quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sem medo de ser pop - entrevista com a banda Superdrive

A banda campineira Superdrive foi formada em 2003 e no início teve algumas mudanças de formação. Mas desde 2006 se mantém estável. Na entrevista a seguir, você confere mais sobre a banda e a história de André Biaggio, guitarrista e vocalista. Com influências de Big Star, Replacements e uma leve pitada de punk rock, o grupo está lançando uma música em uma coletânea americana.

A banda (André à direita)


CV: Como rolou o convite para gravar a coletânea do selo Stereorrific de New Jersey? E como foi o processo de gravação? Vocês gravaram as músicas aqui e enviaram para o selo?

AB: Conheço os donos Jeff e Joel Mellin desde 1999 quando fiz contato através do extinto mp3.com, que era bem parecido com o myspace de hoje. A coletânea comemora dez anos do selo e eles convidaram diversas bandas para participar fazendo versões de músicas dos seus artistas . Nós escolhemos You Sweet You uma música originalmente acústica do Jeff Mellin, dai fizemos uma versão com bastante guitarra e feedback, gravamos no estúdio de Mário Porto que já trabalhou com o Ira!. Envíamos pra eles masterizarem por lá.


CV: Além da música na coletânea, vocês planejam lançar algum disco novo? Se sim, como ocorrerá esse lançamento (através de algum selo, na internet, de maneira independente, etc.)?

AB: Na verdade já lançamos, que foi o single com duas inéditas mais três do CD anterior. Não temos vínculo com nenhum selo, é tudo independente.


CV: A banda já contou com vários integrantes, passando por diversas formações. Como está a formação atual? Vimos que cada integrante dessa nova formação tem influências distintas. Como vocês chegaram a essa sonoridade? As mudanças alteraram de alguma forma o som da banda?

AB: Sim. Formei a banda ao lado do guitarrista Armando Turtelli(Astromato) na época éramos muito ligados no som do Jesus & Mary Chain, mas com o tempo nos afastamos um pouco das guitarreiras e microfonias típicas do estilo.Hoje o som tá mais ROCKÃO. O Japa (baixo) e o Mantovani (batera) são mais ligados em Heavy Metal e Hard Rock. Enquanto eu e o Fernando (Guitarras) gostamos mais de indie rock . O Fernando toca no No Class, por isso, acaba tendo uma pegada mais punk nos riffs.


CV: Antes do Superdrive, quais foram os outros projetos que você teve? E atualmente, você tem outros projetos além da banda?

AB: Já toquei no Lethal Charge durante um ano, logo no início da banda, depois formei o Slowdown em 1996, saí e formei o Raindrops. Hoje toco apenas com o Superdrive que já completou cinco anos.


CV: Há dez anos você tocava no Raindrops com dois integrantes de Itatiba (André e Anderson), chegando inclusive a gravar o ep “Sweet Girl”. Por que a banda se separou após o lançamento?

AB: Na verdade eu continuei por mais algum tempo, gravei o SoundTracks com nove músicas ao lado do Armando e do baixista Reginaldo, que tocava guitarra no Orestes Prezza. O André Fujiwara foi o primeiro a sair, nem lembro direito o motivo, depois me desentendi com o Anderson que irônicamente estava morando aqui em Campinas na época.



CV: O que mudou no cenário musical de Campinas e região desde o lançamento do EP do Raindrops? Está mais fácil ou mais difícil para divulgar o trabalho?

AB: Bem mais fácil, porém tirando o Bar do Zé que fica em Barão Geraldo não tem muito espaço, de vez em quando rolam uns festivais na antiga estação FEPASA que se transformou num espaço cultural gratuito. Mas a internet é a grande revolução!Longa vida ao myspace.


CV: Estamos acompanhando o cenário musical de Campinas e observamos que existem muitas bandas de vários estilos. Pode-se dizer que existe uma cena na cidade?

AB: De certa forma existe, e ela se concentra no já citado Bar do Zé. Algumas bandas vêm se destacando mais, recentemente o Del O Max lançou um vinil, o Muzzarellas que é um veterano, também lançou. Acho isso um puta lance bacana. Acaba por criar uma identidade.


CV: Como foi fazer a abertura do show do Placebo em Campinas? Quais foram os critérios para o processo de seleção para ser a banda de abertura desse show? Qual sua opinião sobre tais critérios, eles foram justos ou não?

AB: Ser escolhido foi ótimo entre tantos candidatos, porém o show foi um tanto sufocante com tanta gente esperando ansiosa pra ver o Placebo. Eu particularmente não consegui curtir estava muito preocupado com o horário (20 minutos) e tudo mais. Você tá acostumado a tocar em bares pequenos , de repente pega uma RED lotada com quase 3.000 pessoas, uma aparelhagem absurda e acaba por se perder no meio de tanto retorno. Não sei quais foram os critérios, mas sabia que não tínhamos chance de vencer a eliminatória pois cantamos em inglês.



CV: Agradecemos pela entrevista, deixamos aqui o espaço para você divulgar a banda, os próximos shows, o lançamento da coletânea, etc.

AB: Eu que agradeço! Adorei o Zine de vocês. O próximo show será dia 13 de dezembro no recém inaugurado Mãe de Pantanha: Av. Francisco José de Camargo Andrade 473(próximo ao bairro Castelo) em Campinas. Esse show comemora o lançamento da coletânea e vai contar com participação de uma banda que faz covers do Pixies. Quem quiser conferir o som do SUPERDRIVE:

www.myspace.com/superdriveband

www.bandasdegaregem.com.br/superdrive

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