sexta-feira, 10 de julho de 2009

Carne Moída: um excelente pedido para quem gosta de rock sem firulas

A banda Carne Moída está na estrada há mais de sete anos batalhando no cenário do rock independente nacional, que a cada dia se torna mais concorrido. Para conhecermos um pouco mais sobre o grupo, que já lançou um CD, uma demo e participa de uma coletânea com várias bandas do underground, nós do blog/zine Canibal Vegetariano conversamos com Waldemar, baixista. Além dele, completam o time: Eduardo (voz), Mauro (guitarra) e Luiz Fabiano (bateria).

A banda Carne Moída em ação em um de seus shows pelo interior de São Paulo. Os caras costumam se apresentar com capas de açougueiro

Canibal Vegetariano: Há quanto tempo a banda está na estrada, quem são os integrantes e porque o nome Carne Moída?
Waldemar: Bom na estrada realmente estamos há sete anos, idealizamos a banda em dezembro de 2000, ensaiamos em 2001 e fizemos nosso primeiro som em 2002. Ainda na fase de ensaios, não tínhamos um nome definido, estávamos por optar por nervo exposto, mas foi quando o Sergio (antigo guitarrista) e Eduardo foram ao festival “A um passo do fim do mundo”, que ouviram um cara no palco gritando que nem um louco para o público (Falcão antigo vocalista da banda Excomungados), “ Vocês não podem virar carne moída” , então o Eduardo e o Sergio acharam muito engraçado se houvesse uma banda com esse nome, levaram esse nome pro próximo ensaio e aceitamos na mesma hora achando este nome ideal pra banda, pois não era um nome tão comum, era engraçado, representava que realmente éramos carne moída de nós mesmo extenuados com tudo que já vivenciamos na vida, desgastados pelo sistema e carregados de excesso pelos poros para transmitirmos, tudo que aquilo que sentíamos. Foi aí que passamos a nos autodenominar Carne Moída.

CV: Vocês fazem um som que podemos considerar punk. Quais as principais influências da banda?
W: Na verdade nunca tivemos realmente essa preocupação em soar punks ou simplesmente uma banda de rock’n’roll. Em nossas letras não mencionamos nada que faça apologia a isso ou aquilo, gostamos de rock e o som foi saindo naturalmente como punk rock talvez, mas gostamos de dizer que somos uma banda de rock’n’roll. Cada integrante tem sua influência própria, metal, punk, ska, pop... ouvimos de tudo um pouco, Motorhead, Ramones, The Clash, Sex Pistols, AC/DC, Stooges, MC5, talvez essas bandas sejam as que mais influenciem a banda.

CV: Outro dia o Eduardo (vocalista) comentou que vocês já passaram dos 30 anos há algum tempo. O que os motivou a montar a banda e como vocês analisam o cenário independente atual, tanto em São Paulo, como em outras localidades?
W: Bom na época em que resolvemos montar a banda estavam vindo ao Brasil bastante bandas de fora, como UK Subs, GBH, Exploited, o Sergio e o Eduardo iam nestes shows, Sergio e Waldemar, amigos de infância e já haviam tocados juntos nos anos 80 em bandas de Rock, então a vontade veio a tona com a chegada dos anos 2000, por fazer aquilo que estava faltando em nossas vidas, montar realmente uma banda do jeito que queríamos, pois sempre havíamos tocado em bandas já montadas. Quanto ao cenário, hoje temos menos lugares para tocar principalmente aqui em São Paulo, os poucos que têm são sem estrutura nenhuma, ao ponto de um deles não ter nem luz no banheiro para poder usar. Por isso que estamos tocando mais no interior onde somos mais respeitados e encontramos uma realidade diferente mais honesta. Longe principalmente de confusão que enche o saco.

Da esquerda para direita: Waldemar, baixo, Eduardo, vocal e Mauro, guitarra

CV: Como é o espaço em bares e outros locais para shows em São Paulo? Ainda existe briga de gangues em alguns pontos, ou isso ficou no passado?
W: O espaço está cada vez menor como respondi na pergunta anterior, os donos não querem confusão dentro dos bares e quando se fala que é um som punk, pronto, aí que o cara não quer nem saber, pois o punk rock só chega à mídia quando acontecem brigas e mortes, então já viu né. Ninguém vai em um lugar para ver brigas, quer curtir o som das bandas mas as gangues vivem em guerra constantemente e isso atrapalha muito.

CV: Vocês costumam tocar muito no interior, como é a recepção da galera? E os espaços?
W: Ultimamente sim, tem aparecido mais sons no interior gostamos muito de tocar em cidades que tem uma galera que curte o som da banda e nos contagia nos shows, porém os espaços ainda são poucos e os convites também, além das despesas que não são baratas e pagamos tudo do nosso bolso sem ganhar nada. Os espaços, alguns precários, mas os donos respeitam um pouco mais as bandas, não querem ganhar de todos os lados.

CV: Voltando para a música. Como é o trabalho de composição da banda. Em que vocês se inspiram para escrever as letras?
W: Às vezes temos a música e não temos a letra aí fazemos uma letra para aquela música ou vice versa. Não seguimos uma regra, as inspirações vêem do cotidiano, coisas que achamos erradas e colocamos isso nas letras das músicas ou algo que nos incomoda.

CV: Como surgiu o convite para participar da coletânea 'Praga dos Arrabaldes'?
W: Na verdade nós mesmos bolamos essa coletânea e chamamos outras bandas e dividimos o custo, sem cobrar nosso trabalho e horas de correria para que a coletânea saísse. Foi o lance do faça você mesmo.

CV: E como vocês se relacionam com as outras bandas, não só do mesmo estilo, mas de outros, quando se encontram em festivais?
W: Temos bom relacionamento com todas as bandas, não entramos nessa de vaidades e nem estrelismos, já tocamos até com bandas de rap, em Louveira, uma vez. Não escolhemos as bandas pelo estilo, mas sim pela honestidade e respeito mútuo, respeitamos todas e sabemos conviver com as diferenças. Temos algumas bandas como quase irmãs, tipo Esgoto, Irmã Talitha, Racha Cuca, 96ºGL, Menstruação Anárquika, entre outras e até de fora de SP.

A banda já conta com novas composições e em breve pretende lançar um novo disco

CV: Quais são as expectativas para o futuro da banda, shows, lançamentos de CD's e etc?
W: Bom, temos novas músicas que já tocamos nos shows e queremos gravá-las e talvez lançar um novo CD. Queremos fazer shows nos mais variados locais, queremos tocar no interior de São Paulo e fora do Estado também.

CV: Para encerrarmos, gostaria de um comentário sobre o figurino da banda.
W: Hoje estamos tocando de avental de açougueiros, mas já tocamos com vestidos pra homenagear o dia internacional das mulheres. Somos meio malucos mesmo, mas fazemos isso pra alegrar o pessoal que vai nos sons e nos divertimos também.

CV: Agradeço a atenção de vocês e deixo o espaço para divulgarem datas de shows, venda de CD's e outros comentários.
W: O melhor é conferir no fotolog que está sempre atualizado com datas de shows que é www.fotolog.com/carne_moidaaa, lá tem outros vários links do Orkut, myspace, youtube e downloads. Temos uma demo, Pedras contra Tanques, a coletânea Pragas dos Arrabaldes e o CD "A inveja é uma merda". Tudo isso pode ser encontrado nos shows da banda com um dos integrantes. Agradecemos a entrevista e obrigado por divulgar nosso som e espero que venha em um show curtir junto com a gente, valeu um abraço a todos.

Todas as fotos foram retiradas do Orkut da banda com devida autorização de seus integrantes.

7 comentários:

Anônimo disse...

Legal Ivan, mais uma boa entrevista....
Bj
De@

DEMA ROCK disse...

Valeu Ivan legal mesmo a entrevista, obrigado por divulgar a banda e espero tocar em breve e ver vc no show,valeu.

Fábio sarjeta disse...

banda, amigos das antigas

quem fala é o Fábio do Sarjeta e Excomungados

vida longa ao Carne moída

Beto Ramone disse...

carne moída é foda!

Abs.
Racha Cuca

AGORA É ROCK disse...

QUERO OUVIR UM BAD COOKIES NA NOVA RADIOOOOOOOOOOOOOOOOOO! BAD COOKIES ROLA UM ROCK ALTERNATIVO DESDE 2006 AQUI NO GUARUJÁ! POE OS CARAS PRA TOCAR AI NA RADIOOOOOOOOOOOOO!

AGORA É ROCK disse...

POW ALGUM DIA SE TIVERMOS OPORTUNIDAE, O BAD COOKIES FICARIA MUITO FELIZ EM TOCAR NUMA EDIÇÃO DO GRITO URBANO! SERIA DE MAIS! ABRAÇÃO AI CANIBAL!

DEMA ROCK disse...

Site da banda carne moída
www.bandacarnemoida.com.br