Arquivo pessoal
A banda recentemente esteve realizando uma turne pelo interior do Estado de Sâo Paulo
Canibal Vegetariano: Vamos começar com a apresentação da banda.
Daniela: Então, eu e Ivo estamos junto tocando há muito tempo, desde 2003. Começamos a tocar junto na Triste Fim de Rosilene, depois na Rever e quando essas duas bandas tinham acabado eu meio que intimei ele pra fazer outro som. Ele topou, Mauricio que era amigo da gente topou também e a Renegades começou a existir no inicio de 2007.
CV: O que levou vocês a lançarem um split junto com a banda Mahatma Gangue?
D: Nós somos amigos, há um bom tempo, de Pedro, Ingrid e Farofa. Meio que as duas bandas nasceram juntas, na mesma época e, além disso, foi identificação mais do que instantânea. Eles vinham para cá nos visitar e conversávamos, tocávamos juntos e planejávamos coisas juntos também. Sempre acompanhamos as coisas de nossas bandas, mesmo à distância. Daí a ideia do split não foi nada além de natural. Eu mesma sempre falo que considero como “bandas irmãs” a Renegades, a Mahatma Gangue [RN] e a Skate Pirata [CE].
CV: Como é o esquema de shows aí no Nordeste? E como as bandas se relacionam, chega a ter um clima de rivalidade? E com bandas de outros estilos?
D: Os shows menores, punks, são poucos. Não foi sempre assim, mas estamos passando por uma fase terrível agora. A gente vai fazendo tudo na medida do impossível e levando como dá, mas sei lá, vejo que 2010 se inicia com uma nova cara. Parece que a coisa tá se arrumando novamente. Sobre o relacionamento entre as bandas, a gente se relaciona com quem quer se relacionar. Nunca tivemos problemas com isso. A gente quando organiza algo chama a galera punkona, crust, põe para tocar. Em outro show chama o povo do rock'n'roll e assim vai. Mas esse diálogo depende muito de ambas as partes. Tem muita banda que não entende como as coisas funcionam, que vivem com a cabeça nas nuvens, almejando sei lá o que e preferem se restringir no seu “circuito” mesmo. Nada contra. Mas é isso, nós nos relacionamos com quem quer se relacionar com a gente né? É claro que afinidade é muito importante. Mas tudo se resolve, sabe? E no rastro disso que eu disse ficam as intrigas e rivalidades normais da vida humana. Sempre rola. Sempre.
CV: A Renegades tem aparecido bastante no cenário independente. Recentemente vocês estiveram em shows aqui no interior de São Paulo. Como foram esses shows?
D: Você acha? Nossa, foram bem legais. A gente tocou no sudeste com a Mahatma Gangue lançando nosso split no Rio de Janeiro e São Paulo, capital e algumas cidades do interior como Campinas, Bragança Paulista e Sorocaba. Nós curtimos muito esses shows. Tocamos na Loja Tentáculos em Sorocaba, a loja da Flávia (Biggs) e do Fábio (Pugna). Em Bragança tocamos no festival Cardápio Underground que queríamos muito conhecer! Foi foda, o local, as pessoas, as artes... Esse festival é organizado pelo Quique Brown do Leptospirose que é uma banda que a gente curte e respeita demais. E em Campinas no Bar do Zé, lugar foda. É massa tocar no interior e na capital, a gente sente as diferenças de tratamento e tal. O interior tem um algo a mais que a gente não sabe explicar, demais, um calor humano diferente. Mas, o role como um todo foi massa. Não podia ter sido melhor!
Daigo Oliva
João Mário e Daniela mandando ver ao vivo em uma das muitas apresentações que a Renegades tem realizado pelo País
CV: Como vocês trabalham a divulgação da banda?
D: A gente faz essas coisas comuns mesmo, basicamente o boca a boca e Internet (através de flogs, orkut, facebook, emails, twitter...). Sem esquecer, claro, das trocas de material com outras bandas, zines, blogs e etc.
CV: Quais as principais influências da Renegades?
D: Perguntinha difícil essa! Sempre fico pensando horas para responder algo assim porque, mesmo não querendo soar clichê, são muitas bandas, muitos sons... X, Rezillos, Radio Birdman, X-Ray Spex, Circle Jerks, Dead Kennedys, Buzzcocks, Cólera, Hüsker Dü, Bikini Kill, Regulations, Blondie, Devo… muita coisa…
CV: Como as pessoas que veem vocês pela primeira vez encaram uma banda que tem uma mulher nas guitarras e vocais?
D: Hummm... não sei. Algumas pessoas ficam surpresas com isso mais pelo fato de ser punk rock, ter aquela agressividade, sabe? Tem gente que acha normal, outros que acham coisa de outro mundo, vai entender! Tem gente de topo tipo no mundo. Mas acho que não impressiona tanto isso quanto podia impressionar antigamente.
CV: Como você lida com o assédio, principalmente do público masculino. Ele rola de boa, o interesse é a música, ou ainda existem os chatos que ficam "marcando" em cima?
D: Hahaha, engraçado isso. Os dois. Mas não rola muito assédio até porque eu não sou o estereotipo de rockeira bonita, estilosa e perfumada. Não faço questão de ser nem uma coisa nem outra, mas acabo sendo natural nos shows, vestida normal como me visto no dia-a-dia, me descabelando, suando litros... nada muito na linha mina-de-banda-da-Malhação. Geralmente a galera que chega junto em show é mais pra tocar ideia, é raro alguém se “engraçar” para meu lado, mas rola também. Acho que alguns também evitam porque inevitavelmente estou com meu namorado do lado, hehe (Ivo que toca bateria na Renegades é meu namorado de longa data).
Rafael Passos
O batera Ivo segura com força e técnica a "pancada" sonora.A banda tem causado boa impressão por ande passa
CV: Qual a opinião de vocês sobre o atual momento do rock no Brasil? A estrutura de shows melhorou, o pagamento de cachês e o nível das bandas?
D: Essa é uma discussão que tá na crista da onda, não é? Cena independente, pagar cachê ou não para banda, festivais e grupos chamados de panelinha e etc... Sinceramente, só posso falar do que vivo. E o que eu tenho experenciado tá mais ou menos na mesma. Digo isso quando falo de estrutura, dinheiro, organização. Minha experiência é no nicho punk, num âmbito menor, de shows menores. Num âmbito mais amplo não posso falar nada. Tem uma coisa estranha que vêem rolando – e como disse acima, parece estar mudando – que é isso de as bandas estarem estranhas, poucos, poucos lugares para tocar, poucos eventos legais... mas tem um monte de gente tentando mudar isso.
CV: E os planos do Renegades of Punk para 2010?
D: Bom, a gente tem ideia de fazer um "clipezinho" e de começar a preparar um álbum, um full só nosso. Além disso tem uns lançamentos para sair: um 5-way – com Os Estudantes [RJ], Homem Elefante[RJ], Ornitorrincos [RS] e Velho de Câncer [RS] – e um re-lançamento do nosso primeiro ep só que em 7’’ pelo selo alemão Thrashbastard.
CV: Vocês acreditam que o esquema de blogs, rádios web, fanzines e e-zines, contribuem para o desenvolvimento do rock?
D: Sim! Principalmente pelo fato de esse tipo de mídia ser alternativa. Dessa forma várias pessoas podem estar envolvidas com o underground, participando de alguma forma, fazendo o que pode fazer e divulgando o que está acontecendo nesse exato momento para um número indeterminado de pessoas. Essas mídias são importantíssimas.
CV: Agradeço pela entrevista e deixo o espaço para você divulgar shows, venda de CDs e agradecimentos e xingos, o espaço é seu.
D: Valeu você Canibal, pelo espaço. Valeu a tod@s que perderam alguns minutos de sua vida para ler essa entrevista e quem tiver interesse em conhecer mais a Renegades é só ir nesses links:
Myspace: http://www.myspace.com/therenegadesofpunk
Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=45396462
Girls Music Zone: http://www.girlsmusiczone.com.br/banda.php?n_id=72
Last Fm: http://www.lastfm.com.br/music/The+Renegades+of+Punk
Twitter: http://www.twitter.com/renegadespunk
Ou pelo meu e-mail: daniela.rss@hotmail.com. Aqui você pode ouvir, ler e conhecer mais sobre nós. Além de saber dos shows e de como adquirir nossos materiais.
3 comentários:
Chique a entrevista...parabéns
de@
Ivan, ainda tá afim defazer aquela entrevista com a Oito Mãos?
Disco ta pronto!
me avisa se estiver que vou intermediar o contato, ok?
To fazendo assessoria pra eles.
bjos
Renegades forever!!! :)
Postar um comentário