terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um grito de rebeldia no ar

Cartaz do festival que teve o apoio da Nova Rádio Web, do blog/zine Canibal Vegetariano, escritório de advocacia Cunha e Lima e escola Sol Maior

Foi em uma tarde de primavera, em um domingo, que aconteceu o 2º Grito Urbano em Itatiba, um verdadeiro grito de rebeldia, que sem medo de nada e quase sem apoio, trouxe para a cidade cinco bandas da região e duas locais para fazerem um som. E um detalhe, todas as bandas independentes, que tocam canções próprias e tem trabalho rolando pela Internet, além de CD's e outros materiais de divulgação.
O evento começou a ser idealizado pelos organizadores Rafael Piera e Boss, vulgo Fabinho, em meados de maio, quando os caras começaram a convidar as bandas para participarem do evento. Após fechar o cast e o local, começou uma divulgação na base do boca a boca. E no último dia 13, o salão do Operário recebeu uma galera que estava com sede de novidades e provavelmente cansado da mesmice que rola na pequena Itatiba. O Grito Urbano foi o grito dos que se rebelaram e partiram para outros caminhos e viram que o rock continua com a chama acessa, mais vivo do que nunca.

Os campineiros do Drákula abriram o festival 2º Grito Urbano com um show empolgante

E o festival começou a todo vapor, pois a abertura ficou a cargo dos campineiros do Drakula. Os caras que com seu surf-music, punk rock, e máscaras, já de cara mostraram que o Grito seria um festival para entrar para a história de Itatiba. Como sempre a banda fez um show de rock para ninguém botar defeito. Músicos empolgados e competentes que fizeram a galera agitar. E a banda evolui a cada show e não será surpresa alguma quando eles começarem a tocar direto nos principais festivais do Brasil e sair em turnê pelo exterior.
A banda Mão de Vaca "jogou" em casa e interagiu com a galera presente que cantou várias canções

A segunda banda a se apresentar foi a itatibense Mão de Vaca. Como eu toco nessa banda, não posso afirmar como foi o show. Mas deu para sacar que tinha uma galera agitando e cantando as canções, inclusive pedindo algumas.

A banda Lunettes estreou a nova guitarrista durante o festival. A banda foi muito bem recebida pelo público

Assim que acabou o show da Mão de Vaca, a vez foi da banda Lunettes, de Campinas. E o show que fizeram por aqui foi ainda mais especial, pois além de ser a estréia da banda em Itatiba, foi a primeira apresentação da banda com sua nova guitarrista (me perdoem mas esqueci o nome da garota). Com a entrada da nova integrante, a banda volta ser composta por quatro garotas e um rapaz. E mesmo a guitarrista sendo estreante, o show foi enérgico como sempre e as mulheres mostraram que rock não tem nada a ver com sexualiade e sim com sangue. Lunettes em Itatiba foi um grande show, espero que voltem logo.

PAULISTANOS

Após o show da Lunettes, e que show, foi a vez dos paulistanos do Sprint 77. O trio fez uma apresentação impecável e foi um dos grandes destaques do festival. Eu já havia visto um show dos caras e aqui eles realizaram a apresentação com o mesmo pique e competência, do qual eu havia conferido. As músicas que tratam de temas do cotidiano, motocicletas e lambretas, levou a galera ao delírio, fazendo com que o público pedisse bis e no final tomasse os microfones da banda para cantar junto.
Com canções que falam sobre o cotidiano paulistano e lambretas, o Sprint 77 fez um dos shows mais elogiados do festival

Logo na sequência outra banda da capital, desta vez, Monaural. Os caras mostraram durante o show e provaram porque o som é sujo e visceral. Com grande influência das bandas de Seatle do final dos anos 80 e início dos anos 90, os caras mandaram em pouco mais de meia-hora, sons que fizeram a galera agitar e chacoalhar a cabeleira. Com uma cozinha enérgica e precisa e riffs cortantes de guitarra, a banda apresentou um show que deixou muita gente pensando que havia regredido no tempo. Na minha opinião o destaque ficou para as músicas "mais um pecado" e "me drogar até morrer", a letra dela é excelente e reflete muito bem a situação de vários jovens e adolescentes de nosso paupérrimo País.
O trio Erick (bateria), Ayuso (guitarra e vocal) e Gimaia (baixo) mostrou todo o rock sujo e visceral da banda Monaural

Já era noite quando foi a vez do Racha Cuca se apresentar em Itatiba, pela segunda vez no Grito. A banda que foi um dos destaques do primeiro festival, mais uma vez apresentou e enlouqueceu os presentes com seu punk rock. E o show dos paulistanos e bragantinos é punk total. Após acompanhar a apresentação enérgica de cinco bandas, a galera ainda teve muita caloria para queimar com o Racha Cuca, que como sempre, já vi vários shows dos caras, mandaram muito bem, e volto a repetir o que escrevi há um ano, quando resenhei o show dos caras, o "Mason" é um showman, e tinha uma galera chamando o vocalista do Racha de "Hulk".
Devido ao grande sucesso na apresentação no 1º Grito, o Racha Cuca voltou para Itatiba e fez mais um excelente show

E para encerrar a noite, os itatibenses do The Beber's Operários, banda dos organizadores da festa, Boss e Piera. Já passava das 21h quando eles começaram a apresentar o seu street-punk que relata o dia-a-dia dos trabalhadores. Infelizmente uma parte do público já havia deixado o local, mas quem ficou, agitou e interagiu com a banda durante todo o show. Mais uma presença marcante do Beber's e que segundo Piera, em breve irá gravar as novas músicas que foram executadas no show.
Piera, na guitarra a direita, um dos organizadores do evento, durante a apresentação de sua banda The Bebers Operários

E foi assim que terminou o 2º Grito Urbano. Foi sem dúvida o melhor festival já realizado em Itatiba, pois contou com a participação de 7 bandas independentes, algo impossível de se realizar até alguns anos. E que venha o terceiro, quarto, quinto e assim por diante. Todas as pessoas que estiveram no local estão de parabéns, pois souberam curtir e se divertir. Não foi registrado nenhum ato de violência ou vandalismo. E um lance bacana que vale ser registrado, havia no local muitas mulheres com seus filhos, mostrando que o rock é para todos. Parabéns a todas as bandas pelo profissionalismo apresentado e aos organizadores. Ficamos agora na expectativa do próximo.
Boss (Fabinho), em pé de camiseta branca, junto com a banda Lunettes, Beso Alcoois (deitado) e Daniel ETE (pisando em Beso), da banda Drakula. Boss junto com Piera, organizou o 2º Grito Urbano

4 comentários:

Fabinho BOSS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Como sempre, vc consegue transmitir em palavras sentimentos....
Realmente, o Grito foi um berro...rsrsrs
e tenho certeza que todos os presentes se divertiram, parabéns Canibal pelo texto.
E parabéns Boss e Piera, vcs mereciam que este evento fosse um sucesso, a dedicação de vcs foi total...
Bjs a todos

De@

Unknown disse...

Valeu Canibal, a resenha ficou foda. Valeu tb ao Fabinho e ao Piera por terem chamado o Racha Cuca novamente. Sempre que quiserem estaremos de volta aí, s 2gritos urbanos foram demais!

abraço
Manson

Fabinho BOSS disse...

Canibal, parabéns vc encontrou as palavras certas para descrever nosso sentimento de realizar um festival desse porte.Só tenho a agradecer a colaboração de todos. Faço um agradecimento especial a essa família Rock and Roll q trabalhou muito para que isso fosse possível. Tinha certeza que minhas noites sem dormir seriam recompensadas. Toda a ajuda foi indispensável - apenas levantamos a bandeira e multidão nos acompanhou....

Não posso deixar de agradeçer a DEUS, nosso PAI MAIOR que sempre nos dá proteção e liberdade para seguirmos o caminho q quisermos. Cada um sabe o que faz.....

Vlws
Boss

Ps: corrigi o português!!!