Ele ficou conhecido nos anos 90, século passado, como VJ da MTV. Toca baixo e faz vocais em uma banda chamada Devotos de Nossa Senhora Aparecida, há 25 anos. É fã de jazz, blues, rock e admira cinema e literatura. A partir de agora, você irá saber mais sobre Thunderbird.
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Thunder e sua banda Devotos de Nossa Senhora Aparecida. Nome surgiu em uma sexta-feira santa |
Canibal Vegetariano: A primeira pergunta tem que ser: Como você começou a carreira de músico? Quais são suas influências musicais?
Thunderbird: Desde criança me interesso por música. Meu pai tinha uma banda de jazz e eu ia aos ensaios e adorava tudo aquilo. Na faculdade, sempre me reunia com os amigos para fazer um som. Participei de festivais universitários. Mas minha primeira banda foi o Aerozow, em 85. Depois disso veio a banda experimental Neocínicos e, em 86, os Devotos de Nossa Senhora Aparecida.
As influências são muitas. Sempre ouvi jazz, blues, muito rock e mpb.
CV: Você tem influências de outras vertentes da chamada "cultura pop", como escritores, cineastas...?
T: Sim, os beatnicks me fascinaram. Willian Burroughs sempre foi meu preferido. Mas os poetas concretistas tomaram bastante do meu tempo. Os irmãos Campos, Decio Pignatari… Li muitos livros de Jorge Mautner (meu preferido é Vigarista Jorge).
Os cineastas que fizeram minha cabeça foram Rogério Sganzerla, Woody Allen, Stanley Kubrick, Tim Burton, Quentin Tarantino, Federico Fellini, Roman Polanski, são tantos, todos incríveis!
CV: Como você se tornou apresentador da MTV e qual o motivo da troca pela Globo? Fale um pouco também de sua passagem pela extinta TV Manchete e o retorno para a MTV.
T: Os Devotos DNSA me levaram até a MTV. Apresentações da banda chamaram a atenção dos criadores da MTV Brasil. Minha ida para Globo foi uma aventura interessantíssima. Isso durou um ano, quando retornei a MTV para apresentar "Contos de Thunder". Fui para Manchete para apresentar um programa dominical para família brasileira. Tão família, que havia luta de garotas de biquini no gel, entre outras bizarrices. Uma terceira passagem pela MTV era inevitável e retornei para o Tempo MTV, que festejava os 10 anos da emissora. Fiquei por ali até 2003.
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CV: Como surgiu seu programa na Internet? Você consegue definir quem é o público que acompanha seu trabalho atualmente?
T: Estava cuidando dos meus projetos musicais, quando surgiu a ideia de fazer um programa na rede. Desenvolvi o embrião junto a uma produtora independente e o site Showlivre fez uma proposta para melhorar a produção do programa. O Thunderview teve inúmeras edições, todas muito divertidas e ligadas à música. O projeto teve 2 anos de produção semanal. Pude entrevistar alguns gênios como Arrigo Barnabé, Lanny Gordin, Helena Ignez…
O público que me acompanha, no momento, me segue na Internet (Facebook, Twitter) e nos shows. Projetos novos estão em produção. Aguardem!
CV: Cara, vamos falar de rock'n'roll. Qual o motivo da parada de sua banda Devotos de Nossa Senhora Aparecida? E algo que você deve estar cansado de responder, qual o motivo do nome?
T: O nome vem do dia da fundação da banda, sexta-feira santa de 86. Os Devotos nunca pararam. Outros projetos nos quais me envolvo, chamam atenção da mídia. Com isso, as pessoas imaginam que eu parei com os Devotos. Mas isso nunca aconteceu. Apesar do sucesso atual da banda Tarantulas & Tarantinos, os Devotos tem shows marcados (Virada Cultural de São Paulo e interior paulista) e prepara novo disco para esse ano. Temos novo clipe ( http://www.youtube.com/watch?v=GSes_VdWrrw ) da música "Eu não gosto mais de você" do disco Bombardino. Temos 8 músicas do disco no My Space (www.myspace.com/devotosdnsa ).
CV: Atualmente você toca em quais bandas?
T: Toco com os Devotos de Nossa Senhora Aparecida, Tarântulas & Tarantinos, Fuck Berry e Flaming Birds.
CV: Você acredita que o público jovem atualmente tem o mesmo interesse pelo rock como as gerações anteriores?
T: Sim, eles vão aos shows, compram os discos, me procuram no Twitter, querem saber das novidades, são bem informados, inquietos.
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CV: O que você pensa sobre a pseudo volta do vinil, o fim dos CDs, a música livre pela Internet. Como isso contribui ou afeta o gosto musical das pessoas? Você é um comprador ávido de discos?
T: Temos uma fábrica de vinil no Brasil. Acho pouco. Acho caro. Ainda compro vinil, CD, baixo música. Não me prendo numa coisa ou outra. Adoro discotecar e, nessa hora, uso até notebook, se for preciso.
CV: Thunder, você pensa que o poder público pode, ou deve, contribuir com os coletivos e com as bandas independentes? Digo isso nem pensando em dinheiro, mas viabilizando locais para shows, compra de equipamentos para esses locais, entre outras medidas.
T: Tem que ser um político muito burro para não entender que se ele investir em cultura, ele vai ganhar prestígio e, consequentemente, votos. Já temos as Viradas Culturais, mas acho pouco. Dá pra melhorar, sem dúvida.
CV: Não sei se posso revelar sua idade, mas como é ser roqueiro aos 50 anos e batalhar para que o rock aconteça atualmente?
T: Hahahaha… ainda tenho 49 anos. E não mudou nada. Se não gostasse de ser músico, teria desistido há muito tempo.
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CV: Há algo que você fez do qual se arrependa? Qual a maior alegria que a música lhe proporcionou e qual a maior tristeza?
T: A música só me traz alegrias.
CV: Quais suas bandas favoritas na atualidade?
T: As minhas, claro!
CV: Você consegue imaginar como será a "cena" rock no final desta década que estamos começando?
T: Não. E quem acha que sabe, está precisando de ajuda. Leva para o psiquiatra.
Galera, depois do Carnaval, muitas novidades sobre o fanzine Canibal Vegetariano. Por isso encerramos essa fase de nosso blog, que esta sendo ampliado, com esta entrevista muita massa cedida por Thunderbird. Aguardem as novidades.
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