domingo, 1 de junho de 2014

Garrafa Vazia: alto teor de punk rock

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Formada por três caras, Mariones (baixo e vocal), Hebert (guitarra e vocal) e Vadio Bateria, a banda Garrafa Vazia, de Rio Claro, está há 16 anos na estrada e desde 2011 com formação estável e com vários lançamentos. Para saber mais sobre a história da banda e a cena na região central do Estado de São Paulo, falamos com o baixista Mariones, que passou a limpo a história do trio. Abaixo você confere entrevista na íntegra.

Canibal Vegetariano: Como a banda foi formada e qual origem do nome? Houve troca de formação?
Mariones: Formada em Rio Claro no interior de São Paulo, esquemão de brodagem, interiorzão, Horto Florestal, ruas planas e bebida barata. Começou em 98, quando eu e o Danilo Lebre começamos a compor umas podreiras no quarto dele. Mas muita coisa rolou, Danilão mudou para Santos e só em 2009 o negócio ficou mais sérião. Aí surgiu o nome Garrafa Vazia. A história do nome vem de uma velha fita vhs: em 1990, na Copa da Itália, o Osmar Santos preparava-se para narrar o jogo eliminatório das oitavas-de-final entre Colômbia e  Camarões .
Apresentando as seleções, ele soltou a "crássica" frase que ficou cravada na memória: “agora é que eu quero ver quem tem Garrafa Vazia pra vender!”. O nome vem daí, tom de deboche. Quanto às mudanças de formação, passamos por algumas, até  estabelecer a definitiva em 2011, acima citada Mariones [voz e baixo],  Hebert [guitarra e vocais] e Vadio [bateria].
Daí surgiram os registros: Os Garrafa [2011]; Pedrerage Sessions #01 [2012]; Greatest Shits [2012]; split Hippies not Dead & Garrafa Vazia [2013].

CV: A pegada punk rock é muito presente no som de vocês. Quais são as principais influências da banda?
M: É um lance bacana. Cada um escuta uma coisa e toca outra. O Hebert curte Smiths e Olho Seco. O Vadio vem de uma escola mais ‘american punk’ , mas também ouve muito blues, enquanto sou chegado num punk 77, num sonzão quente dos 60/70 e numas podreiras variadas, do sonzão mais extremo ao pop mais cafonão.



CV: Como rola o processo de composição?
M: É bem sossegado, descontraído. Às vezes eu arranho algo no violão, mostro para rapaziada, aí o Hebert já coloca a guitarrinha marota dele e o Vadio põe a baqueta pra dançar. Às vezes o Hebert aparece com um riff malandro e logo tudo vira um enorme bolinho de arroz, uma folia noise. Às vezes o Vadio acelera ou diminui a marcha, sugere o let’s brenfs, sabe? Ou vice-versa, versa-vice. Não que essa seja a tônica, cada som tem uma história, ou também não, mas o primeiro movimento é sossegadão. Composição no Garrafa é prazer podrão, um processo bem tranquilo, sempre num  cooperativismo supimpa, alegre, divertido, reunião e comunhão, esquemão família pedrerage, sempre!

CV: Ao ouvir as músicas de vocês, é possível sacar ironias e humor. Como surgiu esse lance no som de vocês e na apresentação do trabalho?
M: Como o Hebert diz ,as coisas acontecem num “climão de churras”. A gente gosta de tocar e se divertir, mandar um som num esquemão descontraídão, não se levando tanto a sério. E você comentou da ironia, gosto bastante da frase do escritor francês Victor Hugo: “é pela ironia que começa a liberdade”.

CV: Como é a cena musical em Rio Claro?
M: Rio Claro é muito rica musicalmente e, mais especificamente no “róque”, por aqui há referências muito fodidas, como o Dezakato e o Mordeth, bandas históricas, com mais de vinte e tantos anos de história, muita estrada e registros de ouro no underground. Atualmente rolam também bandas muito responsa, como o Carniceiro, Funeral  Sex, Anguere, Sinaya. E anualmente acontece o Equinócio, festival referência aqui na cidade, geralmente realizado na Antiga Estação Ferroviária, onde muitas bandas fodidas já se apresentaram.

CV: Qual análise que vocês fazem sobre os locais para shows das bandas independentes na região?
M: Existem os bares “rock” , com conceito “alternativo”, mas a gente não fica muito esperando as coisas caírem do céu. A gente se reúne com o pessoal das outras cidades e costuma fazer a nossa correria, organizar o som, faz os intercâmbios, seja na praça, em um butecão, o esquema é a ideia de movimentação, interação, amizade.  “Cavamos” nosso espaço, sem chororô. E ah: estão acontecendo muitos bailes elegantes aqui no interior! E se for para citar as bandas que estão quebrando tudo por aí, vixi, tem muita banda fodida aqui no interiorzão!!

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CV: Qual o pior momento que tiveram? E o melhor?
M: Sinceramente, acho que não houve pior momento. E o melhor é o fato de estarmos vivos, reunidos, podendo rolar uma podreira, sem neurose – aliás, muito pelo contrário: é muito 'bão' a gente viver num puta climão massa, divertido, seja ensaiando, compondo, organizando os bailes com os irmãos, viajando, gravando, escutando novas bandas, trocando altas ideias com o pessoal, vivendo e se divertindo, curtindo os dias.

CV: Quais os planos para o restante deste ano?
M: A gravação do disco de inéditas “Back to Bacana”, mais o segundo disco da série Pedrerage Sessions, além da participação em algumas coletâneas e em um tributo. E ah: uma “surpresa” especial vem aí para o final de ano também!

CV: Grato pela entrevista, deixo espaço para considerações finais.
M: Nós que agradecemos Ivan, e os amigos que acompanham o ótimo trampo de vocês! Muito obrigado pelo espaço! Vida longa ao Canibal Vegetariano, ao underground e ao rock do capeta! Abração!

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