quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Rock, suor e união, um resumo do Festival Insanidade Coletiva

foto: Renata Olivares
Vista parcial do local onde rolou as muitas horas de rock em São Paulo

Canibal Vegetariano: Como surgiu a idéia de organizar um festival deste porte?
Ayuso: Já fazia algum tempo que eu e o Gui estávamos pensando em fazer um festival. Depois que nós "rodamos" em Trindade, chegamos a pensar em fazer um festival para reembolsar a grana que nos fora roubada pelos policiais. O Festival chamaria “Propina´s Rock Festival” (hahahaa) acredita? Mas depois de um tempo a ideia meio que abafou e pensamos em algo mais sério e maduro e daí surgiu o lance do Festival Insanidade Coletiva.

CV: Qual o balanço que você faz deste primeiro “Insanidade Coletiva Festival”?
A: Para mim foi tudo um grande aprendizado e no geral nós acertamos em muita coisa, tirando o lugar escolhido para o festival que não tinha muito haver e além de abafado tinha péssima acústica! Mas foi bom até, para um lugar onde costuma rolar forró...

foto: Renata Olivares
Apresentação da banda Maquiladora, uma das sete bandas que se apresentaram entre o final da tarde e noite do dia 24

CV: Como foi a recepção do público? Qual a reação das bandas?
A: O público e inclusive as bandas acabaram entendendo o espírito da coisa, todo mundo acabou se ajudando, emprestando um amplificador, mexendo na mesa, etc..
O espírito coletivo é algo que só precisa ser estimulado para que as pessoas percebam que uma depende da outra e só assim através da união é que podemos mudar algo em nossa sociedade ou em qualquer outro meio.

CV: Podemos acreditar que haverá mais edições?
A: Ano que vem pretendo fazer mais um sim, só que mais planejado! Estão dentro desses planos arrumar patrocínios e trabalhar com venda antecipada de ingressos.

foto: Renata Olivares
Linari, da banda La Carne, soltando a voz. O evento foi um sucesso e deve ser ampliado no próximo ano

CV: Como foi a exposição de zines? O público se interessou pelos meios alternativos de informação? E a quantidade de zines, te surpreendeu de alguma maneira?
A: A pessoa responsável (Bruna Sizilio – Fuzz Zine) pela exposição acabou não podendo comparecer e assim acabei ficando responsável por isso também! Levei alguns exemplares que peguei com a Bruna e muita gente se interessou sim, pegando o seu para ler e divulgar.

foto: Renata Olivares
Banca onde ficaram expostos os zines e materias das bandas que se apresentaram no Insanidade Coletiva

CV: No geral, houve uma troca de informações e cultura entre todos os envolvidos?
A: Sim! Nesse aspecto foi o que mais entusiasmou todo mundo, muitas bandas compareceram para prestigiar o evento e fizeram novas amizades e contatos.

foto: Renata Olivares
Ayuso (à esq.), guitarrista e vocalista da Monaural e um dos organizadores do evento, junto com Orione do Superduo

CV: Deixo o espaço para críticas, agradecimentos ou o que você queira escrever.
A: Quero agradecer a todas as bandas que realmente acreditaram na proposta do festival sem se prenderem a idiotices e fizeram sua parte tocando, participando, ajudando, etc...e claro a todas as outras pessoas, bandas e amigos que nos ajudaram nesse mutirão pois sem elas nada disso teria acontecido.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

1º Self Records apresenta bandas de Itatiba e região

Vem aí mais um festival de bandas independentes em Itatiba. No próximo dia 7 de novembro, a partir das 13h (vulgo 1h da tarde) tem a festa de lançamento do selo Self Records, e para comemorar, será realizado o 1º Self Fest com seis bandas, de rock, punk e hardcore, sendo três de Itatiba e três da região.
O evento está previsto para ter início às 13h no Aguados Bar, localizado na Rua Romeu Augusto Rela, atrás da Ford, no Bairro do Engenho. A entrada custa R$ 5. Você que gosta de rock, não deixe de prestigiar a cena independente.

Festa Halloween no Guarujá

Quem vai para o litoral durante o fim de semana prolongado, também pode curtir um bom rock. No domingo dia 1, tem uma incrível festa no Estúdio Phabiño. Informações seguem abaixo:
NÃO PERCA! DIA 1-11 A NOITE MAIS MACABRA DA HISTÓRIA!

HALLOWEEN DO STUDIO PHÁBIÑO!
A PARTIR DAS 18HS!
SHOW COM AS BANDAS: TASTE OF SIN, DRY SYSTEM E STORIA
E MUITO MAIS MÚSICA...

SORTEIO DE BRINDES PARA AS MELHORES FANTASIAS!
ENTRADA 5 REAIS!

STUDIO PHÁBIÑO! RUA JORDÃO OTAVIO DE AZEVEDO, 257, ESQUINA COM RUA E VICENTE DE CARVALHO. PROXIMO AO COLEGIO NAPOLEÃO, ANTIGA LOCADORA CRIS VIDEO!

INFOS: (13) 33417826 e (13)97382992

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Entre o retrô e o moderno, a banda Del-O-Max 'detona' seu rock'n'roll

Formada em Campinas, em 2002, a banda Del-O-Max mistura o rock garageiro do final dos anos 60, com o rock considerado moderno. Com uma formação que por muitos é considerada inusitada, pois ao invés de ter dois guitarristas, os caras têm dois baixistas, Gui Galembeck, que também faz os vocais e Renato Henriques. Com esta diferença, e o potente som que compõem, a banda que além dos baixistas, conta também com o guitarrista Maurício Struckel e o baterista Alessandro Poeta concedeu uma entrevista ao editor do blog/zine Canibal Vegetariano, onde foi comentado sobre o estilo que seguem, influências, composições entre outros assuntos. Boa leitura.
foto: Gui Galembeck e Mari Whitaker
Contra capa do disco 'Too Hard' que a banda lançou em 2007

Canibal Vegetariano: Por que o nome Del-O-Max?
Renato: Alan Lomax pode ser considerado o pioneiro na gravação independente nos EUA. Ele saía com um Ford modelo "T" procurando músicos de blues e country que ele pudesse gravar, sendo estes artistas autênticos, e não músicos querendo gravar um produto meramente comercial. Leadbelly, importante músico de blues e também para as raízes do rock foi uma de suas "descobertas". No fim dos anos 50 teve na costa Oeste dos EUA a gravadora Del-Fi, de Bob Keane. Bob gravava um tipo de rock novo até então, que tinha nos riffs e no instrumental seus pontos fortes e quebravam com aquela tradição do rock típico dos anos 50. Gravou também artistas exóticos e doo-wop. De qualquer modo, pode ser considerado um primeiro marco na destruição/resconstrução do rock, fugindo de seus modelos tradicionais. Assim, com o nome Del-O-Max achamos que poderíamos fazer nossa homenagem a Alan Lomax e à gravadora Del-Fi.
Alê: Eu entrei posteriormente na banda e não participei desta escolha. Apesar da teoria que explica a criação do nome da banda, gosto dele antes da explicação, como alguma coisa abstrata, que faz algumas referências mas não deixa explícito de que se trata, aguçando a imaginação. Na verdade, existem outros fatores que influenciaram na parte estética, como a simetria e o uso dos hífens que separam as palavras (elemento presente nos nomes de eletrodomésticos e em outras coisas dos anos 50 e 60: Trap-O-Matic, Car-a-Van, etc). O nome soou bem no meu ouvido desde a primeira vez que ouvi e acredito que esta impressão não é só minha. Parece que caíria muito bem para um grupo de surf music também, uma associação que já foi feita algumas vezes. Mas depois de ouvir o som e ver o show tudo parece se encaixar harmoniosamente.

CV: Algo de diferente que dá para notar no som e na presença de palco de vocês, é o lance de dois baixos. De quem partiu a ideia? Como o pessoal recebeu essa ideia e como é feito o trabalho de composição?
Renato: A ideia veio do Guilherme, que estava cansado de trabalhar com guitarristas, e pensou que um segundo baixo no lugar de uma guitarra poderia quebrar a hegemonia. Mas percebemos que faltavam clarezas na melodia, diferenças mais marcantes entre tons maiores e menores, etc, e daí incorporamos também uma guitarra, que também é tocada de uma maneira bem peculiar, por conta da formação. A composição para a gente é um processo natural, onde alguém vem com um riff, e vamos construindo a música a partir dos resultados legais alcançados no improviso. Depois a letra é encaixada e os riffs encaixados de maneira mais matemática.
Gui: Os baixistas ainda costumam ser mais entusiasmados a longo prazo que os guitarristas. Não mudou nada.
Alê: Os dois baixos são o principal diferencial na sonoridade da banda. O som fica pesado, gordo, e deliciosamente rouco e sujo com a distorção ao mesmo tempo que pode soar delicado. Acredito que a limitação inicial pela falta de um timbre de guitarra fez com que a banda estudasse e testasse bastante as combinações de timbres entre os baixos e a maneira como eles trabalham. Alguém aparece com um riff, e começamos a testar e adaptar as funções de cada instrumento, inclusive os baixos tem funções distintas. Às vezes o riff vem gravado num celular porque alguém assobiou algo que pareceu legal e gravou para não esquecer. Algumas coisas que a princípio parecem ridículas, acabam ficando fantásticas depois de misturar tudo e cada um dar a sua contribuição. Criticamos quando não gostamos de algo ou da linha de algum instrumento, propomos alterações, readaptamos e assim por diante até a finalização. Algumas músicas ficam prontas em poucos ensaios, outras levam meses, algumas desistimos ou damos um tempo esperando a ideia amadurecer.

foto: Tatiana Ribeiro
A dupla de baixistas da banda, Gui, à esquerda e Renato. Gui também faz os vocais

CV: Quais são as principais influências de vocês?
Renato: Não sei. A gente praticamente nem sequer sabe o que o outro ouve em casa. Mas a atitude verdadeiramente rock de todas as eras certamente é a nossa força-motriz.
Gui: Em casa... Rock, Low-Fi e recentemente música eletrônica.
Alê: Acho que não me arrisco mais responder a esta pergunta citando nomes pois me tornei eclético em relação a música. Gosto de muitos estilos e acredito que esta variedade acrescenta de todos os lados. O rock é minha preferência e como disse o Renato, nossa força-motriz. Gosto de ficar transformando tudo em rock.

CV: Vocês lançaram em 2007, o disco "Too Hard", somente em vinil ou teve lançamento em CD? E por que fazer um lançamento em vinil?
Renato: Lançamos o disco em Vinil e em MP3 gratuito disponível no nosso site (mas que está passando por reformulações no momento).
Gui: Vinil é mais legal para a gente, e já que fazemos isso para nós mesmos antes de mais nada, ter a liberdade de lançar em vinil, que por si só um objeto mais colecionável que o CD, era uma vontade pessoal da banda. Eu mesmo não compro um CD há anos. A idéia é que a pessoa que quiser CD baixe do site e grave algumas cópias, ou passe a música em MP3, tanto faz, o importante é que a música seja ouvida, e quem quiser comprar algo, compra uma peça mais exclusiva em Vinil. Mais do que seria se lançassemos em CD.
Alê: Não é só pelo fato do disco ser de vinil (material), pelo tamanho do objeto ou da capa, ou por ser um formato antigo, colecionável … Na minha opinião o grande e verdadeiro charme e vantagem está no fato de ser um formato analógico. Mesmo novo, nenhum disco será exatamente igual ao outro e depois de usado menos ainda. A leitura é feita através de contato mecânico e isso traz tanto limitações quanto vantagens que tornam o som do disco de vinil diferente do CD. Já o CD não chega a ser exatamente um disco, é na verdade uma mídia de suporte de um arquivo digital que pode ser transferido para qualquer outro tipo de dispositivo de armazenamento digital como um pen-drive, um HD, etc. Hoje, as pessoas se preocupam em carregar mil músicas no seu MP3 portátil, não andam mais por aí com diskman e CD's na mochila. O CD já está obsoleto, vai virar lixo. Hoje poucas pessoas jogam discos de vinil no lixo, normalmente eles vão para o armário de outra pessoa ou voltam para os sebos onde são comercializados novamente. Isso chega a ser engraçado pois se parar pra pensar um disco de vinil usado pode estar sendo comprado pela terceira, quinta vez, e ainda acaba valendo mais hoje do que quando foi vendido pela primeira vez e este disco ainda tem uma história, uma tragetória, foi de outras pessoas, esteve em outros lugares. É meio que uma maneira de agregar mais valor ao som e disponibilizar um formato diferenciado também na sonoridade. Quanto a durabilidade, estou convencido de que a do vinil é superior. Tenho discos de 40 anos que continuam tocando e CD's muito mais novos que já não tocam mais. O CD é muito frágil e delicado. Se você pegar um CD com a mão úmida ou engordurada ele pode oxidar naquele ponto e se perder por completo depois de um tempo, já o disco de vinil vc pode até lavar. É uma maneira de imortalizar a coisa gravar em vinil. No disco de vinil o som está lá, você vê ele lá riscado, dá pra ver a batida do bumbo, falo sério. Você pega no som, você ouve o som saindo da agulha só de girar o disco, nem precisa ligar o aparelho. Não se ouve um disco de vinil, se toca ele, ele é praticamente um instrumento sonoro.

CV: Esse lance de lançar o trabalho em vinil partiu de quem? Houve algum apoio, selo de distribuição? O disco foi lançado somente no Brasil, ou foi para o exterior também?
Gui: Partiu da gente mesmo. O disco foi lançado no Brasil, com apoio da Riva Rock Discos apenas. Mas tem uma longa história por trás disso... Inicialmente a Pisces Records iria entrar na distribuição e produção.. acabou até saindo o logo deles na capa, porém não recebemos um puto deles até hoje, e não creio que isso vá ser acertado algum dia. Falta honestidade por parte do Ulisses, que simplesmente sumiu e não cumpriu com a parte que lhe cabia. O disco só foi lançado mesmo, por causa de nossos próprios esforços e de mais ninguém. Portanto, foda-se a Pisces Records e o Ulisses... não precisamos de "parceiros" assim. Cuidado com esses caras!
Alê: O Gui é o mais bravo dos integrantes. Ainda bem que ele está na banda.
Gui: Acho que as coisas combinadas devem ser cumpridas... underground sim, mal feito não! Então, se puder ser feito melhor que o combinado... ótimo, não é mais que obrigação... coisa que o Ulisses passou longe. Aliás... não sei como esse cara ainda não foi queimado em praça pública por bandas sedentas que estão esperando há anos na gaveta dele para serem lançadas conforme prometido... conheço várias!
foto: Tatiana Ribeiro
"A banda é uma atividade secundária em nossas vidas e também está relacionada a
diversão. Mas não deixa de ser um trabalho voluntário", Alê, baterista

CV: Qual o principal objetivo que vocês almejam como banda?
Renato: Creio que a música seja o fim por ela mesma. Tocamos por gostarmos e fazemos rock do jeito que achamos que o rock tem que ser feito.
Gui: Diversão, música, diversão.
Alê: É uma atividade secundária em nossas vidas e também está relacionada a diversão mas não deixa de ser um trabalho voluntário em que nos dedicamos a música. Claro que gostamos de elogios mas creio que a maior satisfação é quando reconhecemos ou percebemos por si mesmos que fizemos uma música boa. Concordo com o Renato, que é no fundo a música por ela mesma.

CV: Qual a opinião de vocês sobre o lance de compartilhamento de música? Vocês são contra ou a favor?
Renato: Acho que não é nem questão de ser contra ou a favor. A questão é que é isso que está acontecendo no momento, não é algo que irá mudar tão cedo e o artista precisa saber trabalhar de acordo com estas circunstâncias. Mas como público consumidor, certamente todos nós temos uma bela coleção de MP3 pego pela rede.
Gui: Sou completamente a favor.
Alê: Simplesmente é inevitável e acho bom.

CV: Campinas têm muitas bandas de rock, dos mais variados estilos. A cena parece crescer a cada dia. Vocês acreditam que isto ajuda as bandas locais, ou acaba criando alguma rivalidade?
Renato: Nós, infelizmente, não vemos uma cena crescer. Certamente existem pessoas e casas promovendo bons shows e montando bandas, mas achamos que ainda está muito longe do que acontece em locais como Goiânia, onde há uma estrutura muito mais bem fundamentada para fazer a coisa funcionar. Mas pelo menos fazemos nossa parte promovendo intercâmbios com bandas, eventualmente fazendo um show pelos bastidores e não pelo palco com a gente tocando, etc, e temos também várias bandas da cidade que são boas companheiras nesse sentido.
Gui: Acho que cada um deveria se preocupar apenas em produzir e produzir e produzir. Quanto mais gente tocando, fazendo, agitando, se mexendo... melhor ! Rivalidades nesse ponto seria mera infantilidade. A dita "cena" é um objetivo ainda, não realidade.

CV: Voltando a banda, não sei se eu ouvi direito, mas parece que o show de vocês no Bar do Zé, em agosto, foi o primeiro do ano. Por que vocês ficaram tanto tempo sem se apresentar?
Renato: Estávamos e ainda estamos compondo novo material. Isso exige uma certa dedicação, que não estavamos conseguindo ao fazermos muitos shows. Por outro lado, agora achamos que já era hora de testarmos nos palcos algumas dessas novidades.
Gui: A gente trabalha, tem contas a pagar, família (ainda não filhos, mas... ), cada um tem sua profissão fora da música... e não dá para viver da banda.... digo, de shows, venda de disco, essas coisas.... você gasta mais que ganha na maioria das vezes. Sendo assim acho que estamos dando preferência a produzir material novo quando reservamos tempo para a banda, ao invés de se desgastar em apresentações. Mas estamos aí... tocamos quando dá... quando chamam a gente... na verdade chamam a gente bem pouco.

foto: Tatiana Ribeiro
Ao contrário da maioria das outras bandas, os caras do Del-O-Max optaram por ter somente uma guitarra. Na foto, o guitarrista Maurício Struckel

CV: Quais os projetos para o futuro?
Renato: Estamos em uma fase bem introspectiva para cada um dos membros, todos procurando um melhor lugar ao sol nas suas vidas pessoais, o que dissipou um pouco da energia para algo coletivo nosso, mas certamente esta força ainda existe. Assim estamos compondo material, que provavelmente nós mesmos iremos fazer todo o processo de gravação. E para isso, precisamos também de mais boas novas músicas.
Gui: Gravar! Tirar férias .... gastar todo meu dinheiro com a banda.... rsrsrs. E por fim achar uns discos sendo vendidos a 0.50 cents no sebo da esquina daqui a 30 anos...

CV: Para encerrar, deixo o espaço para vocês divulgarem datas de shows, onde comprar o disco e etc.
Renato: Discos à venda na Riva Rock Discos, Baratos Afins e Big Papa, em São Paulo e via internet, na Livraria Cultura e Saraiva. Se preferirem entrem em contato direto com a gente: contato@del-o-max.com.br. Shows em breve! Por enquanto quem quiser pode aparecer nos ensaios e tomar umas com a gente. A garagem está aberta.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Jovem noite de domingo, encerramento do Auto Rock

Após 11 dias de muito rock, exposição, filmes, palestras entre outras atividades, chegou ao final a 5ª edição do Festival Auto Rock, evento que é realizado anualmente em Campinas.
Devido à dificuldade financeira e problemas de saúde, a galera do zine/blog Canibal Vegetariano só pode estar nos dois últimos dias do festival. Mas, entre os males o menor, ao menos curtimos duas noites de muito rock. No sábado dia 10, nos deslocamos até Barão Geraldo, onde está situado um dos bares mais legais e muito procurado por bandas independentes, o Bar do Zé. A programação do dia prometia, três bandas, duas de Campinas e uma do Rio de Janeiro. Representando o rock local, tivemos o new-wave, punk pop da Lunettes e a surf-music dos Violentures. Representando o estado fluminense e o punk, tivemos a participação da banda Os Estudantes.
As primeiras a subir ao palco, foi a banda Lunettes. Desde o início a banda agitou a pista de dança do local, levando os fãs ao delírio. Neste show, deu para sacar que a nova guitarrista da banda, Haline, já deu um toque pessoal às músicas do grupo, deixando-as mais cadenciadas e com o timbre de guitarra mais pesado. Durante o show, a banda apresentou uma nova canção.

Banda Lunettes durante apresentação no Bar do Zé. Quase no final do show, a banda mostrou uma música inédita

Assim que a Lunettes saiu do palco, a vez foi da banda Os Estudantes, que mandou muito bem, um rock punk hardocre, muito bem executado com muita energia, fazendo o público agitar. Eu conhecia a banda somente através de disco, mas depois do show, foi possível notar que os caras formam uma grande banda. Sem frescuras, os caras mandaram um petardo atrás do outro, deixando os roqueiros que estavam no local com um grande sorriso no rosto.

Os fluminenses d'Os Estudantes mandaram muito bem com seu rock simples e enérgico

Para fechar a noite, Violentures. Show que dispensa qualquer tipo de comentário, dá para resumir em apenas algumas palavras, foi uma apresentação simplesmente do caralho. Mesmo com um baterista improvisado, Lirão, do Muzzarelas, que por sinal, arrebentou, os "Violeras", como foi chamado pelo guitarrista Stênio, devido ao número de integrantes do "Muzza" tocando no palco, o o show foi sensacional e havia muitos amigos dos músicos na platéia e no final da apresentação houve uma série de jams sessions incríveis, que também contou com a participação de um dos organizadores do festival, baixista do Drákula, Muzzarelas entre outros trampos, Daniel ETE. Juntos eles mandaram sons que botaram a casa "abaixo" e ainda mandaram Ramones. No final, tivemos uma celebração ao rock. Três shows fodassos!!!

Dois momentos da apresentação da banda Violentures. Na primeira foto, o power trio executando sua surf-music enérgica. Acima, participação de Daniel ETE nos vocais

DOMINGO

A festa no BDZ teve início no sábado e terminou durante a madrugada. E no final da tarde, no domingo, teríamos o encerramento do festival, desta vez na Estação Cultura. Para encerrar com chave de ouro a quinta edição, tivemos três shows, com entrada franca. No palco conferimos as apresentações do bragantinos do Leptospirose e de duas bandas consideradas veteranas do punk hardcore, Ação Direta e Ratos de Porão.
A tarde de rock pauleira foi aberta pelo Leptospirose, que para variar, fez com que o pessoal a cada música agitasse com seu som direto, bem direto, uma porrada na orelha. A apresentação do "Leptos" foi de muita energia, provando mais uma vez que a cada dia, os caras estão cada vez mais com status de banda grande. Show fodasso! Rock sem frescuras e contagiante. E um ponto mais do que positivo, não faz nem um ano que eles lançaram o Mula Poney, segundo disco da banda, e eles mandaram músicas inéditas. Este ano, segundo Quique, guitarrista e vocalista, não teremos disco novo na praça, mas em novembro, eles prometem lançar um DVD sobre a turnê que eles realizaram na Europa em 2007.

O último dia do festival começou com o show da banda Leptospirose, que fez a galera agitar com seu rock pauleira alucinante

Depois do showzaço do "Leptos", subiram ao palco os caras do Ação Direta. A banda que está na ativa há quase 20 anos, mandou muito bem seu rock pauleira. Mas, algo eu não entendi. Antes eles mandavam um punk muito bom, e no show de domingo, ao menos eu entendi assim, os caras estão flertando muito com o "metal", deixando o som, ao menos na minha opinião, muito "duro" e sério. Particularmente, após ouvir quatro ou cinco músicas, acompanhei o resto do show de longe pois estava com fome e ainda haveria um show do Ratos.
Para encerrar a noite e o festival, sobe ao palco, umas das melhores bandas brasileiras de rock, Ratos de Porão. O último show que eu havia visto foi em 1998 e deu para sacar que os caras evoluíram nesses 11 anos. Show para roqueiro nenhum botar defeito. E havia muitos na Estação Cultura, de todas as idades e "tribos". E com o local lotado, os caras "desfilaram" uma enxurrada de hits que compõem o repertório, entre eles: Amazônia Nunca Mais, Agressão, Repressão, Sofrer, Aids, Pop, Repressão, Velhos Decreptus, Crianças sem Futuro, entre outros.

Os Ratos de Porão fecharam a quinta edição do Auto Rock "desfilando" um repertório com "crássicos" do punk e hardcore

Você que é crítico da banda, devido à ocupação de João Gordo, vocalista da banda, que trabalha na MTV, pare com isso. No palco, João continua foda, no bom sentido da palavra. Tem controle absoluto sobre a platéia, devido ao seu carisma e competência. O show foi fantástico, som excelente, público agitado e curtindo muito, abrindo rodas e pogando. Foi uma apresentação calorosa e com muita pegada rock, provando mais uma vez que rock não tem nada a ver com idade, pois o Ratos em breve irá comemorar 30 anos de banda. E eles são como vinho, quanto mais velhos melhor.
E assim, terminou mais uma edição do Auto Rock, já estamos com saudades e na expectativa para que em 2010 possamos curtir mais uma vez. Ficam aqui os parabéns aos organizadores e ao público que compareceu, curtiu, agitou, tudo em paz. Nos dois dias que estivemos acompanhando os shows, não percebemos qualquer tumulto ou confusão. Tudo o que presenciamos foi algo que dá mais força a uma frase muito legal que o ETE disse em uma entrevista para a galera do "Rock'n'Beatz", que nós concordamos plenamente: "O mundo do rock é lindo".

Crédito das fotos para Nova Rádio Web

terça-feira, 6 de outubro de 2009

É mais do que música, cinema e artes, é Cardápio Underground

CARDÁPIO UNDERGROUND 2009 – 6ª edição
de 7 a 12 de outubro

EDITORIAL
Chegamos a sexta edição do festival Cardápio Underground e o que se vê em termos automobilísticos aqui na Rua José Domingues é uma média de 22 carros, de várias classes sociais distintas por minuto, num horário normal de expediente, graças á uma lombada na descida e um farol na subida. Pra quem está descendo a rua de origem foi Coronel Leme, pra quem está subindo ela é o destino, mas o importante mesmo, é que do ponto de vista do caminho a ser percorrido elas são a mesma rua. Quantos destes carros que estão subindo irão estacionar na contramão antes de chegar no último farol antes da praça? Quantos dos carros que estão descendo não chegarão a Rua José Domingues? Lapiseiras no Céu! Cardápio Underground 2009 (6ª Edição) Bem Vindos! Bien Venidos! Welcome! Bragança não termina na Fernão Dias, a estrada de Socorro nos leva para o Circuito das Águas! Há certamente muito o que se ver por detrás das montanhas!!!!


7 de outubro – a partir das 20 horas – ABERTURA DAS EXPOSIÇÕES (gratuito)

FOTOGRAFIA

Vitor Borgheresi
Filho apaixonado da amada desvairada, almoça asfalto e janta gente.
Obra sem nome, sem-teto e sem alma.
Ariela Plaza
Apaixonada pelas imagens que rodeiam sua mente através dos livros, músicas, objetos, pessoas, quer transmitir um pouco de seu mundo imaginário com “Coisas de Anita”.
Thichi Tri
Bragantina, estudante de fotografia , nesta série, 20 portas, 20 dias, 20 atrasos no trabalho e 21 páginas de um álbum velho pra finalizar.
Daigo Oliva
Nasceu em São Paulo e é fotógrafo. Ao lado de Mateus Mondini publica o fotozine Fodido e Xerocado, um compilados de fotos de bandas punks pelo mundo.
Mateus Mondini
É colecionador de discos, tem um selo que lança discos de vinil e sempre que pode sai em turnê fotografando e enfrentando roubadas com alguma banda. Vira e meche faz fotos para grandes revistas, grandes agências e grandes idiotas, mas quem se importa?
Fernanda Zerbini
Na palavra imagem-sonora , assim parece ser esta jovem artista irrequieta, ruindo o silêncio empoçado da família, erro no lugar certo, desenterro, fluxo, furor de vida corrompendo o bom senso.
Mariana Meloni
Formou-se pesquisando fotografia e erotismo a partir dos estudos de gênero. É fotógrafa free-lancer e professora de fotografia de uma universidade.
Laura Aidar
Em “Janela da Janela”, busca explorar a riqueza em intensidade plástica. Riqueza no olhar que enquadra a imagem, e assim, forma uma nova, com diferentes significados.
Renato Lima
Atento às rachaduras nas varandas internas. Aos agoras que fazem o espírito coçar.

ARTES VISUAIS

Yan M. (Atibaia)
Artista visual cujas referências são o caos e a desinformação na era da informação.
Spacek (Atibaia)
Igor e Ivan Spacek desenvolvem trabalhos em diferentes suportes e intervenções urbanas espalhadas pelo mundo afora.

Bia Raposo (Bragança Paulista)
Apresenta um trabalho autoral de vanguarda onde mistura arte-educação e arte conceitual.
Matias Araoz (Buenos Aires)
Artistas gráfico da boa escola argentina de artes punks.
Stu (São Paulo)
Pinta, cobre tudo e volta a pintar, cobre novamente e volta a pintar, com a calma de quem sabe que tudo vai dar certo.
Leonardo Akio (Bragança Paulista)
Explora corpos e linhas, ora delicadas, ora sujas, palavras que levam à imediata reflexão e espaços aparentemente vazios onde se pode respirar tranquilo.
Maffei (São Paulo)
Trabalha, em alto contraste, figuras esquecidas do nosso cotidiano em lugares inusitados.
Pipoca (Campinas)
Cola dejetos achados pela rua nas suas noturnas caminhadas, para depois conciliá-los com desenhos simples carregados de sinceridade.
Matias Picón (Atibaia)
Explora novos conceitos de arte urbana, se apropriando, ilegalmente, de objetos que são comuns no nosso convívio público.

8 de outubro – a partir das 20 horas – CINECLUBE (gratuito)

Os filmes que exibiremos nesta edição do Cardápio, excerto os curtas, foram gentilmente cedidos pela Mostra Microfonia Filmes e Documentários de Rock, ocorrida em Porto Alegre (RS) em junho de 2009.


Curtas – 20 horas
programação gentilmente cedida pela 3ª edição da Mostra Curta Audiovisual de Campinas. A 4ª edição da Mostra acontece entre os dias 23 e 31 de outubro de 2009. Informações: www.mostracurta.art.br

Média metragem – 21 horas
O Rock Sergipano: Esse Ilustre Desconhecido (Werden Tavares, 2008, 27')
Vídeo-documentário que traz um recorte do cenário rock de Sergipe. É uma rápida leitura do movimento cultural local a partir dos anos 80 até meados de 2004.

Longa metragem – 21:30 horas
The Decline Of Western Civilization: Juventude Decadente (Penelope Spheeris, 1981, 100')
Documentário da cineasta Penelope Spheeris sobre o surgimento do punk rock na costa oeste americana. Diferente do que acontecia na costa leste, mais especificamente em Nova York, o punk californiano era mais agressivo e rápido, dando origem ao hardcore. O filme conta com apresentações de bandas pioneiras no estilo como X, Black Flag, Circle Jerks, Fear, Catholic Dicipline, Germs e Alice Bag Band.

9 de outubro – a partir das 20 horas – CINECLUBE + DEBATE + MÚSICA (R$5,00)

Curta – 20 horas
13º Goiania Noise (Sérgio Valério, 2008, 23’)
Cria da Monstro Discos, A ultima edição do maior festival de rock independente nacional é retratada neste documentário, com depoimento de bandas participantes e dos produtores.

Debate – 20:30 horas
Quique Brown, Ruivo, Matheus Mondini, Daigo Oliva e Matias Araoz (Argentina) sobre: vários assuntos relacionados a música independente, fugindo do assunto sempre que for possível!!!
Longa metragem – 21 horas
Guidable: A Verdadeira História do Ratos de Porão (Fernando Rick e Marcelo Appezzato, 2008, 121’)
Registro oficial, e sem censura, de quase três décadas do Ratos de Porão,uma bandas mais antigas e importantes da cena hardcore mundial.O filme também é um importante registro audiovisual do início do movimento punk no Brasil,com muitas cenas raras e inéditas.

NAIFA (São Paulo-SP)
Refrões altamente grudentos, gritados energeticamente alto e em coro!!!

Discotecagem com Carlão Ferrari: cirurgião dentista, especializado em radiologia bucal, um dos primeiros góticos do Brasil e inveterado colecionador de discos, fitas, cds, mp3s, mp4s, equipamentos de percussão, guitarras e qualquer outra coisa que faça som!!!

10 de outubro – a partir das 20 horas – CINECLUBE + MÚSICA (R$10,00)

Longa metragem – 20 horas
Wild Zero (Tetsuro Takeuchi, 2002, 98’)
Imagine uma mistura de Rock’N’Roll High School, Plan 9 from Outer Space e Night of the Living Dead, filmado no Japão com os membros da banda Guitar Wolf! Uma viagem cinematográfica que mistura alienígenas e zumbis, cerveja, e rock nipônico, nesta aventura bem humorada.

EU SEREI A HIENA (São Paulo-SP)
Som doido e ambiental influenciado (inicialmente) por Fugazi e feito por membros atuais de bandas como: Ratos de Porão, Discarga, O Inimigo, Dance Of Days, Good Intentions e Isósceles Kramer.
Os caras estão concorrendo ao VMB 2009 na categoria melhor banda instrumental.

THE BARFLY SURFERS (São Paulo-SP)
Um Japoneis sem sobrenome nipônico sentindo saudades da praia e de seu conjunto máster (o) “Merda”, resolveu chamar dois amigos pra misturar Charles Bukowski e surf music em São Paulo.

MATHEUS CANTERI E A GANGUE DO FRANGO (Bragança Paulista-SP)
Country music radicalmente pesada, técnica e visceral.

11 de outubro – a partir das 20 horas – CINECLUBE + MÚSICA (R$10,00)

Longa metragem – 20 horas
Montevideo Unde (Martín Recto, 2008, 50')
A recente cena uruguaia de musica independente é retratada neste documentário, que conta com as bandas Dante Infierno, Motosierra, Hablan Por La Espalda, Santa Cruz e La Hermana Menor. Uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais sobre a cena latino-americana.

OS ESTUDANTES (Rio de Janeiro-RJ)
Eles são do Rio, não estudam no Múltipla Escolha e não são bronzeados.

ZEFIRINA BOMBA (João Pessoa-PB)
Trio paraibano que usa um violão todo fudido em vez de uma guitarra e faz um barulho desgraçado.

OS VISITANTES (São Paulo-SP)
Rock em português para dançar e pirar.

12 de outubro – a partir das 16 horas – MÚSICA (R$10,00)

LOBOTOMIA (São Paulo-SP)
Crossover violento vindo dos tempos áureos da coletânea Ataque Sonoro (1985) onde emplacaram dois sons. Depois disso lançaram mais dois discos encerrando suas atividades em meados dos anos 90, voltando com força total em 2002. Acabam de chegar de uma turnê monstruosa pela Europa e de lançar o terceiro álbum de carreira “Extinção”.

AÇÃO DIRETA (São Paulo-SP)
22 anos interruptos de rock pauleira!

THE RENEGADES OF PUNK (Aracajú-SE)
Guitarras limpas e vocal feminino num rock and roll alucinantemente agressivo que num determinado momento da vida vira punk/hardcore.

MAHATMA GANGUE (Mossoró-RN)
Depois de torrarem os miolos ouvindo Los Saicos e The Ventures, esses três desocupados entraram em um mundo de surfistas, andarilhos e mortos-vivos e agora estão soltos por aí em ritmo selvagem.

SUJEITO A LIXO (Atibaia-SP)
Powerviolence brutal de Atibaia, completando no ano corrente, 10 anos da mais maldita sujeira rock and roll possível.

Expediente
Realização – Espaço Edith Cultura

Produção Musical – Quique Brown
Fotografia – Vanessa Sobrino
Artes Plásticas – Matias Carsolio Picón
Cinema – Mostra de Curtas de Campinas
André La Salvia
Mostra Microfonia de Porto Alegre - RS
Daniel Villaverde
Designer Gráfico – Matias Araoz
Montagem – Celão e Rodrigo Figueiredo
Produção – Daniela Verde
Colaboração – Bia Raposo
Incentivaram este projeto – João Carlos L. Funck, Bernadete L. Funck, Rubens Filocomo, Di Raposo, André, Juca e Guto La Salvia.

Serviços
Net:
www.edithcultura.org.br
www.myspace.com/cardapiounderground
www.fotolog.com.br/rockna9
cardapiounderground@hotmail.com

Tel. 11 2277 5563/ 11 7168 1270

Endereço: Sociedade Ítalo-Brasileira/ Espaço Edith Cultura
Rua Cel. Leme, 176, Centro
Bragança Paulista/ SP

Passaporte com os dias 9, 10, 11 e 12
R$20,00
Venda antecipada na escola de música Jardim Elétrico

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Festival Auto Rock apresenta música, cinema e cultura em geral

Do dia 1 ao dia 11 de outubro de 2009, o município de Campinas irá respirar cultura quase 24 horas por dia, isso acontece, pois está começando a 5ª edição do Festival Auto Rock, que contará com shows de rock, exposição de artes plásticas, exibição de documentários entre outros eventos culturais. Você que gosta de cultura alternativa e apóia as bandas independentes, não deixe de conferir este que um dos maiores festivais do Brasil. Abaixo segue a programação dos 11 dias de evento.
Muito rock!!!
QUINTA 01/10/2009

exposição EMOÇÃO TERROR- exposição com artistas influenciados pelo punk rock

Artistas convidados:
Kauê Garcia,Carol,Ete,Pipoca,Bigode,Miurão,Coxa,Chico Felix,Bá,Bira,Raphael (irmão do Japones do Merda),Ana Luisa Flores,Insekto (guitarra do Ornitorrincos),Disturbios,Mauricio Rossi (7 magz),Daniel One,Luciana Araújo,Victor Stephan,Angu,Mateus Mondini,Eduardo Vaz,Ivo,Muniz,Estênio,SHN,Chã,Rodolfo,Belo,Carlinhos,Matias Picón,Diente,Rael,Sesper,Túlio DFC

Exibição do documentário REBOARD
arte em shapes de skate dos anos 70 até 1999 produzido por Alexandre Cruz (a.k.a farofa, Sesper).

local - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE CAMPINAS
r. Regente feijó 859 - centro - Campinas
19h entrada franca

show - FOOTSTEP SURF BAND
local - BAR DO ZÉ
av. Albino J.B de Oliveira 1325 - barão geraldo - Campinas
22h r$7,00

SEXTA 02/10/09
shows - DRÁKULA,BIGGS e MAGUERBES
local - BAR DO ZÉ
av. Albino J.B de Oliveira 1325 - barão geraldo - Campinas
22h r$10,00

SÁBADO 03/10/09
show - RADIARE
local - LIVRARIA CULTURA
shopping iguatemi campinas
19h entrada franca

shows - GARAGE FUZZ, ALCOOIS
local - BAR DO ZÉ
av. Albino J.B de Oliveira 1325 - barão geraldo - Campinas
22h r$12,00

DOMINGO 04/10/09
shows - MUZZARELAS,FUZZFACES,ATOMIC NATCHOS,LABATARIA,SUPERDRIVE
local - HAMMER ROCK BAR
av. dr Armando sales de Oliveira 377 - taquaral - Campinas
18h entrada franca

TERÇA 06/10/09
video - VALVULADO 2002-2007
local - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE CAMPINAS
r. Regente feijó 859 - centro - Campinas
19h entrada franca

QUARTA 07/10/09
video - FUGAZI EM CAMPINAS 1997
local - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE CAMPINAS
r. Regente feijó 859 - centro - Campinas
19h entrada franca

QUINTA 08/10/09
show - CANASTRA
local - CASA SÃO JORGE
av. Santa Izabel 655 - Barão Geraldo - Campinas
21h r$15,00

SEXTA 09/10/09
shows - CÓLERA,LOBOTOMIA,LETHAL CHARGE e ADREDE
local - HAMMER ROCK BAR
av. dr Armando sales de Oliveira 377 - taquaral - Campinas
22h r$15,00

SÁBADO 10/10/09
show - NUER
local - LIVRARIA CULTURA
shopping iguatemi campinas
19h entrada franca

shows - LUNETTES,ESTUDANTES,VIOLENTURES
local - BAR DO ZÉ
av. Albino J.B de Oliveira 1325 - barão geraldo - Campinas
22h r$10,00

DOMINGO 11/10/09
shows - RATOS DE PORÃO,AÇÃO DIRETA e LEPTOSPIROSE
local - ESTAÇÃO CULTURA
praça Marechal Deodoro s/n
17h entrada franca

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Se toda insanidade fosse assim, o mundo seria bem melhor

Para quem vive reclamando que falta espaço para divulgação de bandas independentes, vem aí mais um festival para quem curte as novas bandas que estão aparecendo. No dia 24 de outubro, vai rolar em São Paulo, um encontro de 7 bandas. O evento, Insanidade Coletiva Festival está marcado para começar as 16h.
Como reclamar e cruzar os braços não resolve, tem uma galera correndo, batalhando para que os espaços que não existem, ou são escassos, sejam criados. E devido a essa batalha, assim como foi o 2º Grito Urbano em Itatiba, nós do blog/zine Canibal Vegetariano apoiamos e convidamos todos os amantes do rock para que compareçam ao Galpão do Gil, localizado na Rua São Benedito, 266 em Santo Amaro, a cinco minutos, a pé, do terminal Santo Amaro, em São Paulo, para que prestigiem as bandas. Além de sete shows, no mesmo local será realizada uma exposição de fanzines.
Fica dado o recado, agora é esperar chegar o dia 24 e rumar para Sampa. Temos certeza que além de ver bons shows, os presentes poderão acompanhar como funciona todo o esquema do rock independente, trocar ideias sobre zines e música e com certeza, fazer muitas amizades. Para que o rock continue vivo, atitudes como essa devem ser exaltadas. Para obter mais informações acesse: http://www.myspace.com/insanidadefest ou envie e-mail para: insanidadecoletivafestival@gmail.com




terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um grito de rebeldia no ar

Cartaz do festival que teve o apoio da Nova Rádio Web, do blog/zine Canibal Vegetariano, escritório de advocacia Cunha e Lima e escola Sol Maior

Foi em uma tarde de primavera, em um domingo, que aconteceu o 2º Grito Urbano em Itatiba, um verdadeiro grito de rebeldia, que sem medo de nada e quase sem apoio, trouxe para a cidade cinco bandas da região e duas locais para fazerem um som. E um detalhe, todas as bandas independentes, que tocam canções próprias e tem trabalho rolando pela Internet, além de CD's e outros materiais de divulgação.
O evento começou a ser idealizado pelos organizadores Rafael Piera e Boss, vulgo Fabinho, em meados de maio, quando os caras começaram a convidar as bandas para participarem do evento. Após fechar o cast e o local, começou uma divulgação na base do boca a boca. E no último dia 13, o salão do Operário recebeu uma galera que estava com sede de novidades e provavelmente cansado da mesmice que rola na pequena Itatiba. O Grito Urbano foi o grito dos que se rebelaram e partiram para outros caminhos e viram que o rock continua com a chama acessa, mais vivo do que nunca.

Os campineiros do Drákula abriram o festival 2º Grito Urbano com um show empolgante

E o festival começou a todo vapor, pois a abertura ficou a cargo dos campineiros do Drakula. Os caras que com seu surf-music, punk rock, e máscaras, já de cara mostraram que o Grito seria um festival para entrar para a história de Itatiba. Como sempre a banda fez um show de rock para ninguém botar defeito. Músicos empolgados e competentes que fizeram a galera agitar. E a banda evolui a cada show e não será surpresa alguma quando eles começarem a tocar direto nos principais festivais do Brasil e sair em turnê pelo exterior.
A banda Mão de Vaca "jogou" em casa e interagiu com a galera presente que cantou várias canções

A segunda banda a se apresentar foi a itatibense Mão de Vaca. Como eu toco nessa banda, não posso afirmar como foi o show. Mas deu para sacar que tinha uma galera agitando e cantando as canções, inclusive pedindo algumas.

A banda Lunettes estreou a nova guitarrista durante o festival. A banda foi muito bem recebida pelo público

Assim que acabou o show da Mão de Vaca, a vez foi da banda Lunettes, de Campinas. E o show que fizeram por aqui foi ainda mais especial, pois além de ser a estréia da banda em Itatiba, foi a primeira apresentação da banda com sua nova guitarrista (me perdoem mas esqueci o nome da garota). Com a entrada da nova integrante, a banda volta ser composta por quatro garotas e um rapaz. E mesmo a guitarrista sendo estreante, o show foi enérgico como sempre e as mulheres mostraram que rock não tem nada a ver com sexualiade e sim com sangue. Lunettes em Itatiba foi um grande show, espero que voltem logo.

PAULISTANOS

Após o show da Lunettes, e que show, foi a vez dos paulistanos do Sprint 77. O trio fez uma apresentação impecável e foi um dos grandes destaques do festival. Eu já havia visto um show dos caras e aqui eles realizaram a apresentação com o mesmo pique e competência, do qual eu havia conferido. As músicas que tratam de temas do cotidiano, motocicletas e lambretas, levou a galera ao delírio, fazendo com que o público pedisse bis e no final tomasse os microfones da banda para cantar junto.
Com canções que falam sobre o cotidiano paulistano e lambretas, o Sprint 77 fez um dos shows mais elogiados do festival

Logo na sequência outra banda da capital, desta vez, Monaural. Os caras mostraram durante o show e provaram porque o som é sujo e visceral. Com grande influência das bandas de Seatle do final dos anos 80 e início dos anos 90, os caras mandaram em pouco mais de meia-hora, sons que fizeram a galera agitar e chacoalhar a cabeleira. Com uma cozinha enérgica e precisa e riffs cortantes de guitarra, a banda apresentou um show que deixou muita gente pensando que havia regredido no tempo. Na minha opinião o destaque ficou para as músicas "mais um pecado" e "me drogar até morrer", a letra dela é excelente e reflete muito bem a situação de vários jovens e adolescentes de nosso paupérrimo País.
O trio Erick (bateria), Ayuso (guitarra e vocal) e Gimaia (baixo) mostrou todo o rock sujo e visceral da banda Monaural

Já era noite quando foi a vez do Racha Cuca se apresentar em Itatiba, pela segunda vez no Grito. A banda que foi um dos destaques do primeiro festival, mais uma vez apresentou e enlouqueceu os presentes com seu punk rock. E o show dos paulistanos e bragantinos é punk total. Após acompanhar a apresentação enérgica de cinco bandas, a galera ainda teve muita caloria para queimar com o Racha Cuca, que como sempre, já vi vários shows dos caras, mandaram muito bem, e volto a repetir o que escrevi há um ano, quando resenhei o show dos caras, o "Mason" é um showman, e tinha uma galera chamando o vocalista do Racha de "Hulk".
Devido ao grande sucesso na apresentação no 1º Grito, o Racha Cuca voltou para Itatiba e fez mais um excelente show

E para encerrar a noite, os itatibenses do The Beber's Operários, banda dos organizadores da festa, Boss e Piera. Já passava das 21h quando eles começaram a apresentar o seu street-punk que relata o dia-a-dia dos trabalhadores. Infelizmente uma parte do público já havia deixado o local, mas quem ficou, agitou e interagiu com a banda durante todo o show. Mais uma presença marcante do Beber's e que segundo Piera, em breve irá gravar as novas músicas que foram executadas no show.
Piera, na guitarra a direita, um dos organizadores do evento, durante a apresentação de sua banda The Bebers Operários

E foi assim que terminou o 2º Grito Urbano. Foi sem dúvida o melhor festival já realizado em Itatiba, pois contou com a participação de 7 bandas independentes, algo impossível de se realizar até alguns anos. E que venha o terceiro, quarto, quinto e assim por diante. Todas as pessoas que estiveram no local estão de parabéns, pois souberam curtir e se divertir. Não foi registrado nenhum ato de violência ou vandalismo. E um lance bacana que vale ser registrado, havia no local muitas mulheres com seus filhos, mostrando que o rock é para todos. Parabéns a todas as bandas pelo profissionalismo apresentado e aos organizadores. Ficamos agora na expectativa do próximo.
Boss (Fabinho), em pé de camiseta branca, junto com a banda Lunettes, Beso Alcoois (deitado) e Daniel ETE (pisando em Beso), da banda Drakula. Boss junto com Piera, organizou o 2º Grito Urbano

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Zorg: a calmaria em meio ao caos

Zorg é uma banda de folk rock da Suíça, ou melhor, três sonhadores que um dia decidiram tocar um som lento e doce em um mundo barulhento. A banda está junta já faz um bom tempo e como eles mesmos dizem: “viramos tipo um casal de velhinhos... mas somos três e não dois. Um “ménage a trois” duradouro.” Com três discos gravados (o álbum “A Certain Idea of Love” foi lançado no Brasil em 2004), eles já tocaram para multidões em diversos festivais pela Europa, bem como para públicos pequenos em shows intimistas. O Zorg concedeu uma entrevista exclusiva para o zine Canibal Vegetariano, falando sobre a cena na Suíça, metal, álbum novo, shows no Brasil, o futuro das gravadoras, literatura e outras coisas mais. Confiram abaixo a entrevista na íntegra!

Canibal Vegetariano: Vocês já gravaram três álbuns e o último saiu em 2006. Vocês estão trabalhando em músicas novas? Em caso afirmativo, quando vai ser lançado um disco novo?
Zorg: Ha! Essa é uma pergunta complicada. Quando finalizamos a turnê do disco “Between Us”, sentimos que era necessário um tempo para fazer outras coisas como ler livros, ver filmes, assistir shows de outras bandas, ouvir sons novos... Notamos que precisávamos de experiências novas para adicionar coisas diferentes em nossa música. Caso contrário, o próximo álbum seria uma mera cópia do anterior.
Voltamos a nos encontrar recentemente... e até estamos plugando os violões novamente! Depois de três discos, queremos nos aventurar em novos caminhos, fazer as coisas de maneira diferente, nos desafiarmos A questão é a seguinte: ainda não sabemos que caminhos são esses e como encontrá-los. Mas sabemos que descobriremos cedo ou tarde. Queríamos muito ser capazes de responder: “o próximo disco já está pra sair”, mas a verdade é que ainda não sabemos de nada.

CV: Temos uma crise em termos de vendas de CDs no Brasil. Talvez não seja só uma crise local, mas internacional também. A maioria das bandas independentes brasileiras está lançando suas músicas somente na internet. Vocês podem nos dizer como está a situação da indústria musical na Europa? Que maneiras vocês usam para divulgar seu trabalho? Ainda existem lojas especializadas em rock na Suíça?
Z: A crise é internacional na verdade. Se bem nos lembramos, as vendas de discos na Suíça caíram em 20% no ano em que lançamos “Between Us”... e isso, em um país pequeno como o nosso, é muito. O que está acontecendo com as gravadoras é assustador, mas, ao mesmo tempo, interessante. Agora está claro que devemos enxergar as coisas sob um novo ponto de vista. Seria estúpido seguir em frente fingindo que nada está acontecendo.
É por causa disso também que a gente está dando um tempo para gravar o próximo disco. Estamos tentando imaginar de que forma poderíamos usar esses novos meios. Desde o começo do Zorg, enfatizamos as qualidades da “produção caseira” de nossa música. Essas novas tecnologias são uma ótima forma de continuarmos a explorar isso.

CV: Assistimos alguns festivais de música europeus aqui no Brasil (pela TV) e observamos que grande parte das bandas que participam é de metal. Em que tipo de festivais vocês tocam? Como é a reação do público?
Z: Sim, os organizadores de festivais gostam de convidar bandas barulhentas e “festivas” porque acham que só o barulho atrai multidões. Quando lançamos nosso primeiro disco, muitos organizadores tinham medo de nos convidar, pois tocávamos uma música lenta e minimalista. Mas tivemos nossa primeira chance em um grande festival na nossa cidade. Tocamos para 3000 ou 4000 pessoas sob as estrelas. Foi incrível! E foi assim que tudo começou. No verão passado, nos apresentamos em grandes festivais e ficamos surpresos do quanto foi legal. As pessoas eram receptivas e partilhavam aquele momento com a gente. Uma das nossas apresentações favoritas foi no festival francês “Les Eurockeennes de Belfort”. Foi um momento tão intenso diante de uma multidão. Quase choramos!

CV: O segundo disco de vocês saiu no Brasil. Como isso foi possível? E os outros álbuns, por que eles não estão sendo vendidos aqui?
Z: Foi uma grande surpresa pra gente. Bem, aconteceu assim: um de nossos agentes estava em uma convenção musical na França (o Midem em Cannes) e alguém do Brasil ficou interessado em nossa música. Nosso disco foi distribuído aí e até tocou em algumas rádios.
Foi incrível perceber que nossa música tinha uma vida própria, atingindo os ouvidos das pessoas em um país que nunca fomos. Realmente foi muito legal. O acordo não continuou no nosso próximo disco porque o cara, que nos contratou, saiu da gravadora e, como você sabe, as vendas de disco desceram ralo abaixo. Com isso as gravadoras ficaram mais cautelosas com o dinheiro.
Quando finalizamos a turnê do disco “Between Us”, sentimos que era necessário um tempo para fazer outras coisas como ler livros, ver filmes, assistir shows de outras bandas, ouvir sons novos... (Zorg)

CV: Vamos conversar um pouco sobre as letras. Quem é responsável por elas? De onde vem a inspiração para escrevê-las? De livros, filmes, músicas, experiências, etc.?
Z: Bem, as letras são um capítulo à parte em nossa história. Quase não escrevemos letras pro nosso primeiro disco. Foi uma amiga nossa, a Tanya, que escreveu. Tudo começou porque ela fez um texto para o funeral de um de nossos amigos e decidimos musicar esse texto. Foi nossa primeira experiência como Zorg e nos ocupamos bastante com a parte musical. O segundo disco é um misto entre letras de Tanya e algumas nossas. Já no último, há quase uma conversa entre Guillaume e Catia. Escrevemos as letras juntos, como um diálogo, ou separados. O que queríamos dizer era inserido na música. Foi muito interessante proceder dessa forma.
Com relação à influência, é difícil dizer. Nós lemos livros, temos nossos autores favoritos: Philippe Djian (o autor francês que escreveu “Betty Blue”... de onde veio o nome Zorg), Bukowski, Miller, Kerouac, etc. Também gostamos do processo de escrita automática de Burroughs.
Mas, quando escrevemos, o mais importante é que as palavras sejam musicais. Elas têm que se juntar perfeitamente à música. Algumas vezes a parte musical vem primeiro, em outras a letra, não há regra. A língua inglesa é muito mais musical do que a francesa (ao menos para os nossos ouvidos). Às vezes gostaríamos de cantar mais músicas em francês, mas ainda não encontramos a musicalidade dessa língua.

CV: No álbum “A Certain Idea of Love” vocês tocaram uma versão da música “The captain of her heart” da banda Double. Essa música foi um grande sucesso no Brasil. Por que vocês decidiram fazer essa versão?
Z: Guillaume veio com a idéia em uma manhã (muito vinho no dia anterior?). A gente já estava quase acabando de mixar o disco, mas começamos a gravar essa música, só porque achamos engraçada a idéia. Sempre gostamos de covers. É muito legal pegar a música de alguém e tentar fazê-la soar como uma música do Zorg. Gostamos desse desafio, especialmente Totor.
Muitas pessoas não sabem, mas Double (a banda que fez “The Captain of her heart”) era suíça. Por isso também achamos legal gravar o cover. Além disso, transformar uma música horrorosa da década de 80 em uma canção folk e pop foi demais.

CV: Aqui no Brasil, grande parte da informação sobre rock diz respeito à Inglaterra e Estados Unidos ou metal da Alemanha e de países nórdicos. Como é a cena musical na Suíça? Vocês sabem algo sobre a cena no leste europeu?
Z: Bem, também estamos mais cercados por música anglo-saxã. Há sons que vêm da Escandinávia, mas não só metal. Há muitas bandas acústicas de pop e folk na Suécia e Noruega, tais como Kings Of Convenience ou Jose Gonzáles. Na parte da Suíça que fala francês, as pessoas também escutam música francesa. Não somos fãs desse tipo de música, mas alguns cantores como Camille, por exemplo, são incríveis.
A cena musical na Suíça é muito rica e o nível das bandas é particularmente elevado. Temos músicos realmente bons aqui e em vários estilos: do doom ao pop, do rap ao stoner rock. E, acredite ou não, nossa cidade natal (Lausanne) tem a reputação de revelar as melhores bandas e artistas do país. Ah, sim, é verdade, já ia esquecendo! Uma revista dedicou algumas páginas ao fenômeno. Nossos artistas favoritos de Lausanne são Honey For Petzi, um trio de post rock incrível, e Monkey 3, uma banda que faz um stoner-rock bem psicodélico e pesado. Ah, eles também são um trio… estranho, que coincidência, tantos trios, deve ter algo rolando no ar. Mas, verdade, existem muitas outras bandas nesse país e vários estilos diferentes. Confiram: Stress, Sludge ou Sophie Hunger, eles vão te deixar de boca aberta.
Com relação ao leste europeu, a gente não sabe muita coisa sobre a cena de lá. A maior parte das bandas são é de metal... e uma vez que a gente não tem ouvido metal ultimamente...
Nossos gostos batem mais com a cena canadense recente ou mesmo islandesa. Gostamos de gente como Olafur Arnalds... bem, queremos dizer, Guillaume and Catia, porque Totor ainda está louco por AC/DC!

CV: Essa pergunta vai para o Guillaume. Você tocou em uma banda de metal antes do Zorg, certo? Como foi a experiência de mudar abruptamente do metal para um som folk? Você ainda ouve heavy metal ou quer tocar em uma banda desse estilo?
Z: Foi algo muito lógico pra mim. Ouço música acústica desde meus 20 anos. Gosto de extremos. Quando eu era mais jovem, queria mesmo tocar música alta e pesada. Foi uma experiência incrível. Depois de alguns anos, isso passou. Fiquei cansado de ficar pulando de um lado para o outro pelo palco. Eu queria tocar algo completamente diferente. Na mesma época, estávamos começando o Zorg, tínhamos ótimas oportunidades e eu sabia que era isso o que eu queria fazer. Eu estava cansado de ouvir metal, já havia dez anos que ouvia esse tipo de música. Mas agora, depois de dois anos, estou começando a gostar de metal novamente. Tive a oportunidade de tocar covers do Alice in Chains com amigos da banda Monkey 3 e foi muito divertido. Mas tocar novamente numa banda de metal não dá. Estou feliz com a escolha que fiz. Tivemos tantas experiências boas com o Zorg e, se Deus quiser, ainda há muita coisa pra acontecer.

CV: Gostaríamos de agradecer pela entrevista e deixamos esse espaço para vocês! Ah, só mais uma perguntinha: vocês gostariam de tocar no Brasil se tivessem a oportunidade?
Z: Será que alguém responderia “não” pra essa pergunta? Claro que ficaríamos emocionados de tocar no Brasil. Isso é a dádiva da música: ser capaz de encontrar pessoas diferentes, ir para países diferentes e partilhar música. Quem poderia sonhar com uma vida melhor? A gente ia tocar por duas semanas no Brasil em 2005, mas não aconteceu por alguma razão. Quem sabe no próximo disco? Por enquanto, desejamos muito amor pra vocês, daqui do nosso planeta, e não deixem de checar nossas próximas aventuras em:
www.zorgmusic.com

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O verdadeiro grito da independência

Está marcado para 13 de setembro o 2º Grito Urbano que será realizado no salão do Campo dos Operários em Itatiba. O 2º Grito não será apenas mais um festival de bandas no município, e sim um verdadeiro grito da independência. Sete bandas estarão se apresentando, todas com material próprio, sendo cinco da região e duas de Itatiba. Quem ainda não lançou um álbum oficial, ao menos gravou demos e tem músicas disponíveis no Myspace.

Itatiba será representada pelas bandas Mão de Vaca e The Beber's Operários. A Mão de Vaca é a caçula, em pouco mais de um ano na cena, os caras já fizeram shows em alguns bares da cidade e aprontaram um EP demo com 7 faixas, onde tocam punk, hardcore, em resumo, tocam rock em volume bem alto. O Beber's é uma banda mais voltada para o punk, precisamente para o street-punk, como diz Piera, guitarrista da banda. Nas letras, o predomínio é falar da vida do trabalhador, principalmente daquele que passa horas dentro de uma fábrica, produzindo grande parte da riqueza que o País exporta.
Uma outra banda que tem a veia voltada para o punk, são os bragantinos/paulistanos do Racha Cuca. A banda, que se apresentou em Itatiba em 2008 no 1º Grito Urbano, retorna para a cidade devido ao enorme sucesso do show realizado por aqui. Com suas letras que falam de bebidas, mulheres e fracassos, o Racha com certeza vai fazer a galera pogar novamente, principalmente na faixa "Odeio Rodeio", que sempre é executada nos programas da Nova Rádio Web.
Campinas, que tem bandas muito legais no cenário independentem, será representada pela banda Drákula, um projeto paralelo do baixista e vocalista do Mussarelas, Daniel ETE, que recentemente lançou o primeiro álbum, intitulado Comando Fantasma. Quem ainda não viu ou ouviu, terá a chance de conhecer uma excelente banda, que mistura punk-rock com surf-music, fazendo com que a galera não pare de agitar um instante, sem contar a presença de palco, onde os caras costumam se apresentar com máscaras de lutadores. Outra banda de Campinas que se apresentará é a Lunettes, que tem um álbum lançado e conta um repertório em que mistura pós-punk, new wave e rock'n'roll, conseguindo fazer um som bastante original. E o destaque fica para as garotas, pois mais da metade do grupo é formada por mulheres, que mostram que o público feminino tem muito rock nas veias.
E outra cidade que terá dois representantes será São Paulo, que contará com a participação da banda Monaural, banda influenciada diretamente pela cena dos anos 90, principalmente Nirvana. Os caras no ano passado lançaram o ótimo disco Expurgo, com 9 canções próprias e prometem fazer um show de arrebentar, com seu rock sujo e visceral, como costuma dizer o guitarrista e vocalista Ayuso. A segunda representante paulistana será a banda Sprint 77 que mistura rock, punk, e principalmente sons dos anos 60. As letras que tratam de garotas e lambretas é um dos destaques, resultando, o som produzido pelo power trio, em músicas que não deixa ninguém parado.

INGRESSOS

O que está escrito acima talvez não mostre nem 0,01% do que promete ser o festival, por isso corram para adquirir seus ingressos, pois são limitados. Eles estão sendo vendidos em Itatiba no escritório Cunha e Lima, localizado na Avenida Marechal Deodoro, 405 sala 10 Galeria Carbonari, Centro e na escola de música Sol Maior na Alameda Dom Pedro II 100, Bairro da Santa Cruz. Para quem não está em Itatiba e está a fim de conferir a tarde/noite de rock independente que acontecerá por aqui, pode entrar em contato pelos telefones NOVA RÁDIO WEB FABINHO (11) 9602-2647 e zine Canibal Vegetariano (11) 7161-3327. Em Louveira, os ingressos estão disponíveis na NEXTPA - SOLUÇÕES EM REDES INDUSTRIAIS, na RUA ARMANDO STECK, 390 - SALA 27 - CENTRO. O preço das entrada é somente R$ 5.

Além das bandas, o local contará com completo serviço de bar e lanchonete, com preços módicos, sem contar, que também haverá barracas montadas pelas bandas para venda de camisetas, CD's e outros souvenirs. O salão fica próximo ao Cemitério Municipal.
Quem gosta de rock não pode deixar de prestigiar as bandas que estão batalhando no cenário independente, pois somente as bandas de trabalho autoral é que farão com que a cultura rock não morra, e a cena está crescendo a cada dia em nossa região, e o que é melhor, com bandas de qualidade que não ficam devendo nada para bandas gringas que parte da grande mídia fica "babando ovo". E das sete bandas que estarão no 2º GRITO URBANO, nenhuma é igual a outra, por isso não deixe de conferir este verdadeiro "GRITO DA INDEPENDÊNCIA".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Stomachal Corrosion: o grindcore que faz o Brasil estremecer

Há 18 anos na estrada, os mineiros do Stomachal Corrosion nunca abriram mão de sua independência e liberdade para fazer o som que estão a fim, talvez este seja o segredo para a banda com quase duas décadas continuar até hoje e cada dia mais forte no concorrido mercado independente nacional que não para de crescer. Logo abaixo, você confere uma entrevista exclusiva com o guitarrista e líder da banda, Charlie Curcio.

Canibal Vegetariano: Para começarmos, quando a banda foi formada, quais as principais influências e faça uma breve história desses anos de batalha na cena underground.
Charlie Curcio: A Stomachal Corrosion iniciou suas atividades em janeiro de 1991, lançamos algum material em todos os formatos possíveis tanto no Brasil quanto no mundo, e realizamos alguns shows em várias cidades. Nunca tocamos fora do Brasil.

CV: Minas é conhecido como um grande celeiro de bandas de metal. Isso ajuda vocês ou aumenta a responsabilidade?
CC: Digo sempre que o caminho que cada um segue é independente do que acontece ao redor nesse meio. Não sinto maior ou menor responsabilidade por estarmos em Minas Gerais. Aqui também tem muita banda ruim, alguns eventos ruins, e por aí vai. Isso é geral. E nosso trabalho não espera por ninguém e nem nos limitamos à uma bandeira, como algumas pessoas fazem.


CV: Duas bandas fodassas de Minas são Sepultura e Sarcófago. Vocês têm, ou já tiveram, contato com alguma delas? Em caso positivo, o que isso acrescentou ao som de vocês? E elas têm alguma importância na história do Stomachal?
CC: Eu estive com o pessoal do Sepultura em algumas ocasiões, mas nada demais. O Sarcófago eu nem gosto e nunca tive o menor interesse de estar com ninguém ali. Se ocorrer alguma aproximação será por acaso. Quanto à influenciar no trabalho do SC, cara, o Sepultura é uma influência para todo mundo aqui no Brasil e em vários lugares do mundo. São referência sempre. Não há como fugir disso.

CV: Vi um show de vocês no final de 2008 e a banda estava muito entrosada. Há quanto tempo vocês estão com essa formação e quais são os planos para o futuro?
CC: Estamos com o núcleo atual desde 2004. Mudamos só o baixista. E realizamos muitos shows e ensaiamos com certa freqüência.

CV: Como vocês definem o estilo de som que vocês tocam atualmente, se é que isso é possível.
CC: Somos Grind Core. Esse é um estilo sem muita limitação, mas com uma roupagem característica.

CV: Quantos álbuns, demos, EP's, entre outros trabalhos a banda já lançou e quais foram os shows mais importantes? Já rolou uma turnê pelo exterior?
CC: Cara, somando tudo que já lançamos e participamos dá uns 40 a 42 itens com o logo da banda. E, como falei acima, nunca tocamos fora dos limites brasileiros.

CV: Depois de quase 20 anos de estrada, o que melhorou e piorou neste tempo, não só para vocês mas em toda a cena underground?
CC: Hoje em dia temos melhores equipamentos e melhores condições de compra. Por outro lado temos mecanismos como a Internet que ajuda a divulgar e tudo mais, mas parece que as bandas são apenas virtuais, que não existem de verdade. Antigamente a gente ralava pra conseguir os LP's e aí a gente via que a banda era real. Hoje é só baixar o som, tem vezes que nem sabemos como são os caras da banda. E o mundo da Internet está acabando com o mundo em que crescemos com lojas, LP's, CD's, Posters, Shows, rodas de bate papo nas praças. Tá tudo frio e digital.

Charlie Curcio e sua flying V durante apresentação do Stomachal Corrosion. A banda chega aos 18 anos com mais peso a atitude

CV: Até alguns anos, muitas bandas se mudavam para o Rio de Janeiro ou São Paulo para conseguir exposição. Vocês acreditam que atualmente isso é necessário?
CC: Não mesmo. Um exemplo é a banda Thuatha di Danann. Que nunca saiu de Varginha como base e conquistou o mundo. O lance é trabalhar certinho e com afinco. E São Paulo e Rio de Janeiro todo mundo fala que estão decadentes. O público é frio. E todas bandas tem priorizado turnês pelo Norte/Nordeste e demais cidades do interior. Hoje temos muitos mecanismos de expansão barata e de fácil manuseio.

CV: Como é o esquema para shows na região do sul de Minas? E como está atualmente a cena local? Muitas bandas, quais os estilos?
CC: Temos um dos maiores festivais do Brasil que é o Roça ‘N’ Roll, em Varginha. E tem um monte de banda por aqui sim. Os estilos tem pra todo gosto, mau gosto e desgosto.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para os comentários de vocês. Agradecimentos, merchandising, entre outros assuntos.
CC: Eu que agradeço, camarada! Valeu pelo espaço no zine e força total aí.
Contatos:
Charlie Curcio
Rua Capitão Soares, 438
Cambuí/MG
37600-000
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E-mail: charliefcurcio@gmail.com
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