sábado, 15 de junho de 2013

'Democracia é barulho'


Foi com essa frase que o filósofo Vladimir Safatle definiu os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, ocorrido na quinta-feira, onde várias pessoas ficaram feridas. Ainda de acordo com o filósofo, a pessoa que não gosta de barulho, deve buscar um local tranquilo e criar uma ditadura, pois democracia é o povo nas ruas.
O comentário do filósofo foi feito durante exibição ao vivo do Jornal da Cultura na quinta-feira, onde uma repórter da emissora acompanhava em meio ao caos, toda movimentação. Mesmo em canal estatal, o pensador não teve medo de tecer comentários firmes sobre a situação e criticou abertamente as autoridades.
Por meio desse pensamento, nós do Canibal Vegetariano não poderíamos deixar um momento como esse passar despercebido e resolvemos por nosso dedo mindinho nesse assunto. Talvez o que esteja em discussão não seja apenas um aumento abusivo na tarifa do transporte, mas sim todo inconformismo com os mandos e desmandos de autoridades e "politiqueiros" que posam de pseudodemocratas.
A reclamação não deve ocorrer apenas pelo aumento, mas sim por todo meio de transporte precário que nós brasileiros temos que conviver diariamente. Ônibus ruins, ruas esburacadas, insegurança, profissionais sem capacitação e muitos mal educados, impostos abusivos. Tudo isso em praticamente todas as cidades brasileiras, não apenas em São Paulo, no interior do estado também enfrentamos esses problemas.
Itatiba, cidade onde fica a galera do Canibal, o preço da tarifa ao usuário atualmente é R$ 2,50, sem somar os R$ 0,20 que a empresa recebe de subsídio da prefeitura, que na verdade somos nós mesmos que pagamos pois a administração municipal repassa dinheiro público, que é arrecadado por meio de impostos, em muitos casos, abusivos. Há informação que essa tarifa aumente para R$ 2,70 na próxima semana e com subsídio chegue a R$ 2,90.


Uma tarifa de R$ 2,90 para andar trechos de cerca de três, no máximo quatro quilômetros, há algo errado por aí. As ruas da cidade estão horríveis, falta iluminação suficiente, muitos buracos, excesso de carros e o trânsito não flui de maneira adequada. Pessoas são levadas ao estresse. Feita análise por esse ponto de vista, conseguimos entender que os manifestos precisam ocorrer, o povo precisa realmente invadir as ruas e clamar por seus direitos, pois na política partidária, o povo é patrão e prefeito, governador, vereador, presidente e deputados, são funcionários, mas é somente nesse sistema que o patrão nunca é ouvido.
Novamente citamos Safatle, pois ele comentou que todo manifesto tem que ir para as ruas, as principais, e parar tudo, pois só assim os integrantes serão ouvidos ou ao menos percebidos. Não se pode criar um "manifestódromo". O povo finalmente parece que acordou do pseudo sonho de país desenvolvido e passa cobrar seus funcionários.
Outro manifesto interessante ocorreu em Brasília, ontem, onde um grupo de cerca de 300 pessoas fechou uma das ruas que dá acesso ao estádio Mané Garrincha e gritou a presidente que o povo não quer ter estádios caríssimos para prática de um futebol pífio e sim moradia, saúde, educação e oportunidade.

Claro que nós do Canibal gostamos de futebol, mas antes da diversão, sabemos de nossas obrigações e nada mais certo do que fazer um "grita" contra toda a sujeira que está por trás da organização da Copa das Confederações e do Mundo. Vamos gritar juntos, pois quanto mais forte o grito, mais ecoa e a possibilidade de acordar pessoas que sonham viver em um país que cresce, mas na verdade retrocede, é grande. Penso que ainda existe uma luz no fim do túnel, de vela, mas há. Deixamos aqui os parabéns a todos que foram às ruas. 

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo com voce...estamos no limite da nossa paciencia em relação a esse governo petista desde que entrou. Corrupção, safadeza, roubo, e muitas outras sacanagens que só eles sabem fazer.....o que podemos esperar de um ex presidente que se auto mutilou, analfabeto e, um presidenta terrorista? Acabaram com nosso país. Temos que ir ás ruas até que sejam depostos.