domingo, 25 de setembro de 2011

20 anos de 'Nevermind': parece que foi ontem


No último dia 24 de setembro, parte dos roqueiros de todo o mundo comemoraram 20 anos do lançamento de um dos discos mais importantes da história da música mundial e do rock'n'roll. Vinte anos de um disco que, com certeza, mudou a vida de muitos adolescentes, ou pré adolescentes, que ouviram seus primeiros acordes em um distante final de setembro de 1991, tão distante, mas tão vivo em nossa memória que às vezes dá a impressão que foi ontem.
Em 1991 o Brasil era governado pelo presidente, caçador de marajás, Fernando Collor de Mello. Nossa moeda era o cruzeiro, conviviamos com a inflação. Para os poucos adolescentes que se interessavam em música, restava comprar alguns discos de bandas que saim no país, ou gravar fitas com discos de amigos ou ficar "caçando" alguma FM que rolasse algo interessante. A MTV no país ainda engatinhava e poucas pessoas tinham acesso. Outra maneira de informação musical era ler as revistas especializadas da época, uma das mais famosas era a BIZZ. No início de 1991 havia rolado o segundo "Rock in Rio" e como o Guns era a bola da vez, e por ter emplacado uma música na trilha do Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento final -, era a banda mais executada nas rádios que conseguiamos sintonizar em Itatiba. Sendo assim, muitos jovens da época eram fãs dos Guns'n'Roses.
Mas, não me lembro da data, na primavera de 1991 ouvi em alguma dessas rádios, um som que ao mesmo tempo que era pesado, era sutil, ao mesmo tempo que era sujo, era melódico, furioso e com uma pegada pop, uma voz que urrava, depois sussurava. Aquilo causou espanto em muita gente e depois de alguns dias fui descobrir que aquela música chamava-se "Smells like teen spirit", de uma banda que eu nunca havia ouvido falar, Nirvana.
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Este é o bebê, da capa de Nevermind
Depois daquilo, ouvia sempre as músicas do Nirvana nas rádios, bons tempos aqueles, em que acabava um Nirvana, rolava um Guns, rolava Metallica, em 1991 e 1992, era possível ouvir até Sepultura nas rádios, principalmente com a versão que eles haviam acabado de lançar, 'Orgasmatron' do Motorhead. E o Nirvana continuou tocando, tocando até a morte de seu vocalista e guitarrista, Kurt Cobain em 1994. Mas, o que parecia ser o fim, foi apenas o inicio. A "nirvanamania" só aumentou com a morte de Kurt, náo só no Brasil mas em vários lugares do mundo.

Hoje, 20 anos após o lançamento de Nevermind, nós estamos aqui, escrevendo em blogs, fanzines e em outros meios de comunicação de maneira totalmente independente, pois a sociedade e o mundo passaram por profundas mudanças nessas duas décadas, inclusive a maneira domo ouvimos e consumimos música. O que não muda são as obras de arte, que sobrevivem as mudanças, pois elas são eternas. Nevermind é tão atual hoje, como era há 20 anos, e será daqui 30, 50, 100 anos. E assim como influenciou vários garotos e garotas daquela época, ele influencia e inflenciará, pois enquanto houver pessoas interessadas em boa música, alguém sempre indicará "ouça nevermind".
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Butch Vig, produtor de um discos mais importantes de toda a história do rock'n'roll

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