sábado, 11 de agosto de 2012

Novidade nostálgica


A Espasmos do Braço Mecânico é uma banda formada há três anos em São Bernardo do Campo. Desde o início, seus integrantes optaram por compor suas próprias canções para expor o ponto de vista de cada músico sobre o cotidiano. Em uma mistura com letras críticas e instrumentos em fúria, eles lançaram dois álbuns e segundo o vocalista e baixista da banda, Alexandre Fukuda, este é o trabalho que mostra a verdadeira face da Espasmos. Para saber mais sobre o trabalho dos caras, demos uma passada geral na história deste power que faz um rock'n'roll totalmente novo, mas com certa nostalgia. 

Canibal Vegetariano: Por que Espasmos do Braço Mecânico? De onde vem o nome?
Fukuda: O nome é uma crítica ao trabalho repetitivo, mecânico, que todos temos que fazer todos os dias de nossas vidas para sustentar os padrões que vivemos.

CV: Desde quando vocês estão juntos? Houve alguma mudança na formação? Quem são os integrantes atuais e qual seus respectivos instrumentos?
F: O EBM existe desde 2009, sempre com os mesmos bêbados na formação. Rodrigo Previato na batera, Rafael Ramos na guita e Alexandre Fukuda no baixo. A gente se conhece há muito tempo, antes de ter banda, da época da escola. Isso ajuda, porque não tem frescura, se tem alguém insatisfeito com alguma coisa, o assunto já se resolve na hora.

CV: Quais são as influências da banda?
F: Curtimos muitas bandas, não rola uma influência específica direta. Mas tem muito do Rock setentista e dos anos noventa.

CV: Por que vocês optaram por cantar em português?
F: Português porque estamos no Brasil. É difícil escrever algo em português sem soar esquisito ou cafona, mas tentamos mesmo assim. Escrevemos sobre o que nos oprime, reclamamos para caralho. Parecemos um bando de velhos ranzinzas (risos).

CV: Como foi o processo de composição do novo disco de vocês, "Negative Vibrations"? Por que o título é em inglês?
F: O Negative Vibrations começou a ser criado logo depois que lançamos a demo. Já tinhamos algumas músicas e fomos criando outras nos ensaios. Sempre fazemos os arranjos assim, sacamos um riff lá na hora e sai tudo meio como uma jam, no improviso. Isso vai sendo lapidado até conseguirmos um corpo. Depois encaixamos as letras e fazemos as melhorias que achamos necessário. Quando vimos, tinhamos material suficiente pra gravar um disco cheio. Ficamos ensaiando as mesmas 11 músicas quase 6 meses, até não aguentar mais e entramos em estúdio pra gravar, já afiados.
Gravamos com um amigo nosso de Mogi das Cruzes/SP. O André Marques, gente finíssima, profissional, dedicado. Ele é do tipo que gosta muito do que faz e sabe tirar um som do equipo que tem.
O nome do disco “Negative Vibrations” veio do conjunto da obra. Analisamos as faixas e percebemos que as nossas letras tinham um teor negativista recorrente e resolvemos fazer uma ironia com o lance do Reggae “Positive Vibrations”. Na verdade é uma piada com a gente mesmo.

CV: O que mudou do primeiro disco, Volume 1, para este novo trabalho?
F: Mudou bastante, a demo Vol.1 gravamos quando a banda tinha 5 meses de existência. Tudo bem rápido e sem pensar muito, fizemos as músicas e gravamos. Já o Negative Vibrations, teve toda uma preocupação com timbres, tempos e arranjos. Curtimos muito mais o resultado do Negative Vibrations, achamos que nos representa muito melhor. É mais fiel a como soamos de verdade.

CV: Como está sendo feita a divulgação e a aceitação do novo álbum?
F: Lançamos o disco em Agosto de 2011 e tivemos muitas respostas positivas. Agora depois de quase um ano lançamos o primeiro clipe, escolhemos a música “social” pra estrear. Mas fazemos tudo no esquema “faça você mesmo” como podemos e quando podemos. Ninguém tem grana para ficar bancando a gente. Até com o disco, fizemos a arte, imprimimos a capa, cortamos, embalamos e assim por diante.

CV: As pessoas quando ouvem a banda, sentem uma certa nostalgia dos anos 90. Como vocês lidam com isso?
F: Gostamos muito dos anos 90. Era uma época em que as bandas estavam resgatando o lance do Rock sem viadagem, bem quando o pop tava dominando. E acho que estamos precisando de um pouco disso. Hoje em dia é muito glamour e pouco Rock.

CV: Vocês são de São Bernardo do Campo. Como é a cena atual? Existem vários pontos para shows de bandas independentes? E nas cidades próximas?
F: Em São Bernardo e no Grande ABC existem algumas bandas bem bacanas, mas muito pouco espaço.

CV: Muitas bandas atuais, unem-se a coletivos. Vocês também fazem parte de algum coletivo? Qual a importância desses grupos?
F: Atualmente somos colaboradores na CenaAndreense, que é um grupo de bandas independentes em Santo André. Os coletivos são importantes, mas acontece que o público está ficando cada vez mais segregado, separado em pequenos grupos e perdendo força. Os eventos dos coletivos acontecem nos mesmos dias, dividindo as pessoas. O ideal seria uma união maior, mas sabemos como isso funciona na prática.

CV: E quais os planos da banda para este final de ano?
F: Pretendemos lançar mais alguns vídeos até o fim do ano e já estamos compondo músicas novas, pra quem sabe ano que vem gravar mais um registro aí.

CV: Agradeço pela entrevista e deixo espaço para seus comentários finais.
F: Agradecemos o espaço e o apoio. Valeu mesmo.


Um comentário:

Nathy Corrêa disse...

Parabeeens EBM, vcs sao demais \o/ rs