quarta-feira, 7 de abril de 2010

Por que estas bandas não estão nas grandes mídias?


Oito Mãos (Vejo Cores nas Coisas)

Este é o primeiro álbum da banda campineira Oito Mãos, lançado há quase um mês o CD começa a chegar aos fãs e pessoas que gostam de ouvir boa música. Lançado de maneira totalmente independente, a bolachinha chama atenção para o profissionalismo e qualidade, tanto sonora quanto estética.
Pela estética, o disco chama atenção por sua bela capa, que retrata bem a ideia do título do álbum (Vejo Cores nas Coisas). Além da capa, o encarte traz informações de toda a parte técnica, fotos e as letras para que o ouvinte possa acompanhar as músicas cantando junto com a banda. Ou seja, o CD dos campineiros é tão profissional que supera a qualidade de muito álbum que é lançado pelas grandes gravadoras.
Mas, o mais importante é a música e nesse ponto a banda também caprichou. O CD conta com 13 faixas que passam de 60 minutos de música. A faixa de abertura é a instrumental "ninguém". Depois dela, jorram canções de rock, com uma boa pegada do bom e velho pop. E os caras acertam em cheio nesta mistura, pois o disco tem alma, boas letras e melodias que fazem o ouvinte parar e prestar atenção ao que está ouvindo.
Mesmo ele sendo um bom disco, ele não conquista o ouvinte de cara, pois ao mesmo tempo que ele mostra as influências dos músicos, ao menos para mim, lembra em muitas passagens algumas bandas da década de 60 do século XX, em outras, eles mostram trechos que estão além do tempo em que estamos vivendo. Mas o disco é um grande conquistador, pois cada vez que você ouvi-lo, ficará ainda mais curioso para ouvir novamente pois, a cada passagem, o ouvinte descobre um lance diferente na melodia, no estilo do vocal, nas ideias das letras. Se você gosta de rock, se você gosta de ouvir boa música, corra e adquira o CD, pois atualmente, nem sempre é possível ouvir pérolas como esta. (IG)


Monaural (Som e Fúria ao vivo)

Outro CD muito massa que foi lançado há pouco tempo é o registro ao vivo dos paulistanos da banda Monaural. A banda que está junto desde 2003, e anteriormente havia soltado um ótimo disco de estúdio (Expurgo), mostra agora aos seus fãs, toda a fúria da banda no palco. Em sete canções, a banda faz jus ao seu logo, "rock sujo e visceral".
A bolachinha foi gravada ao vivo em outubro de 2009 e lançada por um selo francês. No disco, o ouvinte consegue ter uma ideia do que a banda é capaz ao vivo, pois para sacar o que é a banda no palco, só estando presente a algum show deles. Mas voltando ao registro, que por sinal está muito bem gravado, os caras começam mandando um improviso de alguns segundos e na sequência mandam a música "Mundinho de Merda", a partir dela, são sete petardos de rock, com destaque para a música inédita "Me Drogar Até Morrer", que para mim, é uma das melhores composições da banda.
Se você ainda não conhece a banda, este disco pode ser uma boa pedida para te iniciar no som da Monaural. Os caras, que ouvem de tudo que é estilo de rock, na hora de compor, são influenciados diretamente pelo som produzido no início da década de 90, do século passado. Mas vale lembrar, ter influência é uma coisa, ser uma mera cópia é outra. No caso da Monaural, são apenas influências, pois a banda, após anos de batalha no cenário independente, está a cada dia mostrando sua personalidade e seu estilo muito pessoal de fazer e viver a música. (IG)


Espasmos do Braço Mecânico (Volume 1)

Esta banda de São Bernardo do Campo conheci há apenas alguns dias e desde então tenho ouvido o disco dos caras sem parar, fazendo ao menos uma audição por dia.
Primeiro ouvi a banda ao vivo e só depois fui conferir este registro de sete canções da banda. Ao vivo, a Espasmos faz um som que une peso e melodias e faz com que você tenha vontade de começar a pular feito louco em frente ao palco, acompanhando a energia dos caras que mandam ver em seus instrumentos sem dó nem piedade.
Já o registro gravado, mesmo sendo em estúdio, mostra muito bem o potencial da banda e o peso de seu som. Com bons riffs de guitarra e músicas que não te deixam parar os caras conseguem fazer um rock como há muito tempo não ouvia por aí. Gosto de todas as faixas, mas sempre tem aquela chama mais atenção, e no caso do Espamos, foi a música "Quantos tijolos sua cabeça aguenta?". Um lance legal dos caras é a que a cada momento os vocais são dividos entre o guitarrista Rafael Ramos e o baixista Fukuda, fazendo com que as músicas soem com uma identidade única. Um outro destaque da banda é o batera Rodrigo Previato, que soca seus tambores e pratos com técnica e peso.
Se ficou curioso para ouvir, corra para adquirir este registro dos caras, pois bons discos de rock e boas bandas, não aparecem a todo momento. (IG)

Um comentário:

f f f disse...

Ae, legal pra caraleo "a hora do canibal" e muito obrigado pelos elogios e pela resenha, isso nos da energia para melhorar o nosso trabalho e produzir coisas com mais qualidade.

Abraço
Fukuda