quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Surfistas? Punks? Roqueiros? Talvez sejam de tudo um pouco...Conheça The Barfly Surfers

Formada há dois anos, a The Barfly Surfers é uma banda que mistura punk rock, surf music e faz um som instrumental daqueles que deixa qualquer roqueiro alucinado e em shows faz a galera agitar e abrir rodas de pogo. Batalhando seu espaço no mercado independente, Japa e Gustavo bateram um papo com o editor do zine/blog Canibal Vegetariano sobre o som que produzem, cena brasileira entre outro assuntos, confira.

 Arquivo Pessoal
 Los três amigos que se reuniram para curtir rock e fazem um som instrumental muito massa

Canibal Vegetariano: Como surgiu a The Barfly Surfers? Por que este nome? E faça uma apresentação do pessoal.
Japa:
Em 2008 mudei para São Paulo, tinha umas bases perdidas, então chamei o Gustavo para fazer um som. Começamos nós dois, depois de um tempo sentimos que faltava alguma coisa, chamamos o Matel, que já era um velho conhecido. Estava formado o Barfly Surfers. O Gustavo toca bateria, o Matel guitarra e eu toco baixo e faço algumas vozes. O nome teve uma influência de um filme baseado no Bukowski. Mas na real mesmo é uma junção e BAR + FLY, que é uma gíria capixaba, usada para dizer que vamos dar uma volta fumando um cigarrinho do capeta.
Gustavo: Eu sou Gustavo, FYP, gostava de rock pauleira e hoje em dia vivo pelo reggae (risos).
Bicho, a ideia do nome é meio doida. Quando era só Japa eu, sempre comentávamos "deixa que o nome surge em alguma hora, do nada" e o tempo foi passando, Matel entrou na onda conosco e fomos sempre seguindo nessa ideia. Ja estávamos quase desistindo do "surgir do nada" que acabou rolando. Num rock, tomando uma cervejinha, rolou.

CV: Como vocês fazem para ensaiar e compor material, afinal, cada integrante é de uma cidade e de Estados diferentes. Isso rola de boa?
G:
Infelizmente, todos vivem na mesma cidade hoje em dia! (risos)
J: Atualmente moro em São Bernardo do Campo. Na verdade somos de cidades diferentes (Vila Velha/ES, Araraquara/SP, São Paulo), mas atualmente todos moramos em Sampa. Mesmo assim não é uma tarefa tão fácil ensaiar sempre.

CV: Por que vocês decidiram seguir a linha surf music instrumental?
G:
Pô, eu  passei a ouvir muitos outros tipos de música, Japa sempre curtiu várias linhas também e Matel nem se fala, sempre estudou, foi atrás de coisa nova, coisa doida. Creio que decidimos fazer algo um pouco diferente do que estávamos acostumados, mas sem deixar a pegada rock que todos gostamos.
J: As coisas acontecem muito por acaso no Barfly Surfers. E já nem sei se ainda somos surf music, ou se um dia fomos isso. Tudo que a gente fizer, de um jeito ou de outro sai punk rock. Na verdade somos instrumental por preguiça de ter que fazer letra. E não foi por causa dessa onda de bandas instrumentais. Só foi assim que resolvemos pensar o som que queríamos fazer. Gostamos de pensar, se não tem nada para falar, é melhor calar a boca!

Arquivo Pessoal
The Barfly Surfers ao vivo em Bragança Paulista no festival Cardápio Underground

CV: Rogério, como é tocar em uma banda como a Merda, no Morto pela Escola e na The Barfly Surfers? Há muita diferença para você?
J:
No Morto Pela Escola não toco mais. Mas não vejo uma grande diferença. Na verdade é tudo rock. É tudo punk rock. O legal de tocar em vários projetos diferentes é tocar com várias pessoas diferentes.

CV: Espaço para rock no Brasil sempre foi ruim e agora é pior. Como vocês vêem a cena de rock independente na atualidade?
G:
Rapaz, sei lá viu, estranha, se não fosse a união de quem realmente se move por algo, estaríamos todos fodidos.
J: Já tivemos tempos piores para o rock independente. Sem lugar, aparelhagem... Atualmente algumas coisas melhoraram, outras nem tanto. Os idiotas sempre estarão por aí. Foda-se!!

CV: Como funciona para vocês o lance de CD? Vocês já lançaram algum, ainda pretendem fazer algo? E pensam em soltar algum registro em vinil?
J:
Nosso primeiro foi só lançado virtualmente pelo Chiveta NOT Records, que na verdade é um blog mas topou entrar nessa de lançar a gente no mundo virtual. E tivemos uma boa resposta mesmo não tendo saído em formato físico. Estamos pensando em lançar o próximo em CD, mesmo sendo uma mídia já meio falida, mas ainda tem seu espaço. E lançar em vinil é um sonho ainda, mas vamos atrás disso.
Gustavo: Vinil, por mim, lançava só vinil.

CV: Citem os cinco discos mais importantes para cada integrante.
G:
FYP - Dance My Dunce; Bob Marley - Catch a Fire; Planet Hemp - Usuário; Tim Maia - 1971; Pannonia Allstars Ska Orchestra - Budapest Ska Mood
J: Vou fazer de bandas: Dead Kenndys; Misfits; Ratos de Porão; Black Sabbath; AC/DC.

Arquivo Pessoal
Capa do primeiro disco da banda que foi lançado apenas na Internet

CV: Atualmente vocês conseguem viver somente de música ou trabalham em outras funções?
J:
Não! Todos temos trabalhos chatos e “normais”.
G: Todos trabalhamos e isso chega a dar uma segurada na banda, mas graças a Jah, sempre que da, conseguimos nos reunir para fazer um sonzinho e ficar a vontade.

CV: Se isso ainda não ocorre com vocês, mesmo assim acreditam que um dia poderão viver somente da música de vocês?
G:
Eu não acredito nisso não. Se fosse para viver de música antes eu deveria fazer um curso de empreendedorismo para conseguir mandar bem no mundo de negociatas, jabás e afins.
J: Não, eu não acredito em milagres!!!

CV: Qual a importância dos meios alternativos de informações para a cena rock brasileira na atualidade?
G:
Sem vocês, a gente não anda.
J: A situação seria muito mais complicada. Tem uma galera fazendo umas coisas bem legais. É lógico que existe muita merda. Isso faz parte.

CV: Deixo o espaço para vocês, falem, escrevam, xinguem...
G:
Obrigado pelo espaço, valeu mesmo e lembrem-se, LEGALIZAR É A SOLUÇÃO!
J: Valeu !!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu pela divulgação.

Contatos imediatos de terceiro grau:

www.myspace.com/thebarflysurfers
www.fotolog.net/thebarflysurfers
tbsurfers@gmail.com