Eu e Manfrini decidimos lançar em vinil, mas o dinheiro tava curto, só deu para fazer 100. Acabou rapidinho. Até superaram as expectativas. Depois a Laja lançou em CD, mas CD ninguém quer saber...
Manfrini: Como o Vitão falou, a ideia de lançar em vinil foi minha e dele. Muita gente falou que estávamos viajando, que deveríamos lançar em CD e tal. Mas nós batemos o pé, gastamos uma grana do nosso bolso e fizemos a bolacha. Agora, nosso bolso era pequeno, e, infelizmente só deu pra fazer 100 cópias. Que saíram bem rápido… Mas o lance legal, não foram as vendas em si, mas a capacidade do disco em divulgar nosso som. Para uma banda que não lançava nada há 7 anos, sendo que a única coisa lançada tinha sido aquele split capenga (da nossa parte) com a Evil Idols, a receptividade foi muito boa. Fiquei feliz, porque as pessoas que curtem o som que eu gosto de ouvir e fazer gostaram do disco.
Diogo: Toda hora me pedem uma cópia, mas estou guardando uma extra para vender no e-bay se alguém da banda bater as botas antes de mim.

CV: Como vocês veem o mercado musical atualmente. O CD ninguém liga, atualmente encontra-se tudo na Internet e grátis. Agora, com o vinil, que até há algum tempo era considerado obsoleto, existe uma grande procura.
Manfrini: Na verdade, o que importa, é uma forma de divulgar o som que nós fazemos, é fazer com que as pessoas que gostam da nossa música possam ouví-la. Particularmente, eu gosto muito de comprar vinil, acho, hoje, a forma mais legal de se ouvir música. Não é uma coisa descartável como o CD, ou mp3, rola todo um ritual de colocar o disco na vitrola, a capa é grande..entende?
Mas a Internet e o mp3 possuem um viés interessante também, pela facilidade de acesso a uma gama de bandas legais desconhecidas de todo o mundo...
Vitão: Atualmente eu compro só vinil. No máximo disco de banda nacional que só saiu em CD. O único problema que eu acho de pessoal baixar e só ouvir no computador é que geralmente elas ouvem em caixinhas vagabundas que deixam o som um lixo... Você gasta uma fortuna no estúdio pra deixar o som decente pra nada...
Diogo: O nosso som é meio feio e combina com o formato vinil, se o seu equipamento é antigo, como o meu, os ruídos completam o caos. O CD ganha disparado do mp3, com um bom equipamento e caixas potentes, mas não dura e não tem apelo visual. Não faço a mínima idéia de como anda o mercado real para quem vive disso, mas fico feliz de pessoas como Mozine (Laja) e Boka (Pecúlio) estarem na ativa, são tipo heróis.

CV: O que melhorou e o que piorou na cena independente nacional desde que vocês começaram a banda?
Dony:
O que melhorou é que a cena está cada vez pior, e isso é ótimo, daqui a dez anos não existirá mais nenhuma banda boa, será o fim!
Vitão: Hummm... o acesso pela Internet facilitou muito o trabalho de divulgação do som e principalmente em fazer contatos no exterior. O pior são as bandas de visual ridículo e som idem.
Manfrini: Os fotógrafos! De resto continua ruim como sempre foi. Talvez um pouco diferente, mas ainda ruim... Até porque, se fosse boa não teria graça. Não ia dar para reclamar de tudo, e ficar imaginando como na gringa seria bem melhor isto, ou aquilo... (risos)
Diogo: O novo “hardcore sertanejo” não é legal, definitivamente. A Internet é bacana e a maior presença feminina no público de rock foi a maior conquista das últimas duas décadas.


"Somos lerdos e anti-profissionais. E tivemos vários baixistas mais anti-profissionais que a gente" Vitão

CV: Quais os planos dos Estudantes para 2010?
Vitão:
Bom, já estamos gravando sons novos. Daqui a pouco estaremos com dois lançamentos inéditos. Cinco músicas num split CD e outras cinco em vinil que vai sair pelo selo americano “todo destruído”.
Dony: De repente um filme pornô dos Estudantes, nós 4 em um super clima transado. E quem sabe, contratar um sanfoneiro para dar um tiquinho de brasilidade para o som da banda.
Manfrini: Ano passado, falei que nos planos de 2009 estava, entre outros, uma tour na Europa. Bom, não rolou…Então, sem planos ousados para 2010 (risos)... Estamos esperando nosso novo 7" vir dos EUA, o split de cinco bandas que vai sair aqui no Brasil mesmo. E pretendemos tocar o máximo possível por ai...
Diogo: Eu espero arranjar algum tempo para editar algum material videográfico da banda.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo o espaço para divulgação de venda de material, ou que vocês considerarem mais importante.
Dony:
É nóis! Uhu!
Vitão: Para entrar em contato, escutar som, foto, etc... checa o nosso myspace. Abraço!
Diogo: Nos convide para tocar em sua cidade, nós gostamos de conhecer novos lugares. Só estamos meio velhos pra dormir no sofá de neguinho, esquema patrão, por favor! Abraços!
Manfrini: Sintam raiva, faz bem à saúde! Ah, e não sejam passivos, desconfiem de tudo que tentarem lhe enfiar goela abaixo!

Todas as fotos foram cedidas pela banda

segunda-feira, 1 de março de 2010

Oito Mãos, quatro caras e um disco com identidade

Os campineiros da banda Oito Mãos estão lançando seu primeiro álbum, intitulado "Vejo Cores nas Coisas", e aproveitando esta oportunidade, nós do zine/blog Canibal Vegetariano, conversamos com o baixista Felipe Bier, que comentou sobre o período de gravação e os próximos passos da banda. Abaixo, vocês conferem a entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Vocês estão juntos há cinco anos e após o lançamento do EP "Inverno Inusitado" e alguns singles, lançam o primeiro álbum. Podemos dizer que o disco saiu na hora certa, ou ele demorou um pouco?
Felipe Bier:
O disco saiu na hora certa, pois somente agora amadurecemos o bastante para que um disco como “Vejo Cores nas Coisas” fosse realizável. Digo isto pois sempre fomos uma banda muito criativa, mas que precisou trabalhar muito para entrar nos trilhos, se conhecer etc. O “Inverno Inusitado” tem músicas excelentes, mas reflete a nossa imaturidade em muitos aspectos, sobretudo técnicos. Além disso, durante esses cinco anos de banda, soubemos fazer com que as músicas soassem como Oito Mãos, e nãos mais como Los Hermanos, Oasis, Coldplay, Beatles etc.


Capa do CD da banda. Os caras curtiram tanto que acreditam que ela ficaria ainda melhor em vinil


CV: Como foi o processo de gravação? E como o disco será comercializado?
FB:
O processo de gravação foi, ao mesmo tempo, uma delícia e muito penoso. Passamos o ano inteiro de 2009 gravando as 13 faixas. Gravamos tudo no estúdio que montamos no quintal do André Leonardo, guitarra e voz da banda. Foi uma experiência muito legal, não só porque estávamos gravando em um ambiente que nos era familiar, mas também porque tínhamos todo o tempo do mundo para errar, experimentar, errar de novo, voltar e por aí vai. Testamos tudo que pudemos e a prova disso é a primeira faixa do álbum – “Ninguém” – que é uma puta viagem nascida das nossas experimentações. Algo realmente gratificante sobre essa produção toda do CD é que mantivemos o controle sobre todas as etapas de sua construção: o que lhe dá um ar meio ‘artesanal’ e sobretudo autoral. Ou seja, para o bem ou para o mal, o que está ali é a Oito Mãos. O disco será comercializado da maneira como são os discos de bandas independentes no sentido estrito da palavra: venderemos para as pessoas que se interessarem, venderemos em shows, pensamos em colocar em algumas lojas aqui de Campinas, bancas de jornal etc. Desse jeito pretendemos fazer o Cd chegar aos fãs. Mas não criamos nenhuma expectativa em relação a ganhar uma grana, vender todas as cópias e tal. Tanto é que já começamos a divulgação e providenciamos na Internet todas as faixas mesmo antes do Cd chegar às nossas mãos. O mais importante para nós é que o som se espalhe.

CV: Mesmo vivendo em um mundo conturbado, vocês lançaram um disco com o nome "Vejo Cores nas Coisas" e uma capa colorida. Algumas pessoas podem entender que se trata de uma banda otimista em relação ao futuro. O que vocês pensam sobre isso? E como surgiu a ideia do título e o conceito da capa?
FB:
Não saberia dizer se somos uma banda otimista em relação ao futuro, até porque estamos falando de quatro pessoas que têm visões divergentes acerca de muitas coisas. Mas acho que temos o seguinte sentimento na banda: nesse mundo conturbado, excessivamente desencantado, a música (e falando aqui da boa música) é uma das poucas coisas que guarda certa dose de mistério, de ousadia. Posso dizer que grande parte da visão que temos sobre as coisas, sobre a política, sobre a vida deve muito à música, à nossa sensibilidade musical. Por isso, para nós, não se trata de apenas fazer uma música meramente agradável: como a garota da capa, tentamos fazer música sempre esboçando aquele olhar para fora da cerca. Respondendo mais diretamente a pergunta: somos ao mesmo tempo uma banda otimista e pessimista. Não acreditamos que a nossa música vai mudar o mundo – tampouco mudará o mundo da música, muito provavelmente –, mas acho que acreditamos no poder crítico que a arte pode exercer, no teor de verdade que ela carrega.
A idéia do título surgiu em meio a muitas discussões que tínhamos na época. Numa dessas, o Leandro Publio (guitarra e voz) contou-nos de uma viagem dele. Para ele, todas as músicas tinham uma cor. Quando ele ouvia uma canção, ele dizia “essa é azul” ou “essa é vermelha”... é como se as cores, como frequências que são, fossem como os sons que compõem as músicas. Gostamos da ideia, ainda mais porque não nos soava nada blasé, o que definitivamente não é nossa característica. Sobre a ideia para a foto da capa, ela surgiu no centro de discussões ainda mais acaloradas. O André teve a ideia de alguém olhando através de uma cerca colorida. Eu comprei a ideia e fiz um teste quando estava de férias: comprei um monte de tinta guache, passei numa marcenaria e montei uma cerquinha colorida. Todo mundo gostou da ideia, ela ficou.

Sílvia Montico

A banda particiou de dois festivais e ganharam uma grana que foi fundamental para a gravação do CD


CV: Algumas bandas de Campinas lançam CD's com apoio do poder público, através de uma lei municipal de incentivo a cultura. O álbum de vocês também conta com esse incentivo?
FB:
Pode-se dizer que ele conta com um incentivo indireto. Foi com o dinheiro que ganhamos no festival “Cena Musical Independente”, realizado pelo governo do Estado de São Paulo, em dezembro de 2008, que conseguimos a grana de que precisávamos para montar nosso home studio. Em setembro de 2009, ficamos em quarto lugar no segundo Unifest Rock, festival de alcance nacional promovido pela prefeitura de Campinas. Com isso, conseguimos o dinheiro para prensar as cópias do CD.

CV: Vocês prentedem lançar o disco em vinil?
FB:
Vontade nós tínhamos, mas infelizmente estamos quebrados no momento. Quem sabe, não é? Sempre dizemos que a arte do CD ficou muito bonita e merecia ser apreciada em vinil. Certamente é um desejo da banda, mas no momento o CD tem prioridade.

CV: Vocês tocaram nos espaços mais importantes da música independente em Campinas e participaram de dois festivais, um deles em São Sebastião, onde vocês ganharam uma grana, por estar entre os melhores classificados. O que vocês pensam desses festivais e como está a agenda de shows?
FB:
Esses festivais foram muito importantes, não só pela grana. Aprendemos muito, conhecemos outras bandas, vimos o que as pessoas estão fazendo no Estado, no Brasil. Isso é muito importante para sabermos localizar o nosso som em meio a tanta coisa sendo produzida. Além disso, sempre é uma experiência boa tocar num palco maior, já que estamos acostumados ao clima dos “inferninhos”. E, é claro, é ótimo saber que não estamos loucos ao pensar que nosso som é de boa qualidade: quando há a chancela de um festival de grande porte, temos a comprovação de que nossa intuição não está nos enganando.
A agenda de shows ainda está meio vazia: como passamos esse último ano muito concentrados no Cd, tocamos pouco. Pretendemos voltar a nos apresentarmos em breve, com lançamento do CD e tudo mais.

CV: Há planos para uma turnê no exterior?
FB:
Planos não há. Mas se rolasse um convite e condições materiais para que isso acontecesse, seria uma experiência inesquecível! Vamos ver... vamos mandando nosso som para todo lugar. Quem sabe algum maluco da Romênia não nos chama pra um festival de lá?

Felipe Pompeo


Uma definição importante da banda: "Fazemos as músicas como nós – ouvintes exigentes – gostaríamos de ouvir"


CV: A cena do rock independente cresce a cada ano. O que vocês pretendem fazer para se destacar entre as demais bandas? Vocês acreditam que ainda é possível músicos de banda, principalmente de rock independente, viver de música?
R:
Essa é uma questão delicada. Se por um lado, o rock independente cresce a cada ano, ele é absorvido de maneira muito seletiva pelo grande público. Acho que estamos passando por um momento de redefinição das fronteiras e limites do campo musical. A Internet ajuda em muitos aspectos, atrapalha em outros. É possível viver de música, mas somente contando com a grana que se ganha em shows. É impossível contar com a renda de venda de CD's. A nossa estratégia é exatamente não ter uma: fazemos as músicas, simplesmente. Fazemos as músicas como nós – ouvintes exigentes – gostaríamos de ouvir. Não temos muita preocupação com nossa aparência, com a maneira como nos vestimos etc. Não pensamos em cantar em inglês para atingir a um público maior, nada disso. Tentamos pensar que estamos agregando valor à própria música em si, apesar de sabermos que só isso não é suficiente para trazer notoriedade a qualquer banda que seja. A era dos grandes estouros de mercado acabou, isso é certo.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo o espaço para suas considerações finais.
FB:
Nós é que agradecemos muito. Estamos ralando bastante para que o “Vejo Cores nas Coisas” chame a atenção das pessoas, e espaços como o Canibal Vegetariano só podem nos ajudar! Esperamos que ouçam o CD e que o apreciem e se divirtam como nós nos divertimos ao produzi-lo. Deixo aqui os lugares na internet onde podem nos encontrar: www.oitomaos.com ; www.myspace.com/oitomaos ; www.twitter.com/oitomaos ; www.oinovosom.com.br/oitomaos . Em todos esses espaços é possível ter acesso às nossas novas músicas, bem como ao link para baixar o disco “Vejo Cores nas Coisas” inteiro. Estamos também no Orkut, se quiserem nos procurar por lá!