O ex-vocalista e guitarrista da banda Monaural falou com o zine/blog Canibal Vegetariano sobre o fim de sua banda, que estava prestes a gravar um EP de músicas inéditas, e conta sobre os novos projetos de vida e musicais.
Canibal Vegetariano: Qual o motivo do fim da Monaural?
Ayuso: O motivo do término da banda, foi o Herik (batera) que estava comigo desde o começo ter saído. Já havia algum tempo uma pequena possibilidade de sua saída, mas eu acreditava muito no trabalho que estávamos realizando como banda e achava que era mútuo... mas cada um seguiu a sua órbita, seus planos... eu ainda não acredito nessa história de me tornar economicamente auto-suficiente, tendo que engolir desaforos de um chefe mala pra caralho...saca?
Ayuso 'atacando' sua guitarra em uma das várias apresentações da extinta Monaural
CV: Tudo ainda é muito recente, mas há possibilidade de um retorno da banda?
A: Possibilidade sempre existe...mas isso não significa que irá acontecer. Estou focado em outros projetos agora, nem quero pensar no passado.
CV: E o seu relacionamento com os outros ex-integrantes como esta?
A: O Herik é supostamente meu vizinho e desde então, nunca mais nos falamos. Acho normal esse desgaste. Ainda falo com o Gui, pois somos amigos e tal...e é só.
CV: E as músicas que vocês estavam para gravar no próximo EP? Elas ficarão para um outro trabalho, ou você irá encostá-las?
A: Algumas já faziam parte de uma nova remessa de composições...essas vão entrar para meu novo projeto certamente.
Uma das características da banda Monaural era o som sujo e visceral
CV: Após alguns dias do fim da Monaural, você apareceu falando do projeto Mandíbula. Ele já existia ou teve início após o fim de sua banda?
A: Eu já tinha essa ideia, esse nome na minha mente. Apenas fui empulsionado a começar...
CV: E qual a diferença entre as duas bandas?
A: Acho a proposta da Mandíbula mais madura, "moderna" e melodiosa. Eu já tava pirando para caramba em melodias e arranjos mais "complexos", não só nos instrumentais no finalzinho da Monaural. Apenas estou dando continuidade ao fluxo criativo e registrando tudo. Estou escrevendo letras mais politizadas, mais filosóficas que as de costume...nesse aspecto lírico a Monaural era muito mais introspectiva. Sinto que estou conseguindo canalizar melhor minha música, sem que ela soe datada, isso é muito difícil de fazer no rock, ainda mais hoje em dia e em português.
Na Mandíbula estou 100% ligado ao meu computador. Eu que sempre defendi e apreciei a cultura lowfi, hoje estou abusando um pouco da tecnologia moderna para fazer rock, claro que de forma suja, mesmo que essa sujeira seja digitalizada. Estou produzindo o disco todo meio que sozinho em casa, minha guitarra, uma interface de áudio, uma garrafa de vinho, ganja, guitar rig, madrugadas, fone de ouvido, etc.
CV: E o lance de organizar eventos, você pretende continuar ou irá se dedicar apenas ao Mandíbula?
A: Eu tinha planos de organizar o segundo "Insanidade Coletiva Festival", mas no momento estou fodido de dinheiro e pretendo me focar mesmo na Mandíbula. Isso é por enquanto, tudo é muito imprevisível.
O 'furioso' guitarrista em momento banquinho e violão. Atualmente ele se dedica exclusivamente ao projeto 'Mandíbula
CV: Ayuso, agradeço pela entrevista e deixo espaço para seus comentários finais.
A: Em primeiro lugar, eu que agradeço pelo espaço, foi um enorme prazer responder as perguntas para o blog. Uma honra, sempre! Eu apenas peço para que as pessoas acreditem para valer em seus sonhos, objetivos e desejos. Pois essa vida aqui só vale a pena quando vivemos, acreditamos e sonhamos. Paz, amor e união em prol da música independente.
Todas as fotos são de arquivo pessoal
Um comentário:
boas as fotos, boa a entrevista.
sucesso pra 'mandíbula'.
abs.
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