terça-feira, 11 de agosto de 2009

Stomachal Corrosion: o grindcore que faz o Brasil estremecer

Há 18 anos na estrada, os mineiros do Stomachal Corrosion nunca abriram mão de sua independência e liberdade para fazer o som que estão a fim, talvez este seja o segredo para a banda com quase duas décadas continuar até hoje e cada dia mais forte no concorrido mercado independente nacional que não para de crescer. Logo abaixo, você confere uma entrevista exclusiva com o guitarrista e líder da banda, Charlie Curcio.

Canibal Vegetariano: Para começarmos, quando a banda foi formada, quais as principais influências e faça uma breve história desses anos de batalha na cena underground.
Charlie Curcio: A Stomachal Corrosion iniciou suas atividades em janeiro de 1991, lançamos algum material em todos os formatos possíveis tanto no Brasil quanto no mundo, e realizamos alguns shows em várias cidades. Nunca tocamos fora do Brasil.

CV: Minas é conhecido como um grande celeiro de bandas de metal. Isso ajuda vocês ou aumenta a responsabilidade?
CC: Digo sempre que o caminho que cada um segue é independente do que acontece ao redor nesse meio. Não sinto maior ou menor responsabilidade por estarmos em Minas Gerais. Aqui também tem muita banda ruim, alguns eventos ruins, e por aí vai. Isso é geral. E nosso trabalho não espera por ninguém e nem nos limitamos à uma bandeira, como algumas pessoas fazem.


CV: Duas bandas fodassas de Minas são Sepultura e Sarcófago. Vocês têm, ou já tiveram, contato com alguma delas? Em caso positivo, o que isso acrescentou ao som de vocês? E elas têm alguma importância na história do Stomachal?
CC: Eu estive com o pessoal do Sepultura em algumas ocasiões, mas nada demais. O Sarcófago eu nem gosto e nunca tive o menor interesse de estar com ninguém ali. Se ocorrer alguma aproximação será por acaso. Quanto à influenciar no trabalho do SC, cara, o Sepultura é uma influência para todo mundo aqui no Brasil e em vários lugares do mundo. São referência sempre. Não há como fugir disso.

CV: Vi um show de vocês no final de 2008 e a banda estava muito entrosada. Há quanto tempo vocês estão com essa formação e quais são os planos para o futuro?
CC: Estamos com o núcleo atual desde 2004. Mudamos só o baixista. E realizamos muitos shows e ensaiamos com certa freqüência.

CV: Como vocês definem o estilo de som que vocês tocam atualmente, se é que isso é possível.
CC: Somos Grind Core. Esse é um estilo sem muita limitação, mas com uma roupagem característica.

CV: Quantos álbuns, demos, EP's, entre outros trabalhos a banda já lançou e quais foram os shows mais importantes? Já rolou uma turnê pelo exterior?
CC: Cara, somando tudo que já lançamos e participamos dá uns 40 a 42 itens com o logo da banda. E, como falei acima, nunca tocamos fora dos limites brasileiros.

CV: Depois de quase 20 anos de estrada, o que melhorou e piorou neste tempo, não só para vocês mas em toda a cena underground?
CC: Hoje em dia temos melhores equipamentos e melhores condições de compra. Por outro lado temos mecanismos como a Internet que ajuda a divulgar e tudo mais, mas parece que as bandas são apenas virtuais, que não existem de verdade. Antigamente a gente ralava pra conseguir os LP's e aí a gente via que a banda era real. Hoje é só baixar o som, tem vezes que nem sabemos como são os caras da banda. E o mundo da Internet está acabando com o mundo em que crescemos com lojas, LP's, CD's, Posters, Shows, rodas de bate papo nas praças. Tá tudo frio e digital.

Charlie Curcio e sua flying V durante apresentação do Stomachal Corrosion. A banda chega aos 18 anos com mais peso a atitude

CV: Até alguns anos, muitas bandas se mudavam para o Rio de Janeiro ou São Paulo para conseguir exposição. Vocês acreditam que atualmente isso é necessário?
CC: Não mesmo. Um exemplo é a banda Thuatha di Danann. Que nunca saiu de Varginha como base e conquistou o mundo. O lance é trabalhar certinho e com afinco. E São Paulo e Rio de Janeiro todo mundo fala que estão decadentes. O público é frio. E todas bandas tem priorizado turnês pelo Norte/Nordeste e demais cidades do interior. Hoje temos muitos mecanismos de expansão barata e de fácil manuseio.

CV: Como é o esquema para shows na região do sul de Minas? E como está atualmente a cena local? Muitas bandas, quais os estilos?
CC: Temos um dos maiores festivais do Brasil que é o Roça ‘N’ Roll, em Varginha. E tem um monte de banda por aqui sim. Os estilos tem pra todo gosto, mau gosto e desgosto.

CV: Agradeço pela atenção e deixo espaço para os comentários de vocês. Agradecimentos, merchandising, entre outros assuntos.
CC: Eu que agradeço, camarada! Valeu pelo espaço no zine e força total aí.
Contatos:
Charlie Curcio
Rua Capitão Soares, 438
Cambuí/MG
37600-000
MSN: charlie.sc@hotmail.com
E-mail: charliefcurcio@gmail.com
www.myspace.com/charliecurcio
www.youtube.com/charliecurcio
www.fotolog.com.br/charlie_sxcx1991
www.twitter.com/charliecurcio

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